10 junho 2009

Obsessão

Obsessão é a influência que Espíritos inferiores exercem em determinados indivíduos. Decorre sempre de uma imperfeição moral, que dá ascendência a um Espírito mau. Reconhecemos a obsessão pelos seguintes caracteres: 1) persistência de um único Espírito em querer comunicar-se; 2) ilusão do médium, impedindo-o de reconhecer o ridículo e a falsidade da comunicação que recebe; 3) tomar por mal as críticas a respeito das comunicações que recebe; 4) desejo incessante e inoportuno de escrever; 5) disposição de se afastar das pessoas que lhe podem dar úteis avisos. (1)

Os graus da obsessão são: 1) Obsessão Simples: persistência do Espírito em comunicar-se, quer o médium queira, quer não, impedindo que outros Espíritos o façam; 2) Fascinação: ação direta exercida por um Espírito inferior sobre a do indivíduo, perturbando ou embaralhando suas idéias; 3) Subjugação: constrição exercida por Espírito (ou Espíritos inferiores), a qual paralisa a vontade de maneira contrária aos próprios desejos e sentimentos, levando-o à aberração das faculdades psicofisiológicas. Pode apresentar-se de forma moral ou corporal. (1)

Os Espíritos influenciam os encarnados pelas seguintes razões: 1) vingança que exerce sobre um indivíduo do qual teve do que se queixar durante sua vida ou numa outra existência; 2) desejo de fazer o mal (como sofre, quer que os outros sofram também); 3) covardia (aproveitam-se das fraquezas morais de certos indivíduos) (1)

Geralmente, achamos que estamos sendo obsedados pelos Espíritos menos felizes. Nem sempre é assim. Muitas vezes, somos nós que os obsedamos, principalmente quando um parente desencarna e nós ficamos pensando nele dia e noite. Os Espíritos superiores orientam-nos a orar por eles e deixar que cada qual siga o seu caminho.

A obsessão pode ser entendida como simbiose das mentes. Qual se verifica entre a alga e o cogumelo, a mente encarnada entrega-se, inconscientemente, ao desencarnado que lhe controla a existência, sofrendo-lhe temporariamente o domínio até certo ponto, mas, em troca, à face de sensibilidade excessiva de que se reveste, passa a viver, enquanto perdure semelhante influência necessariamente protegido contra o assalto de forças ocultas ainda mais deprimentes. (2)

Que relação há entre obsessão e vampirismo? Vampiro é toda entidade ociosa que se vale, indebitamente, das possibilidades alheias. Em se tratando dos Espíritos que sugam as energias dos encarnados, devemos reconhecer que eles atendem ao chamamento destes. De modo que a eliminação da influência menos feliz deve começar em nós mesmos. (3)

Há possibilidade de a possessão ser de um Espírito bom? Na obsessão há sempre um Espírito malfeitor. Na possessão pode tratar-se de um Espírito bom que queira falar e que, para causar maior impressão nos ouvintes, toma do corpo de um encarnado, que voluntariamente lho empresta, como emprestaria seu fato a outro encarnado. Isso se verifica sem qualquer perturbação ou incômodo, durante o tempo em que o Espírito encarnado se acha em liberdade, como no estado de emancipação, conservando-se este último ao lado do seu substituto para ouvi-lo. (4)

De acordo com o Espírito André Luiz, no afastamento do obsessor, devemos considerar: a) obsedado e obsessor comungam um mesmo estado de alma, dificultando a identificação da verdadeira da vítima, principalmente com a visão circunscrita ao corpo terrestre; b) existem processos laboriosos de resgate, em que, depois de afastados os elementos da perturbação e da sombra, perseveram as situações expiatórias; c) diante do obsedado, fixam apenas um imperativo imediato, afastamento do obsessor, mas, como rebentar, de um instante para outro, algemas seculares forjadas nos compromissos recíprocos da vida em comum? (5)

Bibliografia Consultada

(1) O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, capítulo 23.

(2) Evolução em Dois Mundos, pelo Espírito André Luiz, capítulo 14.

