25 novembro 2023

Psicometria

Historicamente, em 1849, Buchanan, médico norte americano, coloca em prática o que o general Polk lhe dizia, isto é, sempre que tocava em bronze sentia um estremecimento no sistema nervoso e um gosto estranho lhe afligia. Posteriormente, realiza em anos contínuos uma série de experiências começando pelos metais, passando a artigos de culinária e finalizando com a colocação de objetos na fronte dos chamados "pacientes sonâmbulos". Estes sonâmbulos descreviam cenas relativas às épocas da experiência dos objetos ou o próprio caráter da pessoa a quem pertencia o objeto psicometrado (1).

De acordo com a psicologia, psicometria é a ciência que tem por objeto, estabelecer e aplicar processos de estudo quantitativo dos fenômenos psíquicos. Em sentido mais restrito, a própria medida de tais fenômenos. O Espírito André Luiz, por sua vez, define-a como a faculdade de perceber o lado oculto do ambiente e ler impressões e lembranças, ao contato de objetos e documentos, nos domínios da sensação à distância (2).

Mecanismo da Psicometria.  Em concentração, os dotados, emitem ondas mentais. Estas ondas percepcionam, trazem sensações, percepções de realidades. São ondas eletromagnéticas, que "iluminando um objeto" nô-lo trazem à visão após isto (2).

Função do Psicômetra. Exercer o mecanismo de forma automática, capacidade de se desdobrar com facilidade... clareando o assunto quanto possível, vamos encontrar no médium de psicometria a individualidade que consegue desarticular, de maneira automática, a força nervosa de certos núcleos, como por exemplo: os da visão e da audição, transferindo-lhes a potencialidade para as próprias oscilações mentais (2).

Casos relatados por Bozzano: 1) um psicômetra ao analisar um punhado de terra, sente o odor do pão, porque no trajeto a terra passara em frente de uma padaria; 2) análise de uma pedra; 3) análise do carvão (3).

Casos relatados por André Luiz: 1) RELÓGIO — aureolado de luminosa faixa branquicenta, ao tocá-lo assomou-lhe quase instantaneamente aos olhos mentais linda reunião familiar; 2) TELA DO SÉCULO XVIII — destituída de qualquer sinal de moldura fluídica. Impossibilidade da leitura telepática; ESPELHO — junto ao qual se mantinha uma jovem desencarnada com expressão de grande tristeza; 4) referia-se aos MÓVEIS DO GABINETE do diretor da entidade. Se eles entrassem em contato com as peças, sentiriam os reflexos daqueles que as usaram (4).

(1) PAULA, J. T. Dicionário Enciclopédico de Espiritismo, Metapsíquica e Parapsicologia.

(2) LUIZ, A. Mecanismos da Mediunidade, cap. XX.

(3) BOZZANO, A. Enigmas da Psicometria.

(4) LUIZ, A. Nos Domínios da Mediunidade, cap. XXVI.

 

22 novembro 2023

Mecanismos da Mente (Cap. 16 de Evolução em Dois Mundos)

O Espírito André Luiz, no capítulo 16 “Mecanismos da Mente”, do livro Evolução em Dois Mundos, pretende estudar a alienação mental da maioria dos Espíritos desencarnados, pelo menos durante algum tempo além da morte. Para isso, acha interessante analisar, mesmo que superficialmente, alguns dos experimentos nervosos, para se ajuizar a importância da harmonia entre a mente e seu veículo fisiopsicossomático, no plano físico e extrafísico.

Parte da relação entre alma e corpo. A alma é direção; corpo, obediência. Nesse sentido, é justo que o homem receba em si mesmo o fruto da plantação que realizou. Quer queiramos ou não, nosso comportamento irá determinar o que o futuro nos reserva: fazendo o bem, teremos mais liberdade; praticando o mal, teremos que alocar tempo a sua devida correção. O que existe de concreto é o bem; o mal é sempre a ausência do bem.

Depois de seccionada a medula de um paciente, há uma insensibilidade completa, o relaxamento muscular, a paralisia e a eliminação dos reflexos somáticos e viscerais. Esse desligamento não se verifica de todo, pois isso acarretaria a morte do paciente. Esse fenômeno é atribuível ao contato das células do corpo espiritual com as fibras aferentes que vibram na cadeia simpática, penetrando a medula, acima do ponto molestado.

A recuperação dos reflexos se dá de diversas formas: nos batráquios é rápida; no gato é um pouco mais demorado, levando mais tempo conforme a complexidade do ser analisado.  Na generalidade dos casos, os reflexos reaparecem no curso de semanas, tempo indispensável para que as células do corpo espiritual, vencendo as resistências do corpo físico, a ele se reimponham, quanto possível.

