“Falou-lhes, pois Jesus outra vez, dizendo: Eu sou
a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida”.
(João, 8,12
O capítulo 8, de o Evangelho segundo João,
trata da mulher adúltera e da missão de Jesus. Os
versículos de 1 a 11 destacam a absolvição de Jesus a respeito da
mulher pega em flagrante adulterando, e que a lei do Velho Testamento mandava
apedrejar. Depois que os escribas e fariseus se retiraram, um a um, começando
pelos mais velhos, Jesus, a sós com a adúltera, diz: "Vá e não peques mais".
A seguir, profere a frase acima: “... Eu sou a luz do mundo; quem me segue não
andará em trevas, mas terá a luz da vida”
Há muitos textos nos Evangelhos que versam sobre a
luz do mundo. Em João, 1, 4-9: “Nele estava a vida, e a vida era a luz dos
homens; e a luz resplandece nas trevas e as trevas não a compreenderam”. Em
João, 3,19: “A luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a
luz, porque as suas obras eram más”. Em João, 9,5: “Enquanto estou no mundo,
sou a luz do mundo”
Façamos uma análise do par de termos trevas-luz
Quando Deus criou as trevas, elas não representavam
um poder antidivino: simplesmente louvavam o Criador como a própria luz. No
decorrer do tempo, passou a significar a pessoa que não está ligada a Deus.
Este pensamento já é encontrado no Velho Testamento. No Novo Testamento, a fé
cristã é uma passagem das trevas para a luz; imitar Jesus Cristo é andar na luz
e não nas trevas.
As trevas têm relação com os pensamentos sombrios.
Muitos deles causam o monoideísmo – ideia fixa –, que facilmente pode levar o
ser humano à obsessão, à fascinação e à possessão. Nesse caso, os Espíritos
inferiores se aproveitam de nossa fraqueza mental e passam a nos influenciar
negativamente. Os trabalhos de desobsessão, em Centros Espíritas, retratam
esta situação. Há pessoas que ficam completamente desfiguradas pela influência
desses Espíritos.
Jesus Cristo, quando esteve encarnado entre nós,
procurou disseminar a luz da Boa Nova. A humanidade, porém, preferiu as trevas:
em 64, houve a perseguição do Imperador Nero aos cristãos; em 313, Constantino
proclamou a liberdade do cristianismo e o fez religião oficial do Império
Romano, desfigurando os ensinamentos de Cristo; no século XII foi criada a
Inquisição, tribunal eclesiástico da Idade Média, com fogueiras, forcas e
pelotões de fuzilamento.
Falar das trevas é fácil; da luz, um pouco mais
difícil. É que a nossa visão de mundo ainda está chafurdada na superficialidade
da vida. Para que possamos penetrar em outras esferas do pensamento,
precisamos, muitas vezes, do beneplácito dos Espíritos de luz, que nos inspiram
ideias renovadoras. Se hoje estamos nas trevas, nem sempre será assim. A vida
nos oferece oportunidades mil para sairmos do nosso status quo e
adquirirmos outros de maior valor moral e intelectual. Acontece que isso não é
feito de maneira suave, sem solavancos. Há, muitas vezes, a necessidade da dor,
da doença e do sofrimento.
Certa feita, disse o divino Mestre: “Quem me segue,
siga-me”; em outra circunstância, afirmou: “Quem me segue não anda em trevas”.
São estas as palavras de Cristo pelas quais somos advertidos que meditemos
sobre sua vida e seus costumes se verdadeiramente queremos ser iluminados e
livres de toda a cegueira de coração. Reconheçamos que não basta admirar o
Cristo e divulgar-lhe os preceitos. É imprescindível acompanhá-lo para que
estejamos na bênção da luz.
O Espírito Emmanuel, comentando esta passagem,
fala-nos que quando Cristo designou os seus discípulos como sendo a luz do
mundo, assinalou-lhes tremenda responsabilidade na Terra. É que a chama da
candeia gasta o óleo do pavio. Nesse sentido, o Cristão sem espírito de
sacrifício é lâmpada morta no santuário do Evangelho. Recomenda-nos, assim, não
nos determos em conflitos ou perquirições sem proveito, visto que a luz não
argumenta, mas sim esclarece e socorre, ajuda e ilumina.
Verifiquemos se nossa pretensa luz não seja senão
trevas. Muitas vezes imaginamo-nos mais iluminados do que os outros e não
passamos de simples velas diante da luz elétrica. Se estivermos constantemente
pensando no mal, nas injustiças que foram cometidas contra nós, ficaremos
presos às trevas. A prática do perdão, que é lançar luz sobre os
acontecimentos, contudo, pode libertar o nosso pensamento para áreas mais úteis
ao nosso desenvolvimento moral e espiritual.
Um comentário:
Sérgio, parabéns pelos seus textos, suas explicações são de uma lucidez maravilhosa. Já li Muitos textos seus, as vezes vou pesquisar assuntos espíritas na internet, apenas digito o tema no google, e quase sempre encontro uma explicação sua.
Obrigado e abraços
Deus lhe abençõe
Valdecir - Cascavel PR
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