Questão: podemos
falar em Filosofia Espírita?
Para responder a esta questão, gostaríamos de
remetê-los à entrevista feita por Mônica Aiub e Márcio José Andrade e Silva com
Luiz Alberto Cerqueira, professor de Filosofia e diretor do Centro de Filosofia
Brasileira (CEFIB), na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
De acordo com Luiz Alberto Cerqueira, “O mau hábito
de imaginar que a atividade filosófica só se desenvolve em função de autores
impede uma visão crítica do estudo de filosofia no país”. Acrescenta que
aquilo que os gregos chamaram de filosofia, referida ao sujeito pensante, não é
exclusiva dos gregos nem de qualquer cultura particular. Tem, assim, a
preocupação de desenvolver o estudo filosófico em função de problemas, e não de
autores. Acha que o modelo brasileiro desenvolvido em cima de autores é o
câncer da vocação filosófica brasileira.
A filosofia pode ser alemã, inglesa, francesa,
americana, mas não pode ser brasileira. Se ela pode ser alemã, por que não brasileira?
Nesse caso, os filósofos são comentadores e não realmente filósofos. (1)
Se podemos falar em filosofia disso, ou filosofia
daquilo, por que não podemos falar de Filosofia Espírita?
A Filosofia Espírita, entendemos nós, nada mais é
do que o sujeito pensante elaborando os seus conceitos filosóficos, sob a
direção dos princípios fundamentais, codificados por Allan Kardec. Nesse caso,
somos obrigados a nos debruçar sobre as obras básicas do Espiritismo,
principalmente, O Livro dos Espíritos.
José Herculano Pires, no livro Introdução à
Filosofia Espírita, diz: “Na verdade, a Filosofia Espírita se apresenta,
para o investigador imparcial, como o delta natural em que desemboca no
presente toda a tradição filosófica”. (2)
Fonte de Consulta
(1) FILOSOFIA, CIÊNCIA & VIDA. Ano IV, número
42, 2009, p. 7 a 11.
(2) PIRES, J. H. Introdução à Filosofia
Espírita. São Paulo: Paidéia, 1983.
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