Diz-nos André Luiz que a depressão em estudo é tanto mais perdurável quanto mais complexa a encefalização do animal. Isto acontece porque a complexidade cresce na medida em que solicitam o concurso de maior campo dos neurônios internunciais. Detalhe: Em vista do corpo espiritual, muitas pessoas acabam sentindo, integrados ao próprio corpo, esse ou aquele membro que, fisicamente, não existe mais.

Sincronia dos estímulos entre corpo físico e corpo espiritual. Há uma ligação entre as células do corpo físico e as células do corpo espiritual. Às vezes, a turvação da mente é capaz de obstruir temporariamente esse ou aquele fulcro energético da região diencefálica, no centro coronário da entidade desencarnada.

Mecanismo do monoideísmo. O Espírito desencarnado contemplará tão somente os quadros terríveis que lhe digam respeito às culpas contraídas, sem capacidade de observar paisagens de outra espécie; escutará vozes acusadoras sem possibilidade de ouvir quaisquer outros sons. O pesadelo não é mera criação abstrata, mas resultado do próprio estado mental em que se encontra. 

Resumindo: "É dessa forma que os suicidas, com agravantes à frente do Plano Espiritual, como também os delinquentes de variada categoria, padecem por largo tempo a influência constante das aflitivas criações mentais deles mesmos, a ela aprisionados, pela fixação monoideica de certos núcleos do corpo espiritual, em detrimento de outros que se malbaratados e oclusos”.

 

 

21 novembro 2023

Fenômeno Espírita (Livro)

“Não digo que isso seja possível; afirmo que isso é uma verdade.” (William Crookes)

“Evitar o fenômeno espírita, deixar de prestar-lhe a atenção a que ele tem direito, é faltar com o que se deve à verdade.” (Victor Hugo)

François-Marie-Gabriel Delanne (1857-1926) foi cientista, engenheiro, filósofo e espírita, e recebeu o título “Apóstolo do Espiritismo”. Fundador, juntamente com seu pai, da União Espírita Francesa, em 24/12/1882; colaborador e redator da revista bimensal Le Spiritism, em março de 1883; auxiliou na fundação da Federação Francesa-Belgo-Latina, em 1883.

O livro Fenômeno Espírita, de autoria de Gabriel Delanne, foi publicado em 1893. Embora os conhecimentos científicos ali expostos tenham sofrido transformação e progresso ao longo do tempo, os conceitos espíritas, porém, continuam válidos ainda nos dias que correm. O Fenômeno Espírita trata do testemunho dos sábios, do estudo histórico, da exposição metódica de todos os fenômenos, da discussão das hipóteses, dos conselhos aos médiuns e da teoria filosófica.

Na Antiguidade, lembra-nos que os Vedas afirmam a existência de Espíritos, que Saul consulta a pitonisa de Endor e, por seu intermédio, comunica-se com Samuel, e que em todos os tempos houve a evocação dos mortos. Nos tempos modernos, cita o fenômeno de Hydesville, nos Estados Unidos; o convencimento do Sr. Wallace, vencido pela evidência, na Inglaterra; os fenômenos das mesas girantes,  na França. Conclui que esse destemor ao Espiritismo alastra-se para o mundo todo.

Quando começa a enfrentar os fatos, depara-se com a força psíquica e sua medição. Indo além, tem que enfrentar também a inteligência da força psíquica, que pode ser vislumbrada na transmissão do pensamento, na telegrafia além-túmulo e nas pranchetas clarividentes.

Eis uma experiência realizada por Robert Hare: "A longa extremidade de uma prancha foi presa a uma balança de espiral, com um indicador fixo para marcar o peso. A mão do médium foi colocada sobre a outra extremidade da prancha, de modo que, qualquer pressão que houvesse, não pudesse ser exercida para baixo; mas, pelo contrário, produzisse efeito oposto, isto é, suspendesse a outra extremidade. Com grande surpresa sua, esta extremidade desceu aumentando assim o peso de algumas libras na balança". (pág. 66)

Gabriel Delanne não se esquece dos estudos sobre os médiuns escreventes, a incorporação ou encarnação, a vidência, a audição, a escrita direta ou psicografia, entre outros. Além disso, escreve também sobre Espiritismo transcendental, recorrendo às materializações, à desagregação da matéria, às experiências de Zöllner, de Wallace, às aparições luminosas e à fotografia espírita. Dá, em seguida, alguns conselhos aos médiuns e aos experimentadores: Recolhimento, homogeneidade de pensamentos, regularidade, paciência, circunspeção em relação aos Espíritos que se manifestam e desconfiança com relação aos grandes nomes.

As grandes vozes de Crookes, Wallace e Zöllner dão-nos a convicção de que a alma é imortal e que ela não só não morre como pode se manifestar aos humanos. Acrescenta-se que todo efeito tem uma causa e todo efeito inteligente faz supor uma causa inteligente.