Considera-se fenômeno normal todo
acontecimento cujo mecanismo causal se enquadra no conjunto das leis que
admitimos governarem os processos da natureza. Designamos por fenômeno paranormal todo
o acontecimento "inusitado", "além do normal", ou seja,
fora do conjunto dos fatos normais.
Normalidade é perceber o mundo através dos cinco
sentidos, que são: audição, olfato, paladar, tato e visão. Tudo o que escapa a
esses sentidos, a Parapsicologia convencionou chamar de paranormalidade. A
paranormalidade foi muito utilizada pelo Dr. Joseph Banks Rhine, da
Universidade de Duke, nos Estados Unidos que, através da pesquisa quantitativa,
modernizou a Metapsíquica e transformou-a na Parapsicologia. Paranormal é o
fenômeno que ocorre paralelamente ao normal.
O objeto da Parapsicologia é o estudo dos fenômenos
inconscientes extranormais e dos fenômenos paranormais. Em se tratando dos
paranormais, Rhine inclui todos os que não podem ser explicados sem se admitir
no Homem a existência de uma faculdade espiritual, por se não deverem a nenhum
tipo de energia física conhecida ou possível. De acordo com Robert Amadou,
"A parapsicologia coloca em evidência o estudo experimental das funções
psíquicas, ainda não incorporadas ao sistema da psicologia científica, com
vistas à sua incorporação neste sistema ampliado e completado".
Os fenômenos paranormais foram englobados, no 1.º Congresso Internacional de Parapsicologia, na cidade de Utrecht, em 1953, sob a designação
genérica de fenômenos Psi (letra grega). J. B. Rhine classificou os
fenômenos de telepatia, clarividência e pré e post-coginição (P.E.S.) como
função "psi-gama", a telecinesia, a teleplastia e a psicocinesia –
dinamismo psíquico – como função "psi-kapa". Para a avaliação
quantitativa da função "psi", Rhine escolheu o método estatístico
combinado com o cálculo das probabilidades. Na pesquisa da função "psi-gama",
Rhine elegeu como principal instrumento o baralho zener, composto de 25 cartas,
distribuídas em 5 naipes (quadrado, ondas, estrela, sinal de mais e o círculo).
Para verificação da função "psi-kapa", escolheu os dados de jogar.
(Andrade, 1976)
Para a Parapsicologia, os dados paranormais
pertencem às funções "psi-gama" ou "psi-kapa". Para o
Espiritismo, esses dados poderão ser perfeitamente enquadrados nos conceitos de
fenômeno anímico e fenômeno mediúnico. A telepatia, a clarividência e a
premonição são fenômenos anímicos; a psicografia e a xenoglossia, fenômenos
mediúnicos. Levitação e deslocamento de objetos, dados do "psi-kapa",
são classificados, no Espiritismo, como fenômenos mediúnicos de efeitos
físicos.
A reportagem da Superinteressante,
cujo título de capa é "Parnormais", relata que Joseph McMoneagle
cobra 250 dólares por hora de trabalho, e a vidente Noreen Renier, 1.000
dólares por consulta. Para o Espiritismo, a mediunidade deve ser gratuita, pois
está fundamentada na frase "dar de graça o que graça receber". O
médium espírita deve ter consciência de que não é nenhum missionário na acepção
da palavra, mas um Espírito bastante endividado, que reencarnou com a tarefa de
redimir os seus erros do passado. Para tanto, deve encaminhar para o bem, as
pessoas que houvera desviado em encarnações passadas. Cobrar por algo que não
lhe pertence pode lhe trazer conseqüências funestas, inclusive com a perda da
própria mediunidade.
"Ao que muito foi dado, muito será exigido, e
mais lhe será acrescentado", diz o Evangelho. Se, pela misericórdia
divina, fomos bafejados pela luz de verdade, convém, para o nosso próprio bem,
expandir este clarão para os demais seres humanos.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ANDRADE, H. G. Parapsicologia Experimental.
2. ed. São Paulo: Boa Nova, 1976.
Revista Superinteressante, julho de 2009.
Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/paranormalidade
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