02 junho 2013

Dívida

Dívida. Do latim debitum, “aquilo que é devido”, do verbo debere, “dever”. Em direito, é todo dever jurídico de cunho patrimonial. Em economia e finanças públicas, implica uma problemática específica dentro da Economia Política. O sentido translato de dívida diz respeito aos favores que recebemos dos outros, mesmo que graciosamente, e a respeito dos quais contraímos uma dívida de gratidão.  

Os princípios da lei de Deus estão gravados em nossa consciência. Quando desobedecemos estes princípios, contraímos uma dívida para com a Lei Natural. Mais cedo ou mais tarde, devemos quitá-la. Nesse sentido, a reencarnação não deve ser vista como um castigo, uma punição de Deus por uma dívida contraída. Ela é uma oportunidade de acerto, de quitação. É o processo inerente à evolução material, moral e espiritual do Espírito.

O Espírito André Luiz, no livro Evolução em Dois Mundos, ao comentar mandamento “honrar pai e mãe”, diz: “Lembra-te de que a dívida para com teus pais terrestres é sempre insolvável por sua natureza sublime”. Em se tratando do mandamento "não roubar", afirma: “Evitemos a apropriação indébita para que não agravemos as nossas próprias dívidas”.

A "Parábola dos Devedores e Credores" está posta nos seguintes termos: “Então o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicastes. Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti? E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia. Assim vos fará, também, meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas.”  (Mateus, 18, 32 a 35). Depreende-se que devemos sempre retribuir a compaixão que recebemos de nossos credores, quais sejam Deus, o nosso pai terrestre, entre outros.

A dificuldade de quitação de uma dívida pode ser retratada da seguinte forma:

O Espírito Humberto de Campos (Irmão X), no capítulo 15 (“O Compromisso”), do livro Estante da Vida, psicografado por Francisco Cândido Xavier, relata a história de Alberto Nogueira, que reencarnou com muita dívida do passado. Alberto Nogueira, prestes a reencarnar neste Planeta, diante de seu quadro de deslizes morais e espirituais, pede uma existência com inúmeras deficiências físicas e dificuldades de toda a sorte. Os amigos do espaço, diante desse pedido, oferecem-lhe um outro modo de resgatar o seu passado delituoso: MEDIUNIDADE. 

Passados mais de 30 anos, os benfeitores do espaço, precisando de alguém para tratar de um caso de obsessão, não o acham em serviço. 

Conclusão: “Aquele espírito valoroso que pedira lepra, cegueira, loucura, idiotia, fogo, lágrimas, penúria e abandono, a fim de desagravar a própria consciência, no plano físico, depois de acomodar-se nas concessões do Senhor, esquecera todas as necessidades que lhe caracterizavam a obra de reajuste e preferia a ociosidade, enquadrado em pijama, com medo de trabalhar”. 

Recebido um conhecimento espiritual, contraímos uma dívida, ou seja, a responsabilidade de o passar para os outros irmãos de jornada. Guardá-lo somente para nós é puro egoísmo. Lembremo-nos de que deveremos prestar contas das dádivas divinas (conhecimento, riqueza e talento) postas em nossas mãos. Elas nos foram emprestadas para ajudar o progresso da humanidade e não para servir aos nossos prazeres mundanos. 





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