26 junho 2022

Doyle, Arthur Conan

Arthur Conan Doyle (1859-1930) nasceu em Edimburgo, na Escócia, formou-se em medicina, porém se destacou como escritor de histórias policiais, sob o pseudônimo de Sherlock Holmes.

Era um admirador da lógica doutrinária do espiritismo, mas tinha dúvidas sobre a continuidade da vida, por isso dedicou-se ao estudo dos fatos mediúnicos. Tornou-se um palestrante e autor de livros, tais como, A nova revelação e História do espiritismo.

Entre escolher o título de nobreza que iria receber do Reino Unido da Grã-Bretanha por seus trabalhos e renunciar à sua crença para tal aquisição, preferiu honrar as ideias espíritas.

Foi em 1887, por meio de seu paciente, o general Drayson, que afirmava conversar com seu irmão desencarnado, que Conan Doyle teve o primeiro contato com o espiritismo. 

De acordo com Indalício H. Mendes, Conan Doyle admirava o espiritismo por sua elevação moral, por não ser religião sectária, não condenar as criaturas humanas ao castigo eterno... Que este ficara impressionado com as comunicações que os espíritos de soldados mortos na Guerra enviavam através de uma médium.

Em 1917, começou a fazer conferências espíritas, expondo e analisando os fenômenos psíquicos e nunca mais parou, mesmo sofrendo críticas dos inimigos da doutrina.

No prefácio do livro A história do espiritismo (FEB), Herculano Pires diz que Conan Doyle foi  “um dos maiores e mais lúcidos escritores espíritas dos últimos tempos, em todo o mundo, que revelou admirável compreensão do problema espírita em seu aspecto global, como ciência, filosofia e religião”.

Fonte de Consulta

https://correio.news/bau-de-memorias/a-logica-de-conan-doyle-a-servico-da-doutrina

 

 

 

 

08 junho 2022

No Mundo Maior (Livro)

“O conhecimento pode pouquíssimo, comparado com o muito que o amor pode sempre.”

O livro No Mundo Maior, ditado pelo Espírito André Luiz, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier é o V da coleção André Luiz. Tem seu copyright datado de 1947, pela Federação Espírita Brasileira (Casa-Mater do Espiritismo). Consta de uma apresentação do Espírito Emmanuel e mais 20 capítulos, entre os quais, “A Casa Mental”, “Estudando o Cérebro”, “Mediunidade”, “Psicose Afetiva”.

A missão do Espírito André Luiz, neste livro, é revelar os tesouros de que somos herdeiros felizes na Eternidade, riquezas imperecíveis, em cuja posse jamais entraremos sem a indispensável aquisição de Sabedoria e de Amor. Retrata o trabalho do instrutor Calderaro, no auxílio prestado a várias pessoas, tendo como seu aluno o Espírito André Luiz.

Escolhemos alguns tópicos para reflexão:

O instrutor Calderaro, no capítulo 1 — “Entre dois Planos”, esclarece-nos que em razão de o edifício da sociedade humana estar carcomida pelos apelos ao materialismo, "nossa comunidade de trabalho se dedica, essencialmente, à manutenção do equilíbrio", pois ninguém impõe a modificação mental das criaturas: é fruto de tempo, de esforço, de evolução.

Eusébio, no capítulo 2 — “A Preleção de Eusébio”, faz interessante advertência: A humanidade já consegue vencer a febre amarela, a varíola... "Existe, porém, uma nova ameaça: o profundo desequilíbrio, as moléstias da alma'. Ordena-nos, assim, enfrentarmos os osbstáculos, utilizando a vontade e a perseverança. “Somente os servos que trabalham gravam no tempo os marcos da evolução”. 

No capítulo 3 — “A Casa Mental”, há uma explicação sobre o cérebro como um castelo de três andares: "no primeiro situamos a residência de nossos impulsos automáticos, simbolizando o sumário vivo dos serviços realizados; no segundo localizamos o domicílio das conquistas atuais, onde se erguem e se consolidam as qualidades nobres que estamos edificando; no terceiro, temos a casa das noções superiores, indicando as eminências que nos cumpre atingir. Num deles moram o hábito e o automatismo; no outro residem o esforço e a vontade; e no último demoram o ideal e a meta superior a ser alcançada. Distribuímos, deste modo, nos três andares, o subconsciente, o consciente e o superconsciente. Como vemos, possuímos, em nós mesmos, o passado, o presente e o futuro".

