“A meditação do
sábio é uma meditação não da morte, mas da vida”. (Spinoza)
A morte, simplesmente
definida como ausência de vida, foi sempre vista como mistério, superstição e
fascinação pelo ser humano. Sócrates, na antiguidade, ensinava-nos que a
filosofia nada mais era do que uma preparação para a morte. Platão dizia:
“Filosofar é aprender a morrer”.
Dos animais, o
homem é o único que sabe que vai morrer. A grande surpresa dos suicidas é
verificar que a morte não acaba com a vida. O medo da morte é universal: a) por
causa da separação dos entes queridos; b) devido ao desconhecido. A provisão de
alimentos nos túmulos implica a crença na imortalidade da alma. Pascal convida
todos os homens, condenados à morte, a fugir do divertimento e pensar em sua
salvação.
Para todos os que
creem na imortalidade da alma, a morte é um começo, começo de uma nova vida, a
vida espiritual, a verdadeira vida. Platão, na antiguidade, já nos alertava a
respeito da alma. Para ele, na sua Teoria das Ideias, a alma,
depois que fez a sua passagem por este mundo, volta ao seu lugar de origem,
denominado Topos Uranos.
Para os
materialistas e existencialistas, a morte é o fim da vida. É o niilismo de
que nos fala a filosofia. Por isso, a aflição e angústia que o ser humano sente
em virtude de tudo terminar com a morte. O trabalho árduo de uma vida inteira
termina num instante, como num piscar de olhos.
Para o Espiritismo,
a morte não é começo nem fim; é a passagem do Espírito, que está na prova da
carne, para o Espírito que estará em outra dimensão. A doutrina Espírita,
codificada por Allan Kardec, esclarece-nos acerca do problema da morte. Para início
de conversa, a morte não existe. Deixamos aqui a veste física, mas o Espírito
continua a sua jornada, levando consigo o seu Perispírito, que vai vagar no
mundo espiritual, segundo seu peso específico. Mais precisamente, de acordo com
o bem ou o mal que tiver feito durante sua existência terrena.
A morte é o
desprendimento do Espírito do corpo físico. Lembremo-nos de que não é o
Espírito que deixa o corpo, mas o corpo que, sem energia, sem fluido vital,
solta-se do espírito, que é vivo e deixa-o ir para outras paragens. É como se
fosse uma fruta madura, que cai da árvore.
Há casos, porém,
que o encarnado apressa a sua data de validade. Observe o que aconteceu com o
Espírito André Luiz, quando o chamaram de suicida. Foram os desleixos e os
desmandos do corpo e do espírito que o levaram a desencarnar antes de sua hora.
Quando vivemos uma vida plena, podemos dizer que somos completistas, ou seja,
usufruímos de todo o tempo que nos foi ofertado pela Sabedoria de Deus, para o
nosso avanço moral e espiritual.
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