31 dezembro 2011

Alberto Nogueira e o Compromisso Esquecido

O Espírito Humberto de Campos (Irmão X), no capítulo 15 (“O Compromisso”), do livro Estante da Vida, psicografado por Francisco Cândido Xavier, relata a história de Alberto Nogueira, que reencarnou com muita dívida do passado.

Alberto Nogueira, prestes a reencarnar neste Planeta, diante de seu quadro de deslizes morais e espirituais, pede uma existência com inúmeras deficiências físicas e dificuldades de toda a sorte. 

Os amigos do espaço, diante desse pedido, oferecem-lhe um outro modo de resgatar o seu passado delituoso: MEDIUNIDADE. 

Passados mais de 30 anos, os benfeitores do espaço, precisando de alguém para tratar de um caso de obsessão, não o acham em serviço. 

“Aquele espírito valoroso que pedira lepra, cegueira, loucura, idiotia, fogo, lágrimas, penúria e abandono, a fim de desagravar a própria consciência, no plano físico, depois de acomodar-se nas concessões do Senhor, esquecera todas as necessidades que lhe caracterizavam a obra de reajuste e preferia a ociosidade, enquadrado em pijama, com medo de trabalhar”. 

 

09 dezembro 2011

Lei do Retorno: Tragédia no Circo

O Espírito Irmão X (Humberto de Campos), no capítulo 6 (“Tragédia No Circo”), do livro Cartas e Crônicas, psicografado por Francisco Cândido Xavier, dá-nos uma ideia sobre a lei do retorno, independentemente do tempo transcorrido. Começa falando-nos das mortes impiedosas, que eram impostas aos cristãos, no século II de nossa era.

Conclui:

"Quase dezoito séculos passaram sobre o tenebroso acontecimento... Entretanto, a justiça da Lei, através da reencarnação, reaproximou todos os responsáveis, que, em diversas posições de idade física, se reuniram de novo para dolorosa expiação, a 17 de dezembro de 1961, na cidade brasileira de Niterói, em comovedora tragédia num circo".

Compilaçãohttps://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/trag%C3%A9dia-do-circo


01 dezembro 2011

Organização Espiritual

organização espiritual é fruto do trabalho realizado pelos Espíritos, para o bom funcionamento de suas instituições. No mundo espiritual há colônias, como é o caso da do Nosso Lar, que precisam ser administradas, cuidadas, para que os esforços não se percam ao longo do caminho.

A Colônia "Nosso Lar", que é essencialmente de trabalho e realização, divide-se em seis Ministérios, orientados, cada qual, por doze Ministros. Os quatro primeiros, ou seja, os Ministérios da Regeneração, do Auxílio, da Comunicação e do Esclarecimento, aproximam-se das esferas terrestres; os dois últimos, isto é, o da Elevação e o da União Divina, ligam-se ao plano superior, visto que a cidade espiritual é zona de transição.

Cada colônia atende a necessidades específicas. A Colônia "Nosso Lar", situa-se numa zona intermediária de evolução, pois todos os que ali estão, decorrido longo estágio de serviço e aprendizagem, voltam a reencarnar para atividades de aperfeiçoamento. Para tal finalidade, passam de Ministério em Ministério.

“A instituição é eminentemente rigorosa, no que concerne á ordem e à hierarquia. Nenhuma condição de destaque é concedida aqui, a título de favor. Em verdade, a lei do descanso é rigorosamente observada, para que determinados servidores não fiquem mais sobrecarregados que outros; mas a lei do trabalho é também rigorosamente cumprida. No que concerne ao repouso, a única exceção é o próprio Governador, que nunca aproveita o que lhe toca, nesse terreno”.

Dá-se a impressão que só os Espíritos do “bem” são organizados; os do “mal”, também o são. Eles estudam cada ser humano, cada instituição, para acharem uma brecha, no sentido de exercerem as suas influências maléficas. Um exemplo: no capítulo 38 (“Decisões das Trevas”), de Contos desta e de outra vida, pelo Espírito Irmão X, há o relato do diálogo entre o ORGANIZADOR DE OBSESSÕES e os seus sequazes, cujo objetivo era impedir o avanço do Espiritismo. Depois de ouvir dezenas de sugestões, o vampirizador-mor disse: façamos com que os espíritas se acreditem santos de carne e osso... “Creio que, desse modo, enquanto estiverem preocupados em preservar a postura e a máscara dos santos, não disporão de tempo algum para os interesses do espírito”.

