A origem de Jesus, o Messias, foi
assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de
viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo. José, seu
marido, era justo. Não queria denunciar Maria, e pensava em deixá-la, sem
ninguém saber. Enquanto José pensava nisso, o Anjo do Senhor lhe apareceu em
sonho, e disse: "José, filho de Davi, não tenha medo de receber Maria como
esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. Ela dará à luz um
filho, e você lhe dará o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus
pecados". Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor havia dito
pelo profeta: "Vejam: a virgem conceberá, e dará à luz um filho. Ele será
chamado pelo nome de Emanuel, que quer dizer: Deus está conosco". Quando
acordou, José fez conforme o Anjo do Senhor havia mandado: levou Maria para
casa, e, sem ter relações com ela, Maria deu à luz um filho. E José deu a ele o
nome de Jesus. (Mateus, 18, 24)
Os evangelistas Mateus e Lucas afirmam
que Maria concebeu Jesus sem a intervenção de varão: o que nela foi concebido
veio do Espírito Santo. O fato de Jesus, na Cruz, entregar sua Mãe aos cuidados
de João supõe que a Virgem não tinha outros filhos. Os evangelhos, entretanto,
mencionam em certos trechos os irmãos de Jesus. Como se explica? É que o termo
irmãos, em hebraico, significa parentes próximos. Outra hipótese seria supor
que José tivesse filhos de um matrimônio anterior. Também podemos considerar que
o termo irmãos foi usado no sentido de membro do grupo de crentes, tal como é
comum no Novo Testamento.
Sobre a virgindade de Maria.
Fisicamente, é impossível derrogar a lei natural da reprodução, no caso,
sexuada. Espiritualmente, é possível conceber a virgindade de Maria em termos
dos pensamentos, das palavras e dos seus atos. Podemos dizer que foi um
Espírito de alta hierarquia espiritual, que tomou como missão servir de vaso ao
nascimento daquele que iria ser o salvador do mundo.
Diz-se que uma estrela apareceu aos
magos que foram adorar Jesus; que ela lhes ia à frente indicando-lhes o caminho
e que se deteve quando eles chegaram. Allan Kardec, em A Gênese,
afirma que aquela luz não podia ser uma estrela. É que na época, com poucos
recursos astronômicos, eles acreditavam que pontos luminosos fossem estrelas.
Acrescenta: "Entretanto, por não ter como causa a que lhe atribuíram, não
deixa de ser possível o fato da aparição de uma luz com o aspecto de uma
estrela. Um Espírito pode aparecer sob a forma luminosa, ou transformar uma
parte de seu fluido perispirítico em foco luminoso. Muitos fatos desse gênero,
modernos e perfeitamente autênticos, não procedem de outra causa, que nada
apresenta de sobrenatural". (1975, cap. 15, p. 312)
Jesus foi um agênere? Pelo fato de
Jesus ter nascido de uma virgem, deduz-se também que o seu corpo não era
carnal, mas fluídico. Isto, mais uma vez, contradiz a Lei Natural. Podemos
entender que Jesus, sendo um Espírito bastante elevado, tinha o seu corpo
formado daquilo que era de mais sutil do fluido cósmico universal do nosso
globo terrestre.
Jesus e Cristo são a mesma pessoa? O
demonstrativo "este Jesus" mostra que Jesus é um ser de carne,
"nascido de uma mulher, nascido súdito da Lei" (Gal. 4,4). Surgiu
numa data determinada, numa família humana, a de José, numa vila da Galiléia,
chamada Nazaré. Contudo, Jesus é o nome empregado pelos evangelhos para
designar Cristo e relatar a sua atividade. Aplicavam ao personagem concreto os
títulos salvíficos e divinos, os de Senhor, de Cristo, de Salvador, de Filho de
Deus, de Servo de Deus. Insistindo na divindade de Jesus, davam origem à
Boa-Nova, ou seja, às mensagens para a regeneração da humanidade.
Como fazer Cristo nascer em nós? Os
discípulos de Jesus, também denominados apóstolos, saíram para pregar a
Boa-Nova, o anúncio do Reino de Deus. Depois deles, apareceram outros, como é
caso de Paulo de Tarso, cognominado o apóstolo dos gentios. Presentemente,
somos nós outros que devemos dar continuidade aos seus ensinamentos, consoante
a mensagem de Emmanuel:
"Quando o Cristo designou os seus
discípulos, como sendo a luz do mundo, assinalou-lhes tremenda responsabilidade
na Terra.
A missão da luz é clarear caminhos,
varrer sombras e salvar vidas, missão essa que se desenvolve, invariavelmente,
à custa do combustível que lhe serve de base.
A chama da candeia gasta o óleo do
pavio.
A iluminação elétrica consome força da
usina.
E a claridade, seja do Sol ou do
candelabro, é sempre mensagem de segurança e discernimento, reconforto e
alegria, tranquilizando aqueles em torno dos quais resplandece.
Se nos compenetramos, pois, da lição do
Cristo, interessados em acompanhá-lo, é indispensável a nossa disposição de
doar as nossas forças na atividade incessante do bem, para que a Boa Nova
brilhe na senda de redenção para todos.
Cristão sem espírito de sacrifício é lâmpada
morta no santuário do Evangelho.
Busquemos o Senhor, oferecendo aos
outros o melhor de nós mesmos.
Sigamo-lo, auxiliando indistintamente.
Não nos detenhamos em conflitos ou
perquirições sem proveito.
"Vós sois a luz do mundo" ─,
e a luz não argumenta, mas esclarece e socorre, ajuda e ilumina". (Xavier,
s.d.p., cap. 105)
Bibliografia Consultada
KARDEC, A. A Gênese - Os
Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. 17. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 1975.
XAVIER, F. C. Fonte Viva,
pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro: FEB, [s.d.p.]
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