22 novembro 2022

Sobre a Preguiça

De acordo com o Dicionário de Ética de Stanley J. Grenz e Jay T. Smith, a preguiça é um vício — tanto na ética grega antiga quanto na ética cristã — caracterizado pela aversão ao esforço, pela indolência ou pela falta de entusiasmo. Foi classificada como um dos sete pecados capitais, ao lado da Soberba, Avareza, Luxúria, Inveja, Gula e Ira. 

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O Espírito Humberto de Campos (Irmão X), no capítulo 22 (“O Remédio à Preguiça”), do livro Reportagens de Além-Túmulo, psicografado por Francisco Cândido Xavier, relata a história de Januário Pedroso, preguiçoso nato.

Januário Pedroso era funcionário público, cuja tarefa era a de orientar o trabalho de pecuaristas e lavradores. Até conseguir essa posição, fez todos os esforços possíveis; depois, sob a égide de que funcionário público não faz nada, limitava-se a assinar o ponto, ficando o resto do tempo sentado em sua escrivaninha. O seu superior fez de tudo para tirá-lo da inércia. Mandou-o para o Norte, o Sul, o Oeste e o Leste do país. Mas nada disso foi suficiente para alterar-lhe o ânimo.

Desencarnou e ficou algum tempo nas trevas. Pediu auxílio aos mentores espirituais. Estes lhe disseram que “contra a preguiça, diligência”. Agora, porém, não estamos na esfera do Globo. Você está enfermo e precisa remédio. A senha há de ser diferente...

"— Como? — interrogou o infeliz, aterrado.

O magnânimo orientador dirigiu-lhe significativo olhar e perguntou:

— Que indicava você, na qualidade de servidor do campo, quando o fogo invadia a pastagem?

Pedroso, embora intrigado, respondeu:

— Aconselhava o contra fogo.

O generoso amigo esboçou um gesto de bondade tranquila e esclareceu:

— Tenho de partir do mesmo princípio. A ociosidade invadiu sua vida. Contra a sua preguiça devo receitar a imobilidade. Para que aprenda a estimar o trabalho e a criar o sublime desejo de movimentação no mundo, você renascerá paralítico".

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Para Libertar-nos

A preguiça conserva a cabeça desocupada e as mãos ociosas.

A cabeça desocupada e as mãos ociosas encontram a desordem.

A desordem cai no tempo sem disciplina.

O tempo sem disciplina vai para a invigilância.

A invigilância patrocina a conversação sem proveito.

A conversação sem proveito entretece as sombras da cegueira de espírito.

A cegueira de espírito promove o desequilíbrio.

O desequilíbrio atrai o orgulho.

O orgulho alimenta a vaidade.

A vaidade agrava a preguiça.

Como é fácil de perceber, a preguiça é suscetível de desencadear todos os males, qual a treva que é capaz de induzir a todos os erros.

Compreendamos, assim, que obsessão, loucura, pessimismo, delinquência ou enfermidade podem aparecer por autênticas fecundações da ociosidade intoxicando a mente e arruinando a vida.

E reconheçamos, de igual modo, que o primeiro passo para libertar-nos da inércia será sempre: trabalhar.

Emmanuel

Lição 21 do livro Passos da Vida, de Francisco Cândido Xavier, pelos Espíritos Diversos. 

...

O espírita deve ser "calmo, mas não tão sossegado que se afogue em preguiça". (Capítulo 7 de Opinião Espírita)

"Existe muita preguiça mascarada de dúvida, existindo até mesmo o médium cuja mediunidade todos reconhecem, prezam e valorizam, menos ele..." (Capítulo 17 de Opinião Espírita)

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O Preço da Preguiça

Havia um sábio que não poupava esforços para ensinar bons hábitos a seu povo. Frequentemente fazia coisas que pareciam estranhas e inúteis; mas tudo o que fazia era para ensinar o povo a ser trabalhador e cauteloso. Ele dizia:

— Nada de bom pode vir a uma nação cujo povo reclama e espera que outros resolvam seus problemas. Deus dá as coisas boas da vida a quem lida com os problemas por conta própria.