Os trabalhos de Assistência Espiritual, realizados nas dependências de um Centro Espírita, também devem ser bem organizados. O Espírito André Luiz, Nos Domínios da Mediunidade, explica-nos todo o trabalho que os Espíritos fazem, no que tange à preparação do médium e do ambiente, inclusive, com ionização e dispersão dos fluidos malsãos.

Como diretores e administradores de um Centro Espírita, façamos a nossa parte: disponhamos da melhor maneira possível o fluxo de pessoas, para que não haja tumulto. Além disso, ofereçamos uma estrutura física bem limpa e asseada.

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— Nossa irmã pertence à organização espiritual de servidores católicos, dedicados à caridade evangélica. Temos diversas instituições dessa natureza, em cujos quadros de serviço inúmeras entidades se preparam gradualmente para o conhecimento superior.

— Sob a direção de autoridades ainda ligadas à Igreja Católica? — perguntou Hilário, admirado.

— Como não? Todas as escolas religiosas dispõem de grandes valores na vida espiritual. Como acontece à personalidade humana, as crenças possuem uma região clara e luminosa e uma outra ainda obscura. Em nossa alma, a zona lúcida vive alimentada pelos nossos melhores sentimentos, enquanto que, no mundo sombrio de nossas experiências inferiores, habitam as inclinações e os impulsos que ainda nos encadeiam à animalidade. Nas religiões, o campo da sublimação está povoado pelos espíritos generosos e liberais, conscientes de nossa suprema destinação para o bem, ao passo que, nas linhas escuras da ignorância, ainda enxameiam as almas pesadas de ódio e egoísmo.

E, sorrindo, o Ministro acentuou:

— Achamo-nos em evolução e cada um de nós respira no degrau em que se colocou.

— Ela, porém, terá penetrado a verdade com que fomos surpreendidos, depois da morte? — perguntei, intrigado.

— Cada Inteligência — respondeu o orientador, enigmático — só recebe da verdade a porção que pode reter.

Silva, no leito, dava inequívocos sinais de enorme angústia.

Não ignorava que o meu dever de assisti-lo era trabalho inadiável, todavia o encanto espiritual da religiosa singularmente arraigada aos hábitos terrestres me excitava de tal maneira a curiosidade que não pude conter a indagação espontânea.

— Mas essa freira sabe que deixou o mundo, sabe que desencarnou e prossegue, assim mesmo, como se via antes?

— Sim — confirmou o instrutor imperturbável.

— E estará informada de que a vida se estende a outras esferas, a outros domínios e a outros mundos? Perceberá que o céu ou o inferno começam de nós mesmos?

O orientador meneou a cabeça, dando mostras de negativa e acrescentou:

— Isso não. Ela não oferece a impressão de quem se libertou do círculo das próprias ideias para caminhar ao encontro das surpresas de que o Universo transborda. Mentalmente, revela-se adstrita às concepções que elegeu na Terra, como sendo as mais convenientes à própria felicidade.

— E ninguém a incomoda aqui por viver assim distante do conhecimento real do caminho?

O orientador assumiu feição mais carinhosamente paternal para comigo e ajuntou:

— Antes de tudo, deve nossa irmã merecer-nos a maior veneração pelo bem que pratica e, quanto ao modo de interpretar a vida, não podemos esquecer que Deus é Nosso Pai. Com a mesma tolerância, dentro da qual Ele tem esperado por nossa mais elevada compreensão, aguardará um melhor entendimento de nossa amiga. Cada Espírito tem uma senda diversa a percorrer, assim como cada mundo tem a rota que lhe é peculiar. (Capítulo XXXIV — "Em tarefa de socorro", do livro Entre a Terra e o Céu, pelo Espírito André Luiz)

 

Doença Mental e Espiritismo

Doença é a alteração na saúde dos seres vivos. Doença mental é a variação mórbida do normal, variação esta capaz de produzir prejuízo na performance global da pessoa (social, ocupacional, familiar e pessoal).

Há vários tipos de doenças mentais; as mais comuns na população são depressão e os transtornos de ansiedade. Vejamos o significado de algumas delas:

  • Depressão: sentimento de tristeza intensa, profunda e persistente, desproporcional ao acontecimento
  • Distúrbio de ansiedade generalizado: nervosismo e preocupação intensos, duradouros e frequentes, com permanências de pelo menos seis meses.
  • Distúrbio do pânico: ansiedade extrema, com sintomas físicos como dores no peito, falta de ar, agitação, sudorese e palpitações.
  • Transtorno bipolar: episódios de depressão alternados com episódios de exaltação e euforia.
  • Esquizofrenia: perda do contato com a realidade, alucinações, delírios, alteração do desempenho e motivação diminuída.

