17 agosto 2011

Vida e Morte

vida é o conjunto dos fenômenos de toda a espécie (particularmente de nutrição e de reprodução), que, para os seres que têm um grau de organização, se estende do nascimento (ou produção do germe) até a morte. A morte é a cessação da vida e manifesta-se pela extinção das atividades vitais: crescimento, assimilação e reprodução no domínio vegetativo; apetites sensoriais no domínio sensitivo.

Qual a essência da vida? A esta pergunta filosófica a Ciência só pode responder através de hipóteses: uma delas é a cadeia evolutiva do germe trazido de outros planetas. A Filosofia tenta penetrar no âmago da questão. Platão, em seu "Mito da Reminiscência das Ideias", informa-nos que a alma preexiste ao corpo. Ela, antes de encarnar, pertence ao mundo das essências - o “topus uranus”. Depois de sua passagem aqui na Terra voltaria ao lugar de origem.

A morte pode ser vista sob vários ângulos: 1.º) como ciclo de uma nova vida - tese de Platão: a alma, mesmo separada do corpo, continua a sua existência; 2.º) como fim do ciclo - tese existencialista: tudo acaba com a morte física; 3.º) como possibilidade existencial - a morte está presente em todos os instantes de nossa vida.

Segundo a Doutrina dos Espíritos, codificada por Allan Kardec, fazemos parte de uma única população, denominada espiritual. A diferença é que ora estamos encarnados e ora desencarnados. A morte é a mudança do estado de encarnado para o de desencarnado. Contudo, a essência inteligente é indestrutível e continua a existir além-túmulo. Perceber-se vivo é a grande surpresa daqueles que cometem suicídio.

As alternativas da humanidade com relação à vida futura variam de acordo com a concepção de vida adotada. Se materialistas, o nada aguarda-nos; se panteístas, a absorção no todo universal; se dogmáticos, a ida para o Céu ou para o Inferno. O Espiritismo fornece-nos uma expectativa racional: somos uma individualidade e continuaremos a sê-la, no mundo dos Espíritos. E lá estaremos, inexoravelmente, sujeitos à lei do progresso.

A vida e a morte fazem parte do processo evolutivo do ser. Encaremo-las de forma natural, a fim de vivermos intensamente os instantes de nossa existência terrena.

Compilaçãohttps://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/vida


 


Verdadeira Desgraça

Desgraça significa desdita, infortúnio, infelicidade, caso triste, lastimável. O tema – "A Verdadeira Desgraça" – foi extraído do item 24 do capítulo V de O Evangelho Segundo o Espiritismo, em que são tratados os problemas da aflição humana e suas consequências, tanto nesta como em outras existências.

Se existe a verdadeira desgraça haverá também a falsa. Sobre esta sentença, o Espírito Delphine de Girardin tece alguns comentários. Acha ele que os homens de uma maneira geral enganam-se acerca da infelicidade, pois a vêm no fogão sem lume, no credor ameaçador, no berço vazio do anjo que sorria, nas lágrimas, no féretro que se acompanha de cabeça descoberta e de coração partido, na angústia da traição, na nudez do orgulhoso que gostaria de se cobrir de púrpura etc. Eles se esquecem de que toda a ação humana deve ser vista pela sua consequência e não por ela em si mesma.

Geralmente, vemos a desgraça: 1) na miséria, que é um estado habitual de privação de bens supérfluos, de bens necessários à condição social e de bens necessários à vida; 2) nos furacões e terremotos; 3) nos atentados à vida. São as guerras, as investidas terroristas, o fundamentalismo belicoso. 

Os Espíritos superiores orientam-nos para que não olhemos os fatos em si mesmos, mas pelas suas consequências. Se a consequência for boa é porque o ato também o foi, embora no princípio não o pareça. Observe as tempestades que assolam as cidades e os campos. Enquanto elas estão se processando, estamos reclamando e nos rebelando contra a vontade divina. Depois que ela passa, verificamos que estamos respirando melhor, que houve um saneamento no planeta. Somente aí é que começamos ver o lado bom daquela destruição transitória. Se bom, teremos as recompensa do bem; se mal, as recompensas do mal.

Os Espíritos de luz afirmam que a verdadeira desgraça é a alegria, a fama, o prazer e a vã agitação. Como entender? É que essas ações fazem calar a consciência, roubando-nos o tempo que poderia estar sendo mais bem aproveitado no incremento de nossa evolução espiritual. A infelicidade é o ópio do esquecimento que reclamamos diariamente. É preciso, pois, olhar tudo de uma forma invertida, a fim de que possamos captar a verdade por detrás dos fatos.

Saibamos agradecer as injunções de nosso caminho. Se julgarmos que a nossa desgraça é maior que a dos nossos vizinhos, façamos um visita a um hospital, a uma prisão e veremos que a nossa dor não é tão grande quanto parece.


 

Três Reinos

Concebeu-se dividir a natureza em: 1) seres orgânicos e seres inorgânicos; 2) reino mineral, reino vegetal e reino animal; 3) reino mineral, reino vegetal, reino animal e reino hominal. Que subsídios a Doutrina Espírita oferece-nos para enfrentarmos esta questão? O capítulo XI do Livro Segundo de O Livro dos Espíritos, que trata dos três reinos, oferece-nos alguns ensinamentos bastante importantes.

De acordo com os pressupostos espíritas, Deus criou os Espíritos — simples e ignorantes —, com a determinação de se tornarem perfeitos. Assim, o progresso do Espírito é sempre compulsório: podemos estacionar por algum tempo, mas os acicates da vida nos impulsionarão para o desenvolvimento ulterior. 

Ainda que haja controvérsias, diz-se que o princípio inteligente ou mônada celeste estagia nesses reinos, começando no mineral e indo até o hominal, extraindo de cada um deles os subsídios necessários para a sua evolução. É por isso que tudo se encadeia na natureza, desde o átomo ao arcanjo. 

Reino Mineral. Allan Kardec escreve pouco sobre esse reino. Diz-nos que ele é constituído de matéria inerte, e não possui mais do que uma força mecânica. Os minerais não têm vitalidade e nem movimentos próprios, sendo formado apenas pela agregação da matéria. 

Reino Vegetal. As plantas, compostas de matéria inerte, são dotadas de vitalidade. Elas não pensam, não têm mais do que a vida orgânica. Podem ser afetadas por ações sobre a matéria, mas não têm percepções; por conseguinte, não têm a sensação de dor. 

Reino Animal. Os animais, constituídos de matéria inerte e dotados de vitalidade, têm uma espécie de inteligência instintiva, limitada, com a consciência de sua existência e de sua individualidade. 

Reino hominal. O homem, tendo tudo o que existe nas plantas e nos animais, domina todas as outras classes por uma inteligência especial, ilimitada, que lhe dá a consciência do seu futuro, a percepção das coisas extra materiais e o conhecimento de Deus.

Três reinos e o homem encerram todo o processo de evolução alcançado pelo desenvolvimento do princípio inteligente. O próximo passo é transformar-se no reino angélico, em que estaria livre de todas as influências da matéria.

 

 

Tédio e Espiritismo

tédio é um sentimento humano, um estado de falta de estímulo. Aborrecimento, fastio, nojo, desgosto. Ter muito ou pouco tempo pode ocasionar o tédio. De acordo com a Doutrina Espírita, o tédio é um insulto à fraternidade humana, porque a dor e a necessidade, a tristeza e a doença, a pobreza e a morte não se acham longe de ti.

Desde a Antiguidade até a Idade Média o termo correspondente ao tédio é acédia. Os pensadores cristãos do fim da Antiguidade e começo da Idade Média tinham o termo como indiferença e ociosidade. Esta concepção fez Heidegger dizer que o tédio é "a raiz de todos os males". Há, porém, uma diferença entre os termos acédia e tédio. O primeiro refere-se à alma, à moral; o segundo, ao estado psicológico.

Por que deveríamos considerar o tédio como um problema filosófico e não apenas psicológico, religioso e sociológico? O problema filosófico mostra uma certa desorientação, algo que não temos uma resposta de imediato. Observe que para Wittegenstein, um problema filosófico tem a forma: "Não sei por onde ir". Nesta mesma linha de pensamento, Martin Heidegger diz que "Um conhecimento não completo" transforma-se em um problema filosófico. O tédio se encaixa bem a essas observações, por isso pode ser considerado como uma das grandes questões de filosofia.

Kierkegaard descreveu o tédio como "a raiz de todo o mal". Rochefoucauld, referindo-se à corte francesa, disse: "Quase sempre somos entediados por pessoas para as quais nós mesmos somos entediantes". Para Pascal, "o homem sem Deus está condenado à diversão". Para Nietzsche, o tédio é "a 'desagradável calma' da alma" que precede os atos criativos, e enquanto os espíritos criativos o suportam, "natureza menores" fogem dele. No romance Lucinde (1799), no capítulo "O Idílio do Lazer", Friedrich Schlegel escreve: "Toda atividade vazia, agitada, não produz qualquer coisa senão tédio – o dos outros e o nosso".

Para nós, que somos adeptos do Espiritismo, o tédio deveria ser considerado uma espécie de alarme. Denota que algo não anda bem conosco. É possível que não estejamos praticando os princípios fundamentais da Doutrina Espírita. Talvez estejamos menosprezando as sábias instruções dos benfeitores espirituais. 

O Espírito François de Genève esclarece-nos que a vaga tristeza que o Espírito sente, quando está jungido a um corpo físico, é porque aspira à felicidade e à liberdade, a qual não encontra neste mundo. Consequentemente surge o desânimo, o cansaço, a descrença, gerando pensamentos sombrios e impelindo-nos ao tédio.

O espírito Emmanuel, em Vida e sexo, tece alguns comentários sobre a presença do tédio entre os casais. No relacionamento entre os casais, muitas arestas devem ser aparadas, pois cada qual, em sua posição, deve consertar erros do passado e preparar-se para um futuro mais promissor.

O tédio pode ser positivo e negativo. É positivo, quando esse sentimento nos leva a criar, a sair do nosso mundo interior e progredir. É negativo, quando nos faz abaixar a cabeça e chafurdarmo-nos em nossas desgraças.

 



Violência e Espiritismo

Violência vem do latim violentia, que significa violência, caráter violento ou bravio, força. O verbo violare significa trotar com violência, profanar, transgredir. O sociólogo H. L. Nieburg define a violência como "uma ação direta ou indireta, destinada a limitar, ferir ou destruir as pessoas ou os bens". O Oxford English Dicitonary define a violência como o "uso ilegítimo da força".

Há a violência manifesta e a violência oculta. O ato da criação narrado na Bíblia é um ato de violência, embora não seja um ato manifesto. Observe que Adão e Eva são expulsos do paraíso por desobedecerem a Lei de Deus; não houve, por parte do Criador, nenhum perdão. Além do mais, tanto Adão quanto Eva tiveram que provar o mal para conhecer o bem.

Segundo Krishnamurti, "a fonte da violência é o "eu", o "ego", que se expressa de muitos e vários modos — dividindo, lutando para tornar-se ou ser importante etc.; que se divide em "eu" e "não eu", em consciente e inconsciente; que se identifica, ou não, com a família, a comunidade etc. 

"Haveis aprendido o que foi dito aos Antigos: Vós não matareis, e todo aquele que matar merecerá ser condenado pelo julgamento. Mas eu vos digo que todo aquele que se encolerizar contra seu irmão merecerá ser condenado pelo julgamento; que aquele que disser a seu irmão Racca, merecerá ser condenado pelo conselho; e que aquele que lhe disser: Vós sois louco, merecerá ser condenado ao fogo do inferno".(Mateus, 21 e 22). Por essas máximas, Jesus faz da doçura, da moderação, da mansuetude, da afabilidade e da paciência uma lei: condena, por conseguinte, a violência, a cólera e mesmo toda expressão descortês com respeito ao semelhante. 

Saibamos ponderar os esforços para a erradicação da violência. Quem sabe não estamos nos violentando a pretexto de eliminar a violência que há dentro de nós?

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Notas de livros

Planeta Terra em Transição, de Izoldino Rezende de Moraes, pelo Espírito Ismael, copyright 2011

Duzentos anos antes de Jesus reencarnar na Terra, foram retirados da crosta terrestre mais de dois milhões de Espíritos, os quais foram magnetizados através do sono. Depois, a oportunidade de reencarnar na Terra.

Deus permite que o mal possa conviver com o bem, para que haja certo equilíbrio, e, aquele que segue o mal possa ter o exemplo do bem. Para que aqueles que estão seguindo o caminho do bem, vendo o mal e suas consequências, possam consolidar em si a bondade.

E ao assumirem o poder de liderança na área política ou no comando de exércitos, muitos se transformam em ditadores sanguinários. Utilizam de todo o potencial de sabedoria e de conhecimento intelectual no campo das invenções para construírem armas de grande poder de destruição.

E as Terras Brasileiras?

O país está em guerra. Ao observarmos melhor, veremos que o país está enfrentando um dos piores problemas da humanidade: a desagregação das famílias, o aumento do vício em entorpecentes, as drogas, a criminalidade, a corrupção está disseminada pela sociedade.

Nesse período de transição, todos os setores da sociedade estão sendo influenciados negativamente pelos espíritos vampirizadores. Os jovens, sem nenhuma orientação espiritual, estão sendo manipulados por eles, e através das pichações, dos jogos eletrônicos, desenhos animados e todas as formas e uma pseudo-arte incentivam a violência e a criminalidade. Fazendo total apologia ao uso de drogas, como saída libertadora de seus conflitos interiores, mas que na verdade, é escravidão que os leva para a total destruição de suas próprias vidas.

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Transição Planetária, de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda, copyright  2008. 

As grandes calamidades têm por finalidade convidar a criatura humana à reflexão em torno da transitoriedade da jornada carnal em relação à sua imortalidade.

Os problemas levantados: transtornos depressivos, drogadição, sexo desvairado, fugas psicológicas, crimes estarrecedores, desrespeito às leis e à ética, desconsideração pelos direitos humanos, animais e Natureza.

Os apóstolos da caridade do plano espiritual descem ao Planeta para ajudar nessa dolorosa transição.

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Amanhecer de uma Nova Era, de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda, copyright 2012. 

Pelo fato de haver o desrespeito à vida e aos princípios éticos e morais, em que autoridades insanas entregam-se à corrupção, enquanto os cidadãos comuns jazem na miséria de todo tipo, sem esperança nem alegria de viver, fugindo pelas armadilhas da depressão, do suicídio, das drogas ilícitas, surge a necessidade de uma programação de alto significado espiritual, mas sem modificar a Codificação Espírita. Torna-se urgente que providências sejam tomadas, a fim de que não ocorra o mesmo que sucedeu ao Cristianismo nascente.

 



Sede Perfeitos

Perfeição – de perfectio, designa o estado de um ser cujas virtualidades se encontram plenamente atualizadas ou realizadas. Em teologia, plena realização, sob o ponto de vista moral, consumação no bem que compete a cada um possuir e atuar. Assim: "Todo o homem é chamado à perfeição ou santidade". Sede – imperativo do verbo ser. Implica a ideia de ordem, de comando.

Deus, quando nos criou, criou-nos simples e ignorantes, ou seja, potencialmente perfeitos. Os Espíritos superiores, no início de nossa caminhada espiritual, guiaram os nossos passos como um pai segura as mãos de seu filho. Com o passar do tempo, eles nos deixaram entregues ao nosso livre-arbítrio, com a responsabilidade pelas ações realizadas. Assim sendo, em cada encarnação nós vamos atualizando a potência de perfeição que existe em cada um de nós.

Há, na natureza, uma lei de causalidade, que nos mostra uma relação de causa e efeito. A causa é ato anterior que tinha uma possibilidade de se atualizar. Para que a causa se atualize, ela precisa de fatores emergentes e de fatores predisponentes. Os fatores emergentes dizem respeito à ordem interna da causa; os fatores predisponentes, à ordem externa.

A frase "Sede perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito" mostra uma ordem, uma ordenação dada por Jesus a todos os habitantes do Planeta Terra, independente da seita ou da religião que professe. Pergunta-se: não sabia Jesus que somos fracos e imperfeitos? Como pode Ele dar essa ordem peremptória? Lógico que Ele sabia e sabe ainda, mas o problema é que fomos criados à imagem e semelhança de Deus. 

Diante desta verdade, devemos prestar contas ao Pai dentro do melhor nível de evolução que pudermos alcançar. O modelo para chegarmos ao Pai é Jesus, porque, dentre os encarnados, ele foi o Espírito mais evoluído que desceu neste Planeta. A sua missão foi a de nos mostrar o caminho da salvação. Qual o exemplo que nos deu? Sofreu perseguições, sarcasmos, blasfêmias e morreu na cruz. Tudo isso para nos ensinar que o reino de Deus está dentro de nós e que só o alcançaremos se seguirmos as suas pegadas.

O progresso material, pelas suas facilidades, tem nos distanciado de nós mesmos, de nossa interioridade. Convém, para o nosso próprio bem, que saibamos nos isolar do corre-corre e do diz-que-diz, a fim de acharmos tempo para o cultivo de nossa alma imortal.



Salvação da Alma

Salvação. Ser salvo é ser tirado dum perigo onde se corria risco de perecer. Na linguagem religiosa, salvação é a realização do destino eterno do homem na vista e posse de Deus. Salvar-se é libertar-se dos erros, das paixões insanas e da ignorância. Ensinar para o bem, através do pensamento, da palavra e do exemplo, é salvar.

A palavra "salvação" é um “termo técnico” que tem origem na tradição judeu-cristã e recebe aplicação geral. Religião de “salvação” é a que oferece um diagnóstico da condição humana e oferece um caminho para a saúde ou integridade.

No Antigo Testamento, fica claro que o plano salvador de Deus é um plano universal. É Abraão quem recebe a promessa salvadora. Ao longo dos evangelhos, Jesus é apresentado como o Salvador por antonomásia: o seu nome é Salvador.

As alternativas da humanidade com relação à vida futura podem ser resumidas: niilismo (espera do nada); panteísmo (absorção no todo); individualidade da alma. Para o dogmatismo religioso, a sorte da alma está selada. Para o Espiritismo, o Espírito, independente da matéria, foi criado simples e ignorante. 

O Espiritismo, ensinando-nos a lei de evolução, é o que melhor explica a salvação da alma. Diz-nos que todos os seres humanos partiram do mesmo ponto, sujeitos à lei do progresso. Aqueles que praticam o bem, evoluem mais rapidamente e fazem parte da legião dos "anjos", dos "arcanjos" e dos "querubins". Os que praticam o mal, recebem novas oportunidades de melhoria, através das inúmeras encarnações.

Substituamos a palavra salvação por evolução. Somente assim nos livraremos da crença de que estamos sendo salvos simplesmente por aderirmos a uma doutrina ou por termos sido submetidos a algum sacramento religioso.

Compilaçãohttps://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/salva%C3%A7%C3%A3o



Sagrado ante o Espiritismo

O conceito de sagrado deve ser visto, levando-se em conta a Lei de Adoração. A palavra adorar vem do latim ad e orare que significa orar para alguém. É render homenagem através de palavras, gestos, atitudes e cultos. Subentende um sentimento de admiração. Para Mircea Eliade, sagrado é a manifestação de uma realidade de ordem inteiramente diferente da das realidades "naturais". Tem como contrapartida a noção de profano.

