07 março 2025

D. Pedro II

"D. Pedro II" é o título do capítulo 20, do livro "Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho", pelo Espírito Irmão X e psicografia de Francisco Cândido Xavier. 

... Recebendo as confidências de Ismael, que apelava para a sua misericórdia infinita, considerou o Senhor a necessidade de polarizar as atividades do Brasil num centro de exemplos e de virtudes, para modelo geral de todos. Chamando Longinus à sua presença, falou com bondade:

— Longinus, entre as nações do orbe terrestre, organizei o Brasil como o coração do mundo. Minha assistência misericordiosa tem velado constantemente pelos seus destinos e, inspirando a Ismael e seus companheiros do Infinito, consegui evitar que a pilhagem das nações ricas e poderosas fragmentasse o seu vasto território, cuja configuração geográfica representa o órgão do sentimento no planeta, como um coração que deverá pulsar pela paz indestrutível e pela solidariedade coletiva e cuja evolução terá de dispensar, logicamente, a presença contínua dos meus emissários para a solução dos seus problemas de ordem geral. Bem sabes que os povos têm a sua maioridade, como os indivíduos, e se bem não os percam de vista os gênios tutelares do mundo espiritual, faz-se mister se lhes outorgue toda a liberdade de ação, a fim de aferirmos o aproveitamento das lições que lhes foram prodigalizadas.

"Sente-se o teu coração com a necessária fortaleza para cumprir uma grande missão na Pátria do Evangelho?"

— Senhor — respondeu Longinus, num misto de expectativa angustiosa e de refletida esperança —, bem conheceis o meu elevado propósito de aprender as vossas lições divinas e de servir à causa das vossas verdades sublimes, na face triste da Terra. Muitas existências de dor tenho voluntariamente experimentado, para gravar no íntimo do meu espírito a compreensão do vosso amor infinito, que não pude entender ao pé da cruz dos vossos martírios no Calvário, em razão dos espinhos da vaidade e da impenitência, que sufocavam, naquele tempo, a minha alma. Assim, é com indizível alegria, Senhor, que receberei vossa incumbência para trabalhar na terra generosa, onde se encontra a árvore magnânima da vossa inesgotável misericórdia. Seja qual for o gênero de serviços que me forem confiados, acolherei as vossas determinações como um sagrado ministério.

— Pois bem — redarguiu Jesus com grande piedade —, essa missão, se for bem cumprida por ti, constituirá a tua última romagem pelo planeta escuro da dor e do esquecimento. A tua tarefa será daquelas que requerem o máximo de renúncias e devotamentos. Serás imperador do Brasil, até que ele atinja a sua perfeita maioridade, como nação. Concentrarás o poder e a autoridade para beneficiar a todos os seus filhos. Não é preciso encarecer aos teus olhos a delicadeza e sublimidade desse mandato, porque os reis terrestres, quando bem compenetrados das suas elevadas obrigações diante das leis divinas, sentem nas suas coroas efêmeras um peso maior que o das algemas dos forçados. A autoridade, como a riqueza, é um patrimônio terrível para os espíritos inconscientes dos seus grandes deveres. Dos teus esforços se exigirá mais de meio século de lutas e dedicações permanentes. Inspirarei as tuas atividades; mas, considera sempre a responsabilidade que permanecerá nas tuas mãos. Ampara os fracos e os desvalidos, corrige as leis despóticas e inaugura um novo período de progresso moral para o povo das terras do Cruzeiro. Institui, por toda parte, o regime do respeito e da paz, no continente, e lembra-te da prudência e da fraternidade que deverá manter o país nas suas relações com as nacionalidades vizinhas. Nas lutas internacionais, guarda a tua espada na bainha e espera o pronunciamento da minha justiça, que surgirá sempre, no momento oportuno. Fisicamente consideradas, todas as nações constituem o patrimônio comum da humanidade e, se algum dia for o Brasil menosprezado, saberei providenciar para que sejam devidamente restabelecidos os princípios da justiça e da fraternidade universal. Procura aliviar os padecimentos daqueles que sofrem nos martírios do cativeiro, cuja abolição se verificará nos últimos tempos do teu reinado. Tuas lides terminarão ao fim deste século, e não deves esperar a gratidão dos teus contemporâneos; ao fim delas, serás alijado da tua posição por aqueles mesmos a quem proporcionares os elementos de cultura e liberdade. As mãos aduladoras, que buscarem a proteção das tuas, voltarão aos teus palácios transitórios, para assinar o decreto da tua expulsão do solo abençoado, onde semearás o respeito e a honra, o amor e o dever, com as lágrimas redentoras dos teus sacrifícios. Contudo, amparar-te-ei o coração nos angustiosos transes do teu último resgate, no planeta das sombras. Nos dias da amargura final, minha luz descerá sobre os teus cabelos brancos, santificando a tua morte. Conserva as tuas esperanças na minha misericórdia, porque, se observares as minhas recomendações, não cairá uma gota de sangue no instante amargo em que experimentares o teu coração igualmente trespassado pelo gládio da ingratidão. A posteridade, porém, saberá descobrir as marcas dos teus passos na Terra, para se firmar no roteiro da paz e da missão evangélica do Brasil.