Em se tratando das doenças mentais, há falsos conceitos. Muitos estigmatizam os seus portadores como: “frutos da imaginação”; “não têm cura”; “preguiçosos, perigosos e imprevisíveis”.

Para o Espiritismo, a doença mental pode ser explicada da seguinte forma: a consciência, desarmonizada consigo mesma, desarmonizará todo o ser. A mente enferma refletirá sua anormalidade sobre o perispírito, que é dirigido por ela, e este sobre o corpo carnal, que é escravo de ambos, através do sistema nervoso. Tem como causa primeira a fraqueza moral que torna o indivíduo incapaz de suportar o choque de certas impressões: a mágoa, o desespero, o desapontamento e todas as tribulações da vida.

A função precípua do Espiritismo – para com as doenças mentais – é o de dar à alma a força que lhe falta em muitas circunstâncias, e é nisto que ele pode reduzir as suas causas. Além disso, os Centros Espíritas prestam um socorro ímpar, com os seus trabalhos de passes e evangelização aos que lhe pedem ajuda.




30 novembro 2011

Hipocrisia

"Nas pessoas de capacidade limitada, a modéstia não passa de mera honestidade, mas em quem possui grande talento, é hipocrisia." (Arthur Schopenhaeur)

Hipocrisia é o vício que consiste em aparentar uma virtude ou um sentimento que não se sentem. É, também, fingimento, falsidade, falsa devoção. A hipocrisia revela as convicções inconsistentes do hipócrita. Os pontos de vista expressos dos hipócritas entram em conflito com as convicções implícitas demonstradas por seu comportamento.

Hipocrisia é ensinar o que não se sabe. Quando assim agirmos, caímos na frase lapidar de Jesus: "Túmulos caiados por fora, guardando restos putrefatos e fétidos por dentro". Hipócrita é aquele que ora querendo se sobressair ante os defeitos dos outros. Em sua jornada terrena, Jesus não se cansou de criticar a hipocrisia dos fariseus. Como prova de sua missão divina, apresenta-lhes a cura de um cego de nascença e a ressurreição de Lázaro

A hipocrisia dos opositores serve para fortificar a Doutrina Espírita. Em sua mensagem pós-túmulo, Allan Kardec lembra-nos da sua convicção sobre os princípios fundamentais do Espiritismo. Tendo uma visão mais acurada, acha que tanto a benevolência, a boa-vontade e o devotamento de alguns, como a má-fé, a hipocrisia e as maldosas manobras dos outros, servem para fortificar o edifício doutrinário. Ele afirma: "Nas mãos das potestades superiores, que presidem a todos os progressos, as resistências inconscientes ou simuladas, os ataques visando semear o descrédito e o ridículo, se tornam elementos de elaboração".

Vários pensadores também tratam do tema hipocrisia.

Rousseau, em A Nova Heloísa (1761), exalta o direito da paixão, mesmo quando ilegítima, contra a hipocrisia da sociedade. A mentira seria um produto social. É romance filosófico que exalta a pureza em luta contra uma ordem social corrompida e injusta.

Michel de Montaigne, em seus Ensaios - Da Vaidade, procura visualizar a hipocrisia do ser, quando os filósofos propõem regras que excedem a nossa prática e as nossas forças. Ele diz: “Vejo frequentes vezes proporem-nos modelos de vida que nem quem os propõe nem os seus auditores têm alguma esperança de seguir ou, o que é pior, desejo de o fazer. Da mesma folha de papel onde acabou de escrever uma sentença de condenação de um adultério, o juiz rasga um pedaço para enviar um bilhetinho amoroso à mulher de um colega”.

La Rochefoucauld, em Reflexões, critica a hipocrisia do conselho. Ele diz:

“Nada é mais hipócrita do que pedir ou dar conselhos. Quem pede, parece ter um respeito venerando pelos sentimentos do amigo a quem os pede, mas, no fundo, quer é fazer aprovar os sentimentos próprios e, assim, tornar o outro responsável pela sua conduta. Por outro lado, o que presta os conselhos retribui a confiança que lhe é dada, com um zelo ardente e desinteressado, apesar de, quase sempre, querer, através dos conselhos que dá, satisfazer os seus interesses ou a sua glória”.

