10 julho 2011

Posse e Espiritismo

“Pois que aproveitaria ao homem ganhar o mundo todo e perder a sua alma?” — Jesus (Marcos, 8,36)

Os tempos modernos incitam-nos à posse. As propagandas de roupas, comidas, bebidas e utensílios domésticos estimulam o nosso desejo de possuir, de ter mais bens, mais coisas para cuidar. A propaganda é neutra; ela apenas oferece bens para serem consumidos. O problema está na posse desses bens.

Vejamos alguns detalhes referentes à posse: disputamos remunerações e vantagens de que não necessitamos? Temos uma grande quantidade de roupas guardada sem uso algum? Quantos recursos externos de que não carecemos estamos retendo? Estamos nos apegando ao supérfluo?

Paulo, em I Timóteo, 6,10, diz-nos que “A paixão pelo dinheiro é a raiz de toda a espécie de males e, nessa cobiça, alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores”.

O Espiritismo alerta-nos que:

  • Amanhã teremos que restituir à vida o que a vida nos emprestou;
  • Patrimônio sem uso é campo vasto para a inveja e a discórdia;
  • Alimentos guardados podem se transformar em podridão;
  • Dinheiro guardado, em demasia, pode ser tentação para os descendentes.

Os ensinamentos evangélicos nos advertem: não é a moeda, a riqueza e o poder que envilecem o homem, mas o seu uso no desvario das paixões; quando nos agarramos ao efêmero, prendemo-nos à ilusão; a paixão da posse, nos territórios do sentimento, gera enormes infortúnios. Em vista disso, recordemos que não somos donos de ninguém; o nosso próprio corpo é um empréstimo de Deus.

Não é somente com o ouro que podemos praticar a caridade. Jesus enriqueceu o Planeta Terra sem ter onde repousar a cabeça. Ensinou os discípulos, deixou-nos a boa nova, deu-nos o exemplo da verdadeira caridade, para que todos os que viessem depois pudessem seguir as suas pegadas.

Em síntese: todos os bens espirituais que juntarmos serão o refúgio, não só para esta vida, como também para a vida além-túmulo.

Nenhum comentário: