Título: Facilidades e Dificuldades na Visão Espírita
Autor: Luiz
Guilherme Marques (médium)
P. Janet (Espírito)
Introdução
Este livro pretende ser uma reflexão sobre a importância das facilidades e dificuldades na vida de cada encarnado, sendo que o próprio desenho nele inserido retrata todas as possibilidades que podem ocorrer, bem como as diferentes atitudes de cada um frente às facilidades e às dificuldades.
Verifiquemos, primeiramente, que o desenho apresenta três níveis diferentes:
1) na parte superior encontra-se a Presença Divina, representada por um Olho, que tudo vê e sustenta energeticamente, independente do grau evolutivo de cada um, ou seja, em outras palavras, independente da sua forma de pensar, sentir e agir, ou, ainda, sua opção pelo Bem ou pelo Mal, pois o Mal é apenas resultado da ignorância, que, quando iluminada pela Verdade, faz com que o Espírito se encaminhe para o Bem. Por isso Jesus disse: “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará.” Entendamos o significado deste tópico, pensemos sobre ele.
2) na parte intermediária, representamos os
seres nos momentos em que estão bafejados pelas facilidades, sendo que
um dos personagens se mantém sintonizado com os propósitos do Bem, pois que
olha em direção ao seu irmão em humanidade, estando com a aura azulada, que
representa a positividade, enquanto que o outro ser não se interessa em olhar
para o primeiro, mas dirige o olhar para os interesses puramente terrenos,
caracterizando-se pela aura avermelhada, que simboliza as paixões inferiores.
3) na parte inferior do desenho, vemos igualmente dois
seres, ambos limitados “aparentemente”
pelas dificuldades, representadas por uma grade
escura, mas um deles se mantém firme nos seus propósitos superiores
de Amor Universal, tanto que olha em direção ao seu irmão em humanidade,
mas este último vira-lhe as costas e se apresenta com a aura escura.
Queremos acrescentar
que todos nós vivemos as duas situações: de facilidades e de dificuldades,
tanto quanto não nos alimentamos só de doces nem só de alimentos salgados ou
amargos, mas de todos eles, que são necessários, na medida certa.
Em cada fase da nossa vida preponderam as facilidades ou as dificuldades,
sendo individual a medida para cada Espírito.
1 — Infância
A infância é a fase em que o Espírito
encarnado fica mais acessível às boas influências que os pais exercem sobre ele.
Os prezados leitores compreenderão, logo adiante, por que não falamos agora nas
más influências.
Não se pode dizer que seja equivalente a escreverem em um
papel em branco, pois o Espírito do filho ou da filha tem toda uma história de
vida registrada no seu íntimo, que remonta, para os medianos, a cerca de dois bilhões de anos, contados desde que saíram das Mãos
do Criador, como seres inferiores aos vírus e bactérias.
1.1 — Pais Intelectualmente Evoluídos
Em primeiro lugar, devemos levar em conta que cada Espírito leva para cada reencarnação um programa de trabalho para que
haja seu máximo desenvolvimento intelectual e moral, mesmo nas encarnações
aparentemente apagadas. Aliás, nessas é que costumam ocorrer os
verdadeiros “saltos qualitativos”,
pois, então, o Espírito fica mais centrado em si mesmo, restrito
aparentemente a tarefas inexpressivas, enquanto que, quando vive em posições de
destaque, estará sendo puxado para um lado e para outro, na procura de
vantagens materiais, que nada somarão tanto para seu desenvolvimento
intelectual, mas, sobretudo, para seu desenvolvimento moral.
Os pais desempenham, ou pelo menos deveriam desempenhar, se
fossem todos conscientes do seu verdadeiro papel, a função de
incentivadores do despertamento das habilidades, talentos e virtudes que seus
filhos trazem do mundo espiritual e que devem ser afloradas naquela
reencarnação.
Sócrates valorizava muito esse aspecto de cada
individualidade, contribuindo para que cada pessoa jogasse para o consciente o
que trazia no inconsciente, assim utilizando a chamada “maiêutica”, ou seja, um
tipo de “parto espiritual”, ao invés de injetar no Espírito encarnado ideia e
informações inúteis para sua vida naquela reencarnação.