Em termos históricos, o totemismo é a base dos estudos do sagrado. Na época havia o totem - tudo o que se considerava sagrado, mana e orenda - força impessoal comum aos símbolos sagrado e o tabu - a instituição em virtude da qual determinadas coisas, certos atos são proibidos. A religião, nesse contexto, é a separação do profano e do sagrado.

Além da religião, o direito, a ética, a estética, a política, o casamento, a família, o sexo, a morte, a arte, a arquitetura e muitos outros aspectos da vida são igualmente envolvidos pelo sagrado.

O sagrado, em muitas religiões, vem pela revelação. Todas as religiões tiveram seus reveladores. Por sua natureza, a revelação espírita tem duplo caráter: participa ao mesmo tempo da revelação divina e da revelação científica. Quer dizer, o que caracteriza a revelação espírita é o ser divina a sua origem e da iniciativa dos Espíritos, sendo a sua elaboração fruto do trabalho do homem.

O Espiritismo funciona à semelhança das ciências naturais, utilizando a observação, a formulação de hipóteses, a experiência e as conclusões. É uma doutrina científica filosófica, que se utiliza do método teórico-experimental, como o faz a maioria da ciências. O Espiritismo não é questão de forma, mas de fundo. Devemos evitar a idolatria de Espíritos, de médiuns e de divulgadores da Doutrina Espírita.

Há necessidade de irmos ao Espiritismo isentos de ideias preconcebidas. Paulatinamente, sem correrias, buscar a identificação com os princípios básicos codificados por Allan Kardec. Aplicar o bom senso e a razão em tudo que empreendermos no campo do sagrado.

Compilaçãohttps://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/sagrado-ante-o-espiritismo



Resumo Histórico do Espiritismo

O objetivo deste estudo é mostrar que a ideia espírita sempre existiu. Embora Allan Kardec tenha criado os termos Espiritismo e Espírita, no sentido de estabelecer uma terminologia própria, ele nada inventou. Quem consultar os livros básicos da Doutrina Espírita verá que ele apenas organizou, com o auxílio dos Espíritos e dos médiuns, os princípios fundamentais que consubstanciam o relacionamento entre os encarnados e os desencarnados.

Desde que o homem veio à Terra o seu relacionamento com os Espíritos jamais cessou. No começo de sua evolução, as comunicações davam-se pelo sono, através dos sonhos. O homem da caverna já assistia às materializações dos seus antepassados. 

J. H. Pires, no livro O Espírito e o Tempo, traça-nos um roteiro histórico da evolução do Espírito. Começa no horizonte tribal (mediunismo primitivo), passa pelo horizonte agrícola (animismo e culto dos ancestrais), pelo horizonte civilizado (mediunismo oracular), pelo horizonte profético (mediunismo bíblico) e termina no horizonte espiritual (mediunidade positiva).

No horizonte espiritual, pondo por terra ideias errôneas, o indivíduo descobre que Deus e o Homem se assemelham, pois a caminhada evolutiva do ser humano vai até a divindade. O homem, como Espírito, pode chegar à condição de anjo, pelo seu esforço no bem. A codificação do Espiritismo, por Allan Kardec, dá base para esse entendimento. 

O Espiritismo é uma doutrina fundada sobre a crença de existência de Espíritos e nas suas manifestações. A doutrina pressupõe um conjunto de princípios. Os princípios são as molas propulsoras de qualquer Filosofia, Ciência ou Religião. Os princípios espíritas diferem sobremaneira de outros princípios, principalmente das doutrinas espiritualistas. Nesse sentido, o Espiritismo difere das religiões pela ausência total de misticismo, não invocando revelações nem o sobrenatural. O espiritismo só admite fatos experimentais, com as deduções que deles se desprendem. Também se distingue da Metafísica ao repelir todo o raciocínio a priori e toda a solução puramente imaginativa.

O Espiritismo é a síntese de todo o processo cognitivo. Fornecendo-nos uma dimensão mais acurada do mundo espiritual e do seu relacionamento com o mundo físico, renova-nos a visão do "eu", do "nós" e do "mundo" que nos rodeia. Baseando-se nos fatos experimentais, os Espíritas têm mais facilidade de estabelecer um vínculo racional entre o materialismo e o espiritualismo. 


Religião e Vivência Religiosa

Religião é a crença na existência de uma força superior considerada como criadora do Universo. Trata-se de uma experiência universal da humanidade, através da qual tenta-se compreender os mistérios que envolve o homem e o seu relacionamento com o Criador.

As ideias religiosas estão presentes em todos os povos e em todos os estádios culturais. Certas religiões recrutam seus adeptos apenas dentro de um grupo determinado, p. ex., uma tribo ou aldeia: são as chamadas religiões tribais e nacionais. Denominam-se religiões universais as que recrutam seus adeptos por todo o mundo. As principais são o cristianismo, o islamismo e o budismo, que, através de missionários, difundiram-se longe de seus países de origem.

O Cristianismo, religião dos cristãos, está centrado na vida e obra de Jesus Cristo. À semelhança de Sócrates, Cristo não nos deixou nada escrito. Seus ensinamentos são anotados pelos apóstolos e passam, mais tarde, a constituir os Evangelhos. A palavra Evangelho, no singular, representa a unidade do pensamento de Jesus, ou seja, o alegre anúncio; no plural, a diversidade de interpretação dos evangelistas. Por isso, dizemos o Evangelho segundo Mateus, o Evangelho segundo Lucas, o Evangelho segundo Marcos e o Evangelho segundo João.

Vivência religiosa é caracterizada pelo sentimento de dependência do crente em relação ao Ser Supremo. Desde a Antiguidade até os nossos dias, manifesta-se sob vários matizes: ora menos racional, ora mais. Contudo, sempre imerso num mundo sobrenatural, estigmatizado pelo amor e pelo temor.

A diferença fundamental entre as diversas crenças reside no caráter da vivência religiosa básica. O budista considera todo o tipo de vida como um sofrimento absoluto. Na essência do cristianismo está o amor de Deus, que nos impõe condições e estende-se inclusive aos pecadores. A palavra árabe "islam" significa submissão. A vontade de Alá marca toda a existência, e o primeiro dever do bom crente é submeter-se a ela inteiramente. 

