05 março 2024

Potencializar o Crescimento do Outro

 “Convém que ele cresça e que eu diminua.” — (João, cap. 3, v. 30)

Centro Espírita deveria ser um celeiro de oportunidades para todos aqueles que o frequentam. Não há necessidade de que alguém monopolize as atividades. Treinar o outro para exercer a nossa função é um bem maior, pois estamos ajudando a potencializar o nosso irmão, passando o bastão que os nossos antecessores no colocaram nas mãos. 

Vejamos o exemplo de João. Tão logo aparece Jesus, considerado o Messias, abre-lhe espaço para o seu crescimento, permanecendo posteriormente, apenas como coadjuvante. Na revelação dada a Allan Kardec, tivemos também outros coadjuvantes, tais como: Léon Denis, que se concentraria no desdobramento filosófico; Gabriel Delanne, que apresentaria a estrada filosófica; Camille Flammarion, que nos descortinaria as paisagens celestes.  

Diz-se que, em relação à mediunidade, deveríamos trabalhar na meia idade e descansar na velhice. Que isso pode significar? À medida que avançamos na idade, devemos deixar alguns cargos e encargos, para que outros possam se desenvolver, se ampliar em criatividade e trabalho na seara do mestre Jesus.

Não seremos avaliados pela nossa narrativa, por sermos ou não famosos, se somos ou não detentores de riqueza. Ao deixarmos este mundo e nos dirigirmos ao além, ao mundo espiritual, uma só coisa importa: nossa consciência. E dependendo da sua pureza, podemos nos beneficiar da felicidade; ou da infelicidade, caso esteja tisnada. 

Observe o que acontece quando nos desfazemos de roupas velhas, de objetos que não temos mais uso, de redes sociais que roubam o nosso tempo. Não sentimos um ímpeto de liberdade, um insight para as coisas do Alto? Parece-nos que o nosso Espírito se elevou, deixou este miserável mundo e foi habitar um outro de mais graça, de mais harmonia, de mais luminosidade.  

Tenhamos em mente o seguinte: quanto menos possuímos, menos temos que cuidar. Por isso, é muito importante aprender a desaprenderDesaprender é jogar no lixo o que não nos serve mais; desaprender é saber dizer não; desaprender é fazer as mesmas coisas, mas de modo diferente; desaprender é pensar pela própria cabeça. O ser humano culto não é aquele que sabe o conteúdo de todos os livros, mas aquele que sabe se situar no meio deles. 

Quanto mais ajudarmos a potencializar o outro, mais estaremos potencializando a nós mesmos, tal qual o trecho evangélico que diz: "ao que muito foi dado muito será pedido".  Mas, aos que souberam aproveitar os ensinamentos, muito lhes será dado. 

 


30 janeiro 2024

Instrumentos do Tempo (Notas do Livro)

Esquece-te a ti mesmo pela paz dos outros e os outros te abençoarão com a paz, valorizando-te a vida. (Cap. 5)

Todo o engrandecimento de nossa vida começa na insignificância aparente de um minuto. (Cap. 5)

O Tempo, ao Comando Divino, marcha com regularidade, renovando e aperfeiçoando todas as criaturas e todas as coisas. (Cap. 5)

Descrucifiquemos o Divino Amigo que ainda permanece atado ao madeiro espinhoso de nossas incompreensões e negações e, tomando a abençoada cruz que realmente é nossa no desempenho dos nossos deveres de cada dia, alcançaremos felizes a luz de nossa própria ressurreição. (Cap. 8)

Não te condenes à estagnação no túmulo caiado da impiedade, trajada de frases brilhantes; não sentencia o conhecimento superior à morte na indiferença; não catalogues a convicção religiosa no museu dos dogmas e das inquirições infindáveis, onde o tempo te imobilizará, pouco a pouco, no sepulcro de frias e antigas desilusões. (Cap. 8)

Incomodados pelos espinhos ou pelas pedras da estrada, não nos esqueçamos de que sobre os obstáculos dessa natureza devemos cultivar as flores do amor e da consolação. (Cap. 18)