1.2 — Pais
Moralmente Evoluídos
A evolução moral nada tem a ver com a
aparência de moralidade que muitos apresentam na sociedade, a qual, na
maioria das vezes, é apenas orgulho, tal como os antigos fariseus, ciosos do
seu prestígio de homens probos, o que escondia sérios defeitos morais.
As virtudes podem ser resumidas em humildade,
desapego e simplicidade e não a falsa moral, a sisudez, o desprezo pelos
que erram.
Aliás, quem castiga demonstra incompetência para
ensinar.
Humildade é o reconhecimento das próprias limitações e a
valorização das virtudes e talentos alheios. Jesus disse: “Eu, de Mim, nada posso.”: isso é humildade. Ao lavar os pés dos
apóstolos visou ensinar-nos a humildade. Ao aceitar a prisão, o julgamento, a
condenação e a pena de morte sem se defender, também visou ensinar-nos a
humildade. Aliás, toda Sua trajetória está repassada de humildade.
O desapego é a virtude mais difícil de
se conseguir, pois sua amplitude é muito grande, mas significa a
valorização da relatividade de tudo que não seja importante para o progresso
intelecto-moral. Cada um deve saber que tudo que não pode ser carregado
dentro de si próprio é passageiro e, portanto, deve-se desapegar desses
acessórios.
A simplicidade é o contrário da
vaidade, consistindo em não pretender evidência inútil à Causa do
Bem. Sempre que pretendemos um destaque desnecessário à Causa do Bem
estamos optando pela vaidade e não pela simplicidade.
1.3 — Irmãos
Intelectualmente Evoluídos
Os métodos de avaliação do nível intelectual têm mais
utilidade para selecionar trabalhadores para uma área especializada do que para
medir o grau de aperfeiçoamento intelectual das pessoas, justamente porque não
levam em conta todo o cabedal de informações do Espírito, adquirido em toda a
sua trajetória evolutiva, nas sucessivas reencarnações.
Em resumo, pelo fato de ser materialista, a Ciência
perde muito do seu esforço na horizontalidade.
A própria linguagem da Informática vem
suplantando a linguagem escrita, porque se apresenta como muito mais acessível
e objetiva.
Estamos dizendo tudo isto para aconselhar todos a se
respeitarem mutuamente e valorizarem uns aos outros pelas habilidades
peculiaríssimas de cada um.
Atualmente, na Psicologia vêm-se utilizando classificações
forçadas, que levam muita gente à baixa autoestima e até à depressão, porque
não consegue ser conforme as escolas e modelos tradicionais exigem.
Há gênios que nunca foram bons alunos nas escolas onde
estudaram, bem como há excelentes alunos que param por aí e pouco conseguem na
vida prática.
Irmãos e irmãs, não façam comparações entre si, pois todos
têm valor e devem desenvolver suas potencialidades!
1.4 — Irmãos Moralmente Evoluídos
A moralidade é muito mais visível e perceptível que a
inteligência, pois as virtudes da humildade, desapego e simplicidade
exalam como o perfume das flores. Assim, por exemplo, é que Chico Xavier
ensinava, muitas vezes sem palavras, as virtudes, através de cada atitude, que
representava uma das mais elevadas expressões do Amor Universal, que, para
existir, depende das três virtudes acima mencionadas.
Infelizmente, a maioria das pessoas não estuda a Biografia
de Jesus com “olhos de ver”, ou seja,
querendo imitar Seus exemplos ao invés de simplesmente considerá-Lo como um Ser
diferenciado, digno de adoração e um tanto incômodo para a nossa intenção de
não nos reformarmos moralmente.
Queremos dizer, finalmente, que a infância deve ser
aproveitada muito mais para o desenvolvimento das virtudes do que para a
preparação intelectual ao exercício de uma profissão, porque um homem ou
uma mulher moralmente evoluídos sobrevivem bem em qualquer opção que escolham a
nível de trabalho, enquanto que os seres moralmente primitivos acabam fazendo
mais Mal do que Bem e servem na sociedade de motivo de transtornos e
sofrimentos.
