12 novembro 2018

Não Acrediteis em Todos os Espíritos

“Caríssimos, não acrediteis em todos os Espíritos, mas provai se os Espíritos são de Deus, porque são muitos os falsos profetas que se levantaram no mundo.” (João, Epístola l, cap. 4,1).

“Não Acrediteis em Todos os Espíritos”, juntamente com “Conhece-se a Árvore pelos Frutos”, “Prodígios dos Falsos Profetas”, “Caracteres do Verdadeiro Profeta”..., faz parte do capítulo XXI – “Falsos Cristos e Falsos Profetas” de O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec.

Depreende-se do texto que, aquelas pessoas que fossem tentadas a explorar os dons da profecia em proveito próprio, fazendo-se passar por enviadas de Deus, logo seriam descobertas e desmascaradas.

O Espiritismo revela, também, outra categoria de falsos cristos – aqueles que se disfarçam com nomes veneráveis – pertencendo ao grupo dos Espíritos enganadores, hipócritas e orgulhosos, que não estão entre nós, mas entre os Espíritos desencarnados.

O Espiritismo não inventou os Espíritos. É apenas uma doutrina que se funda na crença de existência de Espíritos e nas suas manifestações. Há Espíritos de todos os tipos. Para que eles se comuniquem com os seres humanos, há necessidade dos médiuns, os seus intermediários. Na comunicação dos Espíritos, há a influência do médium, que pode distorcer o conteúdo da mensagem. Por isso, o cuidado de Allan Kardec, quando dizia que é melhor rejeitar dez verdades a aceitar uma só como erro.

Para uma melhor análise deste tema, ser-nos-á útil rever a escala espírita, em que Allan Kardec classifica os Espíritos segundo o seu grau de perfeição. Nas questões 100 a 112,de O Livro dos Espíritos, veremos que: a 3.ª ordem abarca os Espíritos imperfeitos (Espíritos Impuros, Espíritos Levianos, Espíritos Pseudo-Sábios, Espíritos Neutros e Espíritos Batedores), a 2.ª ordem, os Espíritos bons (Espíritos Benévolos, Espíritos Sábios, Espíritos Prudentes ou de Sabedoria e Espíritos Superiores); a 1.ª ordem, os Espíritos Puros.

Referindo-se aos falsos profetas, o Espírito Emmanuel, no livro Levantar e Seguir, diz que falso profeta não é somente aquele que perturba o serviço da fé religiosa, mas todos nós quando negamos a execução fiel dos nossos deveres: na maledicência, somos falsos profetas da fraternidade; na discórdia, somos falsos profetas mistificadores da paz; na preguiça, somos falsos profetas charlatães do trabalho;  na indiferença, somos falsos profetas inimigos do dever.

Não importa a fama do médium nem a envergadura do Espírito. Cabe-nos sempre fazer uma análise serena do conteúdo doutrinal da mensagem mediúnica. 

Compilaçãohttps://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/n%C3%A3o-acrediteis-em-todos-os-esp%C3%ADritos



31 outubro 2018

Destino e Destino Manifesto

Destino é um termo de significação complexa. O termo latino factum significa o conjunto das coisas ditas por um oráculo acerca do futuro. A sorte que cabe a cada coisa cognoscível por meio de oráculos, da intuição e até da reflexão racional. Há que se diferenciar destino e acaso, destino e determinismo, destino e predestinação. Fala-se em concatenamento supostamente necessário de fatos e suas causas. Na história das religiões e na linguagem popular, uma força superior que rege os acontecimentos e a vida dos homens. Em geral, imagina-se um ser impessoal, exterior e superior o ser humano.

Em filosofia, emprega-se palavra "destino" em três sentidos: "1.º No de poder, causa, ou princípio ativo pelo qual certos acontecimentos seriam previamente determinados, suceda o que suceder, e seja o que for que façam os seres dotados de inteligência a fim de os evitar (acepção relacionada com a ideia de fatalismo); 2.º, no conjunto da vida de um ser, ou seja a série de acontecimentos que a compõem, na medida em que estes, contingentes ou não, são considerados como resultantes de forças exteriores e distintas da vontade desse ser; 3.º, no de finalidade de um ser ou seja aquilo para que ele foi feito (neste último sentido diz-se também destinação)". (Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira)

Do ponto de vista espírita, destino, feliz ou desgraçado, é a consequência de nossos atos. É o resultado de muitas atividades que culminam num momento, para nós inesperado, mas que, para os arquitetos da Vida, está adredemente programado. Para bem compreendermos o destino, convém relacionar livre-arbítrio e fatalidade. Fatalidade diz respeito à escolha das provas. Ceder ou resistir é trabalho do livre-arbítrio.

A doutrina do "Destino Manifesto" é uma filosofia que expressa a crença de que o povo dos Estados Unidos foi eleito por Deus para comandar o mundo, sendo o expansionismo geopolítico norte-americano apenas uma expressão desta vontade divina. De acordo com o historiador Frederick Merk, este conceito nasceu do "senso de missão para redimir o Velho Mundo pelo exemplo ... gerado pelos potenciais da nova terra para a construção de um novo céu".