(3) Missionários da Luz, pelo Espírito André Luiz, capítulo 4.

(4) A Gênese, de Allan Kardec, capítulo 14, item 48.

(5) Missionários da Luz, pelo Espírito André Luiz, capitulo 17 e 18.

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Evitando Obsessões

Não deixe de sonhar, mas enfrente as suas realidades no cotidiano.

Reduza suas queixas ao mínimo, quando não possa dominá-las de todo.

Fale tranquilizando a quem ouve.

Deixe que os outros vivam a existência deles, tanto quanto você deseja viver a existência que Deus lhe deu.

Não descreia do poder do trabalho.

Nunca admita que o bem possa ser praticado sem dificuldade.

Cultive a perseverança, na direção do melhor, jamais a teimosia em pontos de vista.

Aceite suas desilusões com realismo, extraindo delas o valor da experiência, sem perder tempo com lamentações improdutivas.

Convença-se de que você somente solucionará os seus problemas se não fugir deles.

Recorde que decepções, embaraços, desenganos e provações são marcos no caminho de todos e que, por isso mesmo, para evitar o próprio enfaixamento na obsessão o que importa não é o sofrimento que nos visite e sim a nossa reação pessoal diante dele. (Espírito André Luiz)

Capítulo 41 do livro Paz e Renovação pelos Espíritos Diversos, psicografia de Francisco Cândido Xavier, copyright 1970

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Ante o Obsessor

Aquele que nos fere terá assumido, aos nossos olhos, a feição de inimigo terrível, no entanto, o Divino Mestre que tomamos por guia de nosso pensamento e conduta, determina venhamos a perdoá-lo setenta vezes sete.

Por outro lado as ciências psicológicas da atualidade, absolutamente concordes com Jesus, asseveram que é preciso desinibir o coração de quaisquer ressentimentos e estabelecer o equilíbrio na governança de nossas potências mentais a fim que a tranquilidade se nos expresse na existência em termos de saúde e harmonia.

Como, porém, realizar semelhante feito?

Entendendo-se que a compreensão não é fruto de afirmativas labiais, é forçoso reconhecer que o perdão exige operações profundas nas estruturas da consciência.

Se um problema desse nos aflora ao cotidiano, — à nós, os que aspiramos a seguir o Cristo —, pensemos primeiramente em nosso opositor na condição de filho de Deus, tanto quanto nós, e situando-nos no lugar dele, imaginemos em como estimaríamos que a Lei de Deus nos tratasse, em circunstâncias análogas.

De imediato observaremos que Deus está em nosso assunto desagradável tanto quanto um pai amoroso e sábio se encontra moralmente na contenda dos filhos.

Então, à luz do sentimento novo que nos brotará do ser, examinaremos espontaneamente até que ponto teremos ditado o comportamento do adversário para conosco.

Muito difícil nos vejamos com alguma parte de culpa nos sucessos indesejáveis de que nos fizemos vítimas, mas ao influxo da Divina Providência, a cujo patrocínio recorremos, ser-nos-á possível recordar os nossos próprios impulsos menos felizes, as sugestões delituosas que teremos lançado a esmo, as pequenas acusações indébitas e as diminutas desconsiderações que perpetramos, às vezes, até impensadamente, sobre o companheiro que não mais resistiu à persistência de nossas provocações, caindo, por fim, na situação de inimigo perante nós outros.

Efetuando o autoexame, a visão do montante de nossas falhas não mais nos permitirá emitir qualquer censura em prejuízo de alguém.

Muito pelo contrário, proclamemos, de pronto, no mundo íntimo a urgente necessidade da Misericórdia Divina para o nosso adversário e para nós.

Então, não mais falaremos no singular, diante daquele que nos fere: — "eu te perdoo" e sim, perante qualquer ofensor com que sejamos defrontados no caminho da vida, diremos sinceramente a Deus em oração: — "Pai de Infinita Bondade, perdoai a nós dois."

Emmanuel

Livro Atenção, psicografado por Francisco Cândido Xavier

 



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