Pietro Ubaldi entendia a mediunidade como uma busca ativa de
novas ideias. Ele não se conformava em ficar passivo, esperando que um Espírito
viesse lhe comunicar esta ou aquela mensagem. Queria, através de sua própria
capacidade intelectual e espiritual, buscar novos conhecimentos, no sentido de
viver em consonância com os princípios de uma moral elevada
A crença de que o homem pode controlar a sua vida,
por intermédio de uma força mental, é bastante antiga. Segundo o Upanishad, “O
que o homem pensa, eis o que ele é; isto é um velho segredo”. Salomão disse: “O
que o homem pensa, ele é”. Platão também opinou: “Minha mente é meu próprio
ser. Tomar conta do meu próprio ser corresponde a tomar conta de minha mente”.
No Novo Testamento há a seguinte afirmação: “Transforma-te pela renovação de
tua mente”
O ponto de partida, para a obtenção de ideias mais
claras e mais justas, é a mente divina. Geralmente somos influenciados pelos
livros que lemos, pelas palavras que escutamos, pela autoridade desta ou
daquela pessoa. Tudo isso é uma espécie de atalho, um mapa rodoviário. Porém,
para entrarmos em contato com a mente divina precisamos de um mapa espiritual,
de um roteiro fornecido pelo próprio Deus. Isto se encontra em cada um de nós.
E nada mais é do que as suas Leis, gravadas em nossa consciência
A mente de Deus é um reservatório ilimitado de ideias,
pensamentos e sentimentos. Todos nós podemos usufruir desse manancial de
sabedoria. Há, porém, um problema: só captamos aquilo que conseguimos
apreender. Como ir além, se a nossa capacidade de retenção é baixa, pequena,
mesquinha e tacanha? Em realidade, não é Deus que deve se aproximar de nós, mas
nós que devemos nos esforçar para elevar o nosso pensamento até Ele.
Ao buscarmos as novas ideias, convém eliminarmos
todo o tipo de interdição. Não seguir o fluxo de ideias, com medo da opinião
contrária dos outros, é um dos bloqueios mais comuns. Nesse caso, lembremo-nos
da passagem evangélica: “A fé que não enfrenta o ridículo dos homens não é fé
verdadeira”. Se a ideia captada é verdadeira e serve para nos auxiliar com
segurança a nossa caminhada espiritual, não há mais razão para nos calarmos em
virtude das represálias
A criatividade pode ser conseguida de diversas
formas. Alguns mestres ensinam-na pelo caminho da ambiguidade. O general S.
Patton dizia: “Se você disser às pessoas aonde ir, mas não como chegar lá, vai
ficar espantado com os resultados”. Eis algumas frases ambíguas que nos fazem
pensar: “o ferro afunda, mas o navio de ferro flutua”; “a experiência é efeito.
Não és a experiência. Se não és a experiência, podes mudar a causa e obter nova
espécie de experiência”; “as únicas limitações que sofremos são impostas por
nós mesmos”
Busquemos sempre as ideias de luz. Talvez não
percebamos de pronto, mas no momento oportuno obteremos o que procuramos.
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