20 abril 2016

Caridade Material e Caridade Moral

A palavra "caridade", tal como "Evangelho", de tanto ser repetida acaba perdendo o seu sentido original, o seu sentido real. Caridade vem do latim caritas (amor). Para resgatar o seu sentido essencial, ela identifica-se com o amor, mas o amor sem ambiguidade, ou seja, o amor "doação" ensinado pelo mestre Jesus.

“A Caridade Material e a Caridade Moral” diz respeito às instruções dos Espíritos, que estão catalogadas no capítulo XIII de O Evangelho Segundo o Espiritismo, cujo título é: “Que a vossa Mão Esquerda não Saiba o que Dá a vossa Mão Direita”. Os outros subtítulos desse capítulo são: Fazer o bem sem ostentação, Os infortúnios ocultos, O óbolo da viúva, Convidar os pobres e os estropiados, A beneficência, A piedade, Os órfãos, Benefícios pagos com ingratidão e Beneficência exclusiva.

Os esclarecimentos dos Espíritos sobre o tema se dão através de duas instruções: 

Instrução 1

Começa com a máxima: “Amemo-nos uns aos outros e façamos a outrem o que queríamos que nos fosse feito.”

Quem se basear nessa regra áurea estará agindo na busca de sua perfeição.

Chama a atenção dos ricos para darem que serão recompensados.

Esse infeliz que repelis pode ter sido um filho, um pai... em outras vidas.

Caridade moral consiste em se suportar uns aos outros.

Há grande mérito calar para deixar o mais tolo falar.

Não anotar os erros dos outros não é humildade, mas caridade.

Esta não pode impedir a outra ou seja, a caridade material.

Irmã Rosália, Paris, 1860.

Instrução 2

Como posso fazer caridade se não possuo o necessário?

A caridade pode ser feita de muitas maneiras: por pensamentospalavras ações.

Em pensamentos — orando pelos pobres abandonados que morreram sem ter podido mesmo ver a luz;

Em palavras — dirigindo palavras de ânimo aos irritados pelo desespero, às crianças e aos velhos descrentes de Deus;

Em ações — doando nosso tempo, nossos recursos financeiros, nossa boa vontade para os nossos semelhantes.

Meus amigos, a cada regimento novo o general fornece uma bandeira; eu vos dou esta máxima do Cristo: “Amai-vos uns aos outros.” Praticai essa máxima; reuni-vos todos ao redor desse estandarte, e dele recebereis a felicidade e a consolação.

Um Espírito protetor, Lião, 1860.

Para que a caridade material tenha o seu fundamento cristão, convém não deixarmos que a moeda queime na mão daquele que a recebe.