Uma noite, enquanto todos dormiam, ele pôs uma enorme pedra na estrada. Depois foi se esconder atrás de uma cerca e esperou para ver o que acontecia. Primeiro, veio um fazendeiro com uma carroça carregada de sementes que levava para moagem na usina.

— Quem já viu tamanho destino? — disse ele contrariado, enquanto desviava sua parelha e contornava a pedra — Por que esses preguiçosos não mandam retirar essa pedra da estrada? E continuou reclamando da inutilidade dos outros, mas sem ao menos tocar, ele próprio, na pedra.

Logo depois, um jovem soldado veio cantando pela estrada. Ele pensava na maravilhosa coragem que mostraria na guerra e não viu a pedra. Tropeçou nela e se estatelou no chão poeirento. Ergueu-se, sacudiu a poeira da roupa, pegou a espada e enfureceu-se com os preguiçosos que insensatamente haviam largado uma pedra imensa na estrada. Ele também se afastou, sem pensar uma única vez que ele próprio poderia retirar a pedra. Assim correu o dia. Todos que por ali passavam reclamavam e resmungavam por causa da pedra colocada na estrada, mas ninguém a tocava.

Finalmente, ao cair da noite, a filha do moleiro por lá passou. Era muito trabalhadeira e estava cansada, pois desde cedo andava ocupada no moinho. Mas disse a si mesma:

“Já está quase escurecendo, alguém pode tropeçar nesta pedra à noite e se ferir gravemente. Vou tirá-la do caminho.”

E tentou arrastar dali a pedra. Era muito pesada, mas a moça empurrou, empurrou, puxou e inclinou a pedra, até que conseguiu retirá-la do lugar. Para sua surpresa, encontrou uma caixa debaixo da pedra. Ergueu-a. Era pesada, pois estava cheia de alguma coisa. Havia na tampa os seguintes dizeres:

“Esta caixa pertence a quem retirar a pedra.”

Ela abriu a caixa e descobriu que estava cheia de ouro. A filha do moleiro foi para casa com o coração feliz. Quando o fazendeiro e o soldado e todos os outros ouviram o que havia ocorrido, juntaram-se em torno do local na estrada onde a pedra estava. Revolveram o pó da estrada com os pés, na esperança de encontrar um pedaço de ouro.

Então, o sábio disse:

— Meus amigos, com frequência encontramos obstáculos e fardos no caminho. Podemos reclamar em alto e bom som enquanto nos desviamos deles se assim preferirmos, ou podemos erguê-los e descobrir o que eles significam. A decepção é normalmente o preço da preguiça.

Rangel, Alexandre. As mais belas parábolas de todos os tempos. Belo Horizonte, MG: Editora Leitura, 2002.



20 novembro 2022

Enfermidades do Organismo Social

Senhor, tira-nos o véu do orgulho, da arrogância e da prepotência. Dê-nos, ao contrário, a humildade, a simplicidade e a sabedoria para bem influenciar os nossos irmãos de jornada.

O Espírito Emmanuel, na questão 55 do livro O Consolador, que trata da sociologia, diz-nos que a pobreza, a miséria, a guerra... são enfermidades do organismo social devido à situação de prova dos seus habitantes, e que esse status quo só se modificará com a iluminação espiritual de cada um de seus membros.

Se hoje, ainda estamos passando por diversos problemas de ordem social, tais como a guerra, e no Brasil, o império do poder judiciário sobre o poder legislativo e executivo, é porque o nosso mundo ainda não está suficientemente desenvolvido.

Nesse sentido, a guerra que devemos travar é para conosco mesmos, eliminando de nós o que poderia ser motivo de ódio e de rancor contra a classe dominante. Se já estivéssemos iluminados, estaríamos vibrando para os nossos governantes, para que pudessem tomar as melhores decisões, e estas fossem para o bem da população.  Desta forma, as preces proferidas nas manifestações públicas têm grande poder, pois elas são recolhidas pelas entidades do espaço e direcionadas aos mais necessitados.