...

"A hipocrisia dos religiosos que 'desfiguram o rosto com o fim de parecerem aos homens que jejuam', tem feito maior mal ao homem do que todas as teorias materialistas reunidas!" (Capítulo 2  "Aparência não Basta", de Jugo Leve, de Carlos A. Baccelli, pelo Espírito Inácio Ferreira [2012])





22 novembro 2011

"Homo Novus", Cérebro Novo

De acordo com Krishnamurti, em O Mistério da Compreensão, o cérebro se torna novo quando há uma distância entre um fato e a reação do sujeito em relação a este mesmo fato. Quando reagimos imediatamente, estamos apenas confirmando o nosso ponto de vista, as nossas opiniões, o nosso preconceito, a nossa superficialidade. Para que um cérebro se torne novo, devemos conceder-lhe um tempo para refletir, para pensar, para sopesar, para meditar.

O cérebro novo requer que olhemos para as mesmas coisas, mas sem pressa, sem querer resolver instantaneamente aquilo que se nos apresentou. O tempo que damos, entre uma sensação e sua avaliação, transforma um ato fragmentário num ato total, aquele que pertence ao todo do indivíduo. Em se tratando do homem, e olhando-o sob a perspectiva do todo, não existe o brasileiro, o norte-americano, o chinês, porque todos os indivíduos fazem parte da espécie humana.

Como transformar, então, o homem velho no homem novo de que nos reporta o evangelho? Buscando refletir sobre o velho, sem o intuito de mudá-lo bruscamente. Quando a vontade age, ela fragmenta o próprio homem. Eu quero me tornar perfeito, eu quero ser grande e mundialmente reconhecido, eu quero que as coisas saiam sempre ao meu gosto. Nesse caso, há uma imposição sobre uma ideia, sobre um comportamento, sobre uma atitude. Essas resoluções não nos deixam espaço para outras acepções, as acepções do homo novus de que nos fala Paulo nas suas pregações.

O cérebro velho está acostumado com um tipo de resposta, com um tipo de comportamento. O novo causa-lhe incômodo. Quando propomos ao cérebro outro tipo de resposta, fazemo-lo agir em nosso benefício. Façamos uma analogia com a prece, cujos estímulos enviamos a Deus, com a intenção de nos livrarmos de alguma dificuldade, de algum problema. Na realidade, esses estímulos enviados a Deus não modificam o problema, a dificuldade, mas fazem-nos pensar de forma diferente a respeito de uma dada dificuldade. Este é o homem novo com cérebro novo.

O cérebro é o repositório dos conhecimentos, adquiridos ao longo do tempo. Para que ele se torne novo, jovial, leve e solto, é necessário que evitemos entulhá-lo com coisas superficiais e insignificantes.

03 outubro 2011

Conduta Espírita

A conduta espírita pode ser entendida como o comportamento do espírita ante as diversas situações do seu dia-a-dia. Em se tratando de uma Casa Espírita, lembremo-nos de que “da conduta dos indivíduos depende o destino das organizações”.

O Espírito André Luiz, no livro Conduta Espírita, traça-nos um roteiro eficaz para um exímio comportamento nas mais diversas ocasiões, dentro e fora de uma Casa Espírita. Em sua mensagem ao leitor, ele diz: “Rogamos que não se veja em nossos apontamentos esse ou aquele propósito de culto às convenções do mundo exterior, nem teorização de disciplinas superficiais”. Seu objetivo é ajudar o aperfeiçoamento do indivíduo, no caso, o adepto do Espiritismo.

Eis algumas sugestões interessantes:

Comportamento do dirigente de reuniões doutrinárias: observar rigorosamente o horário das sessões; ser assíduo; esquivar-se de realizar sessões inopinadamente; evitar excessiva credulidade; não se prevenir contra pessoas ou assuntos; impedir, sem alarde, pessoas alcoolizadas no ambiente; desaprovar o emprego de rituais, imagens ou símbolos de qualquer natureza; fugir de julgar-se superior somente por estar na cabina de comando.

Comportamento do médium: não se supor detentor de missões extraordinárias; reconhecer-se humilde portador de tarefas comuns; vencer os imprevistos que lhe possam impedir o comparecimento às reuniões; preparar-se interiormente para as sessões mediúnicas; nos trabalhos mediúnicos, evitar a respiração ofegante, gemidos, gritos e contorções; silenciar todo o prurido de evidência pessoal.