Do estudo ora encetado, cabe-nos distinguir o ser religioso do ser que tem uma religião. Podemos frequentar uma Igreja, atender à sua ortodoxia e nem por isso sermos religiosos. O verdadeiro religioso é aquele que pratica a lei da Justiça, do Amor e da Caridade na sua maior pureza. 

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Lavagem Cerebral e Religião

Pavlov (1849-1936), fisiologista, cujos experimentos mais famosos começaram em 1889, demonstrando os reflexos condicionados e incondicionados nos cães. Ele faz as suas experiências dentro de rigoroso controle das condições: amarra um cão, isola-o de todos os barulhos externos, e dá-lhe uma substância sialogênica para produzir ensalivação; ao mesmo tempo, faz retinir um som, por exemplo, o de uma campainha. Depois de várias repetições, suspende a substância sialogênica, permanecendo tão somente com o som da campainha. Resultado: o cão, sem o estímulo inicial, emite suco gástrico, associando-o apenas ao som da campainha. Pronto. Está posto o reflexo condicionado.

Os mecanismos do reflexo condicionado passaram rapidamente para o campo da política e, também, da propaganda. Quando temos algum slogan, que se repete constantemente, temos a teoria de Pavlov colocada em prática. Geralmente, na propaganda política, há uma palavra-chave, uma ideia-força, que é repetida muitas e muitas vezes, a fim de penetrar no subconsciente dos ouvintes. O mesmo se dá com a propaganda comercial: quando querem vender um produto, ficam lançando estímulos de vários matizes: cor, som, artista famoso etc.

A religião é pródiga nesse mister. Há o jejum, o castigo da carne por flagelação ou desconforto físico, a regulação da respiração, a revelação de mistérios terríveis, os toques de tambor, as danças, os cantos, o pânico, o incenso e as drogas. Em meio a essas posturas, há diversos slogans, no sentido de atingir mais a emoção do que a razão. Observe a conversão do religioso Wesley. Seus esforços para vencer a depressão mental eram ineficazes, até que surgiu Peter Böhler, outro religioso, que o fez mudar repentinamente, via lavagem cerebral: da salvação pela execução das obras, passou para a salvação pela fé somente. Em termos práticos, é passar de católico a protestante, uma mudança radical.

Wesley, depois de sua conversão à fé, passou a utilizar o mesmo método de lavagem cerebral usada por Böhler. Hinos eram dirigidos à emoção religiosa e não à inteligência. Wesley criava alta tensão emocional em seus prosélitos potenciais. Quem deixasse a reunião "sem mudar" e sofresse um acidente repentino iria direto para a fornalha fervente. Para ele, "O medo do fogo eterno afetava o cérebro tal qual o medo de morrer afogado dos cães de Pavlov na inundação de Leningrado".

Da mesma forma que hoje se visita uma cartomante, um psiquiatra ou um padre católico, os gregos da antiguidade consultavam os oráculos. Vários escritores gregos descrevem com pormenores os efeitos emocionais da iniciação mística. Consistiam em calafrio, tremor, suor, confusão mental, aflição, consternação e alegria misturados com alarma e agitação. Timarco, por exemplo, querendo saber o que poderia ser o demônio de Sócrates, desceu à caverna de Trofônio e executou todas as cerimônias que eram exigidas para obter um oráculo. Depois de passar lá duas noites e um dia, voltou completamente mudado, pronto a fazer lavagem cerebral nos outros seres humanos.

O mundo está cheio de slogans: comerciais, políticos e religiosos. Saibamos nos colocar um pouco a parte deles, para não sermos levados pelo turbilhão das ideias-forças vigentes.

 



Perfeição Moral

"Perfeição Moral" é o título do capítulo XII do Livro Terceiro de O Livro dos Espíritos de Allan Kardec. Explora as virtudes e os vícios, as paixões, o egoísmo, caracteres do homem de bem e conhecimento de si mesmo.

As virtudes e os vícios. Todas as virtudes têm seu mérito, mas a mais meritória de todas elas é a caridade desinteressada. Como a imperfeição moral assenta-se no interesse pessoal, a prática da caridade faz-nos pensar no próximo, estimulando a renúncia de posses pessoais. Cabe lembrar que quando precisamos de muito esforço para praticar a caridade é porque essa virtude não faz parte de nossas tendências genuínas.

Das paixões. A paixão não é um mal em si mesma. O problema está no excesso provocado pela vontade. Em se tratando dos limites da paixão, pensemos: "as paixões são como um cavalo que é útil quando governado e perigoso quando governa. Reconhecei, pois, que uma paixão se torna perniciosa no momento em que a deixais de governar e quando resulta num prejuízo qualquer".

Do egoísmo. Entre os vícios, o mais radical é o egoísmo. "Estudai todos os vícios e vereis que no fundo de todos existe o egoísmo. Por mais que luteis contra eles não chegareis a extirpá-los enquanto não os atacardes pela raiz, enquanto não lhes houverdes destruído a causa. Que todos os vossos esforços tendam para este fim, porque nele se encontra a verdadeira chaga da sociedade". Só venceremos o egoísmo quando a vida moral tiver predominância sobre a vida material.

Caracteres do homem de bem. "O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, amor e caridade na sua mais completa pureza. Se interroga sua consciência sobre os atos praticados, perguntará se não violou essa lei, se não cometeu nenhum mal, se fez todo o bem que podia, se ninguém teve que se queixar dele, enfim, se fez para os outros tudo o que gostaria que os outros lhe fizessem".

Conhecimento de si mesmo. O meio mais eficaz de se conhecer a si mesmo é seguir o exemplo de Santo Agostinho que todas as noites repassava o seu dia para ver como é que foi em palavras e ações. Nesse caso, formulemos perguntas claras e precisas, e não temamos multiplicá-las ao máximo.

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, capítulo 12, livro terceiro. 



Pensamento

"O pensamento sombrio adoece o corpo são e agrava os males do corpo enfermo." (Espírito Emmanuel) 

Pensamento — do lat. pensare significa pesar, isto é, medir, avaliar e comparar. No sentido mais lato, designa-se por pensamento toda a atividade psíquica; numa acepção mais estreita, só o conjunto de todos os fenômenos cognitivos, e excluindo, portanto, os sentimentos e as volições; mais estritamente ainda, pensamento é sinônimo de "intelecto", enquanto permite compreender — ou inteligir — a matéria do conhecimento e na medida em que realiza um grau de síntese mais elevado que a percepção, a memória e a imaginação.

Para o Espiritismo, é o elemento nobre, modelador das ações dos Espíritos, através de fluídos etéreos. Allan Kardec, em A Gênese, diz que o pensamento “é a grande oficina ou o laboratório da vida espiritual”. “O pensamento e a vontade são para os Espíritos aquilo que a mão é para o homem”.