Os marcos da conquistas americana.

  • A compra da Louisiana, em 1813, foi seguida por uma expansão ainda maior dos Estados Unidos através de colonização, compra e guerra. 
  • 1819 - Os Estados Unidos compram da Espanha o resto da Flórida e reconhecem a posse do Texas pela Espanha. 
  • 1836 - Os colonos do Texas declaram a independência e expulsam o exército da nova República do México. 
  • 1846- A disputa com a Grã-Bretanha pelo Oregon resolve-se pela fixação de fronteiras no paralelo 49. Os EUA entram em guerra com o México. 
  • 1848 - Tratado de Guadalupe Hidalgo: os EUA obtêm a Califórnia, o Utah e parte do Texas, Novo México e Arizona. Ouro na Califórnia. 
  • 1853 - Compra de Gadsden: os EUA obtêm o Arizona e o Novo México. 
  • 1867 - Os EUA compram o Alasca, abarcando toda a América do Norte acima do México, exceto o Canadá. (Grandes Acontecimentos que Transformaram o Mundo. Rio de Janeiro: Reader's Digest Brasil, 2000)

31 agosto 2018

Transfiguração

Fato bíblico. Segundo relato de Mateus 17:1-9, Marcos 9:2-8 e Lucas 9:28-36 e uma epístola (II Pedro 1:16-18) Jesus, no alto de uma montanha começa a brilhar e os profetas Moisés e Elias aparecem ao seu lado, conversando com ele. Jesus é então chamado de "Filho" por uma voz do céu, presumivelmente Deus Pai.

O tópico "transfiguração" encontra-se no capítulo VII — "Bicorporeidade e Transfiguração" — da segunda parte de O livro dos Médiuns de Allan Kardec. Nesse capítulo, há os seguintes subtítulos: "Aparições de Espíritos de Vivos", "Homens Duplos", "Santo Afonso de Liguori e Santo Antonio de Pádua", "Vespasiano", "Transfiguração" e "Invisibilidade".

Para um melhor entendimento deste assunto, revisemos os conceitos:

Aparições. São manifestações espíritas pela qual os Espíritos podem tornar-se visíveis.

Bicorporeidade. O Espírito de uma pessoa viva, isolado do corpo, pode aparecer como o de uma pessoa morta, possuindo as aparências da realidade, isto é, tornando-se tangível.

Transfiguração. Consiste na mudança de aspecto de um corpo vivo.

Reflitamos, também, sobre o mecanismo dos tópicos acima:

Aparição. O princípio pelo qual o Espírito torna-se visível é o mesmo que de todas as manifestações; reporta-se às propriedades do perispírito que pode sofrer diversas modificações, à vontade do Espírito.

Bicorporeidade. O Espírito encarnado, ao sentir o sono chegar, pode pedir a Deus para se transportar de um lugar para o outro. O Espírito abandona o corpo e segue com uma parte do seu perispírito, podendo tornar-se tangível à matéria. Ex.: Santo Alfonso de Liguori e Santo Antônio de Pádua.

Transfiguração. Figuremos agora o perispírito de uma pessoa viva, não isolado, mas irradiando-se ao redor do corpo de maneira a envolvê-lo com um vapor; nesse estado ele pode sofrer as mesmas modificações como se estivesse separado dele; se ele perde sua transparência, o corpo pode desaparecer, tornar-se invisível e estar velado como se estivesse mergulhado numa névoa. Poderá mesmo mudar de aspecto, tornar-se brilhante, se tal for a vontade ou o poder do Espírito. Um outro Espírito, combinando seu próprio fluido com o do primeiro, pode aí substituir a sua própria aparência, de tal sorte que o corpo real desaparece sob um invólucro fluídico exterior, cuja aparência pode variar à vontade do Espírito.

Fonte de Consulta

Kardec, Allan. O Livro dos Médiuns.




28 agosto 2018

Automatismo e Herança

Automatismo. Dá-se o nome de "automatismo" aos movimentos que ocorrem num objeto sem o impulso externo aparente. Automático e automatismo. O automatismo refere-se às operações de uma máquina sem outra intervenção humana senão as de construção da máquina e de pô-la em funcionamento. Na automação ou automatização há mais flexibilidade do que o mero automatismo.

As atuais concepções sobre a hereditariedade têm relação com algumas questões filosóficas, ou seja, o velho problema "mecanicismo" versus "vitalismo". O estudo sobre o mecanismo da hereditariedade lançou luz sobre diversos temas, principalmente a respeito da origem da vida e da evolução da reprodução sexuada. Vale a pena lembrar que, além do impacto sobre a medicina e a agricultura, os biólogos desenvolveram técnicas que permitem recombinar o material hereditário, o DNA, de organismos diferentes.

