Tese: Preto-velho é um espírito
evoluído? Há somente um preto-velho ou são muitos?
Há uma tendência de as
pessoas santificarem os que partem para o mundo espiritual: já não
são mais humanos, mas super-humanos. A Doutrina Espirita, porém, ensina-nos que
a nossa evolução é um árduo trabalho de longa duração, pois nada nos vem de mão
beijada. Há necessidade de estudo, de pesquisa, de trabalho ininterrupto ao
longo de toda a nossa vida. Quer dizer, um preto-velho pode ser (ou não)
bastante evoluído. Nesse caso, a generalização é muito prejudicial.
Os pretos-velhos são espíritos de
antigos escravos africanos que se comunicam na umbanda. Enquanto o preto
velho está associado aos ancestrais africanos, o caboclo está associado aos
índios, ao baiano e aos imigrantes nordestinos. Estas duas terminologias estão
dentro da umbanda, o costume de os escravos se reunirem após o trabalho, que se
tornou uma religião (popular) genuinamente brasileira, pois absorve
elementos do catolicismo, do espiritismo e das culturas indígenas e africanas.
A religião da umbanda tem cantos
para chamar os santos, os ritos de purificação com água e o uso de incenso, sal
e velas. Assenta-se em diversas linhas, com missão específica de cada uma
delas: Linha de Santo (de Oxalá), Linha de Iemanjá, Linha de
Xangô, Linha de Ogum, Linha de Oxóssi, Linha da África (de São
Cipriano) e Povo do Oriente (de São João Batista).
Os pretos-velhos, objeto de nosso
estudo, atuam na Linha da África (de São Cipriano), cuja missão é executar
os trabalhos de magia para o bem.
Os chefes das legiões desta linha
são:
Pai Guiné - Povo de Guiné:
legiões de pretos-velhos ligados aos cemitérios.
Pai Benguela - Povo
de Benguela: legiões de pretos-velhos ligados a Oxalá.
Rei Congo - Povo de Congo:
legiões de pretos-velhos ligados às crianças.
Pai Cambinda - Povo da Costa:
legiões de pretos-velhos ligados à Iemanjá.
Pai Jerônimo - Povo de
Moçambique: legiões de pretos-velhos ligados às matas.
Pai José - Povo de Angola:
legiões de pretos-velhos ligados às matas.
Pai Francisco - Povo de Luanda:
legiões de pretos-velhos ligados aos cemitérios.
Fonte de Consulta
GASPAR, Eneida D. (org.). Guia
de Religiões Populares do Brasil. Rio de Janeiro: Pallas, 2002.
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