O modo de ser dos dirigentes de Centros
Espíritas tem grande impacto sobre os seus subordinados hierárquicos. Eles
devem se lembrar de que não vieram aqui para mandar, mas para servir, para atender
ao chamamento de Jesus, seja em que circunstância for. Muitas vezes, as
impressões do momento, o calor das discussões e as opiniões dos amigos e
adversários causam-lhes estresse e desconforto, impedindo-os de tomarem a
melhor decisão para o bem comum da entidade
Os dirigentes devem se lembrar também
de que os seus opositores nada mais fazem do que os ajudar, no sentido de
realçar as suas qualidades de liderança. Quando alguém nos chama a atenção
sobre algo, somos obrigados a refletir sobre o que nos foi dito. O mesmo deve
acontecer com o dirigente. Como a sua função é diminuir o atrito entre as
pessoas, as críticas da oposição fazem com que preste mais atenção às
divergências que há entre os grupos e mesmo dentro do grupo.
A tarefa do dirigente é manter o
equilíbrio entre a observação do amigo e a crítica do opositor. Como não fomos
educados para administrar a crítica do opositor, reagimos de modo intempestivo
quando isso acontece. As opiniões são emitidas, mas não necessariamente
fundamentam a verdade. Há pessoas que dizem uma coisa para agradar, mas pensam
completamente diferente daquilo que falaram; outras expressam um sentimento,
mais do que uma ação concreta.
A filosofia taoísta ensina-nos que o
dirigente deve agir como a água. Observa a água: "Ela purifica e refresca,
sem privilégio e discriminação, todas as criaturas; a água penetra, destemida e
livremente, sob a superfície das coisas; a água é fluida e sensível; a água
segue livremente a lei". Observa o líder: "Ele trabalha sem uma queixa,
em qualquer ambiente, com qualquer pessoa ou questão que lhe apareça; o líder
age de modo a beneficiar a todos, indiferente ao valor do pagamento". Ele
quase nunca intervém, mas quando o faz é para esclarecer e criar harmonia.
No Centro Espírita, há frequentadores
de diversos matizes; muitos deles, oriundos de outras religiões, custam muito a
absorver os princípios da Doutrina Espírita. Outros querem mudar tudo, achando
que os mais velhos, os seus fundadores, estão desatualizados. Outros ainda
acham que a doutrina, codificada por Allan Kardec, também está ultrapassada. A
partir daí passam a impor normas, baseadas muito mais em suas opiniões do que
nos princípios do Espiritismo.
Em vista da enorme variedade de
pareceres, o dirigente espírita deve espelhar-se nos ensinamentos evangélicos,
procurando agir muito mais para iluminar as questões do que para a sua promoção
pessoal.
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