Comportamento no Templo Espírita: entrar pontualmente no recinto, sem provocar alarido ou perturbações; evitar bocejos e tosses bulhentas; não provocar aplausos; privar-se dos primeiros lugares no auditório; acostumar-se a não confundir preguiça ou timidez com humildade; desaprovar a conservação de retratos e quadros nos recintos das reuniões.

Observe também: o comportamento nas Obras Assistenciais, na Tribuna, perante os profitentes de outras religiões, diante dos Espíritos Sofredores, do fenômeno mediúnico, perante a Doutrina Espírita etc. 

Fonte de Consulta

VIEIRA, Waldo. Conduta Espírita. Pelo Espírito André Luiz. Rio de Janeiro: FEB, 1981.


01 outubro 2011

Perdão e Perfectibilidade

“Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem...” — Jesus. (Lucas, 23,34)

Todos nós, que estamos encarnados neste Planeta de provas e expiações, somos imperfeitos: uns mais, outros menos. Por esta razão, deveríamos falar muito mais em perfectibilidade do que em perfeição. A perfectibilidade não é o poder de se tornar perfeito, mas de se aperfeiçoar. Nesse caso, somente o imperfeito é perfectível, mas com a condição de se mudar, de se melhorar.

O Espírito Emmanuel, no capítulo 61 (“Perdão – Remédio Santo”), de Palavras da Vida Eterna, compara o procedimento do ser humano quando é ameaçado por uma moléstia qualquer, com o procedimento que deveria adotar ante a sua alma enfermiça. Em se tratando do corpo físico, procuramos agentes calmantes para a dor, sedativos para a ansiedade, analgésicos para as inflamações, etc. E quando somos ameaçados por pensamentos enfermiços de queixa e mágoa, prevenção e antipatia, que remédios tomamos para restaurar o equilíbrio?

Para Emmanuel, “O perdão é, pois, remédio santo para a euforia da mente na luta cotidiana”.

Lembremo-nos de que todos somos ofensores de nossas próprias inibições. O exercício aqui é procurar manter o equilíbrio, apesar do nosso automatismo de valentia, de revide, de querer esganar o nosso ofensor. A recomendação é perdoar a quantos nos aborrecem, a quantos nos firam, a quantos nos causam embaraço, a quantos nos roubam a nossa oportunidade do ganha-pão.

Imperfeição pede perfectibilidade. Quantas enfermidades não nascem da amargura e quantos crimes não são cometidos nos momentos de cólera? Por isso, em qualquer circunstância, pacifiquemos sempre.

 

06 setembro 2011

Os Centros de Força

Os centros vitais são fulcros energéticos que, sob a direção automática da alma, imprimem às células a especialização extrema, que possibilita ao homem possuir um corpo denso. Os plexos são redes de cordões vasculares ou nervosos, anastomosados e entrelaçados. Os centros de força são os receptores e transmissores de energia cósmica e espiritual. A palavra chakra é sânscrita e significa roda. Em Espiritismo, deveríamos optar por “centros de força”, pois este é o termo usado na literatura espírita, principalmente nos livros de André Luiz.

Os centros de força estão localizados no corpo espiritual (perispírito). Os plexos, redes de nervos entrelaçados, estão localizados no corpo físico. Os seus pontos correspondentes, localizados no corpo espiritual, são os centros de força. Nesse caso, há uma íntima relação entre os dois, pois o corpo físico influencia o corpo espiritual e, o corpo espiritual, por sua vez, influencia o corpo físico.

coronário é o principal centro de força. Ele está localizado na região central do cérebro, regendo toda a atividade funcional dos órgãos. Além disso, supervisiona, também, os outros centros (cerebral, laríngeo, cardíaco, esplênico, gástrico e genésico), todos interligados entre si.

O centro cerebral, contínuo ao coronário, governa todo o sistema nervoso e a atividade das glândulas endócrinas; o laríngeo, controla a respiração e a fonação; o cardíaco, dirige a emotividade e as forças de base; o esplênico, é útil às atividades do sistema hepático; o gástrico, auxilia a digestão e a absorção de alimentos; o genésico, guia a modelagem de novas formas ou o estabelecimento de estímulos criadores, com vistas ao trabalho, à associação e à realização entre as almas. (1)

Neste estudo sobre os centros de força, lembremo-nos da epífise. Segundo o assistente Alexandre, em Missionários da Luz, o que para a medicina convencional representa controle, é fonte criadora e válvula de escapamento; enquanto as glândulas genitais segregam os hormônios do sexo, a glândula pineal segrega "hormônios psíquicos". Ela conserva ascendência em todo o sistema endocrínico. (2)

O nosso corpo está imerso num fluxo contínuo de energia, quer seja de ordem material, quer seja de ordem espiritual. Sejamos, assim, comedidos em nossa alimentação e em nossas emoções.