Lembremo-nos de que não possuímos o poder; na realidade, somos usufrutuários dele. E, de acordo com a Doutrina Espírita, seremos cobrados pelo bom ou mau uso que dele fizermos.

Embora a situação pareça caótica, nada de desespero, pois se estivermos ligados aos bons Espíritos, estaremos recebendo inspirações para o bem, para o bom encaminhamento de quaisquer questões do momento. Sejamos, assim, aquele fósforo, aquela pequena vela, que dará o primeiro impulso para o clarão do Sol.

Quer queiramos quer não, todos temos que nos ajudar mutuamente. Observe um trabalho de desobsessão. Não é o auxílio a um irmão no mundo das sombras? E quem são esses Espíritos? Não seriam um desses que estamos odiando hoje? Um desses potentados do poder? Por que esperar que ele desencarne para auxiliar? Façamos hoje enquanto é tempo, pois amanhã o problema poderá se agravar ainda mais.

Por fim, não nos fixemos nas aparências do mundo material, mas reflitamos nas consequências e no trabalho que os Espíritos de luz terão para nos salvar das trevas da ignorância.

10 novembro 2022

Escândalo: Sentido Evangélico

“Sepulcros brancos por fora, mas cheios de podridão por dentro; vasos limpos por fora, mas sujos por dentro”.

Ideia central: destruir em nós todas as causas do escândalo.

Primeiramente, temos necessidade do choque externo, ou seja, da visibilidade dos nossos defeitos, cujo teor principal é a sua repercussão — afronta ao nosso orgulho  e não propriamente a ação. Em outras palavras, depois de sofrer o mal, buscar o remédio no bem.

Vivemos num planeta de expiações e provas. Este detalhe não pode ser menosprezado. Quer dizer, o mal ainda predomina sobre o bem. Nesse sentido, vivemos imersos num fluxo energético de baixo teor vibratório e, por isso mesmo, não deveríamos ficar tão exasperados pelos acontecimentos do dia-a-dia, principalmente pelas mentiras veiculadas pelos nossos meios de comunicação.

Lembremo-nos de que o mal moral é fruto da imperfeição humana. Para a real compreensão desse status quo, a ordem é refletir sobre os ensinamentos do mestre Jesus, o conquistador diferente que, em nenhum momento atacou o sistema politico da época, preferindo dar-nos o exemplo da cruz, sofrendo todo tipo de humilhação e imolação. Um fato localizado com repercussão mundial. 

O mal hoje é relativizado. O bandido é solto e querem prender o homem de bem. Isso não impede de que a verdade permaneça no fundo, ou seja, por mais que queiram encobri-la ela resplandece com toda a sua força, porque é da Lei do Progresso que o nosso mundo passará do estado de expiações e provas para o de regeneração, em que o bem predominará sobre o mal. Aqui ainda precisamos o mal para realçar o bem, mas nesses mundos isso não é mais necessário.

E como podemos perceber o mundo mais evoluído? Pela mediunidade. A nossa visão terrena abarca o mundo segundo as nossas limitações. Mas um Espírito amigo, que vive fora do corpo físico, pode nos trazer informações valiosas  sobres os mundos mais ditosos onde a presença do mal é irrisória. 

Fonte de Consulta

Capítulo VIII — "Bem-Aventurados os Puros de coração", item "Escândalos: Cortar a Mão", de O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec. 

 

09 novembro 2022

O Conquistador Diferente

Os conquistadores aparecem no mundo, desde as recuadas eras da selvageria primitiva. E, há muitos séculos, postados em soberbos carros de triunfo, exibem troféus sangrentos e abafam, com aplausos ruidosos, o cortejo de misérias e lagrimas que deixaram à distância. Sorridentes e felizes, aceitam as ovações do povo e distribuem graças e honrarias, cobertos de insígnias e incensados pelas frases lisonjeiras da multidão. Vasta fileira de escritores congrega-se-lhes em torno, exaltando-lhes as vitórias no campo de batalha. Poemas épicos e biografias romanceadas surgem no caminho, glorificando-lhes a personalidade que se eleva, perante os homens falíveis, à dourada galeria de semideuses.