A palavra do Cristo se dirige àqueles que fizeram da dor um instrumento para a elevação de si mesmos, assim como o artista se vale da pedra, a fim de burilar a obra prima de estatuária. (Cap. 19)

Quem examina com atenção adquire conhecimento... Quem analisa, com imparcialidade, alcança a luz da justiça... Não nos conformemos à pura condição de ouvintes, diante das verdades eternas. (Cap. 20)

Algemas de ódio, cristalizando a treva em torno das almas... Algemas de egoísmo, enregelando corações... Algemas de vingança, estabelecendo perturbações e discórdia... (Cap. 21)

Cada espírito renasce no berço com as algemas que forjou para si mesmo no passado próximo ou remoto, a fim de realizar a caminhada regeneradora através de lutas e problemas edificantes até o túmulo, para que o túmulo seja preciosa emancipação. (Cap. 21)

Aprendamos a cultuar a misericórdia do silêncio, perante os erros do vizinho, ou da ação benfeitora, ajudando àqueles que nos desajudam, amparando aos que nos descompreendem e estendendo mãos amigas aos perturbados, aos tristes e aos indiferentes. (Cap. 28)

Instrumentos do Tempo. Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel.

 

 

 

18 janeiro 2024

Bilocação, por Ernesto Bozzano

O termo “bilocação” é utilizado para denominar o fenômeno supranormal em que um mesmo indivíduo aparece simultaneamente em dois lugares distintos. Na realidade, o que ocorre nesse fenômeno é a separação temporária, nos seres encarnados, entre o espírito e o seu corpo físico.

Nesta obra Ernesto Bozzano expõe, classifica e comenta os vários tipos de fenômenos de bilocação. O autor demonstra que o ser humano possui um corpo etéreo que pode, em certas circunstâncias, afastar-se do corpo físico e retornar após realizar alguma tarefa ou apenas ter feito um pequeno passeio.

O autor procura demonstrar que o fenômeno de bilocação é um dos mais propícios a evidenciar a independência da alma em relação ao corpo físico. Provado que o Espírito não está definitivamente preso ao organismo, fácil é compreender que esse espírito possa, no final da vida, desligar-se para sempre do seu envoltório carnal, para continuar a viver fora dele, nessa fase intérmina da existência, a que chamamos morte, mas que, na verdade, é simplesmente a continuação da vida e da evolução infinitas. 

Do ponto de vista do plano esquemático da presente classificação, observo que os fenômenos de “bilocação” (termo usado pelos teólogos e que sintetiza as manifestações multiformes ditas de “desdobramento fluídico”, correspondente às outras expressões de “corpo etéreo”, “corpo astral”, “perispírito”) podem subdividir-se em quatro categorias, apresentando uma importância teórica diversa:

• na primeira inscrevem-se os casos de “sensação de integridade” nos amputados e de “desdobramento” nos hemiplégicos, casos teoricamente muito mais importantes do que geralmente se supõe;

• na segunda categoria enquadram-se os casos em que o sujet percebe o seu próprio fantasma, mas conservando sua plena consciência;

• na terceira, os casos em que a consciência se acha transferida ao fantasma exteriorizado;

• enfim, na última, os casos em que o “duplo” de um vivo ou de um morto só é percebido por terceiros.

Esta é uma cópia do livro (https://www.espiritualidades.com.br/Artigos/B_autores/BOZZANO_Ernesto_Obras/BOZZANO_Ernesto_tit_Fenomenos_de_Bilocacao_Desdobramento.pdf)



06 janeiro 2024

O "Decálogo do Reino", Segundo J. H. Pires

1) Ao acordar pense no reino antes de pensar nas coisas terrenas. E ore. Peça ao jovem Carpinteiro que lhe dê forças para não se deixar fascinar pelos pequenos reinos dos homens e para amar a todos.

