24 janeiro 2011

Emoção e Espiritismo

emoção é um estado da mesma natureza que o sentimento, porém de maior complexidade, pois é excitada por um complexo ideológico. Paixão é a reação às emoções, produzidas por causas externas e internas. Inicialmente passiva, torna-se ativa quando espontaneamente a elas adere e quase coopera com elas. Eis alguns tipos de emoção: raiva (sentimento de ódio), medo (consciência de um perigo), amor (estado de calma e satisfação), felicidade (satisfação diante do mundo) e tristeza (sentimento de insatisfação).

A emotividade é a reação excessiva diante de um acontecimento. A emotividade compreende o sentimento, a emoção e a paixão. No sentimento, nossas reações permanecem organizadas; na emoção, há descontrole; na paixão, exalta-se fortemente um sentimento a expensas de outros. Há, no indivíduo, uma acepção interna e particular, que se distingue da sua apresentação pública. Suponha a corrupção: internamente, o sujeito é contra, pois o seu valor moral a reprime veemente. Na vida pública, é obrigado a conviver com ela, o que lhe causa uma grande tensão entre os seus sentimentos de pureza, de honestidade, de ético, com aqueles que é obrigado a enfrentar no seu dia a dia.

As paixões têm origem na emoção. Pode-se dizer que a paixão é um sentimento mais duradouro do que a própria emoção. É um movimento da alma que nos arrasta pra fora do nosso estado normal, provocado ou pela atração de um bem que se ama, ou pela repulsa de um mal do qual se foge. Paixão é um desejo que não permite outros. Rousseau dizia: “Todas as nossas paixões são boas quando nos tornam senhores; todas são más quando nos tornam escravos”. Descuret: “necessidades desregradas que geralmente começam por nos seduzir para acabar tiranizando-nos”.

A emoção é, inicialmente, orgânica, porque é a resposta a uma sensação. No caso da paixão, é aquele ímpeto do nosso ser para realizar alguma coisa, que geralmente emprestamos um valor extraordinário. Desta forma, agimos mais em função da emoção do que da razão. O correto era parar pensar e tomar uma decisão mais envolta com a razão ou uma reflexão mais acurada sobre os fatos.

O Espiritismo empresta-nos diversas ferramentas para bem administrarmos as emoções. Há as preces, as leituras edificantes e os passes. O mais importante é a visão de mundo que as suas teses nos oferecem. Olhando as coisas terrenas de um ponto de vista elevado, os infortúnios, as decepções e as afeições contrariadas não passam de incidentes desagradáveis, no curso de uma viagem, que em outro produziria violenta emoção.

Tenhamos em mente uma ação emotivo-racional. Em qualquer situação, façamos uso do pensamento reflexivo, para nos desviarmos da precipitação e evitarmos os possíveis erros.






12 janeiro 2011

Importância do Ensino no Centro Espírita

Importância. Significa grande valor, mérito, interesse. Ensino. Transmissão de conhecimentos, de informações ou de conhecimentos úteis ou indispensáveis à educação ou a um fim determinado. Centro Espírita. Escola de formação espiritual e moral, núcleo de estudo, recanto de paz construtiva, santuário de prece e de trabalho, local previamente escolhido para encontro com as Forças Superiores e, revivendo o Cristianismo, é um lar de solidariedade humana em que os irmãos mais fortes são apoio aos mais fracos e em que os mais felizes são trazidos ao amparo dos que gemem sob o infortúnio. (Espiritismo de A a Z)

Numa análise histórica da educação, que segue o seu curso desde a China Milenar, passando pelo “berço da civilização ocidental” na Grécia, estagiando na Escolástica da Idade Média, inserindo-se no Iluminismo e no desenvolvimento das ciências na época mais recente deparamo-nos, para fins específicos de nosso estudo, nas figuras de Pestalozzi e Allan Kardec. Pestalozzi defende a educação voltada para a cabeça, o coração e corpo. Allan Kardec, discípulo de Pestalozzi, absorve a perspectiva desta educação.