Todavia, mais longe, na paisagem escura, onde choram os vencidos, permanecem as sementeiras de dor que aguardarão os improvisados heróis na passagem implacável do tempo. Muitas vezes, contudo, não chega, a conduzir para o túmulo as medalhas que lhes brilham no peito dominador, porque a própria vida humana se incumbe de esclarecê-los, através das sombras da derrota, dos espinhos da enfermidade e das amargas lições da morte.

Dario, filho de Histaspes, rei dos persas, após lixar o poderio dos seus exércitos, impôs terríveis sofrimentos à Índia, à Trácia e à Macedônia, conhecendo, em seguida, a amargura e a derrota, à frente dos gregos.

Alexandre Magno, por tantos motivos admirado na história do mundo, titulou-se generalíssimo dos helenos, em plena mocidade e, numa série de movimentos militares que o celebrizaram para sempre, infligiu inomináveis padecimentos aos lares gregos, egípcios e persas; todavia, apesar das glórias bélicas; com que desafiava cidades e guerreiros, fazendo-se acompanhar de incêndios e morticínios, rendeu-se à doença que lhe imobilizou os ossos em Babilônia.

Aníbal, o grande chefe cartaginês, espalhou o terror e a humilhação entre os romanos, em sucessivas ações heroicas-que lhe imortalizaram o nome, na crônica militar do Planeta; contudo, em seguida à bajulação dos aduladores e à falsa concepção de poder, foi vencido por Cipião, transformando-se num foragido sem esperança, suicidando-se, por fim, num terrível complexo de vaidade e loucura.

Júlio César, o famoso general que pretendia descender de Vênus e de Anquises, constitui um dos maiores expoentes do engenho humano; submeteu a Gália e desbaratou os adversários em combates brilhantes, governando Roma, na qualidade de magnífico triunfador; no entanto, quando mais se lhe dilatava a ambição, o punhal de Bruto, seu protegido e comensal, assassinou-o, sem comiseração, em pleno Senado.

Napoleão Bonaparte, o imperador dos franceses, depois de exercer no mundo uma influência de que raros homens puderam dispor na Terra, morre, melancolicamente, numa ilha apagada, ao longo da vastidão do mar.

Ainda hoje, os conquistadores modernos, depois dos aplausos de milhões de vozes, após a dominação em que se fazem sentir, magnânimos para os seus amigos e cruéis para os adversários, espalhando condecorações e sentenças condenatórias, caem ruidosamente dos pedestais de barro, convertendo-se em malfeitores comuns, a serem julgados pelas mesmas vozes que lhes cantavam louvores na véspera.

Todos eles, dominadores e tiranos, passam no mundo, entre as púrpuras do poder, a caminho dos mistérios do sofrimento e dos desencantos da morte. Em verdade, sempre deixam algum bem no campo das relações humanas, pelas novas estradas abertas e pelas utilidades da civilização, cujo aparecimento aceleram; todavia, o progresso amaldiçoa-lhes a personalidade, porque as lágrimas das mães, os soluços dos lares desertos, as aflições da orfandade, a destruição dos campos e o horror da natureza ultrajada, acompanham-nos, por toda parte, destacando-os com execráveis sinais.

Um só conquistador houve no mundo, diferente de todos pela singularidade de sua missão entre as criaturas. Não possuía legiões armadas, nem poderes políticos, nem mantos de gala. Nunca expediu ordens a soldados, nem traçou programas de dominação. Jamais humilhou e feriu. Cercou-se de cooperadores aos quais chamou "amigos". Dignificou a vida familiar, recolheu crianças desamparadas, libertou os oprimidos, consolou os tristes e sofredores, curou cegos e paralíticos. E, por fim, em compensação aos seus trabalhos, levado a efeito com humildade e amor, aceitou acusações para que ninguém as sofresse, submeteu-se à prisão para que outros não experimentassem a angústia do cárcere, conheceu o abandono dos que amava, separou-se dos seus, recebeu, sem revolta, ironias e bofetadas, carregou a cruz em que foi imolado e sua morte passou por ser a de um ladrão.

