Beleza. O que agrada
universalmente. Tudo o que produz no homem um sentimento particular
chamado emoção estética. O
conceito do belo, do verdadeiro e do bom não podem ser
reduzidos um ao outro, nem a um terceiro. O belo é concernente ao
sentimento; o verdadeiro, ao intelecto; o bom, à vontade. A
beleza pertence à subjetividade do espírito, embora algumas pessoas queiram
colocá-la no âmbito da objetividade.
Platão
compara a beleza ao amor, o qual se caracteriza pela insuficiência, ou seja,
amamos algo que desejamos e não o temos. Plotino afirma que a beleza é
elevação da alma. Acha que a arte é o esplendor da inteligência, que
transparece no sensível. Kant distingue o sensório do prazer estético
propriamente dito. Schelling pensa que a arte é simultaneamente objeto
concreto e produto do espírito. Nietzsche vê a criação artística como a
polaridade do espírito apolíneo e do espírito dionisíaco. O primeiro, baseado
nas formas, exprime-se nas artes plásticas; o segundo, ilimitado, e que conduz
o indivíduo à saída de si mesmo, só a música e o vinho podem dar.
(Nicola, 2005)
Em religião, fala-se do "demônio da
beleza". Tudo o que é humano se deforma. O “demônio da beleza” enfeitiça o
ser humano. A beleza é uma espécie de adoração, reflexo da harmonia universal.
A beleza feminina é tentação para desviar o homem de sua missão. Exemplos:
Sansão é seduzido e traído pela esposa; Betsabeia arrasta David para o
adultério e o crime; apesar de sua sabedoria, Salomão incorreu na idolatria,
cativado pela beleza de mulheres estrangeiras.
A beleza no Espiritismo pode ser vista:
a) A modificação da forma. No que tange à forma do corpo, a beleza evoluiu
sensivelmente. “A forma dos corpos se modificou em sentido determinado e
segundo uma lei, à medida que o ser moral se desenvolveu, o ser físico também”.
Assim sendo, à medida que os instintos materiais se depuram e dão lugar aos
sentimentos morais, o envoltório material, que já não se destina à satisfação
de necessidades grosseiras, toma forma cada vez menos pesada, mais delicada, de
harmonia com a elevação e a delicadeza das ideias.
b)
O Semblante é o espelho da alma. “O semblante é o espelho da alma. Esta
verdade, que se tornou axioma, explica o fato vulgar de desaparecerem certas
fealdades sob o reflexo das qualidades morais do Espírito e de, muito amiúde,
preferir-se uma pessoa feia dotada de eminentes qualidades a outra que apenas
possui a beleza plástica. É que semelhante fealdade consiste unicamente em
irregularidades da forma, mas sem excluir a finura dos traços, necessária à
expressão dos sentimentos delicados”.
c) A Superioridade Moral do Espírito. Conforme o ser vai se depurando moral e
intelectualmente, suas formas vão se tornando mais belas e mais harmoniosas.
Nesse sentido, Allan Kardec sintetiza este tema nos seguintes dizeres: 1) que o
tipo da beleza consiste na forma mais própria à expressão das mais altas
qualidades morais e intelectuais: 2) que, à medida que o homem se elevar
moralmente, seu envoltório se irá avizinhando do ideal da beleza, que é a
beleza angélica. (Kardec, 1975, Teoria da Beleza).
O Espiritismo mostra-nos o porvir sob uma luz nova
e mais ao nosso alcance. Por ele, a felicidade está mais perto de nós, está ao
nosso lado, nos Espíritos que nos cercam e que jamais deixaram de estar em
relação conosco.
Bibliografia Consultada
KARDEC, A. Obras Póstumas. 15. ed. Rio de
Janeiro: FEB, 1975.
NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia: das Origens à Idade Moderna. Tradução de Margherita De Luca. São Paulo: Globo, 2005.
Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/beleza
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