25 agosto 2010

Divórcio e Espiritismo

O casamento é qualquer projeto de vida em comum entre pessoas de sexos diferentes. O divórcio é o rompimento legal do casamento. “Os Fariseus tiveram por dura a condição do matrimônio não admitir divórcio, alegando que melhor era não casar”. Diz-se também das dissensões entre marido e mulher ou entre amigos. Exemplo: dado o seu mau caráter, está em divórcio com todos.

Na Roma antiga, era costume casar-se e descasar-se. Na época, as mulheres contavam os anos pelo número de maridos. César, por exemplo, repudiou sua mulher com a simples alegação de que “a mulher de César não deve ser suspeita a ninguém”. Observava-se, também, que era uma honra para a mulher ter tido um único marido. Nesse caso, em seu túmulo ia a seguinte lápide: “não teve senão um marido”.

Nos Estados Unidos, 50% dos casamentos acabam em divórcio. Na União Europeia, a cada 30 segundos um casamento é dissolvido. Por cada dois casamentos, há um que se rompe. De acordo com Censos e pesquisas do Registro Civil do IBGE, o número de divorciados no Brasil tem aumentado ao longo do tempo. Em 1980 houve 41.140 divórcios; em 1991, 378.469; em 2000, 2.319.595. Esses números representaram, respectivamente, 0,03, 0,26 e 1,37% da população. Presentemente, a cada 6 novos casamentos há 1 divórcio.

Tratando-se de Religião: 1) de acordo com o direito canônico, a indissolubilidade do matrimônio cristão adquire particular firmeza em razão do sacramento; 2) o divórcio como direito masculino é encontrado em Deut. 24, 1-4; 3) em virtude da facilidade de dissolução do casamento no Império Romano, os cristãos acabaram aceitando com facilidade a indissolubilidade do matrimônio. As suas convicções estão firmadas nas próprias palavras do Cristo, que só no adultério via motivo para o divórcio. (Mat., 19,9)

O Espírito Emmanuel, comentando a passagem evangélica sobre o divórcio, diz-nos que “partindo do princípio de que não existem uniões conjugais ao acaso, o divórcio, a rigor, não deve ser facilitado entre as criaturas”. A Divina Providência jamais prescreve princípios de violência. Caso optemos pela separação, talvez estejamos adiando os reajustes para uma futura encarnação.

De acordo com o Espiritismo, o divórcio é uma lei humana que tem por fim separar legalmente o que está separado de fato; não é condenável perante Deus, pois, ele trata de legitimar o que já está separado, isto é, regular separações onde não há amor, mas somente a união dos sexos ou de interesses materiais.

Saibamos que em nosso planeta, há raríssimas uniões de almas gêmeas, poucos matrimônios de almas afins e grande número de ligações de resgate. Tenhamos, assim, paciência e resignação e adiemos o máximo possível a ruptura de uma união matrimonial.

Compilaçãohttps://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/div%C3%B3rcio

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O Divórcio no Código de Hamurábi

Se um homem se dispôs a abandonar uma sugetum que lhe deu filhos ou uma salme que lhe permitiu possuir crianças, a esta mulher será devolvido o seu dote e lhe será dada uma parte do campo, jardim e bens moveis e ela criará as crianças.

Sugetum — esposa de segunda categoria: quando a esposa (salme) não podia dar filhos, o homem tinha o direito de casar-se novamente; a sugetum nem bem era a primeira esposa, nem uma concubina escrava.

Há considerações sobre o abandono da primeira esposa, a saída da mulher de casa... envolvendo as questões de dinheiro ou dote. .

Código de Hamurábi, 137-143

O Divórcio entre os Hebreus

Se um homem tomar uma mulher e se casar com ela e se ela não o atrair, por ter encontrado algo indecente nela e se ele lhe lavrar e entregar um termo de divórcio despedindo-a de casa;

E se, saindo de sua casa, for e se casar com outro homem.

E se este a aborrecer, e lhe lavrar e lhe entregar o termo de divórcio e a despedir da sua casa, ou se vier a morrer,

Então seu primeiro marido, que a despediu, não poderá tornar a desposá-la, para que seja sua mulher, depois que foi contaminada; pois é abominação perante o Senhor; assim não farás pecar a terra que o Senhor teu Deus te dá por herança.

Deuteronômio 24, 1-4.

Extraído de PINSKY, Jaime. 100 Textos de História Antiga. São Paulo: 11.ed., Contexto, 2021.

 

 

 

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