25 abril 2019

No Momento da Morte

De acordo com Allan Kardec, no momento da morte, a alma volta a ser Espírito, ou seja, retorna ao mundo dos Espíritos, que ele havia deixado temporariamente. A separação da alma do corpo não é dolorosa como a maioria de nós supõe; normalmente, a alma sente mais durante a vida do que nesses instantes finais da vida na matéria. A separação também não é instantânea. Opera-se lentamente segundo as circunstâncias. (Consultar O Livro dos Espíritos, livro 2, capítulo 3)

Em se tratando da separação do Espírito do corpo físico, lembremo-nos de que quando a morte é natural, o desprendimento começa pelos pés, indo progressivamente até a cabeça, onde está situado o centro de força coronário, o último a desatar por causa de sua estreita ligação com o Espírito. A ordem é esta segundo o Espírito André Luiz, em Obreiros da Vida Eterna, capítulo 13, p. 210: o centro vegetativo, ligado ao ventre, sede das manifestações fisiológicas; o centro emocional, zona dos sentimentos e desejos, sediado no tórax, e o centro mental, situado no cérebro. 

Eis, a descrição: "Logo que Jerônimo concluiu a operação sobre a primeira região, uma certa porção de substância leitosa extravasou do umbigo, pairando em torno. Em seguida, depois de operar sobre a região do tórax, nova cota de substância desprendeu-se do corpo. E, na última etapa do processo, finda sua atuação sobre o cérebro de Dimas, uma brilhante chama violeta-dourada desligou-se da região craniana e absorveu, instantaneamente, a vasta porção de substância leitosa já exteriorizada das duas primeiras regiões".

O transe da morte é sempre crise, pois retrata a passagem do mundo da matéria para o mundo do Espírito. Quer dizer, deixamos este mundo e penetramos no mundo dos Espíritos. Léon Denis, em Crise da Morte (primeiro caso), diz-nos que há afirmações de que o indivíduo revê instantaneamente toda sua vida que acaba de deixar. Espírito Peckam disse: "No momento da morte, revi, como num panorama, os acontecimentos de toda a minha existência". Desprendendo do corpo, a alma segue o peso específico de seu perispírito, ou seja, irá para lugares felizes ou infelizes, conforme foi a sua atuação neste mundo. 

Falta ainda à humanidade o conhecimento da transitoriedade do corpo físico. No livro O Céu e o Inferno, Allan Kardec diz-nos que o temor da morte decorre da noção insuficiente da vida futura, embora denote também a necessidade de viver e o receio da destruição total. Segundo o seu ponto de vista, o espírita não teme a morte, porque a vida deixa de ser uma hipótese para ser realidade. Ou seja, continuamos individualizados e sujeitos ao progresso, mesmo na ausência da vestimenta física.

Tratemos naturalmente da passagem para o mundo espiritual. O importante é ter a consciência tranquila, que nos propiciará muita paz nesse momento crucial para todo o vivente.