2) Antes de iniciar o seu dia, lembre-se e grave na sua mente que tudo o que você fizer deve ser feito em favor do reino, mesmo no seu trabalho e nas suas mínimas obrigações rotineiras.

3) Afaste do seu coração qualquer ressentimento contra quem quer que seja. Comece o dia com um sentimento de gratidão a Deus pela bênção da vida e pela bênção maior da compreensão do reino.

4) Faça ou renove o seu voto de humildade, prometendo a você mesmo não ceder ao orgulho, à vaidade, à cólera, à arrogância, à ambição, à prepotência, à violência, pois todas essas coisas conduzem aos reinos dos homens, desviando-nos do reino de Deus.

5) Prometa manter-se calmo e buscar a serenidade em todas as circunstâncias.

6) Tenha confiança na verdade. Só assim você não perderá a razão quando o injuriarem, caluniarem, disserem mentiras a seu respeito, pois compreenderá que só a verdade prevalece e que ela não necessita da força, da astúcia ou de qualquer manobra para se impor.

7) Busque a pureza: Todas as coisas são puras quando as encaramos com amor, compreensão e pureza. Não há atos impuros para o homem que mantém o seu coração puro. É nossa malícia que faz impuras as coisas de Deus. Evite sempre os excessos, que são provenientes do egoísmo, fonte da impureza.

8) Não se esqueça de que o pior dos homens é seu semelhante, seu irmão. Trate a todos com amor e justiça. Mas cuidado na Justiça, que o nosso egoísmo facilmente transforma em injustiça. E seja abundante no amor, em que somos sempre tão pobres e avaros.

9) Não roube; não aprove o roubo; não elogie o roubo; não queira possuir mais do que o necessário, porque para isso é preciso tirar dos outros e aumentar a miséria do mundo, em prejuízo da riqueza do reino; afaste-se da corrupção do século e dê o exemplo do amor e da justiça do reino.

10) Não se apresse nem se iluda, pois o reino não vem por sinais exteriores; precisamos construí-lo paciente e corajosamente no coração dos homens, pelo nosso exemplo. Amor, desapego e pureza são os instrumentos de construção do reino de Deus na Terra. Aprenda a trabalhar com esses instrumentos e você ajudará a construir o reino.  

Fonte de Consulta

PIRES, J. H. O Reino. Editora Paideia. 

31 dezembro 2023

Apostilas da Vida (Notas do Livro)

Cercado de aprendizes, falando ao ar livre dos parques ou dos campos, sempre nos fez lembrar os professores, quando se rodeiam de alunos ávidos de luz para a vida interior. Dessas aulas por ele ministradas, taquigrafamos muitas das quais retiramos algumas para oferecer-te este livro pleno de atualidade para o nosso próprio caminho.

Por serem aulas de compreensão e da bondade de um amigo, com a permissão dele mesmo, intitulamos este livro por “apostilas da vida”.


Ele não era conquistador e fundou o maior de todos os domínios, 

não era geógrafo e descortinou os sublimes continentes da imortalidade, 

não era legislador e iluminou os códigos do mundo, 

não era filósofo e resolveu os enigmas da alma, 

não era juiz e ensinou a justiça com misericórdia, 

não era teólogo e revelou a fé viva, 

não era sacerdote e fez o sermão inesquecível, 

não era diplomata e trouxe a fórmula da paz, 

não era médico e limpou leprosos, restaurou a visão dos cegos e levantou paralíticos do corpo e do espírito, 

não era cirurgião e extirpou a chaga da animalidade primitiva, 

não era sociólogo e estabeleceu a solidariedade humana, 

não era cientista e foi o sábio dos sábios, 

não era escritor e deixou ao Planeta o maior dos Livros, 

não era advogado e defendeu a causa da Humanidade inteira, 

não era engenheiro e traçou caminhos imperecíveis, 

não era economista e ensinou a distribuição dos bens da vida a cada um por suas obras, 

não era guerreiro e continua conquistando as almas há quase vinte séculos, 

não era químico e transformou a lama das paixões em ouro da espiritualidade superior, 

não era físico e edificou o equilíbrio da Terra, 

não era astrônomo e desvendou os mundos novos da imensidade, enriquecendo de luz o porvir humano, 

não era escultor e modelou corações, convertendo-os em poemas vivos de bondade e esperança.