O Espírito André Luiz, no capítulo IV "Automatismo e Corpo Espiritual" de Evolução em Dois Mundos, diz-nos como o princípio inteligente plasmou em seu corpo espiritual as conquistas efetuadas ao longo do tempo. Foram os sucessivos e repetidos atos no plano físico e no plano extraterrestre que deram origem à base do automatismo fisiológico.

Em se tratando do automatismo e herança, transcrevemos trechos do livro:

"Assim como na coletividade humana o indivíduo trabalha para a comunidade a que pertence, entregando-lhe o produto das próprias aquisições, e a sociedade opera em favor do indivíduo que a compõem, protegendo-lhe a existência... a fim de que a ascensão da vida não sofra qualquer solução de continuidade".

"Se, no círculo humano, a inteligência é seguida pela razão e a razão pela responsabilidade, nas linhas da Civilização, sob os signos da cultura, observamos que na retaguarda do transformismo, o reflexo precede o instinto, tanto quanto o instinto precede a atividade refletida, que é base da inteligência nos depósitos do conhecimento adquirido por recapitulação e transmissão incessantes, nos milhares de milênios em que o princípio espiritual atravessa lentamente os círculos elementares da Natureza".

"Para compreendermos a inexequibilidade de qualquer separação entre a Fisiologia e a Psicologia, porquanto ao longo da atração no mineral, da sensação no vegetal e do instinto no animal, vemos a crisálida de consciência construindo as suas faculdades de organização, sensibilidade e inteligência, transformando, gradativamente, toda a atividade nervosa em vida psíquica.

Fonte de Consulta 

GIL, F. (Editor). Enciclopédia Einaudi. Lisboa: Imprensa Nacional, 1985-1991

XAVIER, F. C. e VIEIRA, W. Evolução em Dois Mundos, pelo Espírito André Luiz, 4. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1977.

Compilaçãohttps://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/automatismo-e-heran%C3%A7a



22 agosto 2018

Desequilíbrio

Para o nosso próprio bem, é salutar que caiamos em desgraça, que nos desequilibremos momentaneamente e, com isso, ampliar a nossa confiança em Deus.

A dor presente pode ser vista no futuro. Diz-se que Deus escreve certo por linhas tortas. O que isso quer dizer? Dado um movimento em falso, é possível que o fato refletido mostre os nossos defeitos e o que pode ser feito para sua correção. Vejamos cada coisa mais pela sua consequência do que por ela mesma.

Observe a humanidade que, segundo alguns pensadores, está invertida. A maioria elege o que menos importa para a evolução espiritual. Exemplo: corrida em busca do dinheiro e das coisas materiais. Isso pode causar desequilíbrios: depressão, neurastenia, melancolia etc.

O desequilíbrio é retratado em muitos livros espíritas. Neles, há um combate ao orgulho e à vaidade, estimuladores potenciais do pensamento para o mal e não para o bem. O grande problema é a formação de nossos hábitos. Depois de incrustados em nosso psiquismo, fica difícil nos desfazer deles. Por isso, um não no princípio evita muitas quedas posteriores. Por outro lado, se dissermos sim ao equilíbrio, poderemos ter momentos de paz em nosso caminho na vida.

Reflitamos sobre as notas abaixo.

Nota 1

"Ecoam gritos de ódio em palco de amor, através da comunicação simultânea de alguns Espíritos, uns simplesmente desnorteados, em passageira ou prolongada aflição, exibindo, às vezes sem saber sequer que foram despojados do veículo carnal, sintomas de desequilíbrio e deformidades (remorsos, aleijões etc.) outros, em maior parcela, pondo à mostra alucinados desejos de vingança como perseguidores implacáveis de criaturas indefesas, que lhes prejudicaram em encarnações passadas". (Cap. VI "Gritos de Ódio em Palco de Amor", do livro Minha Doce Casa Espírita, por Nazareno Tourinho. Capivari/SP: EME, 1998.)

Nota 2 

"A faina incessante da vida moderna, a sede de confortos supérfluos, a ânsia pelo prazer exorbitante, as demandas injustificáveis são apresentadas invariavelmente como fatores básicos para explicarem os desequilíbrios da emoção que atormentam o homem". (DV, 21). Do livro Repositório de Sabedoria, pelo Espírito Joana de Ângelis. Salvador: Livraria Espírita Alvorada Editoria, 1980)

Nota 3

"Mentalizemos as radiações gravitantes que arremessamos de nós, em torno do próprio veículo que nos exterioriza. Os órgãos vivos que o constituem reproduzir-lhes-ão o impulso e a natureza, inclinando-nos ao equilíbrio ou ao desequilíbrio, à saúde ou à enfermidade.

Nossa mente pode ser comparada a vigorosa usina electromagnética de emissão e recepção e o nosso corpo espiritual, seja no círculo da carne ou em nosso presente estágio evolutivo fora dela, é um condensador em que os centros de força desempenham a função de baterias e em que os nervos servem por fios condutores, transmitindo-nos as emanações mentais e absorvendo-as, em primeira mão, de conformidade com a lei de correspondência ou de fluxo e refluxo.