No capítulo 4 — “Estudando o Cérebro”, há o seguinte: "a mente criminosa, assediada pela presença invariável da vítima, a perturbar-lhe a memória, passou a fixar-se na região intermediária do cérebro, porque a dor do remorso não lhe permitia fácil acesso à esfera superior do organismo perispirítico, onde os princípios mais nobres do ser erguem o santuário de manifestações da Consciência Divina".

No capítulo 7 — “Processo Redentor”, extraímos lições sobre o paralitico de nascença. "Há quase dois séculos, decretou a morte de muitos compatriotas numa insurreição civil. Valeu-se da desordem político-administrativa para vingar-se de desafetos pessoais, semeando ódio e ruínas. Viveu nas regiões inferiores, apartado da carne, inomináveis suplícios. Inúmeras vítimas já lhe perdoaram os crimes; muitas, contudo, seguiram-no, obstinadas, anos afora..."

No capítulo 9 — “Mediunidade”, Calderaro afirma que, mesmo havendo problemas com o animismo, este deve ser incentivado, pois daí surge a mediunidade genuína. "Moisés desempenhou sua tarefa, compelido pelas expressões fenomênicas que o cercavam. Com Jesus, o aspecto da mediunidade é diferente. Mantém-se o Mestre em permanente contato com o Pai, através da própria consciência".

...

Neste livro, vimos o empenho dos benfeitores do espaço em ajudar a criatura humana, independentemente de seu credo religioso. O que importa, para eles, é a salvação da alma, a condução desta ao bom caminho. Há até reuniões em que são convidadas pessoas que frequentam a Igreja católica, os templos do protestantismo, entre outras. 

Muitos casos são tratados durante o sono dos encarnados. Quando alguém não está atendendo às inspirações deles, durante a vigília, aproveitam o período de sono destas para acertar algumas arestas. Por exemplo, uma pessoa está prestes a cometer o suicídio. Eles fazem de tudo para impedir, mas não interferem no livre-arbítrio desta.

Após a leitura deste e de outros livros de André Luiz, parece-nos que devemos olhar com mais cuidado ao trabalho desempenhado por aqueles que estão desencarnados. O "morrer para descansar" não tem lógica. A vida, tanto material, quanto espiritual, é de trabalho ininterrupto para o progresso da alma. 



04 junho 2022

Ordem para o Estudo da Doutrina Espírita

Na apresentação de a Revista Espírita de 1858, a primeira a ser editada, num total de 12, traduzida do francês por Júlio Abreu Filho, e publicada pela EDICEL, há uma indicação da ordem desses estudos, reportando-se ao capítulo 3.º de O Livro dos Médiuns, constando a seguinte sequência: 1.º) O que é o Espiritismo?; 2.º) O Livro dos Espíritos; 3.º) O Livro dos Médiuns; e 4.º) a Revista Espírita.

Allan Kardec considera o primeiro livro como de simples introdução, os dois seguintes como fundamentais e a Revista Espírita como obra complementar, no sentido de completar os ensinamentos contidos em O Livro dos Espíritos e O Livro dos Médiuns.

Em Obras Póstumas, no capítulo X da Constituição do Espiritismo lemos: "Revista tem sido e não podia ser até hoje senão uma obra pessoal, visto que faz parte das nossas obras doutrinárias, servindo de anais do Espiritismo. É por ela que todos os nossos princípios são elaborados e sujeitos a estudo. Era pois necessário que conservasse o seu caráter individual para fundar a unidade".