Allan Kardec, no Projeto 1868, esclarece-nos que “um curso regular de Espiritismo seria professado com o fim de desenvolver princípios de Ciência e de difundir o gosto pelos estudos sérios. Esse curso teria a vantagem de fundar a unidade de princípios, de fazer adeptos esclarecidos, capazes de espalhar as ideias espíritas e de desenvolver grande número de médiuns. Considero esse curso de natureza a exercer capital influência sobre o futuro do Espiritismo e sobre suas consequências”. (Obras Póstumas, p. 342)

Que é ensinar? No aprender o aluno o faz por si mesmo. Ensinar não é o mesmo que aprender. Por isso, se o aluno não aprender, todo o esforço feito para ensinar estará perdido. O ensinar pressupõe dois princípios fundamentais: a) partir sempre do conhecido para o desconhecido; b) do simples para o composto. No ensino, temos que diferenciar a educação “bancária” ou “convergente” da educação “problematizadora” ou “libertadora”. No primeiro, há passividade do aluno; no segundo, há o diálogo constante entre aluno e professor.

Antes de falarmos de ensino no Centro Espírita, devemos ter pleno conhecimento do que seja a Doutrina Espírita. Por Doutrina Espírita entendemos os princípios fundamentais deixados por Allan Kardec em suas obras básicas e complementares. Quer dizer, só podemos falar em ensino espírita, se partirmos dos seus pressupostos básicos, ou seja, do acervo que existe nos livros.

Estejamos conscientes que a relação ensino-aprendizagem reveste-se de grande utilidade, tanto para o educador como para o educando. Contudo, não transformemos o ensino-aprendizagem num acúmulo de informações e raciocínios, sem qualquer vínculo com as necessidades prementes do Espírito imortal.

Fonte de Consulta

EQUIPE DA FEB. O Espiritismo de A a Z. Rio de Janeiro, FEB, 1995.

KARDEC, A. Obras Póstumas. 15. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1975.

BARBOSA, P. F. Espiritismo Básico. 3. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1987. 

 

 

 

10 janeiro 2011

Ação e Reação

Ação é a manifestação de uma força, de uma energia, de um agente. Espiritualmente, está relacionada com as Leis Naturais. Reação é a resposta a uma ação qualquer. Espiritualmente, é a consequência que a ação humana acarreta ao ser defrontada com a Lei Natural.

Entendamos a lei de ação e reação. Deus estabeleceu a Lei Divina ou Natural. Esta é a diretriz, o modelo colocado por Deus em nossa consciência, para nortear os nossos atos. A reação nada mais é do que uma resposta da natureza às nossas ações. Reações estas baseadas na lei natural. A finalidade das várias ações e reações é a perfeição do Espírito.

Reação não é sempre sofrimento? Geralmente, a palavra reação vem impregnada de dor e sofrimento. É empregada como sinônimo de carma (sofrer e resgatar as dívidas do passado). Em realidade, a reação nada mais é do que uma resposta – boa ou má –, em razão de nossas ações. Pergunta-se: se estamos praticando boas ações, por que aguardar o sofrimento?

Lembremo-nos de que o acaso não existe. Tudo o que se nos acontece deveria nos acontecer. Deus faz simplesmente cumprir a sua Lei. Em se tratando do sofrimento, verifiquemos onde erramos. A Doutrina Espírita esclarece-nos que para nos redimirmos de uma ação má, deveríamos nos arrepender, sofrer e reparar o mal cometido. Nesse caso, a passagem do tempo transforma o fato quantitativo em qualitativo.

Praticar a caridade ajuda-nos a reparar os danos que causamos à Lei Divina. Assim, se soubermos viver sóbrios e sem muitos agravos à Lei, certamente faremos uma passagem tranquila ao outro plano de vida.

Compilaçãohttps://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/a%C3%A7%C3%A3o-e-rea%C3%A7%C3%A3o?authuser=0

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— Oh! meu Deus, quanto tempo gastamos para refazer, às vezes, a inconsequência de um simples minuto!

— Você tem razão, André — comentou Silas, generoso —, a lei é de ação e reação... A ação do mal pode ser rápida, mas ninguém sabe quanto tempo exigirá o serviço da reação, indispensável ao restabelecimento da harmonia soberana da vida, quebrada por nossas atitudes contrárias ao bem...