No exame de quaisquer perturbações, é indispensável o serviço de autoanálise para conhecer a onda vibratória em que nos situamos e a fim de ponderar quanto aos elementos que estamos atraindo". (Cap. 33 "Um Antigo Lidador", pelo Espírito Ernesto Senra - Do livro: Instruções Psicofônicas, Médium: Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos.)

Nota 4

"A técnica, como consequência da ciência, nos trouxe grande soma de informações, incrustadas no despreparado cotidiano humano. A totalidade dos seres ainda não possui condições ideais de realizar a filtragem de todas essas propostas. O despreparo humano refere-se à falta de Espiritualidade. A condição material foi eleita, na maioria das sociedades humanas, como sendo o "bom deus" das comodidades; entretanto, consideremos que as comodidades bem dosadas, atadas ao processo evolutivo, são necessárias e devem ser utilizadas. No excesso estará o desequilíbrio do egoísmo. A avidez de riqueza e poder vedou a percepção de reais horizontes humanos". ("Razões Espirituais", do livro Lastro Espiritual nos Fatos Científicos, por Jorge Andrea dos Santos. Petrópolis/RJ: Sociedade Editora Espiritualista F. V. Lorenz)




14 agosto 2018

Idolatria

“Não vos façais, pois, idólatras.” (Paulo, I Coríntios, 10:7)

Idolatria é a adoração de ídolos. Figuradamente, amor exagerado. Ídolo. Figura, estátua que representa uma divindade que se adora. Imagem. Representação mental que retrata um objeto externo percebido pelos sentidos. As imagens podem ser: escultóricas, pictóricas e literárias.

Há diferença entre ídolo e imagem: ídolo – absoluto e opaco – representa sempre um termo final de veneração; a imagem – relativa e transparente – sempre se refere ao outro. Quanto ao culto às imagens, percebemos que no judaísmo há proibição; no cristianismo, há tanto liberação quanto proibição. Muitos autores e cristãos antigos se opuseram à adoração das imagens por medo da idolatria.

A Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec, não estimula a idolatria, mas os espíritas acabam caindo nesse crasso erro de adoração. Há ainda espíritas que tratam Jesus como sendo Deus. Mas, segundo as orientações espíritas, devemos entender que Jesus é filho de Deus e não o próprio Deus. E para tirarmos o ranço de idolatria, talvez fosse interessante usar o termo Lei de Reverência em vez de Lei de Adoração.

Presentemente, há um culto cego ao que os líderes falam. Basta um orador espírita se tornar famoso e tudo o que escreve e fala acaba se tornando uma verdade. À maioria dos devotos falta um olhar crítico. Lembremo-nos da posição de Allan Kardec que preferia rejeitar nove verdades a aceitar uma só como erro.

Para auxiliar o nosso pensamento a respeito do assunto.

Estamos sempre à procura de um ídolo, de um salvador porque não meditamos sobre o sapere aude! ("atreva-se a conhecer" ou "ouse saber" ) de Kant.

“É indispensável evitar a idolatria em todas as circunstâncias. Suas manifestações sempre representaram sérios perigos para a vida espiritual.” (Espírito Emmanuel)

Sobre a adoração exterior, vejamos o que Allan Kardec diz em O Livro dos Espíritos (Cap. II - Livro Terceiro, perg. 653-a): "Sim, se não for um fingimento. É sempre útil dar um bom exemplo; mas os que a fazem somente por afetação e amor-próprio, e cuja conduta desmente a sua aparente piedade, dão um exemplo antes mau do que bom, e fazem maior mal do que supõem".

Observe, também, o exemplo de Chico Xavier, que disse: – Considero-me, na mediunidade, um animal em serviço. Eu sou um animal a serviço dos bons espíritos, e nunca fiz mistério disto. E todas as vezes em que me externei a respeito do assunto, nunca me vi, absolutamente, como uma pessoa privilegiada. Sou uma criatura de condição muito primitiva. Não sei como os espíritos me suportam. Cada vez mais eu sinto a minha desvalia, porque nada tenho a dar de mim. O problema da idolatria corre por conta daqueles que gostam dos mitos.

Compilaçãohttps://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/idolatria



06 agosto 2018

Os Dez Mandamentos Segundo o Espírito André Luiz

Bíblia: 1.º — Não terás outros deuses além de mim.

André LuizConsagra amor supremo ao Pai de Bondade Eterna, n'Ele reconhecendo a tua divina origem.

Bíblia: 2.º — Não farás para ti imagem de escultura. 

André LuizPrecata-te contra os enganos do antropomorfismo, porque padronizar os atributos divinos absolutos pelos acanhados atributos humanos é cair em perigosas armadilhas da vaidade e do orgulho.

Bíblia: 3.º — Não tomarás o nome do teu Deus em vão. 