Cópia a partir do capítulo III, de O Livro dos Médiuns

35. Para aqueles que desejarem adquirir esses conhecimentos preliminares através das nossas obras, aconselhamos a seguinte ordem:

1º) O QUE É O ESPIRITISMO: esta brochura, de apenas uma centena de páginas, apresenta uma exposição sumária dos princípios da Doutrina Espírita, uma visão geral que permite abranger o conjunto num quadro restrito. Em poucas palavras se percebe o seu objetivo e se pode julgar o seu alcance. Além disso, apresenta as principais perguntas ou objeções que as pessoas novatas costumam fazer. Essa primeira leitura, que exige pouco tempo, é uma introdução que facilita o estudo mais profundo.([10])

2º) O LIVRO DOS ESPÍRITOS: contém a doutrina completa ditada pelos Espíritos, com toda a sua Filosofia e todas as suas consequências morais. É o destino do homem desvelado, a iniciação ao conhecimento da natureza dos Espíritos e os mistérios da vida de além-túmulo. Lendo-o, compreende-se que o Espiritismo tem um objetivo sério e não é um passatempo frívolo.

3º) O LIVRO DOS MÉDIUNS: destinado a orientar na prática das manifestações, proporcionando o conhecimento dos meios mais apropriados de nos comunicarmos com os Espíritos. É um guia para os médiuns e para os evocadores e o complemento de O Livro dos Espíritos.

4º) A REVISTA ESPÍRITA: uma variada coletânea de fatos, de explicações teóricas e de trechos destacados que completam a exposição das duas obras precedentes, e que representa de alguma maneira a sua aplicação. Sua leitura pode ser feita ao mesmo tempo que a daquelas obras, mas será mais proveitosa e mais compreensível sobretudo após a de O Livro dos Espíritos.

Isso no que nos concerne. Mas os que desejam conhecer completamente uma ciência devem ler necessariamente tudo o que foi escrito a respeito, ou pelo menos o principal, não se limitando a um único autor. Devem mesmo ler os prós e os contras, as críticas e as apologias, iniciar-se nos diferentes sistemas a fim de poder julgar pela comparação. Neste particular, não indicamos nem criticamos nenhuma obra, pois não queremos influir em nada na opinião que se possa formar. Levando nossa pedra ao edifício, tomamos apenas o nosso lugar. Não nos cabe ser ao mesmo tempo juiz e parte e não temos a pretensão ridícula de ser o único a dispensar a luz. Cabe ao leitor separar o bom do mau, o verdadeiro do falso.([11])

Cabe aqui acrescentar os demais livros da codificação, ou seja, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno (ou a Justiça Divina Segundo o Espiritismo), A Gênese (Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo) e Obras Póstumas. (N. da E.)

[10] Apesar de já estarmos há mais de cem anos do lançamento desse pequeno livro, ele se conserva oportuno e até mesmo de leitura obrigatória para principiantes. E podemos acrescentar que mesmo os adeptos mais experimentados deviam relê-lo de vez em quando. (N. do T.)

[11] A conhecida modéstia de Kardec, bem demonstrada nestas palavras, leva algumas pessoas a não reconhecerem o valor fundamental da sua obra, que aliás não é apenas dele, mas principalmente dos Espíritos Superiores. Essa atitude, entretanto, reforça ainda mais a sua posição de Codificador, pois os verdadeiros missionários não se arrogam superioridade e os verdadeiros mestres querem, antes de mais nada, o desenvolvimento da compreensão própria e da capacidade de discernimento dos discípulos. (N. do T.)

 

Apóstolos, Os

"O grande desinteresse dos Apóstolos é a nota saliente dos Evangelhos."

“Os Apóstolos” é o título da lição exposta na Segunda Parte (Ensinos de Jesus) do Livro Parábolas e Ensinos de Jesus, de Cairbar Schutel. 

A fonte desse estudo encontra-se em: Mateus IV, 18-22, Mateus, X 1-4 e Lucas VI, 12-19.

Inicia este capítulo, enfatizando que a missão religiosa está fundamentada: 1) nos Apóstolos; 2) nos Profetas. Depois, diz que João Batista é o Maior Profeta, Jesus Cristo, o Maior Enviado, que constitui os Apóstolos, os quais dão cumprimento à Palavra do Cristo.

Missão de João Batista: Anunciar a vinda do Redentor.

Tarefa dos Apóstolos: Auxiliar o Cristo na sua divina missão.

