“Importa mais tonificar a faculdade mediúnica do que desenvolvê-la
indiscriminadamente.”
A mediunidade, desde que o homem é homem, sempre existiu. As
primeiras manifestações, dos povos primitivos, foram realizadas através do sono
e dos sonhos. O professor José Herculano Pires, no livro O Espírito e o
Tempo, faz um estudo histórico da mediunidade, analisando-a dentro dos
vários horizontes culturais da humanidade até a sua positivação com a vinda de
Allan Kardec.
Os detratores da mediunidade divulgaram cenas horripilantes dos médiuns.
Para eles, os médiuns eram pessoas meditabundas, taciturnas e sibilinas, e
apresentavam um semblante doentio, hipersensível, extremamente pálido, com
pouca vitalidade e a dois passos da neurose. Lombroso observa, porém, que:
“A inteligência do médium pode variar da ultra-mediocridade de Politi ao
espírito superior de Mlle. D’Esperance, mas em transe, o médium mais estúpido
pode manifestar uma inteligência extraordinária”.
As variedades comuns a todos os gêneros de mediunidade
podem ser vistas: Médiuns sensitivos: pessoas suscetíveis de sentir
a presença dos Espíritos por uma impressão local, vaga ou material; Médiuns
naturais ou inconscientes: os que produzem os fenômenos espontaneamente,
sem nenhuma participação de sua vontade e o mais das vezes sem o saberem; Médiuns
facultativos ou voluntários: os que têm o poder de provocar os fenômenos
por um ato de sua vontade.
Em se tratando das variedades especiais para efeitos físicos,
destacamos: Médiuns tiptólogos: aqueles por cuja influência se
produzem os barulhos e as pancadas; Médiuns de transportes: os que
podem servir de auxiliares para os Espíritos trazerem objetos materiais; Médiuns
curadores: os que têm o poder de curar ou de aliviar pela imposição das
mãos ou pela prece.
Com relação às variedades especiais para efeitos inteligentes,
anotamos: Médiuns auditivos: os que ouvem os espíritos. Lembrete:
“Há muitos que se afiguram ouvir o que lhes está apenas na imaginação”; Médiuns
falantes (psicofonia): os que falam sob a influência dos Espíritos; Médiuns
escreventes ou psicógrafos: possuem a faculdade da comunicação por meio da
escrita automática e podem se dividir em: médiuns mecânicos, semi-mecânicos,
intuitivos, etc.
Nada de relevante se faz sem a devida aplicação. Por isso, antes de
empreender uma façanha mediúnica é bom consultar as próprias forças e
disposições íntimas. Assim, devemos primar sempre por altas inspirações,
sentimentos elevados, método e paciência. Lembremo-nos também das provações dos
grandes médiuns, que sofreram na própria carne o efeito devastador de uma
excessiva dependência dos Espíritos.
O contato com o mundo espiritual deve ser feito dentro de um sentimento
de humildade e vigilância para que não sejamos presas fáceis de Espíritos
imperfeitos. Tenhamos em mente que somos apenas um veículo, um intermediário
aos Espíritos. Sendo assim, exercitemos o discernimento para aceitar as
sugestões dos Espíritos superiores e rejeitar as dos Espíritos maus, que querem
somente a nossa perdição.
Fonte de Consulta
KARDEC, A. O Livro dos Médiuns ou Guia dos Médiuns e dos
Doutrinadores. São Paulo:Lake, [s.d.p.]
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