O dinheiro é o símbolo de
riqueza, poder e prestígio. Ele é o deus deste mundo, sob o qual se
prostram todos os seus adoradores. Pode ser um elemento-chave de pensamento,
que condiciona o ser humano por toda a sua vida, deixando em segundo plano os
valores de amor, fidelidade e religiosidade. Interpretando-o como uma forma de
miséria humana, Papini diz que o dinheiro é o “excremento” corrompido do diabo.
Até o limiar da época moderna, usávamos o
termo “riqueza” para designar a posse de bens materiais, tais como, casas e
terrenos; a partir da Idade Média, com a expansão do comércio, o dinheiro adquiriu
o estatuto de riqueza a ponto de se tornar o seu sinônimo para a maioria das
pessoas. Posteriormente, a sua acumulação passa a ser um dos principais
objetivos da atividade econômica, caracterizando e fortalecendo o sistema
capitalista de mercado.
Embora o dinheiro tenha
adquirido o status de riqueza, ele é simplesmente um meio de troca.
Em vez de usarmos sal, boi e farinha, optamos pelo dinheiro, pela sua
facilidade nas transações de mercadorias. Que necessidade de dinheiro teria o
indivíduo numa ilha solitária, como aconteceu com Robinson Crusoé? Uma faca e
uma vara de pescar teriam mais utilidade. Foi mais por causa do cosmopolitismo
que virou sinônimo de riqueza. Daí, a impressão de que quanto mais dinheiro
mais rico o indivíduo é.
Em se tratando do aspecto religioso, Jesus
Cristo compara o dinheiro ao deus Mamon, que compete com do Deus verdadeiro,
enaltece o óbulo da viúva e profere a frase: “Dai a César o que é de César e a
Deus o que é de Deus”. Seguindo os seus exemplos, os primeiros cristãos vendiam
os seus bens e com o dinheiro arrecadado socorriam aos mais pobres em suas
necessidades.
O dinheiro é ao mesmo tempo expressão de
grandeza e de perdição. O problema está na sua posse. Por isso, o apóstolo
Paulo, em I Timóteo, 6,10, diz-nos: “A paixão pelo dinheiro é a raiz de toda a
espécie de males e, nessa cobiça, alguns se desviaram da fé e se traspassaram a
si mesmos com muitas dores”. Acrescentemos, também, a frase: “Pois que
aproveitaria ao homem ganhar o mundo todo e perder a sua alma?” — Jesus
(Marcos, 8,36).
Se não prestarmos atenção, tudo gira em torno do dinheiro: arte, filosofia, cultura e mesmo a religião eletrônica. Lembremo-nos, assim, do dístico evangélico de repartir com o próximo o que Deus nos ofertou, quer seja dinheiro, tempo e recursos pessoais.
Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/dinheiro
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