Importância de Pedro: O Apóstolo Pedro, o mais amado dos discípulos de Jesus, era o orador oficial da turma. O que se nota em Pedro vê-se mais ou menos, mutatis mutandis, em todos eles; homens simples, rústicos, saídos da plebe, filhos do povo.

Extraindo notas apenas dos Evangelhos, vemos que Pedro nasceu em Betsaida, Galileia, e que era filho de um certo Jonas, acrescentando que o seu nome legítimo era Simão. Pedro vivia com sua mulher e sua sogra em Cafarnaum, na margem do Lago Genesaré, onde exercia a profissão de pescador, estendendo a sua ação de pesca no Mar da Galileia.

Resumindo: a Missão Apostólica é de conversão e de regeneração sob os ditames básicos do Amor, síntese da Doutrina do Cristo.



Cristianismo e Imortalidade

"Jesus se manifesta vivo aos homens, para que os homens compreendam que o túmulo não é o fim."

"Cristianismo e Imortalidade" é um tópico da Segunda Parte (Os Ensinos de Jesus) do livro Parábolas e Ensinos de Jesus, por Cairbar Schutel.

Sintetizando os relatos de Marcos XVI, 1-11, Mateus, XXVIII, 1-9, Lucas XXIV, 1-12 e João XX, 1-18 sobre a aparição de Jesus depois de sua morte, temos: Maria Madalena e outra Maria foram ao sepulcro. A pedra já estava removida. Havia um moço sentado, que lhes disse: Não vos atemorizais; buscai a Jesus Nazareno, que foi crucificado; ele ressurgiu, não está mais aqui.

Cairbar Schutel afirma que o Cristianismo é a Religião da Imortalidade. Por quê? Porque sem a imortalidade não se compreende a Missão de Jesus, não se pode absolutamente compreender seu pensamento íntimo. Acrescenta ainda que Jesus não fora conhecido apenas por suas palavras, mas pelos inúmeros exemplos e fatos que alicerçam a sua Doutrina.

Os relatos expostos nos quatro Evangelhos (Marcos, Mateus, Lucas e João) provam exuberantemente a imortalidade da alma. Daí, podemos expressar dois questionamentos relevantes: Que seria o Cristianismo sem as aparições de Jesus? Será possível que a incomparável Doutrina que ele fundou tivesse por epílogo a morte?

A imortalidade ilumina a questão do além-túmulo. De corações consternados, eis que as potestades superiores rasgam o véu da morte e aparecem a Madalena a lhe desvendar os mistérios da Vida do Além em sua pujança!


Religiões

“Religiões” é o título referente às perguntas 292 a 301 de o livro O Consolador, pelo Espírito Emmanuel

Religião é sentimento divino que clarifica o caminho das almas. Neste sentido, a Religião é sempre a face augusta e soberana da Verdade. Religiões, por outro lado, são as várias divisões que os homens fazem da fé, dando a entender que esta tem divisão. Razão da divisão: rebeldia. Com isso, procrastinaram a sua edificação nas lições renovadoras do Evangelho.

As religiões, na antiguidade, tinham por objetivo a preparação da vinda de Cristo. Destinavam-se a preparar o homem para receber e aceitar o Cordeiro de Deus, com a sua mensagem de amor perene e reforma espiritual definitiva.

Apesar dos erros humanos de seus expositores, as diversas seitas advindas do Cristianismo são todas as expressões religiosas do próprio Cristianismo e se identificam com o tronco comum. Mesmo com as  divergências, há um elemento comum: o “amai-vos uns aos outros”, base imortal de todos os ensinos de Jesus, continua na base de todas elas. Dentre as várias tarefas das religiões, a missão da Reforma foi a de desenterrar a “letra” dos Evangelhos.

O Espírito, ao reencarnar e optar por uma religião, depende sempre de seu estado íntimo, seja repousando nas ilusões do culto externo ou esforçando-se na apreensão dos princípios renovadores do espírito.

Quanto aos sacerdotes, devemos reconhecer que os méritos dos apóstolos não podem ser automaticamente transferidos aos sacerdotes degenerados pelos interesses políticos e financeiros de determinados grupos terrestres.