2 —
Adolescência
A etapa da reencarnação que tem servido
preponderantemente para a cultura do lazer e da futilidade, na verdade, é muito
importante para a preparação do Espírito para o desempenho dos compromissos que
trouxe para a vida atual.
Quem é adolescente já está em condições de iniciar estudos
aprofundados sobre os temas que serão objeto da sua tarefa a ser realizada na
fase adulta, bem como começar a investir na própria religiosidade.
Assim é que Chico Xavier dizia que a responsabilidade
civil e penal deveria iniciar-se aos quatorze anos e Divaldo Pereira Franco diz
que, perante a Espiritualidade Superior, uma pessoa de quinze anos já é
considerada adulta para todos os efeitos.
Apesar disso, a legislação brasileira entende que somente
aos dezoito anos um homem e uma mulher se tornam plenamente responsáveis para
todos os efeitos jurídicos.
Vejamos alguns pontos sobre essa importante fase da vida
dos encarnados.
2.1 — Estudo
É preciso que quem orienta os adolescentes os auxilie a
selecionar as matérias do aprendizado. Não foi sem razão que
Rivail, o futuro Allan Kardec, foi encaminhado à Escola de Yverdon, onde pôde
desenvolver-se naquilo que contribuiria para sua missão de Codificador.
Estudar as disciplinas padronizadas das escolas atuais não
é o melhor caminho para esse desiderato. Por isso, muitos alunos brilhantes
tornam-se profissionais medíocres e vice-versa, pois os primeiros
atulham o cérebro de inutilidades, enquanto que os segundos costumam
aprender apenas o que será necessário para a fase adulta.
A padronização dos currículos escolares
representa uma das maiores impropriedades da Pedagogia materialista terrena,
que não leva em conta que tratam-se de Espíritos reencarnados para o desempenho
de tarefas especialíssimas, individualizadas.
Cada Espírito traz sua tarefa a cumprir e somente
aproveitará aquilo que tiver utilidade direta para seu desempenho: cérebros atulhados de informações inúteis candidatam-se ao desgaste
precoce.
2.2 — Religiosidade
A religiosidade deve ser uma das duas
prioridades nessa fase da vida do ser reencarnado, pois o induzirá aos
hábitos saudáveis, como também à compreensão da tarefa a cumprir na fase
adulta.
Não importa qual a corrente religiosa ou filosófica
adotada, mas sim que proponha a aquisição das virtudes da humildade, desapego
e simplicidade, bases para a prática do “Amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”.
3 — Juventude
Ser jovem significa estar dotado de muita
energia corporal, sonhando realizar todos os seus sonhos e sentindo que pode
melhorar o mundo, quando, na verdade, o jovem deve investir em melhorar a si
próprio, aperfeiçoando-se, para poder, na fase adulta, contribuir, dentro da
sua especialidade de trabalho, para informar às pessoas em geral sobre suas
ideias progressistas e mudar aquilo que pode e deve ser mudado dentro da sua
estreita área de atuação.
Entretanto, apesar dessa fase vivencial ser passageira,
como todas as demais, ela deve ser vivida plenamente, a fim de não se chegar lá
na frente, quando os anos tiverem passado, e o homem ou a mulher ficarem
a agir como “jovens a destempo”, ou
seja, adultos infantilizados.
Aqueles que “pulam
etapas” pagam por isso com a insatisfação, a frustração e até a depressão.
Quem não tem interesse em conviver está equivocado e
acabará, cedo ou tarde, concluindo que o isolamento é prejudicial, mas,
por outro lado, ninguém deve se deixar influenciar negativamente pelos padrões
materialistas, que preponderam, supervalorizando a beleza física, a futilidade,
os estereótipos da linguagem cheia de gírias e outros modismos impostos por
pessoas desajustadas.
3.1 —
Compreensão dos Objetivos da Encarnação
Uma das coisas mais importantes para um Espírito encarnado
é compreender o que veio realizar na reencarnação, ou
seja, compreender quais suas tarefas a cumprir, pois a maioria se perde no
emaranhado de interesses puramente materiais, sendo que alguns acabam
tendo de reconhecer o próprio fracasso antes mesmo da desencarnação, enquanto
que a maioria só cai em si quando já passou para o mundo espiritual.
