Karma é um termo sânscrito que, literalmente,
significa "ação" ou "feito". É o somatório de nossas ações,
desta e de outras vidas; determina em que circunstâncias renascemos a cada vez.
Na filosofia hindu e budista, é concebido como o princípio de causalidade
universal: toda ação é causada por uma ação anterior e por sua vez provoca
ações posteriores.
Oportunidade,
sorte e acaso são incompatíveis com a lei do karma. Segundo esta lei, "Um
homem transforma-se naquilo que faz, no modo como se comporta; sejam quais
forem as obras que fizerem colherão o fruto delas; do outro mundo em que vive,
regressa a este mundo de obras e de trabalho". Em outras palavras, tudo
é determinado pela inflexível lei de causa e efeito.
Para o
budismo e o jainismo, o karma brota do desejo. Extinguindo-se este, extingue-se
também o karma. Buda, "o iluminado", dá-nos, através das "Quatro
Nobre Verdades" – a doutrina central do budismo –, orientações
para vencer o desejo (sofrimento) e atingir o nirvana, um estado no qual
todo o karma é anulado e uma pessoa pode sair do ciclo de renascimento.
O
"Nobre Caminho Óctuplo" – o caminho para o fim do
sofrimento – consiste em oito passos, sem um esquema definido, pois
os passos são princípios (não ações). Os passos consistem em: 1.º na justa
visão; 2.º na justa resolução; 3.º na justa linguagem; 4.º na justa conduta;
5.º no justo viver; 6.º no justo esforço; 7.º na justa mentalidade; 8.º na
justa concentração.
Na Índia, a crença no karma
está espalhada com aspecto de fatalidade, não deixando abertura ao acaso.
Diante dessa posição, acabamos visualizando o karma sempre como uma mácula
(ação má) que tem de ser erradicada. Daí, usarmos indevidamente esta palavra,
principalmente quanto dizemos para um parente: "Você é meu karma".
Na lei
do karma, o indivíduo é levado a pensar da seguinte forma: sendo bom, merecerá
alta posição; sendo mal, baixa. Há casos em que o espírito pode reencarnar em
forma animal. Nesta filosofia são levados em conta o motivo da ação, a ação propriamente
dita e as consequências da ação. Quer dizer, mesmo não fazendo nada, estaremos
criando um karma.
Na concepção da Doutrina Espírita, a palavra carma ajusta-se à lei de ação e reação, porém sem a fatalidade que o termo incorpora, ou seja, sofrer e resgatar dívidas do passado. Em realidade, a reação nada mais é do que uma resposta – boa ou má –, em razão de nossas ações. Pergunta-se: se estamos praticando boas ações, por que aguardar o sofrimento?
— Sim, o “carma”,
expressão vulgarizada entre os hindus, que em sânscrito quer dizer “ação”, a
rigor, designa “causa e efeito”, de vez que toda ação ou movimento deriva de
causa ou impulsos anteriores. Para nós expressará a conta de cada um,
englobando os créditos e os débitos que, em particular, nos digam respeito. Por
isso mesmo, há conta dessa natureza, não apenas catalogando e definindo
individualidades, mas também povos e raças, estados e instituições.
O Ministro fez uma
pausa, como quem dava a perceber que o assunto era complexo, e continuou;
— Para melhor entender o “carma” ou “conta do destino criada por nós mesmos”, convém lembrar que o Governo da Vida possui igualmente o seu sistema de contabilidade, a se lhe expressar no mecanismo de justiça inalienável. Se no círculo das atividades terrenas qualquer organização precisa estabelecer um regime de contas para basear as tarefas que lhe falem à responsabilidade, a Casa de Deus, que é todo o Universo, não viveria igualmente sem ordem. A Administração Divina, por isso mesmo, dispõe de sábios departamentos para relacionar, conservar, comandar e engrandecer a Vida Cósmica, tudo pautando sob a magnanimidade do mais amplo amor e da mais criteriosa justiça. Nas sublimadas regiões celestes de cada orbe entregue à inteligência e à razão, ao trabalho e ao progresso dos filhos de Deus, fulguram os gênios angélicos, encarregados do rendimento e da beleza, do aprimoramento e da ascensão da Obra Excelsa, com ministérios apropriados à concessão de empréstimos e moratórias, créditos especiais e recursos extraordinários a todos os Espíritos encarnados ou desencarnados, que os mereçam, em função dos serviços referentes ao Bem Eterno; e, nas regiões atormentadas como esta, varridas por ciclones de dor regenerativa, temos os poderes competentes para promover a cobrança e a fiscalização, o reajustamento e a recuperação de quantos se fazem devedores complicados ante a Divina Justiça, poderes que têm a função de purificar os caminhos evolutivos e circunscrever as manifestações do mal. As religiões na Terra, por esse motivo, procederam acertadamente, localizando o Céu nas esferas superiores e situando o Inferno nas zonas inferiores, porquanto, nas primeiras, encontramos a crescente glorificação do Universo e, nas segundas, a purgação e a regeneração indispensáveis à vida, para que a vida se acrisole e se eleve ao fulgor dos cimos.
