A Simbólica é uma
disciplina filosófica que estuda a gênese, o desenvolvimento, a vida, a morte e
a ressurreição dos símbolos. Para interpretar os significados dos símbolos,
utiliza-se do método dialético simbólico, que se funda, sobretudo,
na analogia.
O Evangelho é
um repositório de sabedoria impregnado de muita simbologia. Os seus textos
exigem sempre uma interpretação mais acurada de quem investiga os seus
ensinamentos. As parábolas contadas por Jesus, por exemplo, estão carregadas de
muita simbologia, que precisamos desvendar. A parábola, por definição, é uma
narrativa alegórica na qual o conjunto de elementos evoca, por comparação,
outras realidades de ordem superior. Jesus falava por parábolas no sentido de
despertar a curiosidade dos ouvintes para, depois, dar as explicações
necessárias.
Dentre os temas ligados à simbologia,
a árvore é o mais rico e o mais difundido. Símbolo da
vida, em perpétua evolução e em ascensão para o céu, ela evoca todo o
simbolismo da verticalidade. As suas raízes enterradas no solo simbolizam a
terra, o subterrâneo. O seu tronco e os seus galhos mostram a ascensão para o
Céu, ou seja, a evolução espiritual do ser humano. Por isso, ela é
universalmente considerada como o símbolo das relações que se estabelecem entre
a terra e o céu.
A figueira,
assim como a oliveira e a videira, é uma das árvores que simbolizam a
abundância. Quando seca, porém, torna-se a árvore do mal. Na simbólica,
representa a ciência religiosa. No sentido estrito da simbólica cristã, ela
representa não só a ciência como também a Sinagoga que, por não ter reconhecido
o Messias da Nova Aliança, já não tem frutos. Quando Jesus amaldiçoa a
figueira, ele se dirige à ciência que esta árvore representa, pois a religião
que imperava na sua época não servia para ser a lídima herdeira da Doutrina
renovadora trazida por ele; por isso, deveria ser condenada à esterilidade.
O carvalho é,
também, símbolo muito usado. O carvalho, em todos os tempos e lugares, é
sinônimo de força: e essa é claramente a impressão que dá a árvore na idade
adulta. Para nós, que estamos dentro do Espiritismo, ele assume papel
relevante, pois o nome druida (dru
[u] id — os muitos sábios) tem relação
etimológica com o carvalho (drus). Nesse sentido, os druidas celtas têm direito
à sabedoria e à força. Lembremo-nos, pois, de que Allan Kardec foi um
sacerdote druida em encarnação passada.
Estudemos atenciosamente cada um dos
símbolos do Evangelho, a fim de poder captar as realidades de ordem superior
que o mesmo possa evocar.
Fonte de Consulta
CHEVALIER, J. e GHEERBRANT, A. Dicionário
de Símbolos (mitos, sonhos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, números).
6 ed., Rio de Janeiro, José Olympio, 1992
SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed., São Paulo, Matese, 1965.
Nenhum comentário:
Postar um comentário