Se um Espírito reencarnou com a tarefa da
mediunidade, não deve entender que ela seja secundária em relação aos
trabalhos profissionais, simplesmente pelo fato destes últimos garantirem a
própria subsistência e à da família.
Ser médium representa um sacerdócio, que,
se bem cumprida a tarefa, faz com que o Espírito muito evolua moralmente em
poucos anos de encarnação, porque possibilita a realização de muitas obras de
caridade em favor dos semelhantes e, quanto à evolução intelectual, ocorra
também em alta escala elevada, porque é através do contato com os Orientadores Espirituais que o médium recebe informações que normalmente
não se encontram nos livros.
3.2 — Dedicação aos Objetivos da Encarnação: Plantar uma Árvore
No caso da mediunidade ser o objetivo principal
da reencarnação, o médium deve procurar um Centro Espírita
para ali, nas reuniões mediúnicas, começar a trabalhar em favor dos
necessitados encarnados e desencarnados, pois a mediunidade se faz
útil em função da Caridade.
Por exemplo, o médium que nos serve de auxiliar na
concretização deste livro dedica-se somente à psicografia, apesar de participar
de reuniões mediúnicas como médium de apoio, mas recusa-se a fazer palestras e
dirigir reuniões e entidades espíritas, a fim de não perder tempo precioso com
atribuições que não foram programadas para a atual reencarnação.
3.3 — O Lazer
O lazer é importante principalmente como forma
de repousarmos dos trabalhos que constituem nossa tarefa principal e das
outras, necessárias à sobrevivência, mas não devem tomar tempo superior ao
suficiente para o refazimento corporal.
Nos meios jovens procura-se excessivamente o
lazer, esquecidos esses Espíritos de que muito já têm condições de
realizar em favor do próprio crescimento intelecto-moral e das obras em favor
do próximo.
4 — Idade Adulta
Vejamos o exemplo de Jesus, que iniciou, pode-se dizer, Seu
Messianato, como se sabe, aos trinta anos de idade, podendo-se dizer que foi a
“confirmação”, pronunciada pelo Seu
primo João, o Batista, que Lhe deu condições de se fazer reconhecido como um
verdadeiro Enviado de Deus.
Todos nós, igualmente, temos necessidade de, de uma forma
ou de outra, receber uma “chancela”
para nos fazermos acreditáveis na realização de um trabalho na obra coletiva do
progresso.
Jesus não anunciou a Si próprio como um Enviado, mas teve
de haver alguém que cumprisse esse papel de “anunciador”: assim também nós precisamos de alguém, um
fato ou um dado confiável que nos abone, nos avalize, ou seja, confirme nossa
credibilidade.
Quando dissemos que esse período é o da concretização de
muitas realizações devemos esclarecer que, todavia, normalmente, ainda estarão
voltadas para um tanto de materialidade, uma vez que a verdadeira maturidade
ainda não chegou, porque somente a experiência fará com que ocorram as
condições necessárias aos trabalhos de maior vulto em termos de
espiritualidade. Jesus é uma exceção, devido ao Seu nível
espiritual de Espírito Puro. Todavia, para corroborar nossa assertiva, vejamos
o exemplo de Allan Kardec, que somente na faixa dos cinquenta anos
iniciou seu trabalho na Codificação da Terceira Revelação: antes estava sendo preparado, através de uma série de realizações, na
maioria, ainda muito voltadas para a materialidade, apesar do seu idealismo: o
magistério lhe ocupava a mente, até então.
4.1 — O Trabalho
Viver às custas do suor do próprio rosto é uma das
principais formas de dignidade do ser humano. Todavia, há muitas formas de
trabalhar e cada um deve verificar qual sua vocação e aperfeiçoar-se nela.
Baruch Spinoza, que desenvolveu um importante trabalho na
Filosofia, sustentava-se como relojoeiro; Jesus como carpinteiro; Allan Kardec basicamente como professor;
Chico Xavier como datilógrafo no Serviço Público e assim por
diante.
