23 setembro 2015

Transtornos Mentais

Não importa a definição de transtornos mentais: o que está em jogo é a angústia para a pessoa e as pessoas que estão ao seu derredor.

Transtornar é modificar a ordem, atrapalhar. Transtorno é a situação que causa incômodo a outrem; contratempo, contrariedade. Transtornos mentais são síndromes ou padrões comportamentais ou psicológicos clinicamente importantes, que ocorrem num indivíduo e que estão associados a sofrimento, morte, doença etc.

Os transtornos mentais têm a sua história. Uma das primeiras teorias supunha que a pessoa afetada estava possuída por espíritos maus. Para lidar com o problema usavam diversas estratégias, como por exemplo, fazer furos no crânio do indivíduo para expulsar os demônios. Na Idade Média, concebeu-se os transtornos mentais como doença física (em função da paralisia). Com Freud e seus seguidores, na época moderna, os transtornos mentais resultam das experiências da infância do sujeito. Outros acham que o transtorno é fruto de aprendizagem mal-adaptativa.

Dentre os vários tópicos relacionados com este assunto, citemos: 1) A psicopatologia que tem a incumbência de estudar um comportamento anormal; 2) transtorno bipolar - caracterizado pela alternância de estados maníacos e depressivos; 3) a esquizofrenia - conjunto de psicoses endógenas; 4) maníaco - que ou aquele que revela sintomas de mania.

No estudo dos transtornos mentais, a esquizofrenia é a mais séria. As pessoas com esse transtorno sofrem perturbações em todos os aspectos da vida, incluindo seu pensamento, suas emoções e seus relacionamentos sociais. A sintomatologia é variada como delírios persecutórios e alucinações. O transtorno obsessivo-compulsivo não fica atrás. São as situações extremas dos pensamentos indesejados e inoportunos pelas quais as pessoas passam e não têm condições de administrar sozinhas esse mal-estar.

Os médicos espíritas, baseados nos fundamentos da Doutrina Espírita, enveredam por um caminho diferente do da medicina convencional. Para Andrei Moreira, presidente da Associação Mineira de Médicos Espíritas, o "transtorno mental é um resquício do passado". Para os médicos espíritas, a depressão atinge aqueles espíritos rebeldes, que não estão satisfeitos com a vida que Deus lhes deu.

Em se tratando de um Centro Espírita, parece-nos importante separar o problema estritamente físico e psicológico das influências espirituais - obsessão, subjugação. O atendente do Centro Espírita deve enfatizar que a assistência espiritual (passes) não dispensa o tratamento médico. 

Fonte de Consulta

GLEITMAN, H., REISBERG, D. e GROSS, J. Psicologia. Tradução de Ronaldo Cataldo Costa. 7.ed., Porto Alegre: Artmed, 2009

O Livro da Psicologia. Tradução Clara M. Hermeto e Ana Luisa Martins. São Paulo: Globo, 2012. 

http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2013/08/26/noticia_saudeplena,145090/transtornos-mentais-podem-ser-reflexo-de-vidas-passadas.shtml (em 23/09/2015)


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Transtornos Mentais na Infância e na Adolescência é o título do livro de Walter Oliveira Alves, de 2018, editado pela Ide.

Algumas Notas

Ao lado dos aspectos biológicos, neuropsicológicos, sociais, ambientais e dos mecanismos genéticos envolvidos nos transtornos mentais comuns na infância e na adolescência, lembra-nos, também, da contribuição da Doutrina Espírita, ou seja, da relevância do aspecto espiritual da vida para o enfrentamento dos problemas mentais.

Na Parte I, trata do estudo das enfermidades da mente, do conhecimento de si mesmo, da reencarnação, da participação das emoções, da energia criadora, entre outros. Na Parte II, analisa os tipos de transtornos mentais, tais como, esquizofrenia, epilepsia, depressão, transtornos diversos, personalidade psicopata, entre outros. Ao final, discorre sobre evolução, cura e terapia da alma.

O livro começa citando os diversos estudiosos da enfermidade da mente humana. Eis alguns nomes: Philippe Pinel (1745-1826), Franz Anton Mesmer (1734-1815), William Cullen (1710-1790), Jean-Martin Charcot (1825-1893), Pierre Janet (1859-1947)... Freud, Adler, Jung...

Todos os temas são analisados segundo os princípios básico das psicologia espírita, princípios esses extraídos das obras de Allan Kardec e dos livros de André Luiz, psicografados por Francisco Cândido Xavier. Há, também, referência aos Espíritos Manoel Philomeno de Miranda e Joana de Ângelis, na psicografia de Divaldo Pereira Franco.

Para exemplificar, anotamos o caso de epilepsia, transcrito do livro No Mundo Maior e se encontra à página 102 deste livro do Sr. Alves.

“Na obra No Mundo Maior, de André Luiz, o Espírito Calderaro cita o caso de Marcelo que sofre de epilepsia, mas está alcançando melhoras consideráveis através da mudança interior, fruto do ambiente familiar dado à prece e ao estudo do Evangelho no Lar.

