28 agosto 2019

Religião e Espiritismo

Religião é a crença na existência de uma força superior considerada como criadora do Universo. O termo vem do latim "religio" que parece derivar de "re + ligare". Com o prefixo iterativo "re" significaria um sentimento de vinculação, de obrigação para com o Ser Supremo. Em linhas gerais, a origem das religiões pode ser encontrada nas cosmogonias, no sincretismo, na criação do mundo etc.

religião é a ligação com o objeto que a pessoa considera sagrado. Sistema de crenças não testáveis existentes para uma ou mais deidades, e as práticas que acompanham a adoração e os sacrifícios. Segundo o Espírito Emmanuel, é o sentimento divino que liga a criatura ao Criador. Tem o papel de explicar os conteúdos existenciais do ser humano: de onde viemos, o que estamos fazendo aqui e para onde iremos depois da morte. Fundamenta-se na salvação, na revelação e na fé.

O Espírito Emmanuel, no capítulo IV de Emmanuel, reforça a ideia de que em vista do dogmatismo e dos diversos rituais, estabelecer a diferença religião e religiões. "A religião é o sentimento divino que prende o homem ao Criador. As religiões são organizações dos homens, falíveis e imperfeitas como eles próprios"; "muitas delas, porém, estão desviadas do bom caminho pelo interesse criminoso e pela ambição lamentável dos seus expositores".

Em se tratando da revelação, Allan Kardec, no capítulo I ("Caráter da Revelação Espírita") de A Gênese, explica-nos que todas religiões tiveram os seus reveladores, pois a revelação é a forma pela qual o homem recebe as verdades religiosas. Embora estivessem longe de conhecer toda a verdade, tinham uma razão de ser providencial, porque eram apropriadas ao tempo e ao meio em que viviam". Infelizmente, as religiões hão sido sempre instrumentos de dominação. Para o Espiritismo, considerado a terceira revelação, houve, naturalmente duas anteriores, ou seja: a de Moisés e a de Jesus.

L. M. Barros, em Contribuição para o Esclarecimento do Tema: O Espiritismo como Religião, aponta para a existência da religião na codificação kardequiana. O Livro dos Espíritos. Trata-se de um trabalho de "revelação", o que é fundamentalmente uma Religião, pois não há Religião sem "revelação", sem profetismo. O Livro dos Médiuns. Estudo aprofundado da mediunidade, e portanto, de revelação, o que implica no aspecto religioso. O Evangelho Segundo o Espiritismo e O Céu e O Inferno tratam ainda do problema religioso. O único livro propriamente dito científico é A Gênese, mas ainda voltado para uma explicação científica dos fatos religiosos, tais como os milagres e as curas.

Allan Kardec, em Obras Póstumas, à página 247, diz: "O Espiritismo é uma doutrina filosófica que tem consequências religiosas como toda a filosofia espiritualista, pelo que toca forçosamente nas bases fundamentais de todas as religiões: Deus, alma e vida futura. Não é ele, porém, uma religião constituída, visto que não tem culto, nem rito, nem templo, e entre os seus adeptos nenhum tomou nem recebeu o título de sacerdote ou "papa"".

Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/religi%C3%A3o-e-espiritismo

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"A ciência multiplica as possibilidades dos sentidos e a filosofia aumenta os recursos do raciocínio, mas a religião é a força que alarga os potenciais do sentimento". (Espírito Emmanuel, capítulo 10 - "Religião" do livro Roteiro)


23 agosto 2019

Células-Tronco

As células são consideradas como a menor porção viva do organismo. São formadas, fundamentalmente de três partes: membrana envolvente, citoplasma e núcleo. Tecido é um grupo de células semelhantes destinado à realização de determinadas funções. Órgãos são formados por um tecido ou um grupo de tecidos que desempenham determinadas funções. Sistemas são formados por um conjunto de órgãos constituídos por um único tecido. Aparelhos são formados por um conjunto de órgãos constituídos por vários tecidos. O organismo humano é formado por numerosos órgãos, os quais trabalham harmonicamente para assegurar a vida. (1)

Uma célula-tronco é uma célula que pode se reproduzir e gerar diferentes tipos de células funcionais. Presentemente, as células-tronco mais famosas são as células-tronco embrionárias (CTEs), cultivadas in vitro. Lembrando que o embrião é uma estrutura originária da fertilização de um óvulo (gameta feminino) por um espermatozoide (gameta masculino).

Para uma melhor compreensão do assunto, anotemos:

Cultura de tecidos. Consiste em produzir células fora do corpo, em tubos de ensaio. Foi a partir de 1950 que começou a ser usada, quando passou a ser possível comprar de fornecedores biológicos.

Terapia celular. É o uso de novas células para substituir as que morreram e introduzi-las na parte do corpo em questão. Exemplos: células do músculo do coração para um coração fraco; neurônios em uma parte do cérebro afetada por um AVC.

Transplante de medula óssea. É a mais importante forma de terapia com células-tronco, pois é possível coletar medula óssea (e as células-tronco hematopoéticas que contém) em quantidade suficiente de doadores vivos.

Pretensas terapias com células-tronco. São as "terapias com células-tronco" que não tem explicação científica clara. Isso normalmente envolve enxertos autólogos de células de uma parte do corpo em outra, ou às vezes enxertos alogênicos de determinada linhagem de celular na região afetada. (2)

Quando analisamos a questão das células-tronco na perspectiva espírita, devemos ter em mente que, teoricamente, é possível que muitos embriões concebidos in vitro não tenham Espíritos, porém, é impossível aceitar que, nesse tipo de fertilização, nunca haverá ligação de Espíritos. Assim, se foram criados com a intenção de nascer, podem perfeitamente ter Espíritos ligados. Se o embrião congelado não é vida, por que o embrião no útero seria? (3)

Fonte de Consulta

(1) DUARTE, José Coimbra. O Corpo Humano. 8.ª ed., São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1971. 