Sobre o batismo e o casamento, há uma advertência para a interpretação espírita e o modo de proceder. O batismo é a renúncia e o sacrifício, para a perfeita cristianização dos filhos. No casamento, deve santificar o enlace com o rigoroso desempenho de todos os seus deveres evangélicos.

O Espírito Emmanuel comenta, também, sobre a missa e os milagres. A missa nada mais é do que um ato exterior, mas respeitável, pelo seu mecanismo de relações superficiais da Terra. No caso das aparições e os milagres, diz que são  fenômenos psíquicos sobre os quais se edificaram as igrejas conhecidas, fatos esses que o Espiritismo veio a catalogar e esclarecer, na sua divina missão de Consolador.



Psiquiatria Espírita

“Onde todos andam de rastros, ninguém tem coragem de andar a pé.” (Ingenieros em El Hombre Medíocre)

“Psiquiatria Espírita” é o título do capítulo 7, do livro Ciência Espírita e suas Implicações Terapêuticas, do Prof. José Herculano Pires.

O formando de Medicina que resolve especializar-se em Psiquiatria tem a sensação de passar da realidade viva e concreta para o plano das abstrações e suposições. Ou seja, das experiências com as aulas objetivas de Anatomia, Fisiologia e Cirurgia, para as de ordem mental.

Para complementar esse pensamento, cita Descartes, que criticou a Teologia, porque esta não lhe oferecia a veracidade das coisas. Passaria, depois, a ensinar o que havia descoberto na experiência do mundo.

Mas qual é a principal dificuldade da Psiquiatria? Distinguir entre o Espírito e o corpo.

Joseph Banks Rhine, botânico estadunidense, fundador da investigação científica na Parapsicologia como um ramo da Psicologia, diz que a Psicologia deixara de existir desde o momento em que abandonara o seu objeto, que é a alma, para se dedicar ao estudo exclusivo do sujeito com o meio.

Não obstante as dificuldades de colocar a alma em suas investigações, alguns cientistas foram contra o status quo da ciência. O Prof. Wladimir Raikov, da Universidade de Moscou, dedicou-se, como psiquiatra, à pesquisa do que chamou de reencarnações sugestivas. Além disso, há pesquisas da Universidade de Kirov sobre o corpo bioplásmico.

Diante do complô materialista-religioso, que defende com unhas e dentes as posições dogmáticas, surge a Psiquiatria Espírita, e isso em função da falta de penetração mais profunda e eficaz no problema da alma e seu destino, ante as restrições do materialismo.

A Psiquiatria Espírita tem as suas vantagens: é uma disciplina rigorosamente científica, baseada em fatos e pesquisas mundiais de uma tradição bissecular. Nesse caso, quando se rejeita Kardec acabam por aceitar Rasputin (1).

A Psiquiatria Espírita combate os abusos da Psiquiatria, como aqueles em que o terapeuta fala que o tratamento é procurar um amante. Em se tratando das perversões sexuais, o Psiquiatra Espírita reconhece a legitimidade dos instintos inferiores, provenientes de sua origem animal. Emprega os meios racionais de indução da mente aos caminhos retos do controle sensorial.

(1) Rasputin foi uma das figuras mais enigmáticas na gestão do último imperador da dinastia Romanov. Exercendo uma forte influência sobre o czar Nicolau II e, principalmente sobre sua esposa, a czarina Alexandra Feodorovna, o místico mujique é apontado por alguns historiadores como o homem mais poderoso da Rússia nos últimos anos da dinastia.

O seu nome de nascimento (década de 1860) era Grigori Iefimovitch Novikh, e foi apelidado de Rasputin, possivelmente em decorrência de suas práticas sexuais na adolescência, já que o nome tem a mesma raiz que a palavra raspoutny, que significa depravação. Dentre suas práticas místicas incluíam-se a participação nas reuniões dos khlysty, membros de uma seita que unia religião e erotismo. Nos cultos realizados em igrejas abandonadas, homens e mulheres se entregavam a danças, com vestes transparentes, que acabavam quase sempre em transes e orgias.