O homem, na essência, é um espírito imortal, usando a vestimenta transitória da vida física.

A crosta do Mundo é o campo benemérito, onde cada um de nós realiza a sementeira do próprio destino.


A ciência é o serviço do raciocínio, erguendo a escola do conhecimento

A filosofia é o sistema de indagação que auxilia a pensar.

A religião, porém, é a bússola brilhante, indicando desde a Terra, o caminho da ascensão.


Fonte de Consulta

Xavier, F. C. Apostilas da Vida. Pelo Espírito André Luiz. Copyright 1986.

28 dezembro 2023

Nascer e Renascer

Tema: Cada dia é uma reencarnação simbólica.

Sêneca, filósofo estoico do começo da era cristã, já nos dizia que a consciência da transgressão é o primeiro passo para a salvação. Temos que nos flagrar cometendo o erro para que possamos corrigi-lo. Estejamos, assim, atentos no aperfeiçoamento que nos é necessário antes de tentar a ascensão à Espiritualidade Superior. Em tudo, há uma Contabilidade Divina. 

Tudo começa num único ponto. Observe o traçado de uma reta. Primeiro apontamos o lápis para o papel, depois tracejamos o tamanho da reta. O mesmo se dá conosco. Temos o minuto, a hora e o dia. Dependendo do modo como usamos o nosso tempo, teremos as consequências daquele determinado ato. usando-o bem, as consequências serão boas; usando-o mal, as consequências serão desastrosas. 

Diante de todo o mal presenciado no mundo, tais como, ditadura da toga, guerra entre nações, incômodos de terceiros, assassinatos etc., nada reclamar.  Ao contrário, agradeçamos o Amor Infinito de Deus que nos permite nascer e renascer, tantas vezes quantas se fizerem necessárias, à nossa evolução espiritual.

Lembretes úteis:

Façamos a nossa viagem em companhia do Amigo Celestial, com o coração elevado à Vontade Divina, que se resume no dever retamente cumprido e na consciência edificada no sumo bem.

A lâmpada acesa da lição divina nada mais é do que nossa atividade positiva nas mais variadas atividades do dia a dia.

Que o usufruto desta ou daquela promoção não nos comprometa a existência. Exercitemos, antes de tudo, o esquecimento de todo egoísmo e abnegação.

Quando o passado sombrio nos visita a existência, com sofrimentos e lágrimas, saibamos que, pela lei da reencarnação, eles são sempre úteis ao nosso progresso espiritual.

Toda educação pede renúncia e todo aprimoramento roga serviço.

Em vista disso, aproveitemos a dádiva desta encarnação, sem reclamações. Que todo minuto de contrariedade seja um fortalecimento de nosso Espírito imortal rumo à espiritualidade superior. 

Fonte de Consulta

XAVIER, Francisco Cândido. Nascer e Renascer, pelo Espírito Emmanuel.

13 dezembro 2023

Pouco

Notas extraídas de Fonte Viva e Caminho, Verdade e Vida, pelo Espírito Emmanuel

Problema: uma fração de segundo pode complicar-nos por muitos anos.

Atentemos para a brevidade de nossa existência frente a eternidade do Espírito imortal.

“Por um pouco” o administrador dirige o interesse do povo, “por um pouco” o servidor obedece na subalternidade, “por um pouco” o usuário retém o dinheiro, “por um pouco” o infeliz padece privações...

Hitler, Alexandre e Napoleão preferiram os prazeres do poder. Moisés não se deteve a gozar do clima faraônico. Paulo, depois de recobrar a sua visão, não descansou nenhum instante na pregação da boa nova do Cristo.

O pouco mostra-nos a importância dos detalhes. Moderação na alegria e conformação com a tristeza. Quantos são os que reparam a brevidade da vida?

