“Pois que aproveitaria ao homem ganhar o mundo todo
e perder a sua alma?” — Jesus (Marcos, 8,36)
Os tempos modernos incitam-nos à posse. As
propagandas de roupas, comidas, bebidas e utensílios domésticos estimulam o
nosso desejo de possuir, de ter mais bens, mais coisas para cuidar. A
propaganda é neutra; ela apenas oferece bens para serem consumidos. O problema
está na posse desses bens.
Vejamos alguns detalhes referentes à posse:
disputamos remunerações e vantagens de que não necessitamos? Temos uma grande
quantidade de roupas guardada sem uso algum? Quantos recursos externos de que
não carecemos estamos retendo? Estamos nos apegando ao supérfluo?
Paulo, em I Timóteo, 6,10, diz-nos que “A paixão
pelo dinheiro é a raiz de toda a espécie de males e, nessa cobiça, alguns se
desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores”.
O Espiritismo alerta-nos que:
- Amanhã teremos que restituir à vida o que a
vida nos emprestou;
- Patrimônio sem uso é campo vasto para a inveja
e a discórdia;
- Alimentos guardados podem se transformar em
podridão;
- Dinheiro guardado, em demasia, pode ser
tentação para os descendentes.
Os ensinamentos evangélicos nos advertem: não é a
moeda, a riqueza e o poder que envilecem o homem, mas o seu uso no desvario das
paixões; quando nos agarramos ao efêmero, prendemo-nos à ilusão; a paixão da
posse, nos territórios do sentimento, gera enormes infortúnios. Em vista disso,
recordemos que não somos donos de ninguém; o nosso próprio corpo é um
empréstimo de Deus.
Não é somente com o ouro que podemos praticar a
caridade. Jesus enriqueceu o Planeta Terra sem ter onde repousar a cabeça.
Ensinou os discípulos, deixou-nos a boa nova, deu-nos o exemplo da verdadeira
caridade, para que todos os que viessem depois pudessem seguir as suas pegadas.
Em síntese:
todos os bens espirituais que juntarmos serão o refúgio, não só para esta vida,
como também para a vida além-túmulo.
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