A fama de assediar as mulheres acompanhou Rasputin durante toda sua vida, chegando a ser apontada como o motivo de aproximação com a czarina Alexandra. A afirmação não pode ser comprovada, mas a sua influência tem origem nas curas que realizou sobre Alexis, herdeiro de Nicolau II. Alexis era hemofílico, e as orientações de Rasputin para tratamentos distintos dos dados pelos médicos surtiam efeitos na melhora da criança. Tal situação proporcionou a ele grandes poderes políticos delegados pela czarina, chegando a assinar e transmitir petições de promoções e nomeações, além de, em alguns casos, nomear ministros.

A trajetória deste camponês pobre siberiano, que depois de ter afirmado ter visto a Virgem Maria no campo e iniciado uma peregrinação por mais de dez meses, passando por vários mosteiros, proporcionando um pequeno conhecimento da escrita e também de práticas rituais religiosas, causou forte oposição dos nobres da corte do czar, em decorrência do poder que exercia sobre a família real.

As ameaças de morte eram constantes e não tardou para que se colocassem em prática as intenções de acabar com Rasputin. Na noite de 29 para 30 de dezembro de 1916, o místico caiu em uma armadilha criada pelo príncipe Félix Iussupov, auxiliado pelo grão-duque Dimitri Pavlovitch, o deputado Purichkevitch, o tenente Sukhotin e o médico Lazovert. Em uma suposta festa na casa do príncipe, Rasputin sofreu algumas tentativas de envenenamento que não foram capazes de matá-lo, sendo os organizadores da ação homicida obrigados a alvejar de balas o mujique, e o jogar nas gélidas águas do Rio Neva, em São Petersburgo.

Dois dias depois encontraram o corpo mutilado e coberto de gelo, mas com as mãos erguidas, como se estivesse tentando se soltar das cordas que o amarravam. A autópsia do corpo indicou a presença de água no pulmão, que funcionou como um reforço à fama de místico, pois mesmo envenenado e alvejado, a causa de sua morte havia sido o afogamento e o frio.

Suas últimas conversas com Nicolau II apontava para o perigo de desmoronamento da monarquia russa com as consequências da participação na I Guerra Mundial, e das disputas pelo poder existentes na corte. Meses após sua morte, a dinastia dos Romanov foi derrubada na Rússia, iniciando a revolução que resultou na formação da URSSSeria isso um sinal de profecia ou de análise social por parte de Rasputin?

Por Tales Pinto em: https://www.historiadomundo.com.br/russa/rasputin-o-monge-louco-da-russia.htm 


02 junho 2022

Perigos das Religiões Primitivas

“Perigos das Religiões Primitivas” é o título do capítulo 11, do livro Ciência Espírita e suas Implicações Terapêuticas, do Prof. José Herculano Pires, e trata da mentalidade pré-lógica dos povos primitivos.  

Começa esse capítulo, afirmando que as práticas do Sincretismo Religioso Afro-Brasileiro correspondem à mentalidade primitiva dos povos selvagens. Para tanto, apoia-se em Durkheim, lembrando que esse pensador denominou-a de pré-lógica, anterior ao desenvolvimento da razão propriamente lógica. Assim, essa mentalidade mítica, idólatra, nascida da experiência empírica não controlada pelos processos racionais, é determinada por impressões de uma realidade fantástica.

Há uma distância muito grande entre o mundo da fantasia e o nosso mundo. Subentende-se, por comparação, a distância entre a selva e a civilização, entre a imaginação e a realidade. “O Sincretismo superpõe esses mundos contraditórios, misturando à força mundividências discrepantes e gerando desequilíbrios perigosos no comportamento do homem civilizado”.

A convivência dessas duas mundivivências perturba o desenvolvimento da Civilização e deforma o comportamento do homem racional. Observe o suicídio coletivo, por exemplo, ocorrido em algumas partes do mundo em que o comportamento racional foi esmagado.

O Espiritismo, que surgiu em meados do século passado, pode perfeitamente socorrer esses tipos de comportamentos pela afirmação da Razão sobre os resíduos mágicos do irracionalismo religioso dogmático.

