24 setembro 2006

Animal e Emoção

Os animais têm emoção? É uma pergunta que dá o que pensar. Não resta dúvida que alguns animais como o cavalo, o macaco, o cachorro e o elefante possuem apreciáveis qualidades da inteligência. Além disso, são receptivos aos elogios e às repreensões. Gabriel Dellane no livro A Evolução Anímica mostra que o remorso, a justiça e a injustiça encontram-se em germe em todos os animais, podendo manifestar-se em ocasiões oportunas. Mas, daí afirmar-se que o animal possua emoção vai grande distância.

Emoção – do francês émotion, significa sentimento de pouco duração, reações afetivas intensas, perturbações violentas e passageiras de afetividade complexa e ligadas a ideias, sendo estas evocadas ou não por percepções (tais são a cólera, o medo, a alegria, a tristeza etc.). A emoção distingue-se da afeição e da paixão. Enquanto a emoção está ligada a ideias e a estados complexos do espírito, a afeição (agrado e desagrado) está diretamente ligada à simples sensação. Por outro lado, a paixão é uma atitude permanente do espírito e não uma rápida efervescência da afetividade como a emoção.

A emoção é consequência dos nossos automatismos exercitados nos vários reinos da natureza. O Espírito André Luiz, no livro Evolução em Dois Mundos, diz-nos que nas linhas da civilização o reflexo precede o instinto, o instinto precede a atividade refletida, a atividade refletida precede a inteligência, a inteligência precede a razão e a razão precede a responsabilidade. Deduz-se que o princípio inteligente vai agregando potencialidades físicas e psicológicas para desabrochar-se integralmente na fase humana.

O equacionamento do problema está no grau das manifestações. A inteligência, o livre-arbítrio e o sentimento encontram-se limitados no reino animal. Enfatiza-se que a distância entre a alma do animal e a alma do homem é equivalente à distância entre a alma humana e Deus. O homem é dotado da capacidade de elaborar conceitos morais, enquanto o animal não. O animal limita-se, exclusivamente, à vida material.

Concentremos nossa atenção no processo de evolução do Espírito. O objetivo central do Espírito é o seu progresso moral e intelectual. O nosso tempo deve ser alocado racionalmente para o aprendizado de coisas úteis. Quanto às relações misteriosas existentes entre o homem e o animal, isso, está nos segredos de Deus, cujo conhecimento nada importa para o nosso adiantamento, e sobre o qual seria inútil nos determos.

Respeitemos nossos irmãos inferiores dentro de seus graus de evolução. Não queiramos transformá-los em seres pensantes e apaixonados. Esta é uma característica própria do reino hominal.

Fonte de Consulta

DELANNE, G. Evolução Anímica. 5. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1988.

KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed., São Paulo, FEESP, 1995.

XAVIER, F. C. e VIEIRA, W. Evolução em Dois Mundos, pelo Espírito André Luiz, 4. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1977.


 

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