Longinus recebeu com humildade a designação de Jesus, implorando o socorro de suas inspirações divinas para a grande tarefa do trono.

Ele nasceria no ramo enfermo da família dos Braganças; mas, todas as enfermidades têm na alma as suas raízes profundas. Se muitas vezes parece permanecer a herança psicológica, é que o sagrado instituto da família, dentro da lei das afinidades, frequentemente se perpetua no infinito do tempo. Os antepassados e seus descendentes, espiritualmente considerados, são, às vezes, as mesmas figuras sob nomes vários, na árvore genealógica, obedecendo aos sábios dispositivos da lei de reencarnação. Foi assim que Longinus preparou a sua volta à Terra, depois de outras existências tecidas de abnegações edificantes em favor da humanidade, e, no dia 2 de dezembro de 1825, no Rio de Janeiro, nascia de D. Leopoldina, a virtuosa esposa de D. Pedro, aquele que seria no Brasil o grande imperador e que, na expressão dos seus próprios adversários, seria o maior de todos os republicanos de sua pátria.


Curiosidades sobre D. Pedro II

No centenário da independência dos Estados Unidos, D. Pedro II esteve lá representando o Brasil. Foi recebido pelo presidente dos Estados Unidos, sendo aclamado como um intelectual, um cientista que falava fluentemente vários idiomas, inclusive o tupi-guarani. .

Foi considerado o maior estadista que o Brasil já teve. Ainda hoje o seu nome é lembrado pelos norte-americanos. No Brasil, contudo, há escola de samba denegrindo o seu nome. 

No centenário da Independência americana estavam comemorando o afastamento do sistema monárquico europeu e propugnando a nova politica internacional — a República. 

O contraste: o centenário de uma República e um monarca. D. Pedro II foi o primeiro monarca a pisar no solo americano, e recebido como muito satisfação e alegria. Diziam que ele era um cidadão imperial, pois conversava com as pessoas naturalmente, sem a pompa imperial. Participou de diversos debates, e percorreu os Estados Unidos da Costa Oeste à Costa Leste, viajando de trem.

O navio que ele chegou aos Estados Unidos se chamava "Rússia". Foi como um passageiro normal. Quando a imprensa o descobre, responde: "eu vim aqui para participar do maior encontro da ciência e tecnologia do mundo".  

Era considerado uma das maiores personalidades do mundo.

Entrevista com Gérson Gomes. Link: Rádio Auri Verde Brasil 



01 março 2025

Espiritismo Básico, de Pedro Franco Barbosa

Pedro Franco Barbosa, nas palavras de Deolindo Amorim — apresentador do livro — é titular de alto cargo jurídico na administração federal, muito respeitado entre seus pares. Contudo, ele não é somente um pesquisador do Direito, mas principalmente um estudioso do Espiritismo. Eis os tópicos elencados junto ao título: — As Origens, a Natureza, as Características. — Os Princípios Básicos. — A Codificação: a Filosofia, a Ciência, a Religião. — O Homem: Constituição e Destino. — A Literatura Espírita: Mediúnica e Não Mediúnica.

Neste livro, entraremos em contato com os fatos históricos do espiritualismo e o aparecimento do termo “Espiritismo”, cunhado por Allan Kardec. Temos, assim, informações sobre “O Episódio de Hydesville”, “As Mesas Girantes"... Além disso, sintetiza a histórica do espiritismo no Brasil, realçando as notícias das mesas girantes, a obra pioneira de Luiz Olímpio Teles de Menezes e os fatos espíritas notáveis.

Parte de uma necessidade dos frequentadores de Centros Espíritas de entrarem em contato com a Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec. Ele nos diz: “observamos que, em sua maioria, tem dificuldade de conhecê-la, seja por falta de um livro que resuma os ensinamentos básicos do espiritismo, seja pela impossibilidade de aquisição das numerosas obras que tratam, de per si, dos assuntos mais importantes da terceira revelação". Procurou, assim, reunir o máximo de material, dispondo-o numa linguagem clara e acessível.

Apoiando-se em Deolindo Amorim, José Herculano Pires, Carlos Imbassahy, Hernani Guimarães Andrade, Zeus Wantuil, Francisco Thiesen, Léon Denis e Camille Flammarion, mostra-nos o cuidado em expor as pesquisas e experiências desses baluartes do espiritismo, no sentido de  enriquecer a própria Doutrina Espírita. Ao enfatizar o caráter da revelação espírita, procura diferenciá-la da umbanda, do espiritualismo e de outras correntes filosóficas, pois os conceitos aí defendidos podem confundir o entendimento correto da pureza doutrinária.

Lendo este livro podemos nos inteirar não só do conhecimento doutrinário, mas também de algumas curiosidades. Eis uma delas:

A tragédia do circo de Niterói, por exemplo, reuniu comparsas do crime na velha Lião, nas Gálias (v. “Reformador" de março de 1962 "Tragédia no Circo", do Irmão X). No terrível incêndio do Edifício Joelma, de São Paulo, ocorrido em 1º de fevereiro de 1974, a Justiça Divina reuniu, para o resgate de crimes comuns, antigos combatentes cristãos das Cruzadas, que queimavam vivos os inimigos (v. "Diálogo dos Vivos", psicografado por Chico Xavier e comentado por Herculano Pires, item 26).