Os quatro
Evangelhos são os Evangelhos segundo Mateus, Marcos, Lucas e João, ordem pela
qual aparecem no Novo Testamento. A palavra Evangelho, do grego euaggélion,
pelo latim evangelium, significa boa nova, boa notícia. Em se
tratando do Novo Testamento, são as boas novas trazidas por Jesus Cristo, em
que anuncia as bem-aventuranças, o reino dos Céus e a recompensa na vida futura.
Em
realidade, o Evangelho é um só, o alegre anúncio. Como esse alegre anúncio foi
feito por diversas pessoas, para cada uma dessas pessoas torna-se um Evangelho,
que reunidos formam os Evangelhos. Entre eles, há alguns que se assemelham
(Mateus, Marcos e Lucas) e, por isso, são chamados de sinóticos (do grego sýn, "junto" e opsis, "visão"). O Evangelho de João não segue o padrão
desses três. Isto permite que as concordâncias dos três evangelistas sejam
impressas em forma de synopsis (sinopse). Dos 661 versículos do texto autêntico de Marcos,
cerca de 610 foram incluídos em Mateus e cerca de 350 em Lucas, enquanto alguns
parágrafos não apareceram nem em Mateus nem em Lucas (Mc 4,26-29; 7,32-37;
8,22-26).
O
Evangelho de Mateus, o publicano ou o cobrador de impostos, é o primeiro dos
quatro. É também o mais estudado e comentado, em vista da catequese global e
eclesial que o caracteriza. Esta catequese mostra que o escândalo da morte na
cruz fazia parte do plano de Deus para a salvação da humanidade. Mateus traça a
vida histórica e cronológica de Jesus, enaltecendo o trabalho de pregação (kerygma) do Reino dos Céus. Dividiu-o em cinco partes: 1) fundação do Reino dos Céus; 2) o Reino dos Céus em ação (os milagres); 3) o mistério do Reino dos Céus (figura velada das
parábolas); 4) Reino como comunidade visível e organizada (Pedro
é a pedra angular da "Igreja"); 5) aspecto escatológico do Reino dos Céus (implantação
deste na terra).
O
Evangelho de Marcos vem em segundo lugar, embora há dados enciclopédicos que o
colocam como o primeiro Evangelho. Não teve o mesmo êxito dos outros, porque o
seu material estaria mais desenvolvido em Mateus e Lucas. Santo Agostinho fala
que o Evangelho de Marcos é o resumo do de Mateus. A sua autoridade está
fundamentada na narração de Pedro, testemunha ocular dos fatos.
O
Evangelho de Lucas é o terceiro Evangelho. Foi o que explicitou a sua intenção:
escrever uma histórica de Jesus. É um Evangelho para os helenistas, pois é o
único escritor que veio do paganismo. Todos os outros são de origem judaica.
Sua cidade de origem é Antioquia e foi nessa cidade que surgiu o termo
"cristão" para designar os seguidores de Jesus. Este Evangelho como o
de Marcos, é de segundo plano, pois viveu à sombra do apóstolo dos gentios,
Paulo. A sua catequese fundamenta-se em Jesus como salvador, as lições da cruz
e o poder da ressurreição.
O
Evangelho de João, cunhado como o "Evangelho Espiritual", aparece em
quarto lugar. Ele queria penetrar na profundidade do verbo de Deus, o verbo que
se fez carne, ou seja, o verbo encarnado em Jesus. O apelido "Evangelho
Espiritual" deveu-se a Clemente de Alexandria, que disse: "João, o
último de todos, vendo que o aspecto material da vida de Jesus fora ilustrado
por outros Evangelhos, inspirado pelo Espírito Santo e ajudado pela oração dos
seus, compôs um Evangelho Espiritual".
Procuramos
fazer uma síntese dos quatro Evangelhos. Resta-nos, por fim dizer, que um
estudo mais aprofundado de cada um deles propiciar-nos-á um melhor conhecimento
do ministério de Cristo.
Fonte de Consulta
BATTAGLIA, Oscar. Introdução aos Evangelhos: um estudo histórico-crítico. Tradução de Carlos A. de Costa Silva. Rio de Janeiro: Vozes, 1984.
Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/quatro-evangelhos-os
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Na pergunta 284, de O Consolador, o Espírito Emmanuel esclarece-nos que os evangelistas Mateus, Marcos e Lucas receberam a tarefa de apresentar, nos textos sagrados, as pregações de Jesus a respeito da cruz e da conquista do Reino dos Céus. A João coube a tarefa de revelar o Cristo Divino na sua sagrada missão universalista. Por isso, a sentença: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e verdade”. Quer dizer, “Jesus, o enviado de Deus, foi a representação do Pai junto do rebanho de filhos transviados do seu amor e da sua sabedoria, cuja tutela lhe foi confiada nas ordenações sagradas da vida no Infinito”.
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