Um pouco de fermento leveda a massa toda. Temos conosco milhares de pensamentos dos outros enquanto os outros absorvem a nossa atuação mental. 

A vida, pouco a pouco, plasma em torno de nós aquilo que desejamos.

Buscar, pouco a pouco, o que pertence a Jesus.

Jesus identificou a fraqueza de Simão Pedro. Todavia, pouco a pouco, instala no coração daquele discípulo a fortaleza espiritual que faria dele o sustentáculo do cristianismo nascente.

A guerra destrói num instante o que a civilização ergueu, pouco a pouco, com o suor de muitos trabalhadores.  

Enquanto o envoltório da carne se corrompe pouco a pouco, a alma imperdível se renova, de momento a momento, para a vida imortal

Eis agora, vós que dizeis amanhã.

A educação do mundo está olvidando, pouco a pouco, os antigos ensinamentos quanto à formação do caráter no lar; a coletividade, porém, será compelida a reajustar seus propósitos.

Muitos dizem eu creio, mas poucos podem declarar “estou transformado”.

Pouca gente conhece a importância da boa execução das coisas mínimas.

Os aprendizes sempre interessados em ensinar aos outros, esquecem, pouco a pouco, de aprender em proveito próprio.


 

Moisés

Missão: unir as tribos israelitas num verdadeiro povo pela fundação de uma religião nacional.

Ideia orientadora: Iavé será o Deus de Israel e Israel o povo de Iavé.

Moisés, cujo período de vida, corresponde a vários cálculos: 1391-1271 a.C.; 1571 a.C.; 1592 a.C.;  1725 a.C. O consenso acadêmico vê Moisés como uma figura lendária, embora mantendo a possibilidade de que uma figura semelhante a Moisés tenha existido.

Diz-nos a lenda bíblica que Israel necessitava de um novo líder. A situação dos judeus no Egito tornava-se cada vez mais difícil e insuportável. O último faraó e seus conselheiros viam com receio aumentar, dia a dia, a desobediência dos doze filhos de Jacob. Com a superpopulação o Faraó tomou a seguinte medida: as parteiras deveriam, a partir de então, matar toda criança de sexo masculino que nascesse de mulher hebreia. 

Diante disso, Josebel, a mãe, idealizou um plano para salvar seu filho. Colocou-o numa cesta; depois, deixou-o flutuando no rio. Ao nascer do sol, Maria viu a filha do Faraó, a formosa Bita, que o recolheu. — Este menino é filho de judeus — exclamou; — chamá-lo-ei de Moisés, porque foi "salvo das águas". 

A história de Israel que nos é contada na Bíblia pode ser analisada em termos de uma guerra. o povo encontrava-se escravizado no Egito e Deus suscitou Moisés para organizar uma saída que implicava inevitavelmente uma guerra. Depois da saída do Egito, Deus quis dar ao seu povo uma pátria, que também iria ser conquistada através de uma guerra, que agora deixa de ser defensiva para tornar-se ofensiva.

Questão 268 (de O Consolador) — Os dez mandamentos recebidos por Moisés no Sinai, base de toda justiça até hoje, no mundo, foram alterados pelas seitas religiosas? Resposta do Espírito Emmanuel: — "As seitas religiosas, de todos os tempos, pela influenciação de seus sacerdotes, procuram modificar os textos sagrados; todavia, apesar das alterações transitórias, os dez mandamentos, transmitidos à Terra por intermédio de Moisés, voltam sempre a ressurgir na sua pureza primitiva, como base de todo o direito no mundo, sustentáculo de todos os códigos da justiça terrestre".

O Espírito Emmanuel, no capítulo 42 “Por um pouco”, do livro Fonte Viva, diz-nos que Moisés preferiu servir ao povo na sua libertação do que gozar as suntuosidades da casa do Faraó.

 

11 dezembro 2023

Transição

O Espírito Emmanuel, nas questões 146 a 160 de O Consolador, trata de diferentes aspectos relacionados com a passagem desta para a outra vida. Fatalidade, mudanças inesperadas, o encontro de almas afins, as perturbações, as consequências da cremação, da morte acidental, entre outros. Eis um pequeno resumo. 