Calderaro localiza a causa da enfermidade em existências anteriores, quando o enfermo “exerceu enorme poder de que não soube usar em sentido construtivo”. “Portador de vários títulos honoríficos, muita vez o esqueceu, precipitando-se na vala comum dos caprichos criminosos. Impôs-se pelo absolutismo, e intensificou a lavra de espinhos que o dilacerariam mais tarde”.

Após sua desencarnação, os inimigos em massa o retiveram por longo tempo na regiões inferiores, seviciando-lhe a organização espiritual".

Em linhas gerais, este livro dá ênfase ao dístico da antiguidade: “conhece a ti mesmo”.

 

16 setembro 2015

Medo

"Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz." (Platão)

Medo vem do latim metu, medo, causador de cuidados, vocábulo que está também na raiz de médico, remédio, remediar, irremediável. O medo é um temor, surto violento, grande inquietação em presença de um perigo real ou imaginário. O medo difere da angústia. No medo, o fenômeno psicológico ameaçador do perigo é identificável; na angústia, não. 

O medo pode ser visto tanto pela psicologia quanto pela filosofia entre tantos outros aspectos. Na psicologia, o medo é definido como uma perturbação angustiosa causada pela presença ou perspectiva de uma situação em que se arrisca a segurança presente ou futura. Na filosofia, é uma forte emoção que inibe um filosofar original. Segundo Bunge, alguns filósofos esposaram o irracionalismo por medo da ciência, o nominalismo por medo do idealismo, o idealismo por medo da religião e do marxismo.

Hoje, o medo está presente em muitos aspectos de nossa vida. Há o medo de perder o emprego, de envelhecer, de ficar doente, de ser assaltado em plena luz do dia. Em termos mais globais, talvez o terrorismo seja um dos maiores medos da humanidade. Por quê? Porque os terroristas já não alvejam somente os seus inimigos políticos, mas também os inocentes, como aconteceu no dia 11 de setembro 2001, no ataque às torres gêmeas nos Estados Unidos da América. 

A mente e a imaginação têm grande influência na concretização do medo. O poder da imaginação é sem limite: basta alguém nos relatar uma doença e já a sentimos em nossa própria pele. O pensador Emile Coué costumava dizer que andamos tranquilamente sobre uma prancha no chão. Basta pô-la no alto para o medo surgir imediatamente. A busca de segurança e o hábito de fazer comparações também enfraquecem a nossa mente, dando origem ao aparecimento do medo. 

Jesus disse: "Não temas, crê". Qual o alcance desta frase? A fé na Divina Providência enche-nos de força para enfrentarmos todas as dificuldades que se nos apresentarem. Lembremo-nos de que Deus deixa-nos sempre uma porta aberta à esperança, por pior que seja o problema. Além do mais, como nos ensina o Evangelho, Ele não coloca em nossos ombros um fardo mais pesado do que possamos carregar.

Diante de um medo, sigamos os exemplos do Mestre Jesus, que tudo sofreu para nos ensinar o caminho da salvação. Caso nos sintamos fracos para tal empreendimento, peçamos o auxílio dos benfeitores espirituais. Eles estão sempre prontos a nos ajudar. Lembremo-nos de que "aqueles que tiverem medo de ser confessar discípulos da verdade não são dignos de serem admitidos no reino da verdade". 



02 setembro 2015

Eutanásia

Eutanásia. Do grego "eu" (bom) e "thanatos" (morte) significa, literalmente, "boa morte". Pode-se dizer que é a morte suave, sem sofrimento. A eutanásia é aplicada aos portadores de doença incurável, aos recém-nascidos portadores de defeitos físicos irremediáveis. 

Há dois tipos de eutanásia: ativa (ou positiva) e passiva (ou negativa). É negativa quando se priva o doente dos medicamentos necessários à sua saúde. É positiva quando se dá remédio para apressar a morte do paciente. 

A eutanásia pode ser analisada em termos legais. Muitas tentativas já foram feitas para a sua legalização, mas até o presente momento nada de concreto foi realizado. Isto porque a vida do ser humano é um dom de Deus e o ser humano não tem o direito de tirá-la ao seu bel prazer. Medicamente, não se justifica a eutanásia, pois quando um médico se forma ele presta o juramento de Hipócrates. Nesse caso, deve salvar e alongar o máximo possível a vida de um paciente. 

A moral cristã condena a eutanásia em função do 5.º Mandamento da Lei de Deus: "Não Matar". Além disso, aventa-se o seguinte: a dor e o sofrimento têm função regeneradora, pois o paciente pode fazer uma reflexão sobre sua conduta até o presente momento. Sem isso, talvez não teria surgido a necessidade de tal meditação. 

O Espiritismo também dá a sua contribuição: segundo orientações dos Espíritos de luz, um átimo de segundo no mundo da carne equivale a muitos anos de recompensa no mundo dos Espíritos, pois nesse exato momento o indivíduo pode sentir um profundo remorso e arrepender-se do tenha feito de errado, transformando-se no homem novo pregado no Evangelho. 

Não temos condições de perscrutar a intimidade de Deus. Assim, os médicos devem aliviar a dor do paciente, mas nunca tirar a sua vida.