Fonte de Consulta

(1) Luiz, A. Evolução em Dois Mundos, cap. II.

(2) Luiz, A. Missionários da Luz, cap. III.

Compilaçãohttps://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/centros-de-for%C3%A7a



05 setembro 2011

Livro: Lei Divina ou Natural



PALAVRAS DE UM AMIGO
Alguém já argumentou, com propriedade, que “os idealistas são uns poucos que lutam contra a maioria pelo bem de todos”. E o fraterno amigo Sérgio Biagi Gregório é um desses seres humanos que, inspirados pelos Espíritos do bem, se antecipam aos demais, mesmo diante dos naturais obstáculos criados por irmãos ainda obtusos.
Ciente de que a melhor contribuição que se pode dar ao Espiritismo é a sua divulgação a quantos necessitam da descoberta das verdades cristãs, Sérgio Biagi Gregório se pôs a campo. Foi ele que, de forma pioneira em uma Casa Espírita, depois de descobrir a importância da informática na rede mundial de computadores, organizou o “site” do Centro Espírita Ismael, do bairro Jaçanã, na Zona Norte da Capital de São Paulo, nele introduzindo o Curso Básico de Espiritismo e disponibilizando-o para o mundo, em auxílio aos interessados em descobrir, de fato, a Doutrina dos Espíritos.
Além disso, Sérgio Biagi Gregório criou seu próprio “blog”, nele inserindo inúmeros artigos de sua autoria sobre a Filosofia e os princípios do Espiritismo, postos à disposição de quantos queiram raciocinar a respeito de assuntos relevantes para todos as pessoas. E, agora, vem apresentar-nos, em livro, este breve ensaio – “LEIS DIVINAS OU NATURAIS (Segundo a Ótica Espírita)”.
Li o trabalho e gostei. E creio que os leitores se surpreenderão com a forma simples e concisa como o pesquisador e amigo Sérgio Biagi Gregório trata desse tema fundamental do Espiritismo cristão. Minhas congratulações.
BISMAEL B. MORAES
(Mestre em Direito Processual pela USP, um Espírita).


Caso tenha interesse em adquiri-lo, entre em:

http://clubedeautores.com.br/book/50150--Leis_Divinas_ou_Naturais

02 setembro 2011

Parábola do Credor Incompassivo

O Reino do Céu é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados. Quando começou o acerto, levaram a ele um que devia dez mil talentos. Como o empregado não tinha com que pagar, o patrão mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher e os filhos e tudo o que possuía, para que pagasse a dívida. O empregado, porém, caiu aos pés do patrão e, ajoelhado, suplicava: 'Dá-me um prazo. E eu te pagarei tudo'. Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado, e lhe perdoou a dívida. Ao sair daí, esse empregado encontrou um de seus companheiros que lhe devia cem moedas de prata. Ele o agarrou, e começou a sufocá-lo, dizendo: 'Pague logo o que me deve'. O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: 'Dê-me um prazo, e eu pagarei a você'. Mas o empregado não quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que devia.

Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito tristes, procuraram o patrão, e lhe contaram tudo. O patrão mandou chamar o empregado, e lhe disse: 'Empregado miserável! Eu lhe perdoei toda a sua dívida, porque você me suplicou. E você, não devia também ter compaixão do seu companheiro, como eu tive de você?' O patrão indignou-se, e mandou entregar esse empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida. É assim que fará com vocês o meu Pai que está no céu, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão. (Mateus, 18, 23 a 35)

Há uma pergunta que antecede essa passagem: Pedro aproximou-se de Jesus, e perguntou: "Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?" Jesus respondeu: "Não lhe digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete”. (Mateus, 18, 21-22). O número sete e seus múltiplos não estão restritos à medida, ao peso, mas têm conotação moral, ou seja, eles representam um número indeterminado de vezes que devemos perdoar o nosso semelhante.