Mas, desde a última vitória no madeiro, tecida em perdão e misericórdia, consolidou o seu infinito poder sobre as almas, e, desde esse dia, Jesus Cristo, o conquistador diferente, começou a estender o seu divino império no mundo, prosseguindo no serviço sublime da edificação espiritual, no Oriente e no Ocidente, no Norte e no Sul, nas mais variadas regiões do Planeta, erguendo uma Terra aperfeiçoada e feliz, que continua a ser construída, em bases de amor e concórdia, fraternidade e justiça, acima da sombria animalidade do egoísmo e das ruínas geladas da morte.

"O Conquistador Diferente" é o título da mensagem do Espírito Irmão X, do livro Coletânea do Além, psicografado por Francisco Cândido Xavier. 

05 novembro 2022

Sínteses Doutrinárias: Notas de Livro

... A Ciência e a Filosofia são meios, o Evangelho é o fim.

Emmanuel

 

O discípulo do Senhor não é chamado tão-somente ao curso verbal.

Aprendizado e aplicação constituem a realização.

Não te prendas, desse modo, à indagação que perde o valor do tempo.

Pensa e age ao padrão de idealismo redentor que abraçaste.

Agostinho

 

Quem ama não discute.

Serve em silêncio, semeia o bem à distância da preocupação de recompensa e segue adiante.

Agostinho

 

... Se te encontras numa ocasião dessas, de espírito ilhado na solidão, recorda que as portas da alma unicamente se abrem de dentro para fora e busca a liberação de si mesmo.

Bezerra de Menezes

 

Eduquemos nos padrões de Jesus e o futuro será presidido pela realidade cristã.

André Luiz

 

A senda é longa.

A romagem solicita o esforço das horas incessantes.

Sigamos improvisando o bem, por onde passarmos.

André Luiz

 

Reveste-se a hora atual de nuvens ameaçadoras.

Não nos iludamos. O amor ilumina a justiça, mas a justiça é a base da Lei Misericordiosa.

O mundo atormentado atravessa angustioso período de aferição.

Irmanemo-nos, desse modo, em Jesus, para que a tormenta não nos colha de surpresa o coração.

Emmanuel

 

No esforço científico e na perquirição filosófica, o homem pode gastar indefinido tempo à procura das causas profundas do destino e do ser.

No Evangelho, porém, o coração e o cérebro despertam para o caminho da própria sublimação.

Dentro dele, não há lugar para ilações provisórias.

Resplandece a luz em todos os seus ângulos divinos, compelindo a criatura a humanizar-se para a união com o Pai Supremo.

Emmanuel

 

O Reino do Senhor começará no indivíduo ou jamais se estabelecerá na Terra, porque Deus visita o homem e educa-o através do próprio homem.

O processo de auto-aprimoramento, na sublimação do raciocínio e do sentimento transforma-nos em servos da Lei Soberana e Compassiva, constituindo, em nossa esfera de edificações presentes, o ministério maior.

Agostinho

 

Desnecessário será dizer que a gentileza para com os vizinhos, a visita ao doente, o socorro ao necessitado, o serviço extra, a carta que se dirige ao amigo distante, o amparo à natureza e todas as formas outras de atividades em que se nos expresse a doação de calor humano são veículos ideais para sairmos de nós à procura da própria renovação.

Emmanuel

 

 “Amemo-nos uns aos outros”, segundo a palavra do Mestre que nos reúne, sem desarmonia, sem discussões ruinosas, sem desinteligências destrutivas, sem perda de tempo nos comentários vagos e inoportunos, amparando-nos reciprocamente pelo trabalho, pela tolerância salvadora, pela fé viva e imperecível.

Bezerra de Menezes

 

... De bagatelas é constituída a hora do homem.

Todavia, sem que venhamos a executar os pequeninos deveres quais se fossem grandes, jamais alcançaremos as grandes realizações com a simplicidade que nos deve assinalar o caminho.

André Luiz

 

Acharás o que procuras.

Colherás o que semeias.

André Luiz

 

Responde ao mal com o bem.

