02 outubro 2014

Júpiter e Terra

O nosso sistema planetário (Sistema Solar) é constituído por oito planetas principais: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno. Júpiter, o planeta gigante, é o centro de um sistema composto por 63 satélites e um tênue anel. Com um raio de 71.492 Km, um volume 1.300 vezes superior ao da Terra e uma massa equivalente a quase 318 massas terrestres, Júpiter supera todos os outros corpos do Sistema Solar, exceptuando o Sol.

O Planeta Terra, com 510.934.000 km2 de área total, dos quais 148.148 km2 (um quinto) são ocupados por terra e 149.500.000 km distante do Sol, está localizado na órbita ideal — entre a de Vênus e a de Marte — para sustentar a vida. Se mais próximo do Sol, estaria muito quente; se mais distante, muito frio. Forma um ecossistema único e finito, imerso no vento solar, bombardeado por partículas do espaço e radiado pela luz solar. Possui, ainda, um campo magnético que o defende de partículas de alta velocidade, vindas do Sol e do Cosmo.

Os graus de evolução do planeta Júpiter e do planeta Terra são antagônicos. Enquanto no planeta Terra — mundo de expiações e provas — o mal predomina sobre o bem, em Júpiter o mal é inexistente e o bem é uma constante em todas as suas atividades. Em Júpiter, todos os sentimentos ternos e elevados da natureza humana são engrandecidos e purificados; há um desejo incessante de se atingir o plano dos Espíritos puros, o que não é um tormento, mas uma nobre ambição que os impele ao aperfeiçoamento.

No planeta Terra ainda temos necessidade da sombra do mal para sentir o bem, das trevas para admirar a luz, da doença para apreciar a saúde, da guerra para vislumbrar a paz. Em Júpiter, esses contrastes são desnecessários, pois a eterna luz, a eterna bondade e a eterna serenidade propiciam aos seus habitantes uma eterna alegria. Pelo fato de vivermos num mundo inferior, não conseguimos compreender esse estado de coisas. Mas, mesmo assim, não nos faltam os avisos espirituais para começarmos esse caminho de evolução. 

No planeta Terra temos facilidade de pintar o inferno de mil modos como o fez Dante em sua Divina Comédia, mas faltam-nos elementos para pintar um mundo mais beatífico que o nosso. Ressaltemos, aqui, o papel dos médiuns no sentido de entrar em contato com Espíritos mais evoluídos e repassar essas informações a toda a humanidade.   

No mundo como o nosso, dominado pela avareza, pelos descalabros de toda espécie, receber informações de um mundo perfeito em que o bem reine soberanamente, traz-nos uma imensa paz de espírito é um apelo à esperança. 

Fonte de Consulta

Revista Espírita de 1860, p. 334 a 336, de Allan Kardec. 

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Júpiter na Revista Espírita de 1858 

Na Revista Espírita de 1858, Allan Kardec registra algumas informações sobre o planeta Júpiter, classificando-o como sendo de 2.ª Ordem, ou seja, composta de Espíritos bons, em que há predominância do espírito sobre a matéria, e desejo de fazer o bem.

Em termos comparativos, o planeta Marte seria menos adiantado do que a Terra. Em se tratando da Terra, a grande maioria de seus habitantes pertence à 3.ª Ordem, composta de Espíritos imperfeitos, cuja característica principal é a predominância da matéria sobre o espírito, e grande propensão para o mal.

Bernard Palissy, célebre oleiro do século XVI, e que na ocasião estava encarnado em Júpiter, disse que tinha muito prazer em descrever Júpiter, com o fito de inspirar o amor do bem com a esperança de lá chegarmos um dia. Consta que se ofereceu espontaneamente, sem que ninguém lho pedisse, para elaborar uma série de desenhos, e apresentar um esboço do que seria esse planeta.

Para mais ampla compreensão, extraímos o seguinte trecho do mês de março da Revista Espírita de 1958:

“A conformação do corpo é mais ou menos a mesma daqui, porém é menos material, menos denso e de uma maior leveza específica. Enquanto rastejamos penosamente na Terra, o habitante de Júpiter transporta-se de um a outro lugar, deslizando sobre a superfície do solo, quase sem fadiga, como o pássaro no ar ou o peixe na água. Sendo mais depurada a matéria de que é formado o corpo, dispersa-se após a morte sem ser submetida à decomposição pútrida. Ali não se conhece a maioria das moléstias que nos afligem, sobretudo as que se originam dos excessos de todo gênero e da devastação das paixões. A alimentação está em relação com essa organização etérea; não seria suficientemente substancial para os nossos estômagos grosseiros, sendo a nossa por demais pesada para eles; compõe-se de frutos e plantas; de alguma sorte, aliás, a maior parte eles a haurem no meio ambiente, cujas emanações nutritivas aspiram. A duração da vida é, proporcionalmente, muito maior que na Terra; a média equivale a cerca de cinco dos nossos séculos; o desenvolvimento é também muito mais rápido e a infância dura apenas alguns de nossos meses.

Sob esse leve envoltório, os Espíritos se desprendem facilmente e entram em comunicação recíproca apenas pelo pensamento, sem, todavia, excluir a linguagem articulada; para a maior parte deles, também, a segunda vista é uma faculdade permanente; seu estado normal pode ser comparado ao de nossos sonâmbulos lúcidos; eis por que se nos manifestam mais facilmente do que os encarnados nos mundos mais grosseiros e mais materiais. A intuição que têm do seu futuro, a segurança dada por uma consciência isenta de remorsos fazem que a morte não lhes cause nenhuma apreensão; veem-na chegar sem temor e como simples transformação.

Os animais não estão excluídos desse estado progressivo, sem se aproximarem, contudo, daquele do homem; seu corpo, mais material, prende-se à terra, como os nossos. Sua inteligência é mais desenvolvida que a dos nossos animais; a estrutura de seus membros presta-se a todas as exigências do trabalho; são encarregados da execução de obras manuais: são os serviçais e os operários; as ocupações dos homens são puramente intelectuais. Para os animais o homem é uma divindade tutelar que jamais abusa do poder para os oprimir”.

Um comentário:

Daniel Machado disse...

E evolução é individual e para todos, basta querermos.