André LuizAbstém-te de envolver o Julgamento Divino na estreiteza de teus julgamentos.

Bíblia: 4.º — Santifica o dia de sábado.

André Luiz: Recorda o impositivo da meditação em teu favor e em benefício daqueles que te atendem na esfera de trabalho, para que possas assimilar com segurança os valores da experiência.

Bíblia: 5.º — Honra teu pai e tua mãe.

André Luiz: Lembra-te de que a dívida para com teus pais terrestres é sempre insolvável por sua natureza sublime.

Bíblia: 6.º — Não matarás.

André Luiz: Responsabilizar-te-ás pelas vidas que deliberadamente extinguires.

Bíblia: 7.º — Não adulterarás.

André Luiz: Foge de obscurecer ou conturbar o sentimento alheio, porque o cálculo delituoso emite ondas de força desorientada que voltarão sobre ti mesmo.

Bíblia: 8.º — Não furtarás.

André Luiz: Evita a apropriação indébita para que não agraves as próprias dívidas.

Bíblia: 9.º — Não dirás falso testemunho.

André Luiz: Desterra de teus lábios toda palavra dolosa a fim de que se não transforme, um dia, em tropeço para os teus pés.

Bíblia: 10.º — Não cobiçarás.

André Luiz: Acautela-te contra a inveja e o despeito, a inconformação e o ciúme, aprendendo a conquistar alegria e tranquilidade, ao preço do esforço próprio, porque os teus pensamentos te precedem os passos, plasmando-te, hoje, o caminho de amanhã.

Fonte:

Exôdo 20, 1 a 17.

XAVIER, Francisco Cândido e Vieira, Waldo. Evolução em Dois Mundos. Pelo Espírito André Luiz. Federação Espírita Brasileira.

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Antropomorfismo (c. 40.000 a.C.) [Origem Desconhecida]

Atribuição de características humanas a seres não humanos

Antropomorfismo — das palavras gregas para “humano” (antropos) e “forma” (morphe) — refere-se à atividade ancestral de atribuir características humanas a seres não humanos, como deidades, animais, vegetação ou elementos. Algumas das obras de arte mais antigas — O homem leão, de Hohlenstein Stadel (Alemanha), por exemplo — mostram animais com características humanas. Tradições xamânicas, que são conhecidas com esse tipo de arte, tendem a ver espíritos em todas as coisas, o que significa que quando atribuem características humanas, a árvores — chamando-as de “dríades”, por exemplo —, acreditam que o espirito da árvore, assim como o espírito humano, é o princípio que faz com que a árvore cresça e aja como humano. O mesmo se aplica a tudo, ou quase, na natureza.

Uma subcategoria do antropomorfismo é o antropoteísmo, no qual entidades não humanas elevadas — os deuses ou Deus — são representadas com características humanas. Platão (424-348 a.C.) acusou os poetas gregos de “contarem mentiras sobre os deuses”, pois pintavam deuses como Zeus com motivações humanas mesquinhas, e certas passagens bíblicas, como aquelas em que se descreve a “mão direita” de Deus, são comumente vistas como exemplos de antropomorfismo.

Em termos psicológicos, o antropomorfismo tem inúmeras implicações. Atribuem características humanas a um ser não humano pode altera a nossa visão e sentimento em relação àquele ser — ele pode parecer mais merecedor de cuidado moral e consideração, por exemplo. O processo do antropomorfismo pode também ser visto como uma forma de a mente simplificar entidades complicadas para ajudar a nossa compreensão.

Hoje o antropomorfismo continua como uma ideia importante em religiões xamânicas como o taoísmo e o xintoísmo. Também permanece como uma característica proeminente na cultura, desde personagens de desenho animado como o Pernalonga, até respeitadas obras da literatura, como A revolução dos bichos, de George Orwell (1945). 

ARP, Robert (Editor). 1001 Ideias que Mudaram a Nossa Forma de Pensar. Tradução Andre Fiker, Ivo Korytowski, Bruno Alexander, Paulo Polzonoff Jr e Pedro Jorgensen. Rio de Janeiro: Sextante, 2014.


16 julho 2018

Evolução em Dois Mundos: Notas do Livro

Os tópicos abordados no livro Evolução em Dois Mundos podem ser objetos de um curso de Espiritismo. O Espírito André Luiz, por intermédio da pena de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, informa-nos sobre o fluido cósmico, o corpo espiritual, a evolução, o automatismo, a hereditariedade, o desencarne, a simbiose, o vampirismo, os mecanismos da mente, entre outros.

Observa-se o cuidado de perpassar lentamente os vários reinos de natureza, isto é, o reino mineral, o reino vegetal, o reino animal e o reino hominal. O Espirito André Luiz procura realçar as contribuições que cada reino oferece ao progresso do princípio inteligente através dos tempos. Tudo isso para que, quando ele adentrar no reino hominal, terá a herança e o automatismo dos reinos anteriores. 