E, sorrindo:

— Por isso mesmo, recomendava Jesus às criaturas encarnadas: — “reconcilia-te depressa com o teu adversário, enquanto te encontras a caminho com ele...” É que Espírito algum penetrará o Céu sem a paz de consciência, e, se é mais fácil apagar as nossas querelas e retificar nossos desacertos, enquanto estagiamos no mesmo caminho palmilhado por nossas vítimas na Terra, é muito difícil providenciar a solução de nossos criminosos enigmas, quando já nos achamos mergulhados nos nevoeiros infernais. (Capítulo 9 — "A história de Silas", do livro Ação e Reação, pelo Espírito André Luiz)

 



09 janeiro 2011

Perseverança

“Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo Jesus”. (Mateus, 24,13)

Perseverança. É a firmeza ou constância num sentimento, numa resolução, num trabalho, apesar das dificuldades e dos incômodos. É a virtude que contribui para o êxito na vida humana. Para a Teologia católica, a perseverança é uma virtude conexa com a da fortaleza; fortifica a vontade contra o temor de males iminentes e as dificuldades que provêm de um longo exercício da virtude.

A perseverança compreende a continuidade nos esforços feitos na mesma linha, sem o qual o empreendimento humano está fadado à esterilidade. Quando observamos que muitos planos não se concretizam é porque o poder de realização não correspondeu à faculdade de concepção. Conta-se que Goethe ruminou durante trinta anos a concepção do Fausto. Nesse período, a obra foi germinando, criando raízes para, finalmente, vir à luz. 

Eis algumas frases a respeito da perseverança: “Deus está com os que perseveram”; “Aquele que perseverar até o fim, será salvo”; “Não interessa o que se trata de levar a termo: o que importa é perseverar até o fim”; “Somos precipitados, quando dizemos que a natureza nos negou isso ou aquilo. Um pouco mais de constância, e o resultado será oposto”; “Todas as estradas da vida têm os seus espinhos. Se entrares numa delas, prossegue, porque retroceder é covardia”; “Poucas são as coisas por si próprias impossíveis; e o que freqüentemente nos falta não são os meios para obtê-las, é a constância”. 

Observe alguns obstáculos à perseverança: 1) Rotina - uma ruptura do automatismo, por insignificante que seja, abre um caminho, liberta o pensamento e tonifica o espírito. 2) Desânimo - é a grande arma dos Espíritos das trevas, porque ela quebra a faculdade mestra, que é a chave do homem, ou seja, a vontade. 3) Medo da mudançatodo o esforço desacostumado é penoso e por isso dá nascimento a uma ideia de incapacidade de avançar.

Urge construirmos a perseverança. Muitos preferem vegetar na mediocridade aceita. A perseverança em nossos propósitos mais lídimos é um apanágio para a nossa alma enfermiça. Ela nos traz o sentimento do dever cumprido. Assim, em qualquer dificuldade, lembremo-nos da frase de Jesus: “Não tema, crê”. 



Parábola do Mau Rico

Parábola - narração alegórica na qual o conjunto dos elementos evoca, por comparação, outras realidades de ordem superior. Mau – que causa prejuízo. Contrário à razão, à justiça, ao dever, à virtude. Rico – que possui muitos bens ou coisas de valor; que tem riquezas.

As parábolas – didática utilizada para transmitir instruções da época – eram estórias geralmente extraídas da vida cotidiana, como por exemplo, o semeador que saiu a semear, a ovelha desgarrada que deve ser capturada, a dracma que deve ser procurada, que tinham por objetivo passar de um conhecimento concreto para um conhecimento abstrato, de fundo moral, de alcance espiritual.

A síntese do texto evangélico: havia um rico (mau) e um pobre (Lázaro), que ficava à porta do rico. O rico não distribuía ao Lázaro nenhuma das migalhas que lhe sobravam. Passou-se o tempo: Lázaro desencarna; o rico também. No mundo espiritual, Lázaro foi acolhido no seio de Abraão; o rico foi para o Hades (Inferno). O rico pedia para Lázaro molhar a sua língua. Abraão diz ser impossível, pois há uma barreira entre ambos. Tenta outro pedido: manda o Lázaro ir lá na Terra avisar os meus familiares sobre esses tormentos. Abraão fala que eles já têm Moisés e os profetas.

Esta parábola põe em evidência os dois extremos da condição humana: a pobreza e a riqueza. Orico simboliza as pessoas apegadas à matéria, ao egoísmo; o pobre, os desprovidos de bens materiais, os sofredores.

