Os seis dias da criação podem ser retratados da
seguinte forma: no primeiro dia, Deus criou o céu e a terra; no segundo dia, a
separação das águas que estão sob o firmamento das que estão embaixo; no
terceiro dia, as águas que estão sob o firmamento se ajuntam; o elemento árido
aparece; a terra e os mares; as plantas; no quarto dia, o Sol, a
Lua e as estrelas; no quinto dia, os peixes e os pássaros; no sexto dia, os
animais terrestres. O homem.
A ciência entende os seis dias como se fossem
seis períodos, ou seja, o primeiro dia corresponderia ao período astronômico, o
segundo dia, ao período primário; o terceiro dia, ao período de transição; o
quarto dia, ao período secundário; o quinto dia, ao período terciário [dilúvio];
o sexto dia, ao período quaternário [pós-diluviano].
Na comparação entre ciência e Bíblia, Allan
Kardec diz que os períodos geológicos não correspondem rigorosamente
aos dias da criação. Em se tratando da sucessão dos seres orgânicos, é bem
próxima, principalmente quando coloca o homem em último lugar. Igualmente
há coincidência, não com a ordem numérica dos períodos, mas com o fato, na
passagem onde se diz que, no terceiro dia, "as águas que estão sob o céu
se juntaram num só lugar, e o elemento árido apareceu".
Allan Kardec analisa, também, neste capítulo,
os erros cometidos por Moisés. Diz que para compreender certas partes do
Gênese, necessariamente será preciso colocar-se no ponto de vista das ideias
cosmogônicas do tempo da qual é o reflexo. Um dos pontos principais é se a luz
surgiu antes do Sol. Explica-nos que o Sol não é o princípio da luz universal.
O Sol é a causa da luz que espalha, porém é o efeito em relação à
que recebeu.
Sobre a afirmação de que Deus formou o homem com o
limo da Terra, Moisés tem razão, pois o corpo do homem é composto de elementos
hauridos na matéria inorgânica, o que de outro modo se diz, do limo da terra.
Sobre a afirmação de a mulher ser formada da
costela de Adão, Allan Kardec complementa que essa alegoria pueril tem um
sentido profundo, ou seja, mostrar que o homem e a mulher são da mesma
natureza, iguais perante Deus, e não uma criatura à parte, feita para ser
usada como escrava e tratada como se fosse uma pária.
Perda do paraíso. Adão não é um homem, mas a
personificação da humanidade. Esta passagem diz respeito à progressão dos
mundos. Logo que um mundo tem chegado a um de seus períodos de transformação, a
fim de ascender na hierarquia dos mundos, operam-se mutações na sua população
encarnada e desencarnada. É quando se dão as grandes emigrações e imigrações.
Fonte de Consulta
KARDEC, A. A Gênese (Capítulo XII —
"Gênese Mosaica — Os seis dias... Perda do paraíso")
Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/g%C3%AAnese-mosaica
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