Pela mente os Espíritos absorvem o fluido cósmico, transmudando-o em um subproduto, a matéria mental vibrátil, um fluido vivo e multiforme, estuante e inextancável, em processo vitalista semelhante à respiração, cujas vibrações são as impressas pela mente que a emitiu, cuja ação influencia, a partir de si mesma e sob a própria responsabilidade, a Criação.

Sobre a associação de ideias, o Espírito André Luiz diz: "Emitindo uma ideia, passamos a refletir as que se lhe assemelham, ideia essa que para logo se corporifica, com intensidade correspondente à nossa insistência em sustentá-la, mantendo-nos, assim, espontaneamente em comunicação com todos os que nos esposem o modo de sentir".

Vingançadesesperopaixões desânimo são algumas das causas da fixação mental. Nosso cérebro funciona à semelhança de um dínamo. Dado o primeiro estímulo, interno ou externo, o que passa a contar é a manutenção de nosso pensamento num mesmo teor de ideia. Quanto mais tempo permanecermos num assunto mais as imagens do tema se cristalizarão em nosso halo mental. 

Vigilância e oração atenuam as vicissitudes da senda regenerativa. Por meio delas, pomo-nos em sintonia conosco mesmos, tornando-nos cada dia mais autoconscientes. Percebendo claramente nossas reações do cotidiano, criamos condições para nos avaliarmos e consequentemente substituirmos os automatismos negativos pelos positivos.  

Vivamos envoltos com os grandes pensadores da humanidade deles extrair o suco da sabedoria, da paz e da serenidade.  

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— Recordemos, ainda, o pensamento, atuando à feição de onda, com velocidade muito superior à da luz, e lembremo-nos de que toda mente é dínamo gerador de força criativa. Ora, sabendo que o bem é expansão da luz e que o mal é condensação da sombra, quando nos transviamos na crueldade para com os outros, nossos pensamentos, ondas de energia sutil, de passagem pelos lugares e criaturas, situações e coisas que nos afetam a memória, agem e reagem sobre si mesmos, em circuito fechado, e trazem-nos, assim, de volta, as sensações desagradáveis, hauridas ao contato de nossas obras infelizes. Estudamos três tipos de almas que deixaram na existência última somente quadros tristes e lamentáveis, nos quais não dispõem de atenuantes que lhes empalideçam as faltas indiscutíveis. Os filhos do nosso amigo que sofre a fixação de usura não receberam dele quaisquer recursos de educação dignificante que os habilitem a ajudá-lo, quando visitados pelas ondas do pensamento paternal, que voltam ao centro de origem carregadas pelos princípios mentais de ódio e egoísmo dos jovens litigantes. Nosso irmão que padece a fixação de remorso, não tendo expiado nos cárceres da justiça humana o crime que perpetrou deliberadamente, recolhe, de retorno, as ondas de pensamento que emite, sem qualquer auxilio que lhe amenize o arrependimento doloroso; e o nosso companheiro que se detém no vício reabsorve as ondas de seu próprio campo mental, acumuladas de fatores deprimentes, que a elas se incorporam nos lugares por onde passam, restituídas a ele mesmo com multiplicados elementos de corrupção. (Capítulo 5  — "Almas enfermiças", do livro Ação e Reação, pelo Espírito André Luiz).




Motivos de Resignação

Motivo. Significa causa, razão, fim, intuito, escopo. Resignação. Tornar-se animoso no sofrimento. Paciência diante da ingratidão, da adversidade, do infortúnio. Este tema – "Motivos de Resignação" – encontra-se no capítulo V de O Evangelho Segundo o Espiritismo (Bem-Aventurados os Aflitos).

As bem-aventuranças é um termo técnico para indicar uma forma literária de ministrar conhecimentos. Pode-se dizer que é uma declaração de bênção em virtude duma boa sorte. Com Jesus toma a forma de um paradoxo: a bem-aventurança não é proclamada em virtude de uma boa sorte, mas de uma má sorte. Jesus dizia: bem-aventurados os que sofrem... os que sentem frio... os que são perseguidos.

De acordo com a Doutrina Espírita, o ser humano está sujeito a três tipos de dor: 1) DOR-EXPIAÇÃO - refere-se à consequência de uma ação passada; 2) DOR-EVOLUÇÃO - enquanto na dor-expiação somos obrigados a sofrer porque merecemos, nesta ocorre o contrário: sofremos porque temos o anelo da perfeição, a purificação de nossa alma; 3) DOR-AUXÍLIO - tem sentido corretivo, pois os nossos desequilíbrios são tantos que precisamos ficar muitos anos num leito. 

Segundo os pressupostos espíritas, devemos sofrer de modo feliz. Por quê? Temos muitas dívidas do passado. De acordo com nossa resignação, na contabilidade divina surge a seguinte operação: se me pagares apenas R$ 1,00, eu quitarei a dívida toda (R$ 100,00). O pagamento é sempre menor do que aquilo que deveríamos realmente pagar. Nas grandes crises pelas quais passamos, quando colocamos a vontade de Deus acima da nossa, o sofrimento torna-se mais leve, mais suave, enaltecendo os ensinamentos de Jesus que diz que o seu jugo é suave e o seu fardo leve.

Quando olhamos os nossos problemas terráqueos de um ponto de vista espiritual, eles começam a perder a sua intensidade, o seu valor relativo. Esta observação equivale a subirmos a uma montanha e de lá olharmos para baixo: tudo parece em tamanho diminuto. Procede assim aquele que dá mais valor ao Espírito do que à carne. Esse indivíduo pode passar por todos o tipos de dificuldade, que continua calmo, paciente, inclusive, agradecendo a Deus pelo sofrimento, pois o vê como uma forma de ativar a sua evolução espiritual.

Lembremo-nos da oração da serenidade em que pedimos a Deus serenidade para aceitarmos as coisas que não podemos modificar, coragem para modificarmos aquelas que podemos e sabedoria para distinguir uma da outra.

 


Mente Humana

Mente. Embora a Psicologia tenha sido tradicionalmente definida como a ciência que lida com as atividades mentais, não existe uma definição da mente aceite por todos. Uma mão-cheia de auscultações de opiniões de vários psicólogos dará como resultado o mesmo número de diferentes definições. Apesar disso, um grande número — a maioria — associará a mente aos processos de percepção, pensamento, recordação e comportamento inteligente.