Adquirir o pensamento contínuo é um marco relevante para a evolução do princípio inteligente. No aperfeiçoamento das engrenagens do cérebro, o princípio inteligente sentiu a necessidade de comunicação com os semelhantes e, para isso, a linguagem surgiu entre os animais. Primeiramente, o fonema e a mímica. Registrem-se o silvo dos vários repteis, o coaxar dos batráquios, as manifestações sonoras das aves e o mimetismo de alguns insetos.

Realcemos o tópico "Automatismo e Herança" do capítulo IV "Automatismo e Corpo Espiritual".

"Assim como na coletividade humana o indivíduo trabalha para a comunidade a que pertence, entregando-lhe o produto das próprias aquisições, e a sociedade opera em favor do indivíduo que a compõe, protegendo-lhe a existência, no impositivo do aperfeiçoamento constante, nos reinos menores o ser inferior serve à espécie a que se ajusta, confiando-lhe, maquinalmente, o fruto das próprias conquistas, e a espécie labora em benefício dele, amparando-o com todos os valores por ela assimilados, a fim de que a ascensão da vida não sofra qualquer solução de continuidade.

Se, no círculo humano, a inteligência é seguida pela razão e a razão pela responsabilidade, nas linhas da Civilização, sob os signos da cultura, observamos que, na retaguarda do transformismo, o reflexo precede o instinto, tanto quanto o instinto precede a atividade refletida, que é base da inteligência nos depósitos do conhecimento adquirido por recapitulação e transmissão incessantes, nos milhares de milênios em que o princípio espiritual atravessa lentamente os círculos elementares da Natureza, qual vaso vivo, de forma em forma, até configurar-se no indivíduo humano, em trânsito para a maturação sublimada no campo angélico.

Desse modo, em qualquer estudo acerca do corpo espiritual, não podemos esquecer a função preponderante do automatismo e da herança na formação da individualidade responsável, para compreendermos a inexequibilidade de qualquer separação entre a Fisiologia e a Psicologia, porquanto ao longo da atração no mineral, da sensação no vegetal e do instinto no animal, vemos a crisálida de consciência construindo as suas faculdades de organização, sensibilidade e inteligência, transformando, gradativamente, toda a atividade nervosa em vida psíquica".

Lembremo-nos de que André Luiz busca apenas acordar em nós a noção da imortalidade da alma, ou seja, a continuidade da evolução do espírito além-túmulo.


22 junho 2018

Evangelhos Apócrifos

Há cinco tipos de Evangelho: 1) O Evangelho de Jesus2) O Evangelho dos Apóstolos3) Os Quatro Evangelhos ("Evangelho Segundo Lucas", "Evangelho Segundo Mateus", "Evangelho Segundo Marcos" e "Evangelho Segundo João"); 4) O Quinto Evangelho (os Atos dos Apóstolos e as Cartas Apostólicas); 5) Evangelhos Apócrifos – Muitas informações acerca de Jesus estão arroladas nos evangelhos apócrifos (escondidos) e nas ágrafas (ensino oral). (Battaglia, 1984)

Apócrifo, que vem do grego apokryphos, significa oculto, aquele que não explorado. Diz-se de uma obra que não tenha sua autenticidade comprovada. Em religião, heresia. Evangelhos Apócrifos. Para a Igreja católica, são todos os livros cuja Inspiração Divina é posta em dúvida. Muitos os denominam de "pseudo-canônicos". 

Canônico. Vem de cânon, que designa a régua, o catálogoEm linguagem bíblica, lista de escritos ou livros considerados pelas religiões cristãs como tendo evidências de Inspiração Divina. A partir do séc. IV, aplicou-se o vocábulo ao catálogo dos livros inspirados por Deus no Antigo e no Novo Testamento. Há, também: Livros Protocanônicos, livros sobre cujo valor inspirado nunca se registraram dúvidas; Livros deuterocanônicos, escritos que só depois de hesitações foram oficialmente recenseados no catálogo bíblico.

Os Evangelhos Apócrifos são numerosos (entre 20 e 40) e das mais variadas índoles. Eis alguns títulos: Evangelho da Infância de Jesus, Evangelho de Maria, dos Doze Apóstolos, de São Pedro, de São Bartolomeu, de Eva, de Zacarias, de Gamaliel e até de Judas Iscariotes. Dentre eles, o mais folclórico é O Evangelho da Infância de Jesus. Observe este trecho: "Um menino, por brincadeira, pula sobre as costas de Jesus. Aí, Jesus zangou-se e, olhando-o, lhe disse: — Não chegarás aonde ias — E o menino caiu fulminado e morto no chão".

O Evangelho de Judas, considerado um texto gnóstico, tem conteúdo polêmico. Trata das relações entre Judas, "o traidor", e Jesus Cristo. Detalha que a traição, pregada pela Igreja, foi bem diferente: Judas na realidade atendeu a um pedido do próprio Jesus para que fosse denunciado aos romanos e, assim, cumprir a sua missão. Judas não teria se enforcado. Fora para o deserto, satisfeito por ter realizado sua grande missão e atendido o pedido de Jesus.