O Espiritismo nos mostra que o Espírito, ao reencarnar, pode escolher a prova da riqueza ou da pobreza. Muitas vezes esta ou aquela provação é sugerida pelos benfeitores espirituais, em função do que o Espírito fez numa reencarnação passada. Nesse sentido, a pobreza é uma prova em que o Espírito iria se conscientizar do que é a falta do necessário para o provento da vida.

Na pobreza exercitemos a paciência; na riqueza, a humildade. Procedendo desta maneira, conquistaremos a verdadeira propriedade, aquela que nenhum ladrão nos roubará, porque representará um patrimônio inalienável de nossas conquistas interiores.

 

 

Aprofundamento Doutrinário

Em religião, costumamos dar mais crédito à emoção do que à razão. No Espiritismo, deveríamos agir mais pela razão do que pela emoção. Para que o nosso pensamento seja robusto, convém pautá-lo segundo o raciocínio lógico. As técnicas de oratória também devem ser lembradas: introdução, desenvolvimento e conclusão. Na introdução, coloquemos o tema em questão; no desenvolvimento, discutamos os prós e os contras; na conclusão, façamos um resumo do que foi dito.

Aprofundar assuntos sob a ótica espírita é sumamente importante, pois não temos o hábito de analisar os temas com o devido cuidado. Podemos questionar, inicialmente, o termo aprofundar. Aprofundar significa tornar fundo ou mais fundo. Examinar ou investigar a fundo, ou com minúcia; indagar, pesquisar, inquirir. Entrar, penetrar em um assunto, tema, ideia etc., investigando-a a fundo e com minúcia. Aprofundar é, em síntese, ampliar conceitos para uma melhor compreensão do assunto a ser discutido.

O termo doutrinário, por seu turno, vem de doutrina. Doutrina é o indicador de um conjunto de teorias, noções e princípios coordenados entre eles organicamente que constituem o fundamento de uma ciência, de uma filosofia e de uma religião. O termo doutrinário indica, em geral, quem obedece rigidamente aos princípios da própria doutrina, prestando atenção à teoria no seu sentido abstrato, mais do que no prático. O adepto que se diz seguidor de uma doutrina deve atentar para a sua perfeita compreensão. Para tanto, deve se debruçar sobre as obras básicas do Espiritismo.

Em se tratando de doutrina, a teoria é mais valorizada do que a prática. Em realidade, quando estamos criando uma doutrina, estamos criando uma teoria. O que se entende por teoria? A teoria originou-se da raiz grega Theos (Deus), aquele que tudo vê. Significa visão. Na antiga Grécia, teoria era o nome que se dava às longas filas que se faziam para se dirigir à Igreja. As filas podiam ser vistas de longe, e, ao mesmo tempo, tinham um nexo, todas tendiam para a Igreja. Assim, a teoria é um conjunto de conhecimentos que tem nexo entre si.

Para aprofundar, façamos perguntas relevantes, pois há perguntas e perguntas. A pergunta relevante tende para a compreensão do tema proposto. As perguntas levam-nos aos conceitos. O conceito é uma imagem da coisa e não a coisa em si. Exemplificando, o conceito árvore diz respeito a todas as árvores e não a uma pretensa árvore que estamos olhando. Ao lado do conceito, a definição. A definição consiste em determinar a compreensão que caracteriza um conceito. Segundo Aristóteles, a essência de uma coisa compõe-se do gênero e das diferenças. De onde a regra escolástica segundo a qual a definição se faz "per genus proximum et differentiam specificam" (pelo gênero próximo e diferença específica). Assim, Definir, segundo a lógica formal, é dizer o que a coisa é, com base no gênero próximo e na diferença específica.

Elaboremos uma definição de espírita. Qual é o gênero próximo? Espiritualista. Espiritualista, aquele que crê que há algo além da matéria. Qual a diferença especifica? É o espiritualista que age em função dos princípios codificados por Allan Kardec. Vejamos a frase: "Todo espírita é espiritualista, mas nem todo espiritualista é espírita". Todo espírita é espiritualistaExplicação: espiritualista é o contrário de materialista; ele crê que existe algo além da matéria. Mas nem todo espiritualista é espíritaExplicação: nem todo aquele que crê que existe algo além da matéria pode se dizer espírita. É preciso que ele, além de crer que haja algo além da matéria, certifique-se dos seus princípios fundamentais. Sem isso, será apenas um espiritualista tal qual o budista, o católico, o protestante etc.

