O objetivo do ensino na Casa Espírita é transmitir
ao educando informações básicas acerca dos princípios doutrinários, sem ferir o
íntimo de cada ouvinte; ao contrário, criar condições favoráveis à recepção
destes postulados, lembrando que cada um de nós está em níveis de percepção
espiritual diferentes, cabendo ao instrutor ajustar-se às necessidades de cada
grupo.
Para atuar na área de ensino, o colaborador deve
ter as seguintes características: 1) não medir esforços para a preparação do
assunto que irá expor; 2) ter facilidade de expor ideias aos outros; 3) estar a
par das regras de oratória e exposição; 4) ser amante do conhecimento, não só
espírita, mas de cultura geral; 5) não se melindrar com críticas e observações
acerca de sua exposição; 6) dar abertura à influência do plano espiritual
superior.
O instrutor deve ter em mente as técnicas de
exposição. Hoje, mais do que nunca, precisamos estar a par dos avanços da
informática: recursos dos programas de PowerPoint, por exemplo. Em se tratando
das técnicas de exposição, há os diversos métodos de ensino, que nos orientam
sobre palestra, dinâmica de grupo, debates orientados, sessão de brainstormings,
entre outros. Tudo deve ser feito com critério, pois como se diz: “Se Jesus, na
sua época, tivesse usado o PowerPoint, não teria nenhum discípulo”. Quer dizer,
a postura e a empatia do expositor contam mais do que as aparelhagens modernas.
Em se tratando de uma Casa Espírita, onde nos
ensinam que o Espírito já adquiriu conhecimentos em outras existências, o diálogo
é de fundamental importância, pois um aluno com vivências passadas mais ricas
do que a nossa, pode também nos ensinar muito, tornando a aula mais proveitosa.
O instrutor deve procurar expressar a Doutrina
Espírita em seu tríplice aspecto, ou seja, em termos da filosofia, da ciência e
da religião. Para muitos, a interligação parece difícil, mas o Espiritismo,
sendo uma síntese de todo o conhecimento veiculado, pode analisar um assunto
qualquer sob estes três aspectos. Com isso, desviamo-nos do comodismo de
repetir frases de efeito, que não nos levam muito longe em nossas reflexões
sobre a própria doutrina.
Evitar o “eu acho”, “eu penso”, “eu isso”, “eu
aquilo”. Nosso problema é expor a Doutrina, lembrando que o termo doutrinário
significa quem obedece rigidamente aos princípios da própria doutrina,
prestando atenção à teoria no seu sentido abstrato, mais do que no prático.
Podemos e devemos usar as nossas próprias palavras, mas refletidas e
alicerçadas nos fundamentos básicos do Espiritismo.
O instrutor deve ter em mente que ele é apenas uma
peça na organização global de uma Casa Espírita. Achar que a sua função é mais
importante do que a dos outros pode fazê-lo desviar da verdade. Lembremo-nos de
que cada um dos frequentadores tem uma tarefa específica. Ninguém é mais do
ninguém, porque todos trabalhamos para a unidade - Centro Espírita - que, por
princípio, não tem dono. É simplesmente uma organização religiosa.
Estejamos convictos de que só ensina quem aprende.
Não sejamos os falsos profetas do Evangelho, aqueles que se colocam como
disseminadores da doutrina do Cristo e não passam de expositores do erro e da
discórdia.
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