11 junho 2008

João Huss

João Huss, encarnação anterior de Allan Kardec, viveu num século de contradições religiosas. Pregador da Universidade de Praga, nasceu em Hussinet, perto de Fichtelgebirge, na Boêmia, cerca da fronteira bávara e do limite linguístico entre o alemão e o checo, em 1373, e morreu queimado na fogueira em 1415.

Huss foi influenciado pelas ideias de Wiclef (1333-1384), teólogo e reformador inglês. Wiclef desenvolveu alguns tratados sobre o dominiun, ou seja, a ideia de que o poder vem de Deus e apenas é legítimo naqueles que se encontram em estado de graça. As suas teses contrariavam os interesses da Igreja católica: expressava-se contra o poderio papal, os votos religiosos, os benefícios e riquezas do clero, as indulgências e a concepção tradicional acerca do sacerdócio. Com isso sofreu inúmeras admoestações por parte do clero.

Huss, como professor da Universidade de Praga, distinguiu-se nas discussões mais abstratas e no conhecimento de Aristóteles, da Bíblia e dos Santos Padres. Buscou nos escritos de Matias Janov e Chtitny a solução para as suas inquietudes religiosas. Matias Janov e Chtitny propagavam a consideração da Bíblia como única fonte de verdade e de fé. Essa influência afastou Huss da doutrina católica e sua heterodoxia se reforçou na leitura das obras de Wiclef, particularmente do Dialogus e Trialogus, trazidas de Oxford por Jerônimo de Praga.

A Igreja, naquela época, estava em crise: dividida pelo Cisma do Ocidente, ameaçada pela ressurreição das antigas heresias e a formulação de novos postulados antidogmáticos. Eis que surge na Boêmia um outro foco, muito mais perigoso que o de Wiclef. É que Huss apresenta-se como reformador religioso e como caudilho nacional, papel muito semelhante, desempenhado um século mais tarde, por Lutero na Alemanha.

Huss, tradutor das obras de Wiclef, propagou várias teses antidogmáticas. Baseando-se nos escritos de Wiclef, negou a necessidade de confissão auricular, atacou como idolátrico o culto de imagens, da Virgem Maria e dos Santos e a infalibilidade papal. Com isso, teve a ira do clero contra a sua pessoa, que após várias admoestações acabou sendo queimado no dia 06/07/1415. Ao seu lado morreu Jerônimo de Praga.

A sua luta não foi em vão. Depois disso, houve mais tolerância entre os credos religiosos.

Fonte de Consulta

CANTU, C. , SEIFERT, J. L. Os Titãs da Religião.

VERBO ENCICLOPEDIA LUSO-BRASILEIRA DE CULTURA. Lisboa, Editorial Verbo, 1976.

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John Wycliffe e Jan Jus

John Wycliffe e Jan Hus foram precursores da Reforma Protestante — eles viveram antes de Martinho Lutero, mas suas ideias influenciaram profundamente o movimento reformador.

John Wycliffe (Inglaterra, século XIV)

Foi um teólogo e professor da Universidade de Oxford.

Criticava o poder e a riqueza da Igreja Católica.

Defendia que a Bíblia deveria ser traduzida para o vernáculo (língua do povo) e que todos deveriam ter acesso direto às Escrituras.

Rejeitava práticas como a venda de indulgências e o culto aos santos.

Traduziu partes da Bíblia para o inglês, o que foi considerado heresia.

 Por isso, é conhecido como a "Estrela da Manhã da Reforma".

Jan Hus (Boêmia — atual República Tcheca, século XV)

Foi influenciado pelas ideias de Wycliffe.

Criticava os abusos do clero e defendia uma igreja mais humilde e fiel ao evangelho.

Pregava em língua local (tcheco) e também pedia o acesso do povo à Bíblia.

Excomungado pela Igreja, foi chamado ao Concílio de Constança sob promessa de salvo-conduto, mas foi preso e queimado vivo como herege em 1415.

Após sua morte, seus seguidores, os hussitas, continuaram a luta por reformas religiosas.

Em resumo:

Wycliffe e Huss plantaram as sementes da Reforma. Suas críticas à Igreja e ênfase na Bíblia como autoridade máxima inspiraram Lutero e outros reformadores séculos depois.

 Fonte: ChatGPT

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