(2) SLACK, Jonathan. Células-Tronco: uma Breve Introdução. Tradução de Janaína Marcoantonio. Porto Alegre, RS: L&PM, 2018. (Coleção L&PM POCKET, v. 1293)

(3) (matéria publicada na Folha Espírita em março de 2006)


09 agosto 2019

Franco, Divaldo Pereira

Divaldo Pereira Franco é médium e conferencista espírita. Nasceu em 5 de maio de 1927, na cidade de Feira de Santana, na Bahia.

Divaldo Franco, juntamente com Nilson de Souza Pereira, Tio Nilson, para atender as crianças carentes da região, fundou a Mansão do Caminho no dia 15 de agosto de 1952, Em mais de quarenta anos, cerca de 680 crianças e jovens residiram nesses lares substitutos, até a emancipação. Uma grande parte deles constituiu família, mantendo seus lares com edificação, trabalhando dignamente, cada qual na área escolhida.

Sua conversão ao Espiritismo se deu da seguinte forma: abalado pela morte de seu irmão mais velho, e não encontrando amparo médico, recebe ajuda de dona Ana Ribeiro Borges, que o conduziu à Doutrina Espírita.

O seu trabalho de psicografia começou em 1947, em que diversas mensagens foram escritas por seu intermédio. Depois de algum tempo, os Benfeitores espirituais pediram para rasgá-las, pois não passava de simples exercício. Dentre os Espíritos comunicantes, Joanna de Ângelis revelou-se como sua orientadora espiritual, escrevendo inúmeras mensagens, que conforta as pessoas necessitadas de diretriz espiritual.

Em sua trajetória doutrinária, proferiu palestras por diversas cidades brasileiras e muitos países. Destaca-se o título de Doutor Honoris Causa em Humanidades pela Universidade do Canadá. Até 2010, havia publicado 290 obras.

Por ocasião do Movimento Você e a Paz, idealizado por Divaldo, o querido irmão tem visitado, há dez anos, os bairros populosos da cidade do Salvador, levando-lhes a mensagem preciosa da paz. Esse movimento está sendo propagado, com brilhantismo, em vários países da Europa, tais como: Portugal, França e Espanha, nos Estados Unidos e Paraguai, levando, desta maneira, a proposta urgente da paz a todas as nações.

Fonte de Consulta

http://www.mansaodocaminho.com.br/divaldo-franco/




08 agosto 2019

Guerra na Visão Espírita

Guerra. Refere-se à luta armada entre duas ou mais nações ou bandos. Implica o rompimento de um estado de paz. Etimologicamente, procede do germânico werra, que se transformou em war (inglês). Inicialmente, não representava um conflito sangrento, mas algo na linha da discordância, que podia nascer de uma discussão verbal e chegar, no máximo, a um duelo.

Há diversos tipos de guerras. Guerra preventiva (nação declara guerra antes que outra ataque), guerra civil (dentro do próprio país), guerra santa (motivos religiosos), guerra suja (ações fora do quadro legal ou declarado). Há, também, o sentido moral e psicológico como alusão ao combate ou oposição.

As guerras não acontecem por acaso; elas são frutos do livre-arbítrio das pessoas racionais. Nesse caso, elas podem ser justas ou injustas. Para que uma guerra seja justa, há algumas condições: 1) Que haja um direito líquido e certo, injustamente desrespeitado; 2) ocorrer somente depois de esgotados todos os esforços de acordo; 3) equivalência moral entre o bem que se espera, a reparação do direito do ofendido, e os males inerentes ao desencadear da violência.

Idígoras, em seu Vocabulário Teológico para a América Latina, diz que na Bíblia, há mandamentos divinos que conclamam a luta contra os adversários. Daí, percebemos que se trata de um profundo problema humano. Em outras palavras, para defender ou ampliar posses, os indivíduos entram em litígio. Quando as articulações não conseguem o seu fim, a luta se torna inevitável. Em certos casos, a guerra é certamente moral, quando se trata de defender os direitos atingidos ou impedir que os opressores explorem os mais fracos ou pacíficos. Assim, "não é a guerra que se apresenta como injusta, mas sim a sua utilização para causas ou objetivos de opressão".

Em O Livro dos Espíritos, Allan Kardec trata da guerra.

Pergunta 742 - Qual a causa que leva o homem à guerra?

Predominância da natureza animal sobre a espiritual e a satisfação das paixões.

Pergunta 743 - A guerra desaparecerá um dia da face da Terra?

Sim, quando os homens compreenderem a justiça e praticarem a lei de Deus. Então todos os povos serão irmãos.

Pergunta 744 - Qual o objetivo da Providência ao tornar a guerra necessária?

A liberdade e o progresso.

Pergunta 744 a - Se a guerra deve ter como efeito conduzir à liberdade, como se explica que ela tenha geralmente por fim e por resultado a escravização?

Escravização momentânea para sovar os povos, a fim de fazê-los andar mais depressa.

Pergunta 745 - Que pensar daquele que suscita a guerra em seu proveito?

Esse é o verdadeiro culpado e necessitará de muitas existências para expiar todos os assassínios de que foi causa, porque responderá por cada homem cuja morte tenha causado para satisfazer a sua ambição.

Compilaçãohttps://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/guerra-na-vis%C3%A3o-esp%C3%ADrita