27 junho 2024

Revolução Francesa: Capítulo XXII de "A Caminho da Luz"

A França, no século XVIII, estava envolta com o luxo desenfreado e os abusos do clero e da nobreza. A independência americana acendera muito entusiasmo no ânimo dos franceses. A Revolução é instigada pela palavra de Mirabeau, depois de os Estados-Gerais estarem reunidos em maio de 1789, frente aos maiores desentendimentos entre os seus membros.

Com a derrubada da Bastilha, em 14 de julho de 1789, e após a célebre Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, uma série de reformas se verifica em todos os departamentos da vida social e política da França. Contudo, há a invasão das sombras. Cabendo apenas aproveitar as conquistas inglesas para uma renovação dos organismos políticos, e mesmo que houvesse alguns Espíritos preparados para a jornada heroica, sugiram muitos Espíritos tenebrosos, como Robespierre e Marat. A tirania de Robespierre pode ser expressa da seguinte maneira: ordenou a matança de numerosos companheiros e de muitos homens honestos e dignos. Ocasiões houve em que subiram ao cadafalso mais de vinte pessoas por dia.

As consequências pelos excessos da Revolução não tardarão a aparecer. A França atraía para si as mais dolorosas provações coletivas. Com a influência inglesa, organiza-se a primeira coligação europeia contra o nobre país. Em termos espirituais, a filha de Domrémy, Joana d'Arc, volta ao ambiente da antiga pátria, à frente de grandes exércitos de Espíritos consoladores, confortando as almas aflitas e aclarando novos caminhos.

A lei das compensações é uma das maiores e mais vivas realidades do Universo. Sob as suas disposições sábias e justas, a cidade de Paris teria de ser, ainda por muito tempo, o teatro de trágicos acontecimentos.

A missão de Napoleão Bonaparte. Reencarnou com a tarefa de melhorar a organização social do século XIX. Não soube, porém, compreender as finalidades da sua grandiosa missão. Bastaram algumas vitórias, para que a vaidade e a ambição lhe ensombrassem o pensamento. Napoleão foi uma espécie de Maomé transviado. Assim como o profeta do Islã pouco se aproximara do Evangelho, as atividades de Napoleão pouco se aproximaram das ideias generosas que haviam conduzido o povo francês à revolução.

As invasões de Bonaparte às searas alheias. Fugindo à finalidade de missionário da reorganização do povo francês, compeliu o mundo espiritual a tomar enérgicas providências contra o seu despotismo e vaidade orgulhosa. Aproximavam-se os tempos em que Jesus deveria enviar ao mundo o Consolador, de acordo com as suas auspiciosas promessas.

Assim, “dois meses antes de Napoleão Bonaparte sagrar-se imperador, obrigando o papa Pio VII a coroá-lo na igreja de Notre Dame, em Paris, nascia Allan Kardec, aos 3 de outubro de 1804, com a sagrada missão de abrir caminho ao Espiritismo, a grande voz do Consolador prometido ao mundo pela misericórdia de Jesus-Cristo.

 


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