Vinga-te das trevas, acendendo a verdadeira luz.

Emmanuel

 

Retribui a maldição com a bênção.

Responde à preguiça com o trabalho.

Emmanuel

 

Auxilia ao que te prejudica.

Ampara ao que te abandona.

Emmanuel

 

O Espiritismo que nos reúne os corações e as energias é iniciativa libertadora de consciências.

Nosso lema, ainda e sempre, é aquele novo mandamento do “amai-vos uns aos outros como eu vos amei.”

Emmanuel

 

... Sem trabalho e sem caridade, cada dia, cada hora, cada minuto da vida, não nos aprimoraremos no santuário que penetraremos à procura de aparo e consolação.

Claudino Dias

 

Ante o mundo moderno, em doloroso e acelerado processo de transição, procuremos em Cristo Jesus o clima de nossa reconstrução espiritual para a Vida Eterna.

Emmanuel

 

O Espiritismo Cristão é a porta de luz que se abre à humanidade.

Eurípedes Barsanulfo

 

Nossa tarefa é mais alta.

Propomo-nos a atender ao chamado do Mestre através de nossa própria renovação, para que a nossa existência se constitua em pregação viva do Evangelho.

Eurípedes Barsanulfo

 

Lembrai-vos dos companheiros dos tempos apostólicos.

Eles não morreram.

Ressurgem das catacumbas distantes para falar-nos da necessidade de servir aos propósitos do Senhor até o fim da edificação do Mundo Melhor.

Eurípedes Barsanulfo

 

... Lutas, conflitos, dificuldades, desafios de variada espécie nos convocam à divulgação da Doutrina de Amor e Luz, a cujo engrandecimento estamos convocados, cada qual de nós na posição em que se encontra.

Bezerra de Menezes

 

O próximo é o caminho e Jesus é a meta.

Sirvamos. Ajudemo-nos.

Tão-somente assim, ofereceremos substância às realizações espíritas cristãs, à maneira do material que monumentaliza esse ou aquele plano de construção.

Bezerra de Menezes

 

Construamos Doutrina em nós e em nossas próprias existências, dando conta dos encargos que o Senhor nos reservou, tomando a compreensão e a bondade por diretrizes de cada dia.

Bezerra de Menezes

 

Onde estiver a caridade, aí se encontra a presença de Deus.

Bezerra de Menezes

 

Mediunidade com Jesus é serviço aos semelhantes.

Desenvolver esse recurso é, sobretudo, aprender a servir.

Bezerra de Menezes

 

... Aqui, alguém fala em nome dos espíritos desencarnados; ali, um companheiro aplica energias curativas; além, um cooperador ensina o roteiro da verdade; acolá, outrem enxuga as lágrimas do próximo semeando consolações.

Bezerra de Menezes

 

... E nesse movimentação bendita de socorro e esclarecimento, não se reclama os títulos convencionais do mundo, quaisquer que sejam. Porque a mediunidade cristã, em si, não colide com nenhuma posição social, constituindo fonte do Céu a derramar benefícios na Terra, por intermédio dos corações de boa vontade.

Bezerra de Menezes

 

Quem desejar a verdadeira felicidade, há de improvisar a felicidade dos outros; quem procure a consolação, para encontrá-la, deverá reconfortar os mais desditosos da humana experiência.

Bezerra de Menezes

 

... Dar para receber. Auxiliar para ser amparado.

Esclarecer para conquistar a sabedoria e devotar-se ao bem do próximo para alcançar a bênção do amor.

Bezerra de Menezes

 

A estância física é uma estrada breve.

Aproveitemo-la, sempre que possível, na sementeira do Bem.

Bezerra de Menezes

 

 Extraído de: XAVIER, F. C. Sínteses Doutrinárias, pelos Espíritos Diversos.

03 novembro 2022

Teor Vibratório da População Terrena

A existência terrena é transitória. Antes de aqui estarmos, fazíamos parte do mundo espiritual e a ele voltaremos necessariamente. Cada um que está encarnado tem um padrão de pensamento alicerçado ao longo das várias encarnações. Há, assim, para todos os encarnados, a idade física e a idade espiritual.