A mente (mind em inglês), no processo histórico, pode ser analisada em termos da relação entre o Espírito e a Matéria. Assim, temos a mente como matéria (nada existe além da matéria), a mente como imaterial (sem as definições das propriedades da matéria), o imaterialismo (tudo o que existe é mental) e a teoria neutra (nem mental nem física).

No âmbito da Doutrina Espírita, o cérebro é o centro das ondulações da mente. Ele funciona como um intermediário das oscilações da vontade, da perseverança, das emoções e das inspirações. Há, contudo, uma dificuldade, ou seja, de achar a fronteira em que termina o cérebro material e entra o espírito.

Os estados mentais, a curto prazo, nada mais são do que os diversos tipos de humor pelos quais passamos num mesmo dia. Se nos observarmos com atenção, distinguiremos os momentos de tristeza e de alegria, de receio e de coragem, de dor e de prazer, de queda e de júbilo.

Estejamos constantemente enviando à nossa mente pensamentos de paz, de serenidade e de tranquilidade. No tempo oportuno, eles nos servirão de anteparo aos influxos das idéias menos edificantes.



Complemento:

— Imaginemos a mente como sendo um lago. Se as águas se acham pacificadas e límpidas, a luz do firmamento pode retratar-se nele com segurança. Mas, se as águas vivem revoltas, as imagens se perdem ao quebro das ondas móveis, principalmente quando o lodo acumulado no fundo aparece à superfície. A rigor, somos aqui, nas zonas inferiores, seres humanos muito distantes da renovação espiritual, não obstante desencarnados. (Capítulo 2 — "Comentários do instrutor", do livro Ação e Reação, pelo Espírito André Luiz)


Médium Curador

O objetivo deste trabalho é estudar os diversos matizes da mediunidade curativa. Pergunta-se:

Há diferença entre magnetizador e médium curador?

O que são médiuns curadores?

Por que o poder de cura é classificado como mediunidade?

Para mais informações, consulte: http://www.sergiobiagigregorio.com.br/palestra/medium-curador.htm



Maquiavelismo e Espiritismo

Nicolau Maquiavel, Nicollò Machiavelli (1469-1527), foi político, historiador e escritor italiano. Nasceu e morreu em Florença. Foi chanceler e secretário das Relações Exteriores da República de Florença. Famoso pelo livro "O Príncipe". Maquiavelismo. Vem de Maquiavel. Tomou, contudo, outro significado, principalmente por causa da máxima que lhe foi atribuída – "os fins justificam os meios" –, em que a eficácia da ação é privilegiada em detrimento da conduta moral.

Antes de Maquiavel, o governante de um país era comparado ao piloto de um navio, que tinha por objetivo conduzi-lo ao porto, sem que afundasse. Analogamente, o governante de uma República deveria conduzir o povo, sem dispersá-lo, para a prática da virtude. Maquiavel, em O Príncipe, aceita conduzir o povo sem avarias, porém faz silêncio sobre a condução do povo à virtude. Tem dúvidas quanto ao realizar a justiça. O Príncipe retrata o descontentamento do seu autor por ter sido banido da vida pública. O que está por detrás do livro é a aparência do bom e do virtuoso que o condutor do povo deve ter. Não importa se o ser humano é virtuoso, mais vale parecer virtuoso.

Maquiavel procura entender a lógica da força. Para tanto, inspira-se na paixão do Estado o que faz com que o Príncipe, investido de responsabilidades excepcionais, se encontre situado fora do comum e deva saber entrar na via do mal tão necessário, mas igualmente "não se afastar do bem que pode". Para Maquiavel, o Príncipe, mesmo dando poucos exemplos, será mais benéfico do que o piedoso, que deixa reinar e penetrar a desordem na esfera governamental.

Maquiavel distingue uma moral do indivíduo, que visa a obtenção de virtudes, e outra para o estado, que visa obter o bem comum, nem que para isso seja necessário o emprego do constrangimento, da coação e da persuasão. Sob o ponto de vista espírita, Allan Kardec encaminha-nos para outro tipo de reflexão, pois em toda a sua obra ressalta a importância de combater o orgulho e o egoísmo, os dois principais cancros da sociedade.

Os fins justificam os meios? Para Maquiavel, sim. Em termos doutrinários espíritas, não. O verdadeiro espírita deve se pautar por um principio único, aquele que propicia a paz de sua consciência. Nesse caso, quer esteja à frente ou na retaguarda de qualquer empreendimento, procurará tratar todos de igual modo, pois assim também deseja ser tratado. Prestemos atenção para não nos deixarmos confundir os meios com os fins específicos de cada uma de nossas ações.

Embora seja louvável a contribuição de Maquiavel para o pensamento político, os princípios espíritas fundamentam-se em outra ordem de valores, ou seja, nos valores morais trazidos por Jesus Cristo.




Meio Ambiente e Espiritismo

Ambiente – É o conjunto de todos os elementos, vivos ou não vivos, atuais ou passados, que, não fazendo parte intrínseca do organismo ou grupo de organismos, considerado, tem com ele ou eles relações diretas ou indiretas interagindo no tempo e no espaço. O Planeta Terra, com 510.934.000 km2 de área total, dos quais 148.148 km2 (um quinto) são ocupados por terra e 149.500.000 km distante do Sol, está localizado na órbita ideal — entre a de Vênus e a de Marte — para sustentar a vida. 

Desde que o homem surgiu no cenário planetário os impactos sobre o meio ambiente se lhe acompanharam. O fogo talvez tenha sido o primeiro elemento a empregar em tal empreitada. É claro que os primitivos, sem o conhecimento da tecnologia, tiveram um impacto menor do que aquele que se assiste na atualidade.

Por Meio Ambiente entende-se tudo o que nos rodeia, ou seja, o ar, as plantas, os animais, as indústrias, os aeroportos, os aviões etc. Num sentido mais amplo, o Meio Ambiente tem relação com o Universo, pois qualquer depredação ambiental terá repercussão no cosmo. Somos parte de uma vasta gama de inter-relações, onde uma espécie alimenta-se da outra para sobreviver. O homem encontra-se no final dessa cadeia transformadora. Cabe-lhe a responsabilidade da defesa e preservação ambiental, a fim de manter o equilíbrio do Planeta.

Quando falamos de meio ambiente não podemos nos esquecer dos desperdícios, principalmente os evitáveis: o húmus da casca de laranja é perdido por jogá-la no lixo; água que se desperdiça por deixar a torneira aberta ao lavar o automóvel ou escovar os dentes; luzes acesas sem necessidade. Há, também, o desperdício de tempo: conversas prolongadas ao telefone; falta de ordem, procurando papéis que não foram arquivados corretamente; discurso oco, que faz perder tempo do expositor e dos ouvintes; atender a reuniões que não dizem respeito ao nosso objetivo.