(Capítulo 7 — "Conversação preciosa", do livro Ação
e Reação, pelo Espírito André Luiz)
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Karma
O termo karma vem
de uma palavra em sânscrito e que significa “ação” ou “feito”. Na filosofia hindu
e budista, é o princípio de causalidade universal, que afirma que toda ação é
causada por uma ação anterior, e por sua vez provoca ações posteriores. Tudo isso
acontece agora porque alguma coisa foi feita antes. Conceitos como oportunidade
e sorte são incompatíveis com o karma, pois tudo é determinado pela inflexível
lei de causa e efeito
As ações tem ligações com outras vidas. O bem e o mal que
acontecem ao homem são o que ele mereceu por feitos anteriores; suas ações constituem
os elos na corrente que o agrilhoa à roda do samsara, o ciclo sempre repetido de nascimento-morte-renascimento.
Algumas vezes se fala de karma como uma mácula, que a alma adquiriu
na Terra, uma mácula que tem de ser erradicada por feitos contrabalanceantes na
região terrena.
A doutrina do karma foi submetida a muitas interpretações para
tentar definir a natureza precisa de uma ação. Nesse caso, dividiu-a em três partes:
o motivo da ação, a própria ação, e as consequências da ação.
Os que enfatizam o motivo da ação como portador de mácula
do karma sugerem que, já que o motivo é concebido na mente, a ação está como
que realizada, seja realizada ou não. Segundo essa opinião, são os motivos que
determinam o karma. Outros acentuam a verdadeira execução da ação, sejam quais forem
seus motivos ou consequências. A terceira e última opinião é a de que as consequências
determinam a ação e todas ações têm que ser julgadas por seus frutos.
CAVENDISH, Ricardo (org.). Enciclopédia do Sobrenatural: Magia, Ocultismo, Esoterismo, Parapsicologia. Consultor especial sobre Parapsicologia Professor J. B. Rhine. Tradução de Alda Porto e Marcos Santarrita. Porto Alegre: L&PM, 1993.
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Karma
Entre as noções de religiões e filosofias orientais, a ideia do
karma talvez seja a que mais tenha encontrado resposta no mundo ocidental. O
termo tem origem no sânscrito karman e foi adotado pela filosofia hindu e
budista para explicar a relação entre a causa e o efeito de uma determinada
ação sobre o sujeito que a pratica. Dessa forma, chega-se à conclusão de que
nada ocorre por acaso. Uma ação é provocada por outra anterior e, por sua vez,
provoca uma reação consequente. A sucessão de acontecimentos, segundo esse
pensamento, forma o karma.
A noção
pressupõe um antecedente, que é a crença nas sucessivas existências da alma, ou
a reencarnação, de modo que a série de acontecimentos que um sujeito
experimenta em sua vida surge como consequência de atos e ações de sua vida
anterior. Da mesma forma, as ações nessa vida irão determinar o andamento da
próxima vida do indivíduo. A noção do karma coloca o ser humano, portanto, como
o centro da ação, em relação direta com o divino, é verdade, mas como o único
responsável pelo que ocorre em sua vida. Ele tem o poder de escolha. A Terra é
chamada de karma-bhumi, a "esfera do karma", para onde as
pessoas retornam após a morte e onde irão viver melhor ou pior, de acordo com a
forma pela qual viveram antes.
Os atos
dos seres humanos se tornam responsabilidade deles próprios e a existência
deixa de ser o resultado de uma concessão divina, de sacrifícios ou rituais
mágicos e religiosos. Existem diferentes interpretações quanto à relação entre
karma e a ação humana ou, em outras palavras, como se define o karma e a
consequente vida do ser na Terra. Dessa forma, alguns dizem que o simples ato
de pensar já implica a realização. Se um determinado ato surge no espírito da
pessoa, é como se ele já estivesse cumprido, mesmo que a pessoa não venha a
torná-lo real. É o que se costuma chamar de "maus pensamentos" ou a
situação definida pela expressão "o que vale é a intenção". Essa
forma implica a necessidade do domínio espiritual e mental para se manter na
conduta correta, e é justamente por isso que outras pessoas entendem que é
absolutamente necessário o cumprimento do ato. Os pensamentos podem ser maus,
mas podem não ser transformados em atos ruins, o que significa que a pessoa,
afinal, conseguiu se dominar e evitou a ação má.
Outra linha de pensamento entende que um ato só pode ser julgado bom ou ruim a partir de suas consequências, independentemente da intenção da pessoa no momento da ação, o que não deixa de ser estranho. Uma pessoa pode realizar uma ação má, com intenções más, e os resultados podem não ser ruins, devido a uma série de fatores que fogem ao seu controle. (1)
(1) SCHOEREDER, Gilberto. Dicionário do Mundo Misterioso: Esoterismo, Ocultismo, Paranormalidade e
Ufologia. Rio de Janeiro: Record: Nova Era, 2002.
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