O perigo desses credos, com os tóxicos do misticismo selvagem, reside na tentativa de deformar a pureza da Doutrina Espírita. Nesse caso, o papel do espírita convicto é fornecer o esclarecimento doutrinário, afastando dos terreiros de macumba os que julgam encontrar ali formas mais eficazes, porque mais fortes, de manifestações mediúnicas.

Rejeitemos o dogmatismo bárbaro e mantenhamos a integridade da Doutrina Espírita. Libertemo-nos do visco da matéria para que possamos nos erguer rumo à transcendência, virilizando o Espírito. Por fim, busquemos em Deus a força da graça que o mesmo concede aos homens de boa-vontade.



Ponte Iluminada

"Se o homem soubesse a extensão da vida além-túmulo tomaria outra conduta na vida."

Ponte Iluminada” é o subitem do Capítulo 7 — "Incidente em Viagem", do livro Voltei, pelo Irmão Jacob.

O grande recado aos espíritas: deveríamos ser menos palavrosos e mais cumpridores das lições que recebemos e transmitimos dos Espíritos.

A realidade além-túmulo: depois da sepultura, sabemos, com exatidão, que o reino do bem ou o domínio do mal moram dentro de nós mesmos.

Descrição da região do abismo: figuras sinistras da Mitologia ficam a dever à realidade apresentada.

Classificação dos sábios da espiritualidade: região de “império dos dragões do mal”.

Revelação dessas regiões: na carne, podemos maquiar o eu interior, mas a expressão real do ser, mostra-nos ainda qualidades menos dignas, muito próximas da impulsividade dos animais.

Advertência de Bezerra de Menezes sobre a ponte: pela bússola magnética assinalava o fenômeno, classificando-o como “inquietante média de pavor”. Os que ali estavam poderiam ameaçar os candidatos ao reino da luz. Competia-nos manter a harmonia.

Extensão da ponte: não puderam precisar a extensão da ponte. Mas a luminosidade deixou-os muito emotivos e agradecidos.

Temor que vagueava-lhe a alma: teria cumprido com todos os meus deveres? Se constrangido a comparecer ante um tribunal da vida superior, estaria habilitado e apresentar uma consciência limpa de culpa? Como seriam meus atos examinados? Bastaria a boa intenção para justificar as próprias faltas?

Consequências do grito: "Sou um assassino": o grito acordou os Espíritos do abismo. "— Vigiemos a ponte! Assassinos não passam, não passam!" Pareceu-me que maltas de feras preparavam-se para atacar-nos.

Recomendação de Bezerra de Menezes: cientificou-nos de que deveríamos olvidar os erros do pretérito e que um dos amigos, em vista de corresponder em demasia à lembrança do mal, impusera descontinuidade à nossa viagem.

O imperativo do esquecimento: a reminiscência sintoniza-nos com o pretérito, e o irmão realmente fora homicida, mas trabalhara em favor da sua regeneração há mais de trinta anos.

Sugestão de Bezerra de Menezes aos presentes: Necessitávamos reatar o “fio de ligação mental comum”, a fim de que a nossa capacidade volitante fosse mantida em alto padrão. De outro modo, a concentração em massa de entidades inferiores, ao pé da ponte, que se alonga sobre o abismo, talvez nos dificultasse a passagem.



Bezerra de Menezes

Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti (Riacho do Sangue, 29 de agosto de 1831 — Rio de Janeiro, 11 de abril de 1900) foi médico, militar, escritor, jornalista, político, filantropo e expoente da Doutrina Espírita. Conheceu as primeiras letras em 1838, passando depois por vários lugares até a sua vinda para o Rio de Janeiro, quando tinha 20 anos. Doutorou-se em 1856, pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Deixou-nos diversas obras publicadas: antes da conversão ao Espiritismo; depois da conversão. Exemplo: A Loucura sob Novo Prisma.

Casou-se com a Sra. Maria Cândida de Lacerda em 6 de novembro de 1858, que desencarnou no início de 1863, deixando-lhe um casal de filhos. Em 21 de janeiro de 1865, casou-se, em segunda núpcia, com Dona Cândida Augusta de Lacerda Machado, irmã materna de sua primeira esposa, com quem teve sete filhos.

