A imortalidade
da alma exprime a noção essencialmente positiva, de vida-sem-fim,
daquilo que não é submetido à morte. Excetuando-se o seu uso metafórico, em que
uma pessoa pode ser imortal pelas suas ideias ou por seus livros, a
imortalidade é a crença de que a alma prossegue viva no além-túmulo. Esta
hipótese é sustentada não só pelas religiões como também pelo conjunto da
filosofia espiritualista desde a Antiguidade.
Não se sabe quando o ser
humano começou a se interessar pela vida após a morte. No período paleolítico –
pedra lascada – (2.500.000 a.C. a 10.000 a.C.) não se tem notícia. Somente no
período neolítico – pedra polida – (10.000 a.C. a 4000 a.C.) foram registrados
alguns indícios: objetos e alimentos deixados perto dos mortos. No antigo
Egito, a convicção da existência de uma vida futura era categórica,
principalmente pela prática de embalsamar os faraós mortos.
Dependendo do ângulo
observado, a palavra alma está sujeita a várias interpretações. Para os materialistas, a alma é o princípio da vida orgânica
material; não tem existência própria e se extingue com a vida; para os panteístas, a alma vem de Todo universal, toma um corpo e
com a morte volta novamente ao Todo; para os espiritualistas, a alma é um ser moral, distinto,
independente da matéria e que conserva a sua individualidade após a morte.
Allan Kardec, por sua vez, além de corroborar com a tese espiritualista,
define-a como sendo um Espírito encarnado.
A morte é uma
experiência universal. O ser humano nasce, cresce, luta, sofre, sonha, mas é
vencido pela morte. A transição deste para o outro mundo depende de crenças e
hábitos dos diversos povos. Para alguns há o medo do fogo do inferno; para
outros, a serenidade. Os americanos negam a morte, enquanto os Trukeses, os
habitantes das ilhas Truk (Pacífico), ratificam-na. Alguns povos choram a morte
de seus parentes; outros a festejam. O espírita, porém, não deve temer a morte,
porque sabe que receberá toda a proteção necessária dos amigos espirituais.
As expectativas após a
morte dependem do próprio conceito de alma, visto anteriormente. Para os materialistas, é o nada que nos espera; para os panteístas, é a dissolução no Todo universal; para os
espiritualistas dogmáticos, é a crença num Céu e num Inferno e a ressurreição
no dia do Juízo Final; para os espíritas, é a crença de que a alma continua a
sua caminhada no mundo espiritual, guardando a sua individualidade e sujeita a
um progresso ininterrupto, sofrendo pelos erros cometidos e sendo agraciada
pelo bem que fez ao semelhante.
Sejamos obedientes a
Deus, aceitando sem reservas as Suas determinações. Somente assim vamos
adquirindo uma visão mais acurada da realidade que nos aguarda, a verdadeira
realidade espiritual.
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