Nesta parábola, nota-se a grande diferença entre as duas dívidas. O primeiro devia dez mil talentos; o outro, apenas cem dinheiros, uma quantia infinitamente menor. Se a pessoa foi perdoada de uma grande dívida, por que não perdoou uma dívida pequena de seu irmão de jornada? Nota-se que o perdão é o elemento chave nesta história.

O Espírito Emmanuel, em Caminho, Verdade e Vida, e Allan Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, oferecem-nos subsídios valiosos para uma melhor compreensão deste texto. Emmanuel diz-nos que Deus estabeleceu a lei de cooperação como princípio dos mais nobres. Há um só Pai, que é Deus. Todos somos irmãos que devemos nos ajudar mutuamente. Allan Kardec lembra-nos de dois célebres ensinamentos de Jesus: “amar ao próximo como a nós mesmos”; “fazer aos outros o que gostaríamos que nos fosse feito”.

As duas frases acima resumem todos os nossos deveres para com o próximo. Colocando-as em prática, estaremos contribuindo para uma sociedade mais justa e mais fraterna.

Fonte de Consulta

XAVIER, F. C. Caminho, Verdade e Vida, pelo Espírito Emmanuel. 6. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1973, capítulo, 20.

KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed. São Paulo: IDE, 1984, capítulo 11.

 

Ectoplasma e Materialização

Na biologia, ectoplasma é a camada periférica hialina do citoplasma que rodeia a zona central do endoplasma. Na parapsicologia, é a substância que é liberada pelo corpo de alguns médiuns durante o transe. Para Charles Richet, é a substância fluídica que emana do corpo do médium e se presta, sobretudo, para a realização de fenômenos de efeitos físicos. Segundo o Assistente Áulus, ectoplasma é matéria em estado de condensação intermediário entre a matéria densa e a perispirítica... amorfo, mas de grande potência e vitalidade... animado de princípios criativos que funcionam como condutores de eletricidade e à vontade do médium que os exterioriza ou dos Espíritos encarnados ou não, que sintonizam com a mente mediúnica, senhoreando-lhe o modo de ser (1).

Numa sessão de efeitos físicos, constata-se a utilização de três tipos de fluidos: fluido A, representando as forças superiores e sutis de nossa esfera; fluido B, que são os recursos dos médiuns e dos companheiros que os assistem; fluido C, energias tomadas da natureza (1).

Um trabalho de efeitos físicos é realizado observando-se os seguintes aspectos: proteção do ambiente, preparação do ambiente, preparação do médium e isolação em relação aos distúrbios. No que diz respeito à proteção e preparação de ambiente, fala-se da ionização da atmosfera, combinando recursos elétricos e magnéticos. Em se tratando da preparação do médium, este é submetido a operações magnéticas destinadas a socorrer-lhe o organismo nos processos de nutrição, circulação, metabolismo e ações protoplásmicas, a fim de que seu equilíbrio fisiológico seja mantido acima de qualquer surpresa menos agradável. No que toca à isolação, os alcoólatras, por exemplo, são cercados por diversos operários espirituais, para que os princípios etílicos não prejudiquem a sessão. (1)

Em termos históricos, destacamos William Crookes, personalidade científica de sua época, que se tornou famoso pelas pesquisas realizadas entre 1870 e 1874, quando se sentiu atraído pela materialização a partir de ectoplasma emanado do corpo do médium. São clássicos os seus estudos sobre Florence Cook e as materializações de Katie King, onde obteve uma série de fotografias.

Por que hoje em dia não vemos mais fenômenos de materializações? Os trabalhos de materialização dependem de médiuns dispostos a realizá-los. Eles não são feitos para simples passatempo; devem ter uma utilidade. Antes do surgimento do Espiritismo, precisávamos de fenômenos ostensivos, no sentido de chamar a atenção para a invasão organizada que viria em seguida. Presentemente, temos muito mais necessidade de subsídios para a reformulação de nosso pensamento e da compreensão do mundo espiritual.

Fonte de Consulta

(1) XAVIER, Francisco Cândido. Nos Domínios da Mediunidade, pelo Espírito André Luiz. 10. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1979, capítulo 28.




Notícias Históricas: dos Samaritanos aos Terapeutas

Allan Kardec, na introdução de O Evangelho Segundo o Espiritismo, esclarece-nos a respeito das diversas seitas que havia na época de Jesus: Samaritanos, Nazarenos, Publicanos, Peageiros, Fariseus, Escribas, Saduceus, Essênios e Terapeutas. Por seita, entendemos a separação de um corpo doutrinário, tido como ortodoxo. Daí a heresia no campo da religião.

