Etimologicamente,
a aristocracia é o “governo dos melhores” (do grego aristos,
melhor e kratos, poder).
Segundo Platão, os filósofos eram os mais sábios e os mais capacitados para
dirigir uma nação. Isto não implicava a ideia de transmissão hereditária de
privilégios sociais que prevaleceu em seguida.
As formas
de governo podem ser resumidas em três (de um só, de poucos e de todos).
Aristóteles (384-322) nomeia-as: a monarquia, em que o poder se concentra em uma pessoa; a aristocracia, em que o poder se concentra num grupo de
pessoas; a democracia, em que o povo exerce o poder através de representantes
eleitos. Cada uma dessas formas pode se degenerar: a monarquia, em tirania, a aristocracia, em timocracia e a democracia,
Poder – Do latim potere é,
literalmente, o direito de deliberar, agir e mandar e também, dependendo do
contexto, a faculdade de exercer a autoridade, a soberania, ou o império de
dada circunstância ou a posse do domínio, da influência ou da força. A
sociologia define poder, geralmente, como a habilidade de impor a
sua vontade sobre os outros, mesmo se estes resistirem de alguma maneira. Para
Hobbes, o poder é algo que “se baseia nos meios para obter uma vantagem”; para
Russel, “o conjunto de meios que permitem obter efeitos desejados”.
Historicamente,
a autoridade pode ser assim resumida. Na antiguidade, era exercida pelos
chefes de família, ou seja, pelos patriarcas. Com o aumento populacional e a
complexidade das sociedades, foi preciso substituir os chefes de família pelos
homens fortes, o exército. O poder militar juntou-se ao poder eclesial,
criando, na Idade Média, a autoridade de Nascença. Depois foi-lhe acrescentada
a influência do dinheiro e da inteligência, que ainda perduram na época atual.
Allan
Kardec retoma esse tema
As
falcatruas políticas que sempre houve, e ainda há, não impedirão a implantação
desta aristocracia intelecto-moral? Não. De acordo com Allan Kardec, o bem deverá
suplantar o mal. Acrescenta que os homens de bem não fazem alarde de suas
obras; os maus, sim. Dia virá em que, por força da inexorabilidade do
progresso, os homens que ocuparão os postos de comando serão os mais
inteligentes e os mais moralizados.
Em O
Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, no lugar da fé
cega, que aniquila a liberdade de pensar, diz: “Não há fé inabalável, senão a
que possa encarar, face a face a razão, em todas as épocas da Humanidade. A fé
necessita de base e esta base consiste na inteligência perfeita daquilo em que
se haja de crer. Para crer, não basta ver, é, sobretudo, preciso compreender”.
Nesse caso, podemos apontar o Espiritismo como um dos principais precursores da
aristocracia do futuro, a aristocracia
intelecto-moral.
Fonte de
Consulta
KARDEC, A. Obras Póstumas. 15. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1975, capítulo sobre Aristocracias, p. 239 a 245.
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