Em se tratando dos Evangelhos Apócrifos, Léon Denis, em Cristianismo e Espiritismo, diz: "Esses Evangelhos, hoje desprezados, não eram, no entanto, destituídos de valor aos olhos da Igreja, pois que num deles, ela foi buscar a crença na descida de Jesus aos Infernos, crença imposta a toda a Cristandade pelo símbolo do Concílio de Niceia, de que não fala nenhum dos Evangelhos canônicos".

Fonte de Consulta

BATTAGLIA, 0scar. Introdução aos Evangelhos — Um Estudo Histórico-crítico. Rio de Janeiro: Vozes, 1984.

Titãs da Religião. Tradução J. Coelho de Carvalho. Rio de Janeiro: Ateneo, s.d.p
http://www.acasadoespiritismo.com.br/citacoesbiblicas/CASOSCONTRO/os%20evangelhos%20apocrifos.htm


31 maio 2018

Aparições, Fantasmas e Assombrações

Aparições, fantasmas e casas assombradas (fenômenos mais antigos e documentados de que se tem notícia) são aspectos relevantes dos filmes e contos de terror. Quem nunca assistiu a filmes assim em que as portas se fecham sem razão alguma, vozes parecem vir do nada, ruídos estranhos e sons desconcertantes? Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns, dedica o capítulo VI, Manifestações Visuais, para tratar deste assunto. Nesse capítulo, há, também, o "Ensaio Teórico Sobre as Aparições" e a "Teoria da Alucinação".

"Aparição” (e seu sinônimo “fantasma”) refere-se à "aparência imaterial" de uma figura humana que, se identificável, é a de alguém falecido. As aparições geralmente são vistas por uma única pessoa. Muitos são céticos com relação à aparição, pois como a ocorrência não é verificável com facilidade, a sua comunicação é posta em dúvida. Na religião, embora com o nome de "visão", as aparições desempenharam papel relevante. As aparições começaram a ser testadas somente no fim do século XIX e início do seculo XX. Duas foram as razões: 1) método teórico-experimental nas ciências; 2) descoberta da capacidade psi pela parapsicologia.

Em se tratando das casas assombradas, verificamos quatro tipos de fenômenos: 1) fenômenos auditivos (gritos, gemidos, sussurros, móveis se arrastando); 2) fenômenos visuais (luzes, objetos); 3) fenômenos sensoriais (odores); 4) fenômenos de materialização (fantasmas). Para explicar esses tipos de fenômenos foram desenvolvidas várias teorias: 1) teoria das alucinações; 2) teoria da arquitetura da casa; 3) teoria da gente da casa que possua poderes paranormais; 4) teoria do electromagnetismo; 5) teoria da sobrevivência dos espíritos num determinado local.

Convém, aqui, distinguir os fantasmas que estão sendo "produzidos" por seres vivos a partir de materializações inconscientes ou conscientes de ectoplasma, daqueles que surgem espontaneamente em determinados locais. Num caso, podemos falar em materialização; no outro, aparição. No poltergeist (batidas), o fenômeno se origina da atuação inconsciente do sujeito. Observe o fenômeno de Hydesville, em que as irmãs Fox (por meio de batidas na parede) se comunicaram com o Espírito Charles Rosma, assassinado anteriormente naquela casa.

No item 23 do capítulo VI de O Livro dos Médiuns, há a seguinte questão: como o Espírito pode tornar-se visível? Resposta: o princípio é o mesmo de todas as manifestações e está nas propriedades do perispírito, que pode sofrer diversas modificações, à vontade do Espírito. No item 25, indaga-se sobre a forma de condensação do perispírito. Resposta: não há condensação, mas antes uma combinação de fluidos. Assim, pela combinação de fluidos produz-se no perispírito uma disposição especial, que não tem analogia para nós, encarnados.

Analisemos, também, o item 28, cuja questão é: como podemos ver os Espíritos em estado de vigília? Resposta: "Isso depende do organismo, da facilidade maior ou menor do fluido do vidente de se combinar com o do Espírito. Assim, não basta o Espírito querer mostrar-se; é também necessário que a pessoa a quem se quer mostrar tenha a aptidão para vê-lo".

Fonte de Consulta

CAVENDISH, Ricardo (org.). Enciclopédia do Sobrenatural: Magia, Ocultismo, Esoterismo, Parapsicologia. Consultor especial sobre Parapsicologia Professor J. B. Rhine. Tradução de Alda Porto e Marcos Santarrita. Porto Alegre: L&PM, 1993.

KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução J. Herculano Pires. São Paulo: Lake, 2013.

SCHOEREDER, Gilberto. Dicionário do Mundo Misterioso: Esoterismo, Ocultismo, Paranormalidade e Ufologia. Rio de Janeiro: Record: Nova Era, 2002.