A fatalidade do instante da morte. Com exceção do suicídio, todos os casos de desencarnação são determinados previamente pelas forças espirituais que orientam a atividade do homem sobre a Terra.

Mudanças rápidas. Há apenas uma mudança de plano, do plano físico ao plano invisível.

Primeiros tempos. Como há apenas uma mudança de plano, a alma desencarnada procura as mesmas atividades que lhe eram afins quando encarnada.  

Companhia de entes queridos. Dependendo do seu estado evolutivo, pode encontrar as mesmas almas que lhes eram afins aqui neste mundo.

Perturbações dos espíritas. As perturbações além-túmulo não dependem de rótulo religioso. A consciência reta e o coração amante da verdade e do amor repelem qualquer tipo de perturbação.

Sofrimento com a cremação. Nas primeiras horas após o desencarne, os fluidos orgânicos ainda estão ligados ao Espírito. A sugestão de se esperar mais horas para a destruição das vísceras materiais é sumamente oportuna.

Morte violenta. Dada a surpresa do desenlace, muitos Espíritos ainda não se encontram devidamente preparados para enfrentar tal situação.

Perecimento antes da hora da morte. Procedendo de acordo a consciência bem formada, tudo o mais depende de Deus.

Suicídio. A grande surpresa é a de que a vida continua.

Medo da morte. Não se deve generalizar que é falta de evolução espiritual. Uma preparação diária para a morte pode diminuir o seu temor.

Comunicação com os encarnados. Depende do grau de evolução. Os mais preparados possivelmente queiram transmitir suas experiências aos que ficaram. A grande maioria, porém, não tem ideia sobre as comunicações mediúnicas. 

Audição dos desencarnados. Não basta querer, é preciso merecer.

O ser desencarna e deixa inimigos. É possível e quase geral que continue perseguindo o seu desafeto, dentro da situação de invisibilidade, em virtude do grau de evolução do Planeta Terra.

Velho Testamento

A palavra Testamento tem, na Bíblia, o significado de pacto, de aliança. O termo Bíblia provém do plural grego ta biblia (os livros), que, pelo menos a partir do século XII, é usada para significar o conjunto dos vários escritos do Antigo e do Novo Testamento. Novo Testamento nada mais é do que o conjunto de livros dos cristãos, ou história de Jesus Cristo. 

O Velho Testamento pode ser entendido da seguinte forma: conjunto dos livros dos judeus, ou história dos judeus até Jesus Cristo. Divide-se em três partes: 1.ª) Thora, ou Lei (compreendendo o Gênesis, o Êxodo, o Levítico, os Números e o Deuteronômio); 2.ª) Nebium, ou Profetas (compreendendo Josué, Juízes, Samuel, Reis etc.); 3.ª) Ketubrim, ou hagiógrafos (compreendendo os salmos e os livros históricos).

A visão do Espiritismo sobre a Bíblia. O Espiritismo entende que ela é constituída de Revelações Mediúnicas, entretecidas de narrativas, interpretações e inferências humanas, revelações estas que lhe estruturam os fundamentos religiosos e morais de forma progressiva.

No Velho Testamento, devemos ressaltar a missão de Moisés e os profetas. No monte, Moisés recebe de Deus a Lei — o Decálogo — "base de todo direito no mundo, sustentáculo de todos os códigos da justiça terrestre". Após a morte de Moisés, emerge o sincretismo pelo qual lhe adotam o sistema ritual, os sítios sagrados, os santuários, a organização sacerdotal. A função dos profetas é combater esse sincretismo nascente.

A relação entre o Velho Testamento, o Novo Testamento e o Espiritismo pode ser visto da seguinte maneira: no Velho Testamento, Moisés nos descortina a Lei de Deus; no Novo Testamento, Jesus explica-nos a lei do Amor; o Espiritismo nada mais é do que uma síntese dessa evolução, sendo, por isso, apontado como a terceira revelação divina. 

