25 julho 2009

O Livro dos Médiuns

O Livro dos Médiuns é a segunda obra da Codificação, publicada em janeiro de 1861, englobando as “Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas”, de 1858. É a continuação de O Livro dos Espíritos, conforme esclarece Allan Kardec. A edição definitiva é a 2ª, a de outubro de 1861.

O Livro dos Médiuns destina-se a guiar os que queiram entregar-se à prática das manifestações, dando-lhes conhecimentos dos meios próprios para se comunicarem com os Espíritos. É um guia, tanto para médiuns, como para os evocadores (doutrinadores), e o complemento de O Livro dos EspíritosO Livro dos Médiuns “contém o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo”.

Allan Kardec, com o auxílio dos Instrutores Espirituais, desenvolve as teorias sobre as mesas girantes, a bi-corporeidade, a transfiguração, a tiptologia, a materialização etc., no campo das manifestações físicas. Em torno das manifestações inteligentes, trata da psicografia, da psicofonia (médiuns falantes), da vidência (médiuns videntes), entre outros. Os meios de comunicação estudados por Allan Kardec vão desde as mesas girantes até as comunicações mais abstratas, tais como, a pneumatografia e a pneumatofonia. O capítulo XIX, “O Papel do Médium nas Comunicações Espíritas”, por exemplo, dá-nos diversas orientações sobre o transe mediúnico.

Distinguir o que é do médium (anímico) e o que é do Espírito (mediunidade), é um dos grandes problemas das práticas espíritas. Nesse sentido, o médium pode sofrer a influência de Espíritos menos felizes ou mesmo ser fascinado por suas próprias ideias. Por isso, Allan Kardec chama-nos a atenção a respeito das dificuldades e escolhos na prática da mediunidade, aludindo às contradições, às mistificações, ao charlatanismo e à prestidigitação.

Allan Kardec, depois de publicar O Livro dos Espíritos, que continha a teoria geral da Doutrina Espírita, precisava, segundo seu modo de ver, de uma comprovação científica, pois já estava em curso o método teórico-experimental. Fazendo uso deste método, quis pôr os princípios do Espiritismo a salvo das fraudes e das mistificações, tão corriqueiras na época da Codificação.

Frequentemente ouvimos a pergunta: a Doutrina Espírita está desatualizada? O Livro dos Médiuns está ultrapassado? Bem, atualização e desatualização devem ser ponderadas. É possível que alguns termos, usados por Allan Kardec na época, possam ser mais bem explicados pela ciência moderna. Tanto é verdade, que o Espírito André Luiz, em “Mecanismos da Mediunidade”, já nos apresenta alguns desses termos. Isso, porém, não tira o valor conceitual desta obra, que ainda é o melhor guia para aqueles que queiram aprender os fundamentos da mediunidade.

Antes de nos enveredarmos pelos caminhos da novidade, debrucemo-nos sobre as obras básicas da Codificação. Este é o único porto seguro para a absorção dos princípios fundamentais do Espiritismo.



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