Para entendermos o teor vibratório da população terráquea, lembremo-nos de que, segundo Allan Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, o Planeta Terra é classificado como sendo um mundo de expiações e provas, ou seja, o mal ainda sobrepuja o bem.

Esquecendo-nos desse pormenor, podemos incorrer em vários erros de análises, principalmente em relação à política. Vejamos: costumamos falar do bem, tentar praticar o bem, ouvir coisas do bem... Isso faz bem ao nosso equilíbrio psíquico e espiritual. Contudo, se o mal predomina sobre o bem, por que esperar que é o que pensamos que vai se realizar?

Precisamos refletir sobre a relação entre a parte e todo. O que é bom para a parte pode não ser bom para o todo. Nesse caso, cabe-nos mudar o parâmetro de análise. Embora falemos do bem e queiramos praticá-lo a todo custo, uma grande maioria ainda se deleita no mal. Não temos com fugir disso. 

Essa constatação fria não é para nos desanimar, mas, ao contrário, serve como incentivo ao nosso trabalho de nos iluminarmos e, consequentemente, ajudar a iluminar os outros, pois, quer queiramos ou não, somos um foco de luz para aqueles que nos rodeiam. 

Empenhando-nos nesse propósito, estaremos ajudando a nós mesmos e aos nossos irmãos de jornada, pois todos somos, indistintamente, filhos de Deus. 

01 novembro 2022

Perda de Pessoas Amadas e Mortes Prematuras

Este tema está inserido no capítulo V “Bem-Aventurados os Aflitos”, de O Evangelho Segundo o Espiritismo.  Os subtítulos são: justiça das aflições, causas atuais das aflições, causas anteriores das aflições, esquecimento do passado, entre outros. Refere-se às instruções dos Espíritos.  

Perda. No sentido da Doutrina Espírita, não perdemos o ente querido; despedimo-nos momentaneamente. A perda é física, não moral ou espiritual.

Todos os sofrimentos — misérias, decepções, dores físicas, perda de seres amados — encontram consolação em a fé no futuro. Os dizeres sobre a morte de alguém que não gostamos muito, como por exemplo, “já foi tarde”, “fiquei livre de tal pessoa” e “vai colher o que plantou” não caem bem no âmago da Doutrina Espírita, pois ela, além de consoladora, dá-nos a dimensão da justiça divina.  

As mortes prematuras fazem-nos refletir sobre a relação entre a idade física e a idade espiritual. Pensamos: Deus levou um jovem, mas deveria levar um velho. O jovem tem um futuro pela frente; o velho já viveu bastante, vai dar trabalho aos que ficam. E os desígnios de Deus? Como detectar a sua justiça?

O lado visível é claro: Deus levou uma pessoa em tenra idade. E o lado invisível? Como interpretar os designíos do Criador? Em tudo, Ele sabe melhor do que nós o que é importante. Vamos imaginar um jovem que se enveredou pelo crime e pelo vício. Sua partida precipitada pode diminuir a sua carga de débitos em seu passivo perispiritual.

A parte e o todo. Diz-se que aquilo que é bom para a parte pode não ser bom para o todo. Podemos também pensar o seguinte: aquilo que é ruim para a parte pode ser bom para o todo. Retirando do mundo um delinquente, o mundo como um todo terá necessariamente menos crimes cometidos. 

Digno de nota é a resignação com que os espíritas aceitam a desencarnação de seus entes queridos, familiares e amigos. Isso pode causar uma impressão profunda naqueles que não estão identificados com a consoladora Doutrina dos Espíritos. 

O espírita aceita a desencarnação como um imperativo biológico-espiritual próprio da existência humana. Sofre, como os demais, mas procura se esforçar, amparado na convicção doutrinária, refugiado no consolo evangélico, no sentido de aceitar, tanto quanto possível valorosamente, as separações. 

A justiça humana tem um limite; a divina, não. Cabe-nos tentar ampliar o nosso modo de pensar, a fim de penetrar cada vez mais na essência da Sabedoria Divina, que é a verdade.