O Espírito Emmanuel, em O Consolador, diz-nos:

267 — Qual a posição do Velho Testamento no quadro de valores da educação religiosa do homem?

— No quadro de valores da educação religiosa, na civilização cristã, o Velho Testamento, apesar de suas expressões altamente simbólicas, poucas vezes acessíveis ao raciocínio comum, deve ser considerado como a pedra angular, ou como a fonte-máter da revelação divina.

268 — Os dez mandamentos recebidos por Moisés no Sinai, base de toda justiça até hoje, no mundo, foram alterados pelas seitas religiosas?

— As seitas religiosas, de todos os tempos, pela influenciação de seus sacerdotes, procuram modificar os textos sagrados; todavia, apesar das alterações transitórias, os dez mandamentos, transmitidos à Terra por intermédio de Moisés, voltam sempre a ressurgir na sua pureza primitiva, como base de todo o direito no mundo, sustentáculo de todos os códigos da justiça terrestre.

Compilaçãohttps://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/velho-testamento


08 dezembro 2023

Visível e Invisível

“As aparências enganam? O correto seria dizer que nós é que nos enganamos com as aparências.” 

O tema “Visível e invisível” faz-nos pensar na relação entre a opinião, o fato, a realidade e o mundo invisível ou mundo espiritual. Opinamos segundo as nossas limitações, mas a realidade cósmica é outra, e ainda não temos condições de abarcá-la na sua totalidade.  

Em termos econômicos e políticos, Frédéric Bastiat publicara um livro com o título “O que se vê e o que não se vê”. Eis um de seus pensamentos: "Na esfera econômica, um ato, um hábito, uma instituição, uma lei não geram somente um efeito, mas uma série de efeitos. Dentre esses, só o primeiro é imediato. Manifesta-se simultaneamente com a sua causa. É visível.  Os outros só aparecem depois e não são visíveis.  Podemo-nos dar por felizes se conseguirmos prevê-los." 

O que a mídia nos informa diariamente? Guerras, domínio, luta pelo poder, exploração do povo. Mas, o que está por trás disso? Qual o teor da invisibilidade? Quanto podemos captar disso? Observe que, diante de uma situação, onde não encontramos nenhuma solução, apelamos para a Providência Divina. Só Deus, o criador, tem possibilidade de reverter uma situação caótica.

Em termos da Doutrina Espírita, o acaso não existe. Assim sendo, se não conseguirmos encontrar a causa do sofrimento nesta existência, urge que a procuremos numa existência anterior. Para exemplificar, lembremo-nos:

Tragédia do Circo (capítulo 6 do livro Cartas e Crônicas): As pessoas que morreram queimadas foram as mesmas que atiravam os cristãos aos leões no começo da era cristã. É um exemplo vivo da justiça divina por meio da reencarnação. Não importa o tempo transcorrido; a lei tem que cumprir a sua tarefa, quer gostemos ou não.

Mar de Trigo (do livro Reencarnação e Vida, de Amália Domingo Soler): Duas pessoas "davam-lhes trigo estragado, que ao ser aproveitado pelas massas famélicas, provocou uma peste assoladora que causou inumeráveis vítimas... Como sucedeu aos dois ambiciosos açambarcadores de trigo que voltaram a este mundo em humilíssima posição e começaram pagando sua dívida morrendo afogados num mar de trigo como todo grão alimentício que negaram às multidões famintas, é justo que afoguem cem e cem vezes, pois não há dívida que não se pague nem prazo que não se cumpra".

