"D. Pedro II" é o título do capítulo 20, do livro "Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho", pelo Espírito Irmão X e psicografia de Francisco Cândido Xavier.
... Recebendo as
confidências de Ismael, que apelava para a sua misericórdia infinita,
considerou o Senhor a necessidade de polarizar as atividades do Brasil num
centro de exemplos e de virtudes, para modelo geral de todos. Chamando Longinus
à sua presença, falou com bondade:
— Longinus, entre as
nações do orbe terrestre, organizei o Brasil como o coração do mundo. Minha
assistência misericordiosa tem velado constantemente pelos seus destinos e,
inspirando a Ismael e seus companheiros do Infinito, consegui evitar que a
pilhagem das nações ricas e poderosas fragmentasse o seu vasto território, cuja
configuração geográfica representa o órgão do sentimento no planeta, como um
coração que deverá pulsar pela paz indestrutível e pela solidariedade coletiva
e cuja evolução terá de dispensar, logicamente, a presença contínua dos meus
emissários para a solução dos seus problemas de ordem geral. Bem sabes que os
povos têm a sua maioridade, como os indivíduos, e se bem não os percam de vista
os gênios tutelares do mundo espiritual, faz-se mister se lhes outorgue toda a
liberdade de ação, a fim de aferirmos o aproveitamento das lições que lhes
foram prodigalizadas.
"Sente-se o teu
coração com a necessária fortaleza para cumprir uma grande missão na Pátria do
Evangelho?"
— Senhor — respondeu
Longinus, num misto de expectativa angustiosa e de refletida esperança —, bem
conheceis o meu elevado propósito de aprender as vossas lições divinas e de
servir à causa das vossas verdades sublimes, na face triste da Terra. Muitas
existências de dor tenho voluntariamente experimentado, para gravar no íntimo
do meu espírito a compreensão do vosso amor infinito, que não pude entender ao
pé da cruz dos vossos martírios no Calvário, em razão dos espinhos da vaidade e
da impenitência, que sufocavam, naquele tempo, a minha alma. Assim, é com
indizível alegria, Senhor, que receberei vossa incumbência para trabalhar na
terra generosa, onde se encontra a árvore magnânima da vossa inesgotável
misericórdia. Seja qual for o gênero de serviços que me forem confiados,
acolherei as vossas determinações como um sagrado ministério.
— Pois bem —
redarguiu Jesus com grande piedade —, essa missão, se for bem cumprida por ti,
constituirá a tua última romagem pelo planeta escuro da dor e do esquecimento.
A tua tarefa será daquelas que requerem o máximo de renúncias e devotamentos.
Serás imperador do Brasil, até que ele atinja a sua perfeita maioridade, como
nação. Concentrarás o poder e a autoridade para beneficiar a todos os seus
filhos. Não é preciso encarecer aos teus olhos a delicadeza e sublimidade desse
mandato, porque os reis terrestres, quando bem compenetrados das suas elevadas
obrigações diante das leis divinas, sentem nas suas coroas efêmeras um peso
maior que o das algemas dos forçados. A autoridade, como a riqueza, é um
patrimônio terrível para os espíritos inconscientes dos seus grandes deveres.
Dos teus esforços se exigirá mais de meio século de lutas e dedicações
permanentes. Inspirarei as tuas atividades; mas, considera sempre a
responsabilidade que permanecerá nas tuas mãos. Ampara os fracos e os
desvalidos, corrige as leis despóticas e inaugura um novo período de progresso
moral para o povo das terras do Cruzeiro. Institui, por toda parte, o regime do
respeito e da paz, no continente, e lembra-te da prudência e da fraternidade
que deverá manter o país nas suas relações com as nacionalidades vizinhas. Nas
lutas internacionais, guarda a tua espada na bainha e espera o pronunciamento
da minha justiça, que surgirá sempre, no momento oportuno. Fisicamente
consideradas, todas as nações constituem o patrimônio comum da humanidade e, se
algum dia for o Brasil menosprezado, saberei providenciar para que sejam
devidamente restabelecidos os princípios da justiça e da fraternidade universal.