4.2 — O Casamento: Ter um Filho
Allan Kardec disse, em outras palavras, que os seres
humanos encarnados na Terra, no geral, estavam vivendo ainda em função de três
necessidades: comer, dormir e reproduzir. Essa era a
realidade do século XIX, podendo-se acrescentar uma nova necessidade, afirmada
por Joanna de Ângelis numa expressão feliz: “O ser humano se alimenta de Amor”.
Assim é que, procurando desligar a palavra “casamento” do
seu tradicional significado de união entre um homem e uma mulher com a
finalidade de viverem sob o mesmo teto, a fim de se apoiarem mutuamente,
constituírem um patrimônio e terem filhos, a quem será transferido esse
patrimônio após sua desencarnação, pretendemos dizer que esse modelo
patrimonialista vem perdendo espaço na idealização das pessoas e na sua
realidade prática, tanto que já existem uniões entre pessoas, independente
do gênero masculino ou feminino, há combinação de habitarem juntos sem
nenhum contato sexual e várias outras formas de convivência baseada na
afetividade.
Dentro dessa última modalidade citamos como exemplo os
primos missionários Divaldo Pereira Franco e Nilson de Souza
Pereira, que, cumprindo um trabalho de alta significação no sentido espiritual,
adotaram, com ou sem legalização perante as leis terrenas, mais de seiscentas
crianças, que tratam como verdadeiros filhos e filhas.
Emmanuel, certa vez, indagou de Chico Xavier, se não estava
satisfeito de estar “casado” com ele e outros Orientadores Espirituais.
Quanto a ter filhos ninguém precisa utilizar a própria
sexualidade para tanto, uma vez que há muita gente que adota outros seres com
ou sem a legalização que a Justiça terrena considera necessária.
4.3 — Realizações no Bem
O que gera o sentimento de “vazio” na vida de muita gente,
que, muitas vezes, culmina no desencanto, na depressão e, até, no suicídio, é a
falta de dedicação a um ideal nobilitante de fazer o Bem para a
humanidade e os demais seres da Criação.
5 — Meia
Idade
Trata-se da idade da reflexão, da época em que se faz um “balanço”
Por isso é que na Índia se diz que a partir dos cinquenta
anos o ser humano deve dedicar-se à vida espiritual.
Dizemos sempre que Allan Kardec somente iniciou seu
trabalho na Codificação nessa faixa etária, quando já tinha se preparado e
amadurecido para tanto, como intelectual, humanista e, sobretudo, consolidado suas virtudes de humildade, desapego e simplicidade, estas
últimas que fizeram dele o “vaso
escolhido”.
Não vejamos no envelhecimento do corpo uma condenação, mas
um crescimento, pois somos Espíritos e não corpos e as mazelas orgânicas são
benesses e não desditas.
5.1 — Reflexões sobre o Caminho Percorrido: Autoanálise
Joanna de Ângelis,
através da sua “Série Psicológica”, ensina a Psicologia com Jesus e sempre
repete a necessidade da autoanálise, sem a qual vamos
simplesmente vivendo sem reflexão sobre as causas das nossas atitudes nem os
resultados delas decorrentes.
A autoanálise gera o arrependimento pelos atos
negativos praticados, depois vem a necessidade da confissão e, em seguida, a
reparação: essa a sequência que devemos seguir para evoluirmos, tomando
como base nossos atos já realizados e que se caracterizaram como o Mal em nós.
Arrependermo-nos é necessário, ou seja, verificarmos que agimos de
forma mal intencionada, mesmo que não tenhamos prejudicado ninguém.
Confessarmo-nos nossas faltas é outro requisito, lembrado pelo apóstolo Tiago,
para que obtenhamos a cura das feridas morais que trazemos no íntimo da nossa
estrutura consciencial. Repararmos o mal que perpetramos é a última
fase da cura moral interior.
5.2 — O Amor Universal
Mais importante que todas as realizações humanas é a
prática do Amor Universal onde quer que estejamos: por isso
Chico Xavier disse que, ao desencarnar, queria ir para o umbral, onde fundaria
um Centro Espírita. Por isso igualmente Bezerra de Menezes pediu autorização
para continuar ligado à Terra ao invés de ir habitar um planeta mais evoluído.
Muito poderíamos discorrer sobre o Amor Universal, mas
basta lembrar a trajetória de Jesus, iniciando-se pelo
nascimento na maior simplicidade e a desencarnação na cruz, como coroamento da
Aula sobre todas as virtudes: humildade, desapego e simplicidade.
6 — Velhice
Quando o corpo físico
já se apresenta desgastado e fragilizado e praticamente encerrado o período da
reencarnação o ideal é que o Espírito esteja satisfeito com suas próprias
conquistas intelecto-morais, tendo aprendido o Amor Universal como sua mais
importante realização.
Não mais terá ímpetos de reagir agressivamente às investidas da
agressividade alheia; compreenderá que cada um tem direito aos seus
próprios pontos de vista e considerará todos os seres criados por Deus como
irmãos e irmãs, a todos dando valor.
Essa é a principal
conquista da velhice: não são necessárias mais as atividades estafantes, mas
sim a atuação através do pensar, sentir e agir no Bem
dentro dos limites das suas possibilidades físicas, mentais e afetivas.
6.1 — Orientações às Novas Gerações: Escrever um Livro
Amar os que nos Amam
é tarefa fácil e até os maus assim procedem, conforme disse Jesus. Todavia,
somos membros não apenas de um grupo familiar provisório, constituído para
efeito de uma reencarnação, mas fazemos parte da Grande Família Universal.
A principal
orientação que podemos e devemos dar às novas gerações é a da vivência diária e
agradável do Amor Universal: aí está esclarecida a expressão “escrever um livro”. Não é necessário compor um livro de papel
nem um discurso, mas sim exemplificar em cada momento da vida de relação com as
pessoas conhecidas e desconhecidas, bem como em relação às demais criaturas de
Deus.
“Escrever” na mente e
no coração alheios com pensamentos, sentimentos e atitudes de Amor fraternal,
que suplanta todos os demais Amores, uma vez que a maioria dos outros se resume
no egoísmo, uma vez que pretende reconhecimento, gratidão, troca, recompensa.
6.2 — Preparação para a Desencarnação
Quando Sócrates permaneceu trinta dias aguardando a ordem
para ingerir o veneno que lhe tiraria a vida corporal, aproveitou cada minuto
para ensinar aos seus amigos e seguidores o que os Espíritos Superiores iam lhe
ensinando, pois que era médium de grandes potencialidades. Não
lamentou a situação que vivia naquele momento, não transmitiu desânimo,
descrença ou revolta: em suma, preparou-se adequadamente para a desencarnação.
Jesus também, durante Seu julgamento, condenação e morte na cruz portou-se
como verdadeiro Espírito Puro, ensinando tudo que as pessoas que estavam
próximas podiam assimilar, bem como ensinou e exemplificou com vistas à
evolução futura da humanidade. Em momento algum sentiu-Se desamparado, pois
sabia que estava ministrando uma Aula para a humanidade.
Somos, atualmente, bem informados de que a morte mata o
corpo, mas o Espírito continua vivo, tanto que estamos
ditando este estudo através do médium, como sendo uma atividade natural de
intercâmbio entre as duas realidades: a física e a espiritual. Ou se
acredita ou não se acredita na sobrevivência, evolução e comunicabilidade dos
Espíritos!
7 — Facilidades e Dificuldades: Como
Interpretá-las
Aqui fechamos nosso estudo: depois das considerações todas
que antecederam este capítulo, devemos encerrar com as conclusões que se
seguem.
Levando em conta que, em cada fase da vida, há metas
específicas para o ser encarnado, tudo que contribui para a realização
dessas metas representa facilidades e tudo que dificulta alcançarmos essas
metas representa dificuldades.
Como dito, a vida de cada encarnado é planejada, nos seus pontos mais importantes, pelos seus
Orientadores Espirituais, que estabelecem dificuldades e facilidades
na medida certa para sua evolução intelecto-moral.
A certeza de que assim acontece deve acompanhar cada um,
que nunca deve duvidar da Bondade e da Sabedoria Divinas, que visa apenas o
progresso de cada criatura e nunca seu sofrimento sem utilidade.
Pensemos dessa forma e, confiantes no Progresso, vivamos o
Amor Universal, felizes e contribuindo para a felicidade de todos!

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