Allan Kardec, ao tratar em O Livro dos Espíritos, da Lei de Conservação e da lei de Destruição diz-nos, em resposta à pergunta 705 - Por que a Terra nem sempre produz bastante para fornecer o necessário ao homem?, que “... a Terra produziria sempre o necessário se o homem soubesse contentar-se. Se ela não cumpre a todas as necessidades é porque o homem emprega no supérfluo o que se destina ao necessário. Vede como o árabe no deserto encontra sempre do que viver, porque não cria necessidades fictícias. Mas quando metade dos produtos é desperdiçada na satisfação de fantasias, deve o homem se admirar de nada encontrar no dia seguinte e tem razão de se lastimar por se achar desprevenido quando chega o tempo de escassez? Na verdade eu vos digo que não é a Natureza a imprevidente, é o homem que não sabe regular-se”.

O Planeta Terra oferecer-nos-á sempre o suficiente desde que saibamos utilizar os seus recursos naturais com parcimônia. 




Livre-Arbítrio e Fatalidade

Livre-Arbítrio — quer dizer o juízo livre, é a capacidade de escolha pela vontade humana entre o bem e o mal, entre o certo e o errado, conscientemente conhecidos. Diz-se que é fatal ou sucedido ou a suceder-se, marcado pelo destino, portanto, do que, necessariamente, tem de acontecer, ou necessariamente aconteceu.

De acordo com Allan Kardec, na pergunta 851 de O Livro dos Espíritos, a fatalidade não existe senão para a escolha feita pelo Espírito, ao encarnar-se, de sofrer esta ou aquela prova física; ao escolhê-la, ele traça para si uma espécie de destino, que é a própria consequência da posição em que se encontra. No tocante às provas morais e às tentações, o Espírito, conservando o seu livre-arbítrio sobre o bem e o mal, é sempre senhor de ceder ou resistir. Observe que a palavra fatalidade aqui usada tem mais o sentido de determinismo do que de fatalidade propriamente dita. 

Nesse sentido, o Espírito Emmanuel, nas perguntas 132 a 139 de O Consolador, retrata as relações entre o determinismo divino e o livre-arbítrio da seguinte forma: Diz-nos que esses dois termos coexistem na vida, sendo o primeiro absoluto nas mais baixas camadas evolutivas e o segundo ampliando-se com os valores da educação e da experiência. É justamente essa ampliação do livre-arbítrio que dá ao ser humano as noções mais acuradas do que seja o bem e o mal, do justo e do injusto, no sentido de lhe ampliar as responsabilidades por suas ações em sociedade. Quer dizer, quanto mais sabemos, mais podemos saber, mas em contrapartida, mais aumenta o número de coisas que devemos evitar. 

O ser humano, em cada uma de suas ações, está criando o seu próprio destino. O fato é mais ou menos intuitivo. Se escolho uma boa ação, crio um clima para mais boas ações no futuro; se escolho uma má ação, crio um ambiente negativo para outras ações no futuro. Nesse sentido, o fator educativo, que é a mudança de hábitos e atitudes, é de fundamental importância para modificar o determinismo de nossa ações futuras.

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"Eis porque a Doutrina Espírita fulge, da atualidade, diante da mente humana, auxiliando-nos a descobrir os Estatutos Divinos, funcionando em nós próprios, no foro da consciência, a fim de aprendermos, que a liberdade de fazer o que se quer está condicionada, à liberdade de fazer o que se deve". (Capítulo 7 - "Ante o livre-arbítrio", do livro "O Livro da Esperança", pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier)

 

  

Luz e Espiritismo

Luz - do latim luce. Em Física, radiação eletromagnética capaz de provocar sensação visual num observador normal. Em sentido figurado, aquilo ou aquele que esclarece, ilumina. Faculdade de percepção, inteligência, esclarecimento, elucidação.

A primeira metáfora da luz encontra-se no Mito da Caverna, em que Platão associa a luz ao sol. No Velho Testamento, o simbolismo da luz perpassa toda a revelação bíblica. No Novo Testamento, torna-se realidade a luz escatológica (Cristo) prometida pelos profetas. Na Idade Média e Contemporânea, a metáfora da luz está presente em Santo Agostinho, que compara o conhecimento à luz e atribui a Deus a fonte que ilumina as coisas e as portas à luz do dia. Dela se serviu Descartes, que associa a luz à razão. É empregada por Locke, que a associa à luz da lamparina, ao comparar sua chama um tanto débil com o entendimento humano.

A divulgação do Evangelho, desde as suas primeiras manifestações, não foi tarefa fácil. A começar pela construção desses conhecimentos - realizada sob um clima de opressão -, pois o jugo romano pesava de maneira especial sobre a Palestina. As mortes dos primeiros cristãos, nos circos romanos, ainda ecoa de maneira indelével em nossos ouvidos. Além disso, tivemos que assistir à ingerência política em muitas questões de conteúdo estritamente religioso. Fomos desfigurando o Cristianismo do Cristo para aceitarmos o Cristianismo dos vigários, como disse o Padre Alta.

A Caminho da Luz é o título de um livro psicografado por Francisco Cândido Xavier em que o Espírito Emmanuel traça a história da civilização à luz do Espiritismo. Neste livro há alusão à origem e ao desenvolvimento do nosso planeta, vislumbrando a Antiguidade Clássica, a vinda do Messias, o seu apostolado, os exilados de Capela e a luta do homem para a conquista da liberdade. Diz-nos que os homens passam e as civilizações se sucedem, só Jesus não passou.

O Espírito Emmanuel, comentando "Vós sois a luz do mundo" (Mateus, 5, 14), fala-nos que quando Cristo designou os seus discípulos como sendo a luz do mundo, assinalou-lhes tremenda responsabilidade na Terra. É que a chama da candeia gasta o óleo do pavio. Nesse sentido, o Cristão sem espírito de sacrifício é lâmpada morta no santuário do Evangelho.

O progresso é inexorável. A luz do Evangelho é uma verdade que se impõe por si mesma. Podemos nos distanciar, fugir, ficar nas trevas da ignorância, visto termos o livre-arbítrio. Contudo, chegará o tempo em que teremos de nos voltar para Jesus e aceitar os seus ensinamentos se quisermos ser admitidos no reino dos céus.

Compilaçãohttps://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/luz