Procura aliviar os padecimentos daqueles que sofrem nos martírios do cativeiro,
cuja abolição se verificará nos últimos tempos do teu reinado. Tuas lides
terminarão ao fim deste século, e não deves esperar a gratidão dos teus
contemporâneos; ao fim delas, serás alijado da tua posição por aqueles mesmos a
quem proporcionares os elementos de cultura e liberdade. As mãos aduladoras,
que buscarem a proteção das tuas, voltarão aos teus palácios transitórios, para
assinar o decreto da tua expulsão do solo abençoado, onde semearás o respeito e
a honra, o amor e o dever, com as lágrimas redentoras dos teus sacrifícios.
Contudo, amparar-te-ei o coração nos angustiosos transes do teu último resgate,
no planeta das sombras. Nos dias da amargura final, minha luz descerá sobre os
teus cabelos brancos, santificando a tua morte. Conserva as tuas esperanças na
minha misericórdia, porque, se observares as minhas recomendações, não cairá
uma gota de sangue no instante amargo em que experimentares o teu coração
igualmente trespassado pelo gládio da ingratidão. A posteridade, porém, saberá
descobrir as marcas dos teus passos na Terra, para se firmar no roteiro da paz
e da missão evangélica do Brasil.
Longinus recebeu com
humildade a designação de Jesus, implorando o socorro de suas inspirações
divinas para a grande tarefa do trono.
Ele nasceria no ramo
enfermo da família dos Braganças; mas, todas as enfermidades têm na alma as
suas raízes profundas. Se muitas vezes parece permanecer a herança psicológica,
é que o sagrado instituto da família, dentro da lei das afinidades,
frequentemente se perpetua no infinito do tempo. Os antepassados e seus
descendentes, espiritualmente considerados, são, às vezes, as mesmas figuras
sob nomes vários, na árvore genealógica, obedecendo aos sábios dispositivos da
lei de reencarnação. Foi assim que Longinus preparou a sua volta à Terra,
depois de outras existências tecidas de abnegações edificantes em favor da
humanidade, e, no dia 2 de dezembro de 1825, no Rio de Janeiro, nascia de D.
Leopoldina, a virtuosa esposa de D. Pedro, aquele que seria no Brasil o grande
imperador e que, na expressão dos seus próprios adversários, seria o maior de
todos os republicanos de sua pátria.
Curiosidades
sobre D. Pedro II
No centenário da independência dos Estados Unidos, D. Pedro II esteve lá representando o Brasil. Foi recebido pelo
presidente dos Estados Unidos, sendo aclamado como um intelectual, um cientista
que falava fluentemente vários idiomas, inclusive o tupi-guarani. .
Foi considerado o
maior estadista que o Brasil já teve. Ainda hoje o seu nome é lembrado pelos norte-americanos. No Brasil, contudo, há escola de samba denegrindo o seu nome.
No centenário da Independência
americana estavam comemorando o afastamento do sistema monárquico europeu e propugnando a nova politica internacional — a República.
O contraste: o centenário de
uma República e um monarca. D. Pedro II foi o primeiro monarca a pisar no solo americano, e recebido como muito satisfação e alegria. Diziam que ele era um cidadão imperial, pois conversava com as pessoas naturalmente, sem a pompa imperial. Participou de diversos debates, e percorreu os Estados Unidos da Costa Oeste à Costa Leste, viajando de trem.
O navio que ele
chegou aos Estados Unidos se chamava "Rússia". Foi como um passageiro normal. Quando a imprensa o descobre, responde: "eu vim aqui para
participar do maior encontro da ciência e tecnologia do mundo".
Era considerado uma das maiores personalidades
do mundo.
Entrevista com Gérson Gomes. Link: Rádio Auri Verde Brasil