O Cristianismo
primitivo pode ser entendido como os ensinamentos evangélicos (em
estado puro) que Jesus transmitiu aos seus discípulos. O Cristianismo é um
corpo doutrinário sem remendos, sem peças justapostas. Em suas máximas, temos:
a prática da caridade, o amar ao próximo como a si mesmo, o oferecer a face
esquerda quando baterem na direita etc. Jesus, quando esteve encarnado, já previa a desfiguração dos seus
ensinamentos. Tanto é verdade que, em João 14, 15 a 17 e 26, há o seguinte:
“Mas o Consolador, que é o Santo-Espírito, que meu Pai enviará em meu nome, vos
ensinará todas as coisas e vos fará relembrar de tudo aquilo que eu vos tenha
dito". Nota-se que ensinar e relembrar tem relação com esquecido ou
deturpado. As pessoas, ao longo do tempo, foram criando narrativas diferentes para
a boa nova apresentada por Jesus. Além dessas narrativas, acrescentemos,
também, os interesses políticos e religiosos. Politicamente, a conversão ao
Cristianismo pelo imperador Constantino, que propiciou o surgimento do
catolicismo. Religiosamente, lembremo-nos do Padre Alta que disse: “Fomos
desfigurando o Cristianismo do Cristo para aceitarmos o Cristianismo dos
vigários". Em termos da volta ao Cristo e à pureza de seus ensinamentos,
ressaltemos o grande trabalho dos protestantes, que foram os grandes tradutores
da Bíblia [para a língua pátria], diretamente dos textos originais hebraicos e
gregos. Entre tais nomes, temos: John Wycliff (1328-1384), Martinho
Lutero (1483-1546), William Tyndale (1484-1536)
e King James (1566-1625) que reuniu uma série de estudiosos
para traduzir a Bíblia para o inglês. Objetivo; libertar o povo das garras
papais. Introduzamos Jan Huss (1369-1415) nesse contexto. John Wycliff (1328-1384),
em 1380, usou a Vulgata de São Jerônimo e traduziu alguns escritos para o
inglês. Depois de 40 anos, o papa mandou desenterrar o seu corpo, queimar seus
ossos e jogar as cinzas no rio. Ele era apenas um tradutor. Dez anos mais
tarde, Jan Huss [encarnação anterior de Allan
Kardec] levou as ideias de Wycliff para a Boêmia. Foi queimado junto aos
livros e à Bíblia somente pelo fato de querer a volta à palavra da escritura. O Espiritismo, como Consolador Prometido, tem a missão de restaurar os
ensinamentos puros veiculados por Jesus: ensinará todas as coisas e nos
lembrará daquelas que foram esquecidas. Nesse sentido, o espírita tem o dever
de divulgar os conhecimentos de Jesus, sem os dogmas da Igreja e o espírito de
sistema. O procedimento: debruçando-se sobre as obras básicas e complementares,
para que suas ações sejam sempre bem fundamentadas. Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/cristianismo-primitivo &&& Um médico muito
jovem, de nome Lucas, disse: — Irmãos,
afastando-me de vós, levo o propósito de trabalhar pelo Mestre, empregando
nisso todo o cabedal de minhas fracas forças. Não tenho dúvida alguma quanto à
extensão deste movimento espiritual. Para mim, ele transformará o mundo
inteiro. Entretanto, pondero a necessidade de imprimirmos a melhor expressão de
unidade às suas manifestações. Quero referir-me aos títulos que nos identificam
a comunidade. Não vejo na palavra “caminho” uma designação perfeita, que
traduza o nosso esforço, Os discípulos do Cristo são chamados viajores”,
“peregrinos”, “caminheiros”. Mas há viandantes e estiadas de todos os matizes,
O mal tem, igualmente, os seus caminhos, Não seria mais justo chamarmo-nos —
cristãos — uns aos outros? Este título nos recordará a presença do Mestre, nos
dará energia em seu nome e caracterizará, de modo perfeito, as nossas
atividades em concordância com os seus ensinos. O alvitre de Lucas estendeu-se
rapidamente a todos os núcleos evangélicos, inclusive Jerusalém, que o recebeu
com especial simpatia. Dentro de breve tempo, em toda parte, a palavra
“cristianismo” substituía a palavra "caminho”. Extraído do
capítulo IV - "Primeiros Labores Apostólicos" (2.ª Parte) do livro Paulo
e Estêvão, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por F. C. Xavier.
16 setembro 2020
Cristianismo Primitivo
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