Allan Kardec, preocupado com a falta de
profundidade dos estudos espíritas, os quais demandam tempo de pesquisa e
maturação das ideias, publicou o livro Qu'est-ce que le Spiritism? (O
Que É o Espiritismo) em 1859, onde apresentou resumidamente as
respostas a algumas das principais perguntas que lhes eram dirigidas.
"O Que É o Espiritismo" é um resumo dos princípios da
Doutrina Espírita e respostas às principais objeções. É uma introdução ao
conhecimento do mundo invisível, pelas manifestações dos Espíritos. Em linhas
gerais, temos os diálogos com o crítico, o cético e
o padre, os fenômenos mediúnicos, a conceituação do que é o
Espiritismo e sua diferença com relação ao espiritualismo, a Sociedade Espírita
Parisiense, entre outros.
No preâmbulo, diz que "o Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência
de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática ele consiste nas
relações que se estabelecem entre nós e os Espíritos; como filosofia, compreende
todas as consequências morais que dimanam dessas mesmas relações". Daí,
podemos defini-lo como uma "ciência que trata da natureza, origem e
destino dos Espíritos, bem como de sua relação com o mundo
corporal".
Nos três diálogos, salientamos:
- O crítico. O
visitante se considerava ex-professo. Allan Kardec indaga,
então, se ele estudou o assunto sob todas as faces, fez todo o tipo de
leitura, analisou e comparou as diversas opiniões, e nada desprezou para
chegar à verdade.
- O cético. O erro de todos
está em crerem que a fonte do Espiritismo é uma só, e que se baseia na
opinião de um só homem. O Espiritismo, pelo contrário, encontra-se em toda
a parte, pois em qualquer lugar os Espíritos podem se manifestar.
- O padre. Não se pode qualificar de demoníaco um
ensino que se apoia sobre a mesma autoridade e que proclama a missão
divina do fundador do Cristianismo.
Este livro tem outros temas interessantes: loucura, suicídio e
obsessão, escolhos da mediunidade, as razões de usar o termo
"Espiritismo" em vez de "espiritualismo", explicação sobre
quem são os médiuns, sobre a questão das reuniões frívolas etc.
Para quem não leu, vale a pena ler; para quem já leu, a releitura traz-nos
novas incursões ao conhecimento espírita.
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