Na Parapsicologia, Rhine criou o termo
Percepção Extra-Sensorial (P.E.S.) para designar a percepção de um objeto
independentemente dos órgãos do sentido (tato, olfato, paladar, visão e
audição). A sua teoria é baseada na função Psi: psigama refere-se
aos fenômenos de efeitos inteligentes; psikapa, aos fenômenos de
efeitos físicos. Para comprová-los, usa o método estatístico combinado com o
cálculo de probabilidade.
A percepção mediúnica difere
da Percepção Extra-Sensorial, pois é a visão, audição e comunicação com um
mundo que não é percebido pelas vias sensoriais do encarnado. Em se tratando da
função psigama, da P.E.S., há a comprovação da telepatia, clarividência, pós
e retro-cognição, todos fenômenos anímicos. A percepção mediúnica,
por seu turno, refere-se à comunicação com Espíritos desencarnados. Nesse caso,
convém nos lembramos da definição de mediunidade: faculdade humana, natural na
qual se estabelecem as relações entre os Espíritos desencarnados e os homens,
em que os últimos são denominados médiuns, intermediários da mensagem.
Para melhor compreendermos a ideia de
percepção mediúnica, recordemo-nos de que o espectro eletromagnético, em
comprimentos de ondas em metros, varia de 10-14 a 108,
sendo que os nossos olhos captam apenas 1/70 desse universo. Os nossos ouvidos,
por outro lado, captam o som entre 20 e 20.000 vibrações por segundo. Estes
simples dados mostram que há som, luz, energia, vibrações e radiações além de
nossa capacidade de percepção. O mesmo se dá no campo mediúnico.
A percepção mediúnica é a captação de
conhecimentos que estão além dos nossos sentidos físicos. Por isso, cegos e
surdos do mundo físico são capazes de ver e ouvir muito além, porque veem com
os olhos do Espírito. A limitação mediúnica, se assim quisermos colocar,
depende de nossos próprios recursos, quais sejam intelectuais e morais. É por
isso que os Espíritos, tais como Emmanuel, André Luiz, Bezerra de Menezes e
outros, estão sempre nos incentivando ao estudo e à mudança comportamental.
As mensagens espíritas, principalmente
aquelas encontradas nos livros Fonte Viva, Vinha de Luz, Caminho,
Verdade e Vida, Pão Nosso, de autoria do Espírito Emmanuel,
pela pena do médium Francisco Cândido Xavier, são um alimento valioso para esse
progresso moral. O Espírito Emmanuel retrata o cristianismo para os dias
atuais. Certa feita teceu comentários sobre a solidão. Ele diz: “À medida que
te elevas, monte acima, no desempenho do próprio dever, experimentas a solidão
dos cimos e incomensurável tristeza te constringe a alma sensível... Em torno
de ti, a claridade, mas também o silêncio... Dentro de ti, a felicidade de
saber, mas igualmente a dor de não seres compreendido...”
Há, porém, percepção e percepções.
Podemos nos sintonizar com os Espíritos de luz ou os Espíritos das trevas. Há
ainda os falsos profetas, ou seja, aqueles Espíritos que se apresentam como se
fossem de luz, mas estão inseridos numa grande treva. A mensagem de Jesus só
não faz sentido para aqueles que não lhe captam o sentido. É como dois
estrangeiros tentando se comunicar. A comunicação passa despercebida ou é mal
interpretada.
Tenhamos em mente a perfeita conexão
com os Espíritos de luz e as trevas não nos visitarão, porque estaremos sob o
amparo beneplácito das correntes amorosas do bem.
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Mencionamos apenas estes fatos, entre
milhares deles, registrados nos anais das pesquisas psíquicas, para oferecer
alguns elementos significativos de comprovação da clarividência através de
casos espontâneos, que confirmam as conclusões de laboratório da equipe de
Rhine. Tanto a mulher do caso do Prof. Lawrence Jones, quanto a mãe aflita do
relato de Flamarion, ou o pintor holandês do caso de Puharich, como a menina
Kate Fox só podiam ter visto o que relataram pela visão sem olhos. A telepatia
é incapaz de explicar esses casos. Não obstante, como já advertimos, em muitos
casos as duas funções, a telepática e a clarividente, agem em conjugação. Para
esses casos de percepção global existe a classificação técnica de Fenômenos
GESP, ou seja, fenômenos de General Extra Sensory Perception,
que em português teria a sigla de PESG, Percepção Extra-Sensória Geral.
Rhine criou essa designação em virtude das dificuldades de separar um fenômeno
do outro e da conveniência de realizar experimentos de conjugação, que se
mostraram mais produtivos. (III — "CV — a visão sem olhos", do livro
Parapsicologia Hoje a Amanhã, do Prof. J. Herculano Pires)
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