Estudemos os temas espíritas com a devida profundidade. Somente assim formaremos uma ideia mais clara dos seus princípios fundamentais.





Anjos e Demônios

Anjo. Ser espiritual que exerce o ofício de mensageiro entre Deus e os homens. Desperta a ideia da perfeição moral. Frequentemente aplicada a todos os seres, bons e maus, que não pertencem à Humanidade. Demônio.  Na Antiguidade, era gênio inspirador, bom ou mal, que presidia o caráter e o destino de cada indivíduo. Nas religiões judaicas e cristãs, anjo mau que, tendo-se rebelado contra Deus, foi precipitado no Inferno e procura a perdição da humanidade. Ainda: gênio ou representação do mal; espírito maligno, espírito das trevas, Lúcifer, Satanás, Diabo. 

Na Antiguidade, o demônio era usado para designar os espíritos dos falecidos. Os filósofos gregos o elevou à esfera do divino, por isso o daimon socrático. O termo "demônio" não é citado no Antigo Testamento, onde só aparece, nos últimos livros. Com a vinda dos romanos, o Daimon grego passa a ser o Diabolus romano. Na Baixa Idade Média, o Diabolus romano ganha força. Como o Diabolus romano era um "espírito mau", passou a designar o espírito mau hebraico, Satã. Para explicar a sua presença como tentador do mundo, os padres da Igreja recorreram à lenda da revolta do anjo Azazel, dos Livros de Enoque, que eram apócrifos. (Sampaio, 1976)

A hierarquia celeste é constituída por nove ordens de anjos agrupados em disposições ternárias. A primeira é a dos Serafins, dos Querubins e dos Tronos; a segunda é a das Dominações, das Virtudes e das Potestades; a terceira, a dos Principados, dos Arcanjos e dos Anjos. Essa doutrina foi aceita por S. Tomás e adotada por Dante no Paraíso. (Abbagnano, 1970) 

Na Idade Média surge a Demonologia, ciência dos demônios, cujo objetivo era fazer um tratado sobre os demônios. Lúcifer-Satã-Diabo-Demônio, ao cair, levou muitos consigo. 19 anjos principais e uns 200 liderados que teriam “caído”. A 1.ª medida da demonologia foi o recenseamento do Inferno, no sentido de estabelecer o número de demônios que ali habitavam. Foram contados 7.045.926 demônios. Havia também movimentos políticos no inferno. Satã, o diabo grosseiro, da luxúria e da gula, dos defeitos capitais dá um golpe de estado, depondo lúcifer do comando. (Sampaio, 1976)

Este tema "Anjos e Demônios" encontra-se nas perguntas 128 a 131 de O Livro dos Espíritos, do qual extraímos as seguintes notas:

"A palavra anjo desperta geralmente a ideia da perfeição moral; não obstante, é freqüentemente aplicada a todos os seres, bons e maus, que não pertencem à Humanidade. Diz-se: o bom e o mau anjo; o anjo da luz e o anjo das trevas; e nesse caso ele é sinônimo de Espírito ou de gênio. Tomamo-lo aqui na sua boa significação".

Os anjos percorrem todos os graus. " Mas, como já dissemos: uns aceitaram a sua missão sem murmurar e chegaram mais depressa; outros empregaram maior ou menor tempo para chegar à perfeição".

"Se houvesse demônios, eles seriam obra de Deus. E Deus seria justo e bom, criando seres infelizes, eternamente voltados ao mal?"

"A palavra demônio não implica a ideia de Espírito mau, a não ser na sua acepção moderna, porque o termo grego daimon, de que ele deriva, significa gênio, inteligência, e se aplicou aos seres incorpóreos, bons ou maus, sem distinção." Seria mais prudente ligar a palavra "demônio aos Espíritos impuros. 

Os anjos e os demônios significam respectivamente os bons e os maus Espíritos. Eles estão sempre ao nosso derredor. Saibamos elevar os nossos pensamentos por meio da prece e da prática da caridade para que os bons venham ao nosso encontro e os maus sejam rechaçados.

Fonte de Consulta

ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1970.

KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed. São Paulo: Feesp, 1995.

SAMPAIO, Fernando G. A História do Demônio: da Antiguidade aos nossos Dias. Porto Alegre: Garatuja, 1976.