Já em franca atividade médica, Bezerra de Menezes demonstrava o grande coração para com os menos favorecidos da fortuna, dedicando-lhes o carinho e o alto valor profissional. Por isso, a alcunha de "O Médico dos Pobres". Este fato mostra que mesmo antes de se tornar espírita, já era um verdadeiro cristão.

Digno de nota foi o seu contato com a Doutrina Espírita. Conta-se que recebe de Joaquim Travassos, seu amigo, um exemplar de O Livro dos Espíritos, e como cristão que era, não lhe fica difícil exclamar que era um "espírita de nascença", ou um "espírita inconsciente", pois tudo o que ali estava relatado lhe parecia familiar.

Há vários exemplos de vida de Bezerra de Menezes. Eis alguns deles: 1) convocado à política, renuncia o soldo militar; 2) como médico atendia a qualquer hora; 3) para quitar o aluguel da pensão em que morava, aceita o pagamento antecipado de uma aula de matemática (que detestava), e o aluno nunca apareceu.

A missão de Bezerra de Menezes foi a de aglutinar os grupos díspares em torno da causa espírita. Naquela época havia muitas divergências com relação ao termo Espiritismo: uns eram defensores do Espiritismo Puro, equidistante de "científicos" e "místicos".

No Mundo Espiritual, auxilia a divulgação do Evangelho de Jesus Cristo. No livro Voltei, ele é um guia para os recém-desencarnados.



01 junho 2022

Cinco Alternativas da Humanidade, As

As cinco alternativas da humanidade são: MATERIALISMO, PANTEÍSMO, DEÍSMO, DOGMATISMO E ESPIRITISMO.

Este capítulo, do livro Obras Póstumas de Allan Kardec, começa com a seguinte questão: Viveremos ou não depois da morte? E a resposta foi a de que interrogando o íntimo de cada ser humano, todos responderão: "viveremos". Mas, se a maioria crê, por que o materialismo se expandiu? Pelo temor da responsabilidade do futuro, muitos acham mais cômodo gozar do presente.

A Doutrina Materialista nos afirma que a inteligência é uma propriedade da matéria, que nasce e morre com o organismo. Daí, sendo apenas matéria, todos os gozos são factíveis, inclusive o suicídio. Além disso, o apego à matéria proporcionou o desenvolvimento da incredulidade na maior parte dos homens. Isso nos leva ao extremismo, um fenômeno psicológico determinado pelo imediatismo, pelo desejo de solução imediata dos problemas.

A Doutrina Panteísta nos afirma que o princípio inteligente, independente da matéria, está espalhado por todo o universo, mas individualiza-se em cada ser durante a vida, e volta, pela morte, à massa comum. Sem individualidade e sem consciência de si mesmo, o ser é como se não existisse. As consequências morais desta doutrina são exatamente as mesmas do materialismo.

A Doutrina Deísta está dividida em duas ordens: os deístas independentes e os deístas providenciais. Os deístas independentes creem em Deus e admitem todos os seus atributos como criador, mas acham que as leis, depois de estabelecidas devem funcionar por si sós, sem que o seu autor cuide delas. O deísta providencial, por outro lado, crê não somente na existência e no poder criador de Deus, como também em sua intervenção incessante na criação.

A Doutrina Dogmática nos afirma que a alma, independente da matéria, é criada para cada ser, mas sobrevive à morte e conserva a sua individualidade depois dela. O seu destino já está fixado. Deixa, por conseguinte, uma série de problemas sem solução, entre os quais: De onde vêm as disposições inatas? Qual o destino dos que morrem na infância? Qual o destino dos loucos e idiotas?

A Doutrina Espírita nos afirma que o princípio inteligente é independente da matéria. A alma individual preexiste e sobrevive ao corpo. O ponto de partida é o mesmo para todas as almas, sem exceção; todas são criadas simples e ignorantes e estão submetidas à lei do progresso indefinido. As almas evoluem em virtude do seu livre-arbítrio e na medida do seu trabalho e boa vontade. Para isso, há necessidade de várias encarnações.