16 julho 2018

Evolução em Dois Mundos: Notas do Livro

Os tópicos abordados no livro Evolução em Dois Mundos podem ser objetos de um curso de Espiritismo. O Espírito André Luiz, por intermédio da pena de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, informa-nos sobre o fluido cósmico, o corpo espiritual, a evolução, o automatismo, a hereditariedade, o desencarne, a simbiose, o vampirismo, os mecanismos da mente, entre outros.

Observa-se o cuidado de perpassar lentamente os vários reinos de natureza, isto é, o reino mineral, o reino vegetal, o reino animal e o reino hominal. O Espirito André Luiz procura realçar as contribuições que cada reino oferece ao progresso do princípio inteligente através dos tempos. Tudo isso para que, quando ele adentrar no reino hominal, terá a herança e o automatismo dos reinos anteriores. 

Adquirir o pensamento contínuo é um marco relevante para a evolução do princípio inteligente. No aperfeiçoamento das engrenagens do cérebro, o princípio inteligente sentiu a necessidade de comunicação com os semelhantes e, para isso, a linguagem surgiu entre os animais. Primeiramente, o fonema e a mímica. Registrem-se o silvo dos vários repteis, o coaxar dos batráquios, as manifestações sonoras das aves e o mimetismo de alguns insetos.

Realcemos o tópico "Automatismo e Herança" do capítulo IV "Automatismo e Corpo Espiritual".

"Assim como na coletividade humana o indivíduo trabalha para a comunidade a que pertence, entregando-lhe o produto das próprias aquisições, e a sociedade opera em favor do indivíduo que a compõe, protegendo-lhe a existência, no impositivo do aperfeiçoamento constante, nos reinos menores o ser inferior serve à espécie a que se ajusta, confiando-lhe, maquinalmente, o fruto das próprias conquistas, e a espécie labora em benefício dele, amparando-o com todos os valores por ela assimilados, a fim de que a ascensão da vida não sofra qualquer solução de continuidade.

Se, no círculo humano, a inteligência é seguida pela razão e a razão pela responsabilidade, nas linhas da Civilização, sob os signos da cultura, observamos que, na retaguarda do transformismo, o reflexo precede o instinto, tanto quanto o instinto precede a atividade refletida, que é base da inteligência nos depósitos do conhecimento adquirido por recapitulação e transmissão incessantes, nos milhares de milênios em que o princípio espiritual atravessa lentamente os círculos elementares da Natureza, qual vaso vivo, de forma em forma, até configurar-se no indivíduo humano, em trânsito para a maturação sublimada no campo angélico.

Desse modo, em qualquer estudo acerca do corpo espiritual, não podemos esquecer a função preponderante do automatismo e da herança na formação da individualidade responsável, para compreendermos a inexequibilidade de qualquer separação entre a Fisiologia e a Psicologia, porquanto ao longo da atração no mineral, da sensação no vegetal e do instinto no animal, vemos a crisálida de consciência construindo as suas faculdades de organização, sensibilidade e inteligência, transformando, gradativamente, toda a atividade nervosa em vida psíquica".

Lembremo-nos de que André Luiz busca apenas acordar em nós a noção da imortalidade da alma, ou seja, a continuidade da evolução do espírito além-túmulo.