Samaritanos. Depois do cisma das dez tribos, Samaria tornou-se a capital do reino dissidente de Israel. Para não ter que ir a Jerusalém celebrar as festas religiosas, os Samaritanos construíram um templo particular, em que só admitiam o Pentateuco de Moisés, tornando-se heréticos aos olhos dos judeus ortodoxos. Por isso, eram desprezados, anatematizados e perseguidos.

Nazarenos. Nome de uma seita herética nos primeiros séculos da era cristã. Os Nazarenos se obrigavam à castidade, à abstinência de álcool e à conservação de sua cabeleira.

Publicanos. Eram os coletores de impostos.

Peageiros. Eram cobradores de baixa categoria, encarregados principalmente da arrecadação dos direitos à entrada nas cidades.

Fariseus. Esta palavra deriva do grego pharisaios, “separados” ou “isolados”. Refere-se à seita judaica existente na Judeia nos dois últimos séculos antes de Cristo. Para eles, acostumados à controvérsia, a religião era muito mais de fachada, pois queriam apenas ostentar que a possuía em grau elevado de virtude.

Escribas. Designação aplicada aos doutores que ensinavam a lei de Moisés. Sua causa era a mesma dos fariseus, totalmente contrários à inovação

Saduceus. Pertenciam a uma seita judia, fundada por Sadoc. Não acreditavam na imortalidade da alma, nem na ressurreição e nem nos bons e maus anjos. Eles eram os materialistas, os deístas e os sensualistas da época.

Essênios. Seita do judaísmo fundada no século II a.C. Distinguiam-se pelos costumes brandos e virtudes austeras. Seu modo de vida aproxima-se dos primeiros cristãos, levando algumas pessoas a crer que Jesus fazia parte desta seita.

Terapeutas. Ordem monástica judaica anterior à era cristã, estabelecida ao sul de Alexandria, no Egito. Tinham grande afinidade com os essênios, professando os seus costumes e virtudes.

No Novo Testamento, são frequentes o uso dessas palavras. Desconhecer a sua procedência histórica dificulta o real entendimento dos textos evangélicos.




17 agosto 2011

Vida e Morte

vida é o conjunto dos fenômenos de toda a espécie (particularmente de nutrição e de reprodução), que, para os seres que têm um grau de organização, se estende do nascimento (ou produção do germe) até a morte. A morte é a cessação da vida e manifesta-se pela extinção das atividades vitais: crescimento, assimilação e reprodução no domínio vegetativo; apetites sensoriais no domínio sensitivo.

Qual a essência da vida? A esta pergunta filosófica a Ciência só pode responder através de hipóteses: uma delas é a cadeia evolutiva do germe trazido de outros planetas. A Filosofia tenta penetrar no âmago da questão. Platão, em seu "Mito da Reminiscência das Ideias", informa-nos que a alma preexiste ao corpo. Ela, antes de encarnar, pertence ao mundo das essências - o “topus uranus”. Depois de sua passagem aqui na Terra voltaria ao lugar de origem.

A morte pode ser vista sob vários ângulos: 1.º) como ciclo de uma nova vida - tese de Platão: a alma, mesmo separada do corpo, continua a sua existência; 2.º) como fim do ciclo - tese existencialista: tudo acaba com a morte física; 3.º) como possibilidade existencial - a morte está presente em todos os instantes de nossa vida.

Segundo a Doutrina dos Espíritos, codificada por Allan Kardec, fazemos parte de uma única população, denominada espiritual. A diferença é que ora estamos encarnados e ora desencarnados. A morte é a mudança do estado de encarnado para o de desencarnado. Contudo, a essência inteligente é indestrutível e continua a existir além-túmulo. Perceber-se vivo é a grande surpresa daqueles que cometem suicídio.

As alternativas da humanidade com relação à vida futura variam de acordo com a concepção de vida adotada. Se materialistas, o nada aguarda-nos; se panteístas, a absorção no todo universal; se dogmáticos, a ida para o Céu ou para o Inferno. O Espiritismo fornece-nos uma expectativa racional: somos uma individualidade e continuaremos a sê-la, no mundo dos Espíritos. E lá estaremos, inexoravelmente, sujeitos à lei do progresso.

A vida e a morte fazem parte do processo evolutivo do ser. Encaremo-las de forma natural, a fim de vivermos intensamente os instantes de nossa existência terrena.

Compilaçãohttps://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/vida