“Reconciliai-vos,
o mais depressa, com vosso adversário, enquanto estais com ele a caminho, a fim
de que vosso adversário não vos entregue ao juiz, e que o juiz não vos entregue
ao ministro da justiça, e que não sejais aprisionado. Eu vos digo, em verdade,
que não saireis de lá, enquanto não houverdes pago até o último ceitil”.
(Mateus, cap. V., 25,26)
A reconciliação é uma das experiências básicas da vida
cristã. A possibilidade de reconciliação baseia-se na natureza contingente do
homem. Reconciliar significa harmonizar, unir espiritualmente os ânimos que
haviam entrado em confronto ou separado por causa do egoísmo, de cobiça, de inveja,
de ódio ou da competição desleal. Reconciliação com Deus e reconciliação com os
irmãos não são coisas independentes.
Lembremo-nos de que toda a Bíblia é uma história de
reconciliação. Os próprios mitos dos primeiros capítulos do Gênesis pretendem
mostrar que ao dar as costas para Deus, Adão e Eva também romperam com a
própria harmonia da Lei, a qual deve ser retomada novamente. Por inveja, Caim
matou Abel. Observe que toda a Aliança proposta no Velho Testamento nada mais é
do que unir os homens entre si e com Deus. Os profetas são os elos de reconciliação
com Deus.
O Cristianismo centra-se na experiência do amor entre os
homens como fato fundamental de aproximação a Deus. Entretanto o ser humano é
ser egoísta por natureza e se encontra submerso na estrutura da injustiça e
opressão que o cercam e o impulsionam para o mal. Há assim contradição entre o
ensinamento de Jesus e o seu interior. Nesse sentido, a reconciliação ou perdão
mútuo entre os irmãos deve ser uma tarefa constante tendo em vista a realização
do amor.
Para algumas filosofias modernas, o único caminho para a libertação
dos povos encontra-se na luta de classes, que estimula o antagonismo entre os
seres humanos, contrariando enormemente a mensagem de Cristo, que é de união e
de amor ao próximo.
De
acordo com os pressupostos espíritas, a reconciliação com o adversário enquanto
estivermos a caminho, é sumamente importante, porque a morte não nos livra dos
nossos inimigos, pois eles continuam vivos além-túmulos. Acontece que a
ausência da vestimenta física é um elemento de maior facilidade para o ataque
mental, isto é, através das interferências em nossos mais secretos
pensamentos.
A maioria das obsessões surge deste funesto sentimento de vingança e de ódio de quem se foi para a outra vida. Fortifiquemo-nos por meio do "vigai e orai".
Fonte de Consulta
Fonte de Consulta
IDÍGORAS, J. L. Vocabulário Teológico para a América Latina. São Paulo: Paulinas, 1983.
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