Lembremo-nos, também, da instituição do movimento de troca entre o mundo visível e o invisível. "Cerradas as portas, para que as vibrações tumultuosas dos adversários gratuitos não perturbassem o coração dos que anelavam o convívio divino, eis que surge o Mestre muito amado, dilatando as esperanças de todos na vida eterna. Desde essa hora inolvidável, estava instituído o movimento de troca, entre o mundo visível e o invisível. A família cristã, em seus vários departamentos, jamais passaria sem o doce alimento de suas reuniões carinhosas e íntimas. Desde então, os discípulos se reuniriam, tanto nos cenáculos de Jerusalém, como nas catacumbas de Roma. E, nos tempos modernos, a essência mais profunda dessas assembleias é sempre a mesma, seja nas igrejas católicas, nos templos protestantes ou nos centros espíritas." (Capítulo 9 — "Reuniões cristãs", do livro Caminho, Verdade e Vida, pelo Espírito Emmanuel)

Desconfiemos sempre do que se nos apresenta aos olhos. Um pouco mais de raciocínio lógico e a ilusão momentânea se desfaz. 

 

07 dezembro 2023

Pureza Doutrinária

O tema “Pureza Doutrinária” é muito atual, pois faz-nos refletir sobre a maneira como estamos nos comportando diante dos princípios codificados por Allan Kardec, veiculados a partir de 1857, com o lançamento de O Livro dos Espíritos. Para tanto, buscamos alguns subsídios na obra Pureza Doutrinária, do Dr. Ary Lex, cuja primeira edição data de 1988.

O Dr. Ary Lex, grande estudioso do Espiritismo, foi um combatente contra os abusos e deturpações que se praticavam na época. Costumava dizer que ele partira primeiro, como uma espécie de arranca-toco. Outros viriam depois para dar continuidade.

Como as deturpações podem invadir uma religião? Uma das causas é o aumento do número de adeptos. Observe o que aconteceu com o cristianismo primitivo, que era puro, e no que se transformou quando foi admitido pelo poder temporal de Roma. O mesmo pode ocorrer com o Espiritismo, visto que a maioria que frequenta um Centro Espírita não vai para aprender a Doutrina Espírita, mas para resolver problemas pessoais. 

O Dr. Ary Lex elenca, neste livro, as deturpações orientais, Ramatis, falso parapsicólogos, entre outros. Quanto às deturpações orientais, temos: o problema da evolução no reino mineral, os elementais e o corpo astral. Quanto a Ramatis? Em muitos Centros Espíritas e Federações vendia-se mais Ramatis do que o total dos livros da Codificação! Diziam: "Kardec está superado, pois temos, agora, as novas revelações de Ramatis”. A respeito dos falsos parapsicólogos? Depois do avanço da Parapsicologia, surgiram também Clínicas que fazem tratamento pela Parapsicologia, algumas delas já processadas por exercício ilegal da medicina.

Em se tratando dos erros na prática mediúnica, extraímos do Capítulo VI — “Deturpações da Prática Mediúnica”, o seguinte:

a) uso de túnica branca pelo dirigente dos trabalhos;

b) abstinência de carne no dia das sessões;

c) proibição do estudo dos livros básicos da Doutrina, sob alegação de que o Guia é competente para tudo ensinar;

d) distribuição de preces impressas, para se evitarem desarranjos na vida, acidentes etc.;

e) realização de casamentos, batizados e crismas "espíritas";

f) promessas a espíritos, para se conseguirem favores;

g) médiuns de mãos dadas ou espalmadas sobre a mesa;

h) comunicação de dois ou mais espíritos ao mesmo tempo;

i) proibição de cruzarem as pernas;

j) cantos extravagantes, velas, defumações;

l) assistência obrigada a se conservar de olhos fechados;

m) obrigação de receber passes à entrada do recinto;

n) perguntas aos espíritos para satisfazerem a curiosidade.

As deturpações são como os cupins que, imperceptivelmente, vão corroendo, destruindo. Precisamos estar sempre atentos. Não podemos, em nome do Espiritismo, praticar atos totalmente condenados pela Doutrina. A Doutrina Espírita está assentada em princípios. O espírita deve ter consciência que não só descobriu uma verdade nova, mas assumiu o compromisso de segui-la. 

Fonte de Consulta

LEX, Dr. Ary.  Pureza Doutrinária. 1.ª Edição — julho de 1988