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Aparições 

O termo "aparição", como "fantasma", do qual é praticamente sinônimo, é usado popularmente há séculos, mas nunca com um sentido específico estritamente definido claro e precisamente. Uma definição de um dicionário apenas descritivo concentra-se em fases como "material aparência de fantasma" e "parece real e é geralmente repentina e assustadora", mas não faz qualquer alusão à causa ou ao significado das "aparições" desse tipo. Contudo, o termo normalmente se refere à "aparência imaterial" de uma figura humana que, se identificável, é a de alguém falecido.

As aparições não são vistas por todo mundo. Só indivíduos, de vez em quando comunicam uma experiência dessa. Em geral, ocorre quando a pessoa está só, embora casos em que mais de uma parece ter tido a mesma impressão ao mesmo tempo tenham sido comunicados com frequência suficiente para exigir uma explicação. De qualquer modo, porém, a experiência com aparição é transitória e não há muita probabilidade de que se repita. Consequentemente, a ocorrência não verificável com facilidade, e a sua comunicação corre o risco de provocar ceticismo ou descrença na maioria dos ouvintes.

Relatos de aparições, apesar do grande ceticismo em torno deles, adquiriram certa importância tanto na crença popular quanto na história da religião. O fantasma de Banquo e do pai de Hamlet, embora criações literárias, basearam-se numa ideia comum e aceita na época, a ideia de que asa aparições eram os espíritos de pessoas mortas, que de algum modo se manifestavam de forma visual. Às vezes a aparição surgia como se simplesmente trouxesse uma mensagem para o observador vivo apenas com o propósito de mostrar-se (afirmando-lhe assim a sobrevivência do espírito). Outras vezes, trazia uma mensagem ou aviso mais específico, como os dos fantasmas de Shakespeare. 

Aparições também desempenham um papel na religião, embora as experiências mais particulares alegadas nesse campo venham na maioria das vezes sob o nome de "visão" do que de "aparição" ou "fantasma". 

Hoje, porém, a interpretação simples e direta das aparições como manifestações de pessoas mortas está fora de moda. Aprendeu-se demais com a parapsicologia experimental para que ela continuasse se sustentando.

As aparições que se manifestavam a pessoas saudáveis eram mediúnicas nesse sentido. Eram inexplicáveis pelas leis comuns, mas ainda reais e significativas. Por isso, pareciam misteriosas, até mesmo sobrenaturais. 

Aparições com experiência Psi Espontâneas

As experiências psi espontâneas, das quais as aparições pareciam outra, constituir uma parte maior do que hoje, são tão antigos quanto a história. 

Em fins do século XIX e início do XX, surgiu o método experimental na ciência, indicando que experiências adequadamente controladas podiam mostrar se era verdade que a mente tinha meios de obter informações de alguma maneira ainda desconhecida, como sugeriram as experiências psi. As experiências que testaram pela primeira vez essa ideia foram feitas no campo hoje conhecido como parapsicologia. 

Primeiros estudos de aparições 

As experiências psíquicas, aparicionais ou outras, jamais foram cotejadas e estudadas de um modo realmente abrangente antes da descoberta da capacidade psi. Na verdade, não se poderia esperar esse tipo de estudo antes que se estabelecesse o abrangente conceito de psi (clarividência, pré-conhecimento, telepatia e PK), para servir de linha mestra. Marcas decisivas entre os primeiros estudos de experiências psi espontâneas foram as realizadas pela Sociedade de Pesquisa Psíquica (Society for Psychical Research — S. P. R.) de Londres, e o posterior estudo de aparições feito por G. N. M. Tyrell, na Inglaterra. Um dos motivos da fundação, em 1882, da S. P. R. de Londres, foi o interesse em estudar comunicados de experiências com aparições. Um projeto de três dos fundadores, Edmund Gurnsy, F. W. H. Myers e Frank Podmore, de recolher versões dessas experiências, foi um dos inicialmente realizados. Esses estudos resultaram, em 1886, no Fantasmas dos Vivos. O objetivo básico da pesquisa era avaliar o verdadeiro significado e peso dessas experiências na questão da vida após a morte, a questão da sobrevivência. Segundo seus relatos, as aparições seriam casos em que o espírito de uma pessoa morta parecia comunicar-se com uma viva. Portanto, forneciam um suposto indício de sobrevivência. Fossem o que pareciam ser, representavam uma experiência de comunicação entre as duas, mas, evidentemente, sem meios sensoriais. Essa comunicação seria telepatia. 

A telepatia, contudo, era questão controvertida. Assim, a ideia geral da experiência aparicional, nessa época, era a de que o espírito de uma pessoa morta sobrevivera e podia tornar-se visível para os vivos (1)

(1) CAVENDISH, Ricardo (org.). Enciclopédia do Sobrenatural: Magia, Ocultismo, Esoterismo, Parapsicologia. Consultor especial sobre Parapsicologia Professor J. B. Rhine. Tradução de Alda Porto e Marcos Santarrita. Porto Alegre: L&PM, 1993.