08 março 2023

Iniciantes no Espiritismo

Allan Kardec costumava dizer que, antes de falarmos do espírito, deveríamos preparar a mente do ouvinte para tal realidade. Na época, e ainda hoje, muitos ainda não têm uma ideia clara do que seja o espírito. Pessoas, letradas ou não, temem quando falamos que ao redor de nós há muitas testemunhas.

O professor Dr. Ari Lex costumava dizer em suas palestras, principalmente aquelas que se referiam à pureza doutrinária, que a essência da doutrina, ou seja, os livros básicos da codificação, seria o arroz e feijão. As mensagens e os romances eram classificados como sobremesa. Quer dizer, podemos muito bem passar sem a sobremesa; contudo, se o arroz e o feijão faltarem em nossa refeição diária, possivelmente teremos alguns problemas de saúde.

Quais seriam esses livros básicos? E os complementares? As Obras Básicas são: O Livro dos Espíritos (1857), O Livro dos Médiuns (1861), O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864), O Céu e o Inferno (1865) e A Gênese (1868). Entre as Obras Complementares estão os escritos de Gabriel Delanne, Léon Denis, Camille Flammarion, J. Herculano Pires e Edgar Armond. Incluem-se, também, as obras mediúnicas de Francisco Cândido Xavier, Divaldo Pereira Franco e outros.

O divulgador do Espiritismo deve tomar o devido cuidado em separar o que é doutrinário daquilo que não o é. Falamos naturalmente sobre os "chacras", o "corpo astral", o "fogo serpentino" e o "carma" sem nos darmos conta de que essas palavras foram extraídas da filosofia esotérica. Anotemos uma observação do professor Ari Lex: para o termo "aura" ele sugeria que usássemos o termo "atmosfera psíquica". 

Importa, mais do que tudo, abrir a mente de quem nos ouve. O Espiritismo é um libertador de consciência. E não podemos, com o nosso verbo falado ou escrito, prejudicar as pessoas que buscam esses novos conhecimentos doutrinários. Somos apenas os intermediários, mas se não nos portarmos adequadamente, podemos acarretar problemas para nós mesmos e para compreensão da sã doutrina.

Caso estejamos iniciando alguém no aprendizado espírita, convém sempre ir revelando aos poucos os conhecimentos espirituais, tal como Jesus fazia com os seus apóstolos.