Iluminismo, ou filosofia das
luzes, é o movimento filosófico do século XIX, que se caracteriza pela
confiança no progresso e na razão, pelo desafio à tradição e à autoridade e
pelo incentivo à liberdade de pensamento. O Espiritismo, considerado um
libertador de consciências, utilizou muito esses avanços do pensamento.
O iluminismo não é uma ideia nova. Os compromissos
por ele adotados já faziam parte da filosofia antiga, que se esmerava em
criticar todo o tipo de crença e de conhecimento. Além disso, procurava usar os
novos conhecimentos para os fins práticos da vida. O iluminismo moderno nada
mais é do que a aplicação desses compromissos ao período que vai da Revolução
inglesa de 1688 até à Revolução Francesa de 1789.
O iluminismo visa à emancipação do ser humano e de
toda a humanidade por meio das luzes da razão. A chamada idade da razão tem por
objetivo a sua própria autonomia, no sentido de vencer as trevas da
superstição, da ignorância, do fanatismo e da intolerância tanto moral quanto
religiosa. Nas mãos do iluminismo, a razão se torna uma nova divindade.
O iluminismo assume os pressupostos hedonistas e
utilitaristas, em que a felicidade já não é mais utópica, mas
encontra-se atrelada ao progresso material e moral da humanidade.
Consequentemente, o seu carro chefe é a revolução industrial e o descobrimento
de novas técnicas para transformar os bens naturais em bens úteis.
França e Alemanha foram os países que mais
propagaram o iluminismo. O iluminismo francês está centrado em Voltaire,
Montesquieu e Rousseau que, apesar das diferenças de abordagem, têm dois pontos
em comum: confiança na razão e repúdio à religião. O iluminismo alemão tem como
lema o sapere aude kantiano, que é a saída dos homens do
estado de minoridade devido a eles mesmos. A minoridade é
a incapacidade de utilizar o próprio intelecto sem a orientação de outro.
Qual o papel das ciências na propagação do
iluminismo? A razão suspeitava de tudo. Para a comprovação dos fatos, precisava
de provas. Daí, o aparecimento das diversas ciências, cujo método
teórico-experimental, em todos os campos do saber, preparava a revolução
industrial, a revolução da energia.
O Espiritismo surgiu na época certa, quando as
ciências já estavam desenvolvidas e o método teórico-experimental era aplicado
em tudo o que se pensava saber. Se tivesse sido cogitado antes, poderia não
vingar. Havia necessidade de aliar a razão à fé, ou seja, tornar a fé raciocinada.
Allan Kardec era um cientista e, como tal, tinha
muito apreço pela relação causa-efeito. Não resta dúvida que recebera
influência do iluminismo, pois não vivia à margem do acontecia na França.
Observe a sua posição com relação aos fenômenos das mesas girantes. Enquanto o
seu amigo falava que as mesas se moviam, ele aceitava tranquilamente. Foi só
relatar que, além de se mover, as mesas também falavam, ele colocou em dúvida
tal afirmação e foi procurar a causa, ou seja, de onde vinha aquela voz, já que
uma mesa não tem cérebro para pensar.
O Espiritismo prende-se a todos os ramos da Filosofia, da Metafísica, da Psicologia e da Moral. É a síntese de todo o processo de conhecimento, desde a filosofia de Sócrates e Platão, considerados os seus precursores. É a mais completa Doutrina de consolo até hoje aparecida na face da terra. Em seu conteúdo doutrinal, toca em todos os pontos centrais de qualquer filosofia ou religião, como é o caso de Deus, do Espírito, da matéria, da sobrevivência da alma após a morte e da comunicação com os Espíritos.
Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/iluminismo
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