Evolução significa
desenvolvimento, volver para fora o que já está contido em algo. É o
desenvolvimento, pela atualização das possibilidades, das potências já inclusas
virtualmente em
algo. A teoria da evolução pode
ser vista sob o ponto de vista da Biologia e da Metafísica. Segundo a Biologia,
é a transformação das espécies vivas umas nas outras. Em termos da Metafísica, é
o progresso do Universo, hipótese de muitas filosofias e doutrinas religiosas.
A evolução biológica engloba o fixismo e o transformismo. O fixismo admite
que as espécies não sofrem mudanças. Surgiram sobre a Terra, cada qual já
adaptada ao ambiente onde foi criada. Não havendo necessidade de mudanças, as
espécies permaneciam imutáveis desde o momento em que surgiram. O transformismo pressupõe
que as espécies não permaneciam imutáveis, mas sofriam modificações. O
transformismo só pode ser aceito depois da vinda da Nova Ciência e da descoberta
do método teórico-experimental.
Charles Darwin (1809-1882), a bordo do Beagle, registrou
inúmeras observações em Sobre a
Origem das Espécies (1859).
Chegou à conclusão que as espécies se transformavam através da seleção
natural. Nesse caso, os indivíduos sofrem modificações espontâneas, mas
sobrevivem apenas os mais aptos. Além disso, são esses indivíduos que podem se
reproduzir e transmitir esses caracteres a seus descendentes.
Na Metafísica, o evolucionismo, mesmo se servindo dos
resultados da teoria biológica, vai muito além. O evolucionismo foi
assumido como esquema fundamental de muitas metafísicas, tanto materialistas
quanto espiritualistas. A característica fundamental que essas metafísicas
distinguem na evolução é o progresso.
Para elas, evolução significa essencialmente progresso, e sempre otimista, ao
contrário da evolução biológica, que não necessariamente é otimista. Spencer,
com o seu homogêneo indiferenciado, e Bérgson, com o seu elã
vital, deram valiosas contribuições à divulgação do evolucionismo
metafísico.
No Espiritismo, o ponto alto da evolução do Espírito é o
aparecimento do senso moral.
Enquanto o princípio inteligente estagia no reino animal, o senso moral é quase
nulo. Somente quando adquire a razão, o pensamento contínuo e o livre-arbítrio,
na fase humana, é que começa a responder pelos seus atos. Daí, a
responsabilidade de cada um pelo seu próprio progresso.
O Espiritismo mostra-nos que, no inicio da sua caminhada
evolutiva, o Espírito não possui o livre-arbítrio, cuja escolha é deixada a
cargo dos mensageiros do espaço. Somente quando desenvolveu o senso moral, foi
capaz de responder pelos seus próprios atos. Allan Kardec diz-nos
que o ser humano não é fatalmente conduzido ao mal. “Ele pode, como prova ou
expiação, escolher uma existência em que se sentirá arrastado para o crime, seja
pelo meio em que estiver situado, seja pelas circunstâncias supervenientes. Mas
será sempre livre de agir como quiser. Assim, o livre-arbítrio existe no estado
de Espírito, com a escolha da existência e das provas; e no estado corpóreo, com
a faculdade de ceder ou resistir aos arrastamentos a que voluntariamente estamos
submetidos”. (1)
Allan kardec, em O
Livro dos
Espíritos, mostra-nos que o progresso intelectual nem sempre anda junto com
o progresso moral. No longo prazo, porém, deverão equilibrar-se para que haja
maior coerência das ações praticadas pelo ser humano. Nesse sentido, o Espírito
Emmanuel adverte-nos que a sabedoria e amor são as duas asas que nos conduzirão
ao progresso. Paralelamente, o Espírito André Luiz diz-nos que o ciclo de
reencarnações somente terminará quando tivermos sedimentado as nossas ações nas
máximas do Evangelho de Jesus.
O progresso é inexorável e a lei de causa e efeito é
providencial. Assim, tenhamos consciência dos nossos atos diários. Adiando para
amanhã a prática do bem, podemos retardar a nossa evolução material e
espiritual.
(1) KARDEC, A. O
Livro dos Espíritos. 8. ed. São Paulo: Feesp, 1995, questão 872.
Compílação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/